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sexta-feira, setembro 09, 2016

O golpe é cognitivo!  


O impedimento da Dona Dilma livra o Brasil que uma das maiores inhacas do nosso rascunho de república. A solução implementada foi classificada pelos réus a quo de “golpe”. Na verdade, jamais pode ser considerado golpe, mas sim contra-golpe ou golpe cognitivo.


O golpe de fato foi a compra de votos de parlamentares e a manipulação de percepção dos eleitores via campanhas publicitárias milhionárias, ambos financiados com dinheiro público. A farta evidência da operação Car Wash mostra que a Petrobrás foi simplesmente pilhada. O absurdo é tão grande que temos o primeiro caso desde a invenção da escrita de corrupção auditada em balanço divulgado em jornais de grande circulação no Brasil e no exterior assinado por uma das maiores e mais prestigiadas empresas de auditoria do mundo, a PwC.


Repentindo: corrupção auditada.


A evidência da operação Greenfield mostra que também houve pilhagem dos fundos de pensão das estatais. Além de meter a mão na cumbuca alheia, induziram os fundos a investir em negócios que viriam a ser literalmente uma roubada.


Neste contexto, o impedimento de Dona Dilma é apenas um contra golpe ao golpe dos trombadinhas sindicais e seus asseclas partidários.


Com relação ao aspecto cognitiva do golpe, o que faz dele um golpe cognitivo, há uma insistência autista em ignorar farta evidência de total desconexão com a realidade doméstica e internacional.


Do lado doméstico, se tivéssemos PIB per capita crescendo a 3% ao ano, ninguém estaria pedindo impedimento de alguém. Porém, alguns iluminados pelos Sábios de Sião resolveram substituir o tripé câmbio-metas de inflação-equilíbrio fiscal por uma tal de zazinha que atende pelo nome de “Nova Matriz Macroeconômica”, ou NMM. Zazinha já é uma tal e vice versa, mas fica a retundância para enfatizar. Esqueceram que o plano Real tem duas partes - a estabilização monetária e a estabilização fiscal-, e que a estabilidade monetária depende da estabilidade fiscal. Diante de um choque exógeno adverso sem precedentes em 2008, que perdura até hoje, os iluminados pelos Sábios de Sião recorreram aos livros textos de macroeconomia dos anos 1970 e lá vai Cafunga e acharam que esforço fiscal criaria “demanda efetiva” e tudo se resolveria conforme a hidráulica keynesiana. Tisk,tisk. O problema era e é bem mais complicado do que imaginavam. A solução dos países líderes foi reestruturação produtiva total, ainda em implementação. Aqui resolveram requentar a marmita. Resultado: déficts públicos e desemprego recordes.


Do lado externo, a turma do Patati-Patatá ignorou a reestruturação produtiva em andamento - compactada sob o bordão “indústria 4.0” - e a nova geopolítica, com a primazia e simbiose de Washington e Pequim. Aqui as imagens e declarações dispensam maiores delongas. Minutos depois de tomar posse como presidente, Temer pegou um voô para Pequim. Não foi para Nanuque ou Cambuquira, foi para Pequim. Entendeu? E não muito depois o vice presidente dos EUA declarou que “foi tudo conforme as regras” . Não foi o vice presidente do Democrata de Governador Valadares, vulgo Democrata Pantera. Foi o vice presidente dos EUA. Entendeu?


Em suma, muitos entenderam nada. E é neste contexto totalmente incompreendido pelos iluminados pelos Sábios de Sião é que podemos dizer que “o golpe é cognitivo!”.

No mais, marola!

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