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domingo, agosto 31, 2008

grampos e eleições 

by politsBURGER

O Molusco e seus asseclas vêm jogando tudo que têm para ganhar as eleições municipais de 2008 e preparar terreno para as eleições presidenciais de 2010. Afinal o Molusco já prometeu que vai fazer o seu sucessor, custe o que custar. E parace que ele fala sério.

Não há limite no uso das instituições para fins eleitorais. Também não há limite sobre quem pode ser coagito com os instrumentos de Estado. O Paulinho e seus grampos de conversas referentes a supostas negociatas no BNDES foram úteis não só para que ele desistisse de concorrer à prefeitura de SP, mas também para que ele se se transformasse em fervoroso cabo eleitoral da Martaxa, que, diretamente beneficiada, relaxa e goza em meio a esse bandalho institucional, que não poupa nem os chefes dos outros poderes da República.

Resta saber até que ponto os atingidos pela "estratégia de marketing agressiva" em vigor vão permitir que seus telefonemas alimentem o banco de dados dos marketeiros políticos. Afinal, com os agentes da grampo-corp ouvindo tudo de todos, fica fácil antecipar as estratégias dos adversários.

No mais, há indícios de que a oposição já tem bem mais que um Fiat Elba como elemento para pedir o impeachment do Molusco, né Senador Collor?.


Gilmar Mendes é espionado, cobra explicação de Lula e convoca o STF

Ministro do Supremo teve um diálogo com senador do DEM interceptado ilegalmente; ação é atribuída à Abin

http://txt4.estado.com.br/editorias/2008/08/31/pol-1.93.11.20080831.29.1.xml

Senado quer ação conjunta com STF contra grampos da Abin

Garibaldi Alves afirma que vai procurar presidente do STF para propor articulação entre Judiciário e Legislativo

http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac233688,0.htm

Oposição ameaça pedir impeachment do presidente Lula

http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac233825,0.htm

sexta-feira, agosto 29, 2008

quem é Lawrence ? 

by politsBURGER

No hilário resumo que o ministro Brito fez do balaio-de-gato e delírio jurídico que é o processo sobre a demarcação das reservas indígenas em Roraima há um detalhe interessante. No item 18, o relator comenta: "Passo a averbar que, nos dias 13, 14 e 16 do mês de maio do fluente ano[2008], também acorreram ao processo Lawrence Manly Harte e outros (petição nº 67.733)."

A pergunta imediata é: quem é esse tal de Lawrence? Ianomami,Xingú ou gringo da gringolândia?

Há quem diga que esse julgamento coroa um golpe iniciado há anos pelos Rockfeller, com o apoio de pastores evangélicos, conforme relata o livro " seja feita a sua vontade - a conquista da amazônia". De fato, a questão indígena teve impulso com a constituinte de 1987, quando Sting posava ao lado de caciques, e acabou incorporada à constituição de 1988, junto com as absurdas prerrogativas da OAB.

A questão se agravou com a assinatura pelo Brasil da declaração dos direitos dos povos indígenas, idiotice que os americanos, canadenses e australianos não cometeram, pois não querem um Kosovo em seus respectivos territórios.

De qualquer forma, repito, fica no ar a pergunta que não quer calar: quem é Lawrence?

quarta-feira, agosto 27, 2008

Molusco elogia presunto de banqueiro 

O Itaú foi um dos que mais contribuiu para a campanha do Molusco. Não é à toa que ele rasga elogios ao presunto de banqueiro. Curioso que, em 1989, quando não recebeu grana dos bancos, ele os condenava. Na beira do caixão, o Molusco não menciona os lucros antronômicos, outrora satanizados pelos petistas pré-mensalão. Nada como uma boa grana para suavizar os adjetivos.

Setubal foi um dos grandes empreendedores do País, diz Lula

http://www.estadao.com.br/economia/not_eco231842,0.htm?a

"Olavo Setubal foi um dos grandes empreendedores brasileiros do nosso tempo. Sempre acreditou que era possível construir um futuro melhor e, neste sentido, deu uma importante contribuição ao desenvolvimento do País, especialmente na área financeira."

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

domingo, agosto 24, 2008

O Brasil e seus atletas vira-latas 

Editorial olimpico politsBURGER

Os dez primeiros lugares na classificação geral das Olímpiadas de Pequim 2008 ficaram com os asiáticos e europeus, com a marcante presença de americanos e australianos. No caso do Brasil, mais uma vez, o desempenho nas Olimpíadas foi um vexame. Apesar da gigantesca delegação multicolorida, o quadro de medalhas é minúsculo e monocrômico – prevalece o bronze. Ficamos em 23º, pior que na última Olimpíada, e atrás da Etiópia (18º), Quênia (15º) e Jamaica (13º). Um verdadeiro Rubinho Olimpico.

Os outros paises sabem que as Olimpíadas são uma vitrine para a humanidade, onde fica clara a capacidade relativa de cada um, individual ou coletivamente, em esportes selecionados por consenso, em um Comitê Olímpico democrático, cujo funcionamento tem sido, de longe, o melhor entre todas as instituições multilaterais do momento. E exatamente por isso, muitos países, que poderiam levar grandes delegações como o Brasil, preferem levar poucos competidores. Levam somente aqueles que têm chances reais de trazer medalhas, os que são competitivos globalmente, os excelentes para os padrões do Olimpo. Traçaram uma estratégia para ficar bem colocados no placar geral. E isso significa medalhas de Ouro.

Exemplos são o Reino Unido entre os ricos e a Etiópia entre os pobres. Eles optaram por levar poucos mas impecáveis atletas. Ninguém viu australiana em ginástica olímpica, pois a especialidade deles é natação; e ninguém viu romenas no judô, pois os ciganos não sabem o que é isso. Somente as super-potências do esporte,como os EUA, a Rússia e a Alemanha, ousaram levar um grande número de atletas. Pois somente eles têm uma coleção de competidores excelentes em várias modalidades. Os atletas brasileiros que foram às Olímpiadas de Pequim parecem uma matilha de vira-latas perante as águias, lobos, ursos, leões e jaguares, selecionados a dedo para compor as respectivas delegações.

De fato, o Brasil optou por uma estratégia turística. Levou um bando de amadores para passear na China. Mesmo aqueles que, para os esqueléticos padrões esportivos da América Latina, eram considerados potenciais medalhistas, como Daiana e Diego; e mesmo naqueles esportes que o Brasil tem obrigação moral de ser ouro, como volei de praia feminino e futebol masculino, o desempenho foi pífio. No caso do volei de praia feminino, as duas duplas foram eliminadas, em sequencia, pela mesma dupla americana. E ainda perderam o bronze para as chinesas! No caso do futebol masculino, jogadores e comissão técnica deveriam ser expatriatos e ter seus passaportes e bens confiscados pelo fato de, não só terem perdido, mas terem perdido para Argentina de 3X0 com dois jogadores do lado brasileiro expulsos.

E a questão não é idade ou pobreza, pois na maratona feminina a campeã foi uma mulher da Romênia de 38 anos, que teve um sensacional primeiro lugar, chegando quase 2 minutos à frente da segunda colocada; e na natação feminina uma gatinha americana de 41 anos levou prata – não levou o ouro por 1 centésimo de segundo. E também na maratona feminina, ficou claro que pobreza não é fator determinante, pois o espetacular segundo lugar da atleta do Quênia mostra que há outros elementos que influenciam no resultado olímpico, como brio e patriotismo, além do preparo, da disciplina e da dedicação.

E foi exatamente a total falta de brios e patriotismo um dos determinantes do desempenho ridículo dos atletas brasilerios em Pequim. Os atletas de outros paises, quando perdem, entram em prantos em um quase-ritual de auto-flagelo. O chinês que queimou a largada e desistiu de participar da prova dos 110 m com barreiras simplesmente abandonou a carreira, deixando claro que ele tem vergonha na cara. Os brasileiros que perdem riem, acham bonito, acreditam que o simples fato de terem ido às olimpiadas já é uma medalha.

Os outros países mandam seus melhores, que dão o seu máximo e honram seu povo. O Brasil manda um amontoado de amadores que vão apenas passear e expor o país ao ridículo. O tão badalado Michel Phelps se comporta como Buttle, o cachorro do Dick Vigarista: Medalha! Medalha! Medalha! Ele participou de duas olímpiadas em uma única modalidade (natação) e somente ele tem mais medalhas de ouro que todas as delegações brasileiras desde 1932. Saiu de Pequim com 8 bolachas douradas penduradas no pescoço – igual à Itália (9º) e mais que a França (10º) na classificação geral. E Phelps quer mais. Os atletas brasileiros, por seu turno, trouxeram nas malas bugingangas falsificadas dos camelôs de Pequim - pois não têm dinheiro, sobrenome ou status para entrar nas lojas de grife de Milão, Paris ou Tóquio para comprar os originais.

As recentes declarações do nosso presidente de que Deus é brasileiro e de que somos abençoados com petróleo mostra o quão não merecemos ajuda divina. Afinal, os árabes têm petróleo antes de nós, bem como os ateus russos e noruegueses. A sapiência divina sabe a quem premiar, seja dentro ou fora do Olímpio.

A falta de brios de nossos atletas pode ser consequência dos incentivos equivocados. Há rumores que os atletas chineses que não subiram ao podium terão que trabalhar nas plantações de arroz ou nas minas de carvão; e os que ganharam medalhas, por terem levado a China à gloria olimpica, e em casa, terão as facilidades redobradas.

Talvez fosse o caso de retirar os patrocinios e mandar nossos atletas vira-latas limpar praia ou varrer rua, para que possam mostrar que ficaram envergonhados e querem se redimir do vexame ao qual submeteram a nação em rede mundial de telecomunicações. Isso certamente serviria de exemplo para os próximos a se empenharem para representar o país de forma impecável e vitoriosa, trazendo medalhas de ouro nas modalidades que forem competir. Ou simplesmente não ir competir.

Aos atletas, caberia buscar parceria e apoio, colocar a boca no trombone, particularmente agora que os microfones estão abertos. Aos organizadores, caberia coordenar os atletas, bem como dá-lhes suporte antes da atuação. Os membros do Comitê Olímpico Brasilerio (COB) só pensam em marketing, mas esquecem do financiamento dos atletas e do treinamento. Isso é essencial para que a Olimpíada de 2016 não se torne outra Olim-piada, dentro ou fora de casa.

sexta-feira, agosto 22, 2008

vai faltar pré-sal ! 

Editorial politsBURGER

De repente o Molusco lançou o "pré-sal zero", ou seja, um programa para erradicar a falta de acesso aos recursos das reservas de gás e petróleo da camada pré-sal, nos moldes do fome zero.

Além das dificuldades técnicas muito bem colocadas pelo Estadão e pelo Roberto Macedo (ver posts abaixo), e dos embates políticos, a postura do Molusco de acabar com tudo o que ele acha que é problema relevante e dívida histórica, deixam claro que vai faltar petróleo do pré-sal.

Primeiro, tem que gastar uma fortuna em máquinas, equipamentos e pessoal para extrair gás e petróleo. Depois, tem que remunerar os acionistas da petrobrás. Em seguida, vem o quinhão do tesouro. Aí vem a grana dos royalties dos estados e municípios das áreas onde estão os restos de dinossauro. E talvez os super-salários e os super-custos da maior e mais perdulária estatal de todos os tempos, a petrosal, empresa a ser criada para transformar os petistas em xeiques dos trópicos.

O que sobrar disso será repartido para saúde, educação, erradicação de miséria, e, claro, para as ONGs, sindicatos, índios, negros, mulatos, mamelucos, cafusos e demais injustiçados históricos; e para financiamento de campanha do candidato escolhido pela República Sindical à presidencia em 2009.

A coisa pode piorar, pois o Molusco cogita lançar títulos para antecipar receita, e com essa grana, retirar o mar de riquesa. Afinal, a grana para a campanha da Dilma tem que entrar no caixa já em 2009. Aí tem que debitar a taxa de desconto intertemporal pela antecipação de receita, as taxas de corretagem, as taxas administrativas, e as taxas federais, estaduais e municipais. E também as campanhas publicitárias, os patrocínios ao esporte, à cultura, às artes, ao artesado, ao etc.

Alguém tem que lembrar os invertebrados de Brasília que a riquesa estimada é de 5 a 7 trilhões de reais, algo como meio PIB do Japão, só porque o preço do petróleo chegou até onde nenhum outro preço de petróleo jamais foi. Se ele baixar, o país corre o risco de passar para a história como devedor, caso opte por antecipar receitas.

Ou seja, a lista dos que querem uma fatia do bolo está crescendo. Mas o bolo ainda nem foi colocado no forno, simplesmente porque ainda nem tem forno !

O circo do pré-sal 

Mais uma vez o Estadão, através de seus excelentes editoriais, mostra que é uma das poucas vozes lúcidas da mídia brasileira - a outra vem do Valor. Tocou no ponto fundamental de maneira irretocável. Parabéns ao Estadão.

O circo do pré-sal
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080822/not_imp228642,0.php

O presidente Lula nega que já tenha decidido criar uma nova estatal para administrar a exploração do petróleo do chamado pré-sal, a 7 mil metros de profundidade e a mais de 200 quilômetros da costa. Segundo ele, a questão continua em discussão no governo. É certo, de toda forma, que o setor terá um segundo marco regulatório. O atual, que data de 1997, ficará restrito às reservas que se poderiam chamar de convencionais e para os 11 blocos em águas ultraprofundas já licitados. Nele, a União, por meio da Agência Nacional do Petróleo (ANP), concede a exploração em troca de royalties e participações. O outro modelo previsto é o da partilha de produção, em que o lucro é dividido em partes desiguais entre o Estado e as empresas escolhidas. Lula não se cansa de afirmar que as riquezas do pré-sal servirão para financiar a educação e "acabar definitivamente com a pobreza".

Ou seja, o presidente cujo mandato termina em 2010 já sabe onde gastar os lucros que não sabe de quanto serão, de uma operação de extrema complexidade que ninguém sabe quando começará, nem o que custará, muito menos como será financiada - e se terá o sucesso desejado. Mas o circo do pré-sal já está armado. No dia 2 de setembro, ao que se divulgou, Lula se exibirá ao País com as mãos sujas do óleo do Campo de Jubarte. Pouco importa que se trate de uma extração experimental. O que lhe importa, para fazer de quem queira o seu sucessor, é aparecer e reaparecer como o responsável pela criação de uma riqueza de proporções fenomenais, que, nas suas palavras, "acabará definitivamente com a pobreza" no Brasil. Assombra a desenvoltura com que o presidente se põe a manipular uma questão desse calibre no mais estratégico dos setores - o da energia - em qualquer nação do mundo.

Além disso, e não bastasse a irresponsabilidade de dar como inexorável o advento de uma realidade redentora que durante anos permanecerá confinada à esfera das expectativas, o governo parece absolutamente seguro de que não ficará à míngua de parceiros privados, mesmo com o retrocesso embutido na mudança do marco regulatório. Sem mencionar que Lula poderá, finalmente, decidir pela criação de uma estatal nos moldes da norueguesa Petoro, como controladora dos contratos de exploração do pré-sal e instrumento de gestão da riqueza petrolífera. Na verdade, o Planalto não tem a mais remota idéia de quais serão os efeitos de uma coisa e outra sobre os potenciais investidores estrangeiros e as empresas que têm operado no Brasil, nos últimos anos, em parcerias com a Petrobrás, no bem-sucedido regime de concessões. Esse modelo foi o que tornou possível elevar de 5% para 11% a participação do setor no PIB nacional. A retração é cenário possível - se não provável.

Tanto pior. Se o pré-sal for de fato o que se augura, com os desafios operacionais comensuráveis, o custo de sua exploração excederá a capacidade de o governo comparecer com os recursos próprios requeridos, a menos que ponha todos os ovos no mesmo cesto. A estatal norueguesa Petoro, que seria o modelo para uma eventual Petrosal, começou a operar com recursos substanciais herdados de um fundo de petróleo. Graças a isso, desde sempre teve condições de bancar a sua parte nos empreendimentos com as multinacionais a que se associou. O Planalto poderia emitir títulos lastreados nas riquezas a serem exploradas. Nessa hipótese, porém, os recursos obtidos com a securitização das reservas do pré-sal teriam de ser usados só para financiar a exploração e a produção do petróleo - e o governo, durante longo tempo, não poderia dispor à vontade dos tesouros que espera tirar de profundezas abissalmente maiores do que aquelas em que jaz o petróleo da Noruega.

O dilema simplesmente não existiria se, com eventuais ajustes no modelo em vigor, a Petrobrás assumisse o pré-sal, com a competência conhecida, sob o controle da Agência Nacional do Petróleo. Mas, ao que se informa, Lula não quer aumentar a lucratividade dos acionistas privados da empresa, sob a alegação, entre outras, de serem americanos a maioria deles. Se esse é o problema, nada mais simples, no entanto, do que aumentar a níveis "seguros" - de 40% para 60% - a participação do Estado na estrutura acionária da empresa. Para tanto, basta uma assembléia de acionistas. E o Tesouro continuará a se beneficiar dos ganhos da Petrobrás.

quinta-feira, agosto 21, 2008

A Petrosal e o bacalhau da Noruega 

Como disse o polits ontem, está em andamento uma estratégia eleitoreira para gerenciamento de reservas de petróleo.

p.s. Gostei da idéia do workfare state no lugar do welfare state.


Quinta-Feira, 21 de Agosto de 2008 Versão Impressa

A Petrosal e o bacalhau da Noruega

Roberto Macedo, economista (USP), com doutorado pela Universidade Harvard (EUA), pesquisador da Fipe-USP e professor associado à Faap, foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080821/not_imp227939,0.php

Os jornais de ontem informaram que ganhou força no governo federal a idéia de criar nova empresa estatal para administrar, dentro de novo marco regulatório, os ganhos com a exploração do petróleo na tal camada do pré-sal, uma reserva que se estima de grandes proporções, localizada em área de faixa litorânea que vai do Estado de Santa Catarina ao do Espírito Santo.

Na terça-feira houve reunião do grupo governamental que examina o assunto. No que vazou do encontro, houve quem afirmasse que o presidente Lula já decidiu que levará adiante essa idéia e que, doravante, será trabalho de seus auxiliares viabilizá-la em termos políticos, legais e administrativos.

O marco regulatório atual segue o regime de concessões, em que Agência Nacional do Petróleo (ANP) leiloa o direito de explorar determinada área. Se há a descoberta, ela pertence a quem achou e o governo é remunerado com royalties, na base de 10% sobre o valor da produção e de uma "participação especial" de 30% sobre a diferença entre esse valor e o custo de produção acrescido dos royalties, conforme explicou ontem este jornal.

As informações indicam que a opção do governo será pelo modelo de partilha de produção, cujo lucro (receita menos custos de produção) seria dividido entre o governo e as empresas parceiras, com ele levando a maior parte, em porcentual a definir.

Quanto ao que o governo faria com o dinheiro é que entra o chamado "modelo norueguês", também noticiado como preferido. Nesse modelo, uma empresa estatal, a Petoro, com apenas 60 empregados, administra contratos com empresas petrolíferas e destina os ganhos a um fundo cuja finalidade é assegurar recursos para o sistema estatal de previdência. Depois de completado o dinheiro que este gasta com seus beneficiários, o restante é investido de modo a garantir recursos para o futuro, em particular porque em algum momento as reservas se esgotarão, e permanecerá a conta dos benefícios. É como um sistema previdenciário em regime de capitalização, em que a Petoro entra como um forte contribuinte adicional.

Na imprensa, a Petoro à brasileira já é chamada de Petrosal. É apenas um nome que, neste estágio, serve para sintetizar toda essa descrição. Aqui, a destinação de recursos cogitada seria o financiamento da educação (muito bem!), mas o noticiário de ontem também fala de "erradicar a miséria" e "beneficiar o povo", o que cheira a programas assistencialistas e eleitoreiros, com seus riscos de gerar famílias de petrodependentes.

Aliás, já que o governo busca experiências internacionais, seria interessante que olhasse também a evolução do chamado "welfare State" - de programas de bem-estar social custeados pelo Estado, muitas vezes sem contrapartida do beneficiário - para uma nova vertente, chamada de "workfare State", em que essa contrapartida é exigida na forma de trabalho de interesse das comunidades onde residem os beneficiários.

A criação da Petrosal ainda está longe de bem justificada. Em particular, por que o governo não quer manter também nesse caso o sistema de concessões? A área do pré-sal está agora valorizada com as descobertas, o que elevará seu preço nos leilões, e o governo também poderia aumentar o que cobra a título de royalties e da referida "participação especial".

Os interesses econômicos que giram dentro e no entorno de muitos políticos fazem com que fiquem babando, de tanta água na boca, diante da perspectiva de cargos e de influências sobre contratos, antes e depois de cada um, ao sonharem com a Petrosal.

Aliás, esses e outros sonhos são tão intensos que, num viajar na maionese, pouco se fala sobre as enormes dificuldades tecnológicas, operacionais, legislativas, regulatórias, administrativas e de financiamento da dificílima empreitada de tirar o petróleo das enormes profundezas em que se encontra. Como economista, assustam-me particularmente as cifras sobre a necessidade de centenas de bilhões de dólares de financiamentos, bem como as menções às dificuldades do lado da oferta de plataformas, navios, máquinas, equipamentos e mão-de-obra qualificada. Ou seja, em lugar de concentrar o empenho em como tirar o petróleo de onde está, e com muita atenção à salgada conta do pré-sal, gordos olhos se voltam para a "distribuição do excedente", para usar expressão familiar a certas áreas do governo.

Outra inquietação na mesma linha está na possibilidade de que as reservas do pré-sal sejam contínuas, no todo ou em grandes segmentos, de tal forma que diferentes contratos levarão à retirada de um mesmo poço, como um único coco com sua água sugada por vários canudinhos e seus donos. E, nesse contexto, como conviveriam empresas em regime de concessão com as que seriam contratadas pela Petrosal? Vai ser preciso muita gente criativa e competente para dar conta de tanta regulação.

Como tudo parece fluir para o tal modelo norueguês, é preciso trabalhar desde já com a hipótese de que seja adotado e degenerado no Brasil. Assim, mesmo antes de começar a Petrosal o País deve cobrar de seus governantes que ela seja uma efetiva cópia da Petoro na sua parte administrativa, com seu número de funcionários limitado a 60. Vamos ver. O que acha o leitor?

Até aqui a Noruega é mais famosa no Brasil pelo seu bacalhau, cujo processo produtivo, que envolve o pré-sal e o pós-sal, leva a um peixe prensado, seco e magro, lembrado pelo perfil da Petoro. Aqui, se mal copiado, é enorme o risco de que a Petrosal, esse novo peixe nacional, não seja bem preservado no meio ambiente político do País. E venha também a cheirar mal, como vários outros entes governamentais.

quarta-feira, agosto 20, 2008

marketing vence economia 

Os marketeiros políticos do Planalto são, de fato, o fiel da balança das decisões. Apensar de vários estudos mostrando os impactos econômicos negativos de uma licença maternidade de 6 meses, as pesquisas qualitativas indicam que o impacto positivo desta medida sobre as eleitoras é grande.

Como o objetivo sempre foi, é e continuará sendo a perpetuação no poder da República Sindical, a opinião dos marketeiros prevaleceu em relação à dos economistas. E assim também foi, é e continuará sendo com relação a petróleo, juros, câmbio, inflação, alimentos, biocumbustíveis, infra-estrutura, etc, etc, etc.

Será feito somente o que for garantir popularidade e maximizar probalidade de votos de correligionários. O resto, supostamente impopular, fica para um sucessor da oposição fazer.


quarta-feira, 20 de agosto de 2008, 10:58 Online

Lula decide aprovar licença-maternidade de seis meses

Informação é do ministro Mantega; na última terça, Fazenda recomendou veto por causa do custo do projeto

http://www.estadao.com.br/economia/not_eco227496,0.htm

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não vetar o projeto que amplia a licença-maternidade de quatro para seis meses. Mantega disse que, como ministro da Fazenda, cabe a ele informar ao presidente o impacto fiscal da medida e lembrou que o governo sempre é cobrado para reduzir seus gastos. Mas, o ministro destacou que o presidente considerou que a medida é socialmente importante e resolveu arcar com o custo que é estimado pela Fazenda em R$ 800 milhões por ano. (...)

pré-sal e sucessão presidencial 

O Molusco vai criar a Petrosal - a estatal do petróleo para gerenciar as mega-reservas de petróleo da camada pré-sal.

A empresa será composta exclusivamente por petistas, que seguirão as instruções dos marketeiros políticos para usá-la para fins eleitoreiros. Com os bordões "o petróleo é nosso" e "a riqueza do petróleo vai para educação e erradicação da miséria ", supostamente seguindo o modelo norueguês, o Molusco tenta fazer Dilma, a mãe do PAC, cair no gosto popular e, quem sabe, vir a ser sua sucessora.

Vamos ver no que vai dar essa estratégia eleitoreira para gerenciamento de reservas de petróleo.


Lula decide criar nova estatal para explorar o pré-sal

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u435536.shtml

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em reunião com presidentes e líderes de partidos aliados que criará uma nova estatal para cuidar apenas das reservas de petróleo da camada pré-sal ainda não leiloadas.

Segundo participantes do encontro, Lula afirmou já ter decidido que é necessária uma empresa só para cuidar do assunto. Além disso, o presidente planeja usar os recursos da extração futura do petróleo do pré-sal para combater a pobreza e investir em educação.

A Folha apurou que Lula usou a reunião do conselho político para tentar desarmar eventuais resistências à proposta de novo marco regulatório e angariar apoio para a criação de uma nova estatal. Ele tem dito em conversas reservadas que não recuará por causa de críticas da oposição, do mercado financeiro e de acionistas minoritários da Petrobras.

Lula usará o pré-sal para fortalecer sua liderança política e tentar eleger o sucessor ou sucessora em 2010. Ele quer fixar no seu governo um novo marco regulatório, embora a exploração em larga escala do pré-sal só deva ocorrer em quatro ou cinco anos.

Estatal e fundo soberano

O governo não deverá enfrentar dificuldades para aprovar no Congresso a criação de uma nova estatal para cuidar da exploração do petróleo na camada pré-sal.

A iniciativa depende de projeto de lei ordinário, que exige um quórum mínimo para ser aprovado. Contudo, o governo também pode optar por encaminhar ao Congresso uma medida provisória.

O governo estuda criar um fundo soberano com recursos investidos no exterior para gerir a receita proveniente dos lucros do petróleo do pré-sal. O modelo tem como base a adoção de fundos pela maioria dos países produtores de petróleo.

Segundo o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), o modelo foi discutido na comissão interministerial criada para estudar mudanças na exploração do petróleo na área do pré-sal.

Com a criação do fundo, o dinheiro do petróleo poderia ser usado para diminuir o déficit do país, já que parte do montante seria aplicada no exterior.

domingo, agosto 17, 2008

perfil dos candidatos a prefeito e vereador 

Domingo, 17 de Agosto de 2008 Versão Impressa

A submissão do Parlamento
Gaudêncio Torquato

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080817/not_imp225509,0.php

O País renovará, em outubro, a base do seu edifício político, ao eleger 51 mil vereadores e 5.665 prefeitos dentre um total de cerca de 400 mil candidatos. A renovação (?) se dará sobre uma argamassa cultural-educativa com a seguinte composição: 24% dos pleiteantes não têm o ensino fundamental completo, 27,4% contam com o ensino médio, 15,8% apresentam diploma superior e 4,9% sabem apenas ler e escrever. No país urbano, como é o Brasil, os agricultores compõem a maioria dos candidatos, seguidos de comerciantes e servidores públicos. (...)

sexta-feira, agosto 15, 2008

Soros aposta na Petrobrás 

Como ele é um capitalista ferrenho e neoliberal, nesse mato tem coelho. No momento em que as ações da Petrobrás fecham em baixa, os preços do petróleo dão uma recuada, e Lobão Girafales e Dilma do 71 tentam criar criar a Petrosal, sob os auspícios de Lula Molusco - certamente inspirado em Morales Inhonho e Hugo Chavez - Soros Barriga, o dono do condomínio, vender tudo que tem de Vale e apostar na Petrobrás sugere que o negócio é prá lá de bom.

De certa forma, isso tranquiliza os acionistas da Petrobrás, que se sentiram ameaçados com o anúncio de criação da Petrosal. Afinal, se a Petrosal tiver a função sueca que o Molusco diz que vai ter, os recursos do petróleo encontrados na camada pré sal podem até ter um bom destino, como educação, infra-estrutura e tecnologia.


Soros aposta 22% do seu fundo na Petrobras e abre mão da Vale

Investidor compra US$ 811 mi em ações da estatal e informou que não tem mais papéis da mineradora

http://www.estadao.com.br/economia/not_eco224487,0.htm

Ações da Petrobras aceleram queda com petróleo em baixa

Queda ultrapassa 3%; fortalecimento do dólar lá fora e sinais de desaceleração da economia global são causas

http://www.estadao.com.br/economia/not_eco224560,0.htm

Múltis atacam mudança no petróleo

Empresas questionam "nacionalismos" e prevêem atraso nos investimentos, com prejuízo para as descobertas

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080815/not_imp224239,0.php

segunda-feira, agosto 11, 2008

é o fim da Amazônia (2) 

Este email vem circulando na internet ha algum tempo. Não me parece um relato de todo absurdo.

As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.

Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.

Para começar o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense, pra falar a verdade, acho que a proporção é de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto falta uma identidade com a terra. Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro. Se não for funcionário público a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo. Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do Território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%, descontando-se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades. (Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 km) existe um trecho de aproximadamente 200 km reserva indígena Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados.

Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.

Detalhe: Americanos entram na hora que quiserem, se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem-se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerds com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas pasme, se você quiser montar um empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí camu-camu etc., medicinais, ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...

Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: É os americanos vão acabar tomando a Amazônia e em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:

'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.

A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo objetivos de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem Estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático)... Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares.

Pergunto inocentemente às pessoas; porque os americanos querem tanto proteger os índios. A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animais e vegetais, da abundância de água são extremamente ricas em ouro (encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO.

Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de Socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa. É pessoal, saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho. Um grande abraço a todos. Será que podemos fazer alguma coisa???

Acho que sim.

Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos.

domingo, agosto 10, 2008

é o fim da Amazônia 

O politsBURGER vem denuciando sistemáticamente as ações do Molusco Acéfalo para destruir a Amazônia, como pode-se ler nos posts de 01/08/04, 25/05/05, 07/05/07, 16/09/07, 23/01/08, 24/04/08, 21/05/08 e 06/06/08.

Como Minc foi nomeado apenas para fazer a alegria da mída através de suas espalhafatosas performances, ele não teve a dignidade de se demitir. Mas qualquer ministro do meio ambiente com vegonha na cara teria se demitido ao não ser consultado para a tomada de uma decisão desta importância.

Efetivamente, como bem ressalta o Estadão no Editorial abaixo, a regulamentação de áreas apropriadas irregularmente é o fim da Amazônia.

estímulo à grilagem e a fraudes 

Domingo, 10 de Agosto de 2008 Versão Impressa

Lei perigosa para a floresta

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080810/not_imp220899,0.php

A venda de terras da União a seus ocupantes irregulares, na Amazônia, poderá ser feita não apenas sem licitação, até o limite de 1.500 hectares, mas também sem observância de zoneamento ecológico-econômico. A referência ao zoneamento foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao sancionar, em 1º de agosto, a lei sobre regularização da posse daquelas áreas. O veto, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, foi inesperado, "mas não chega a representar um desastre ecológico". Poderia o ministro, sem criar um conflito com o presidente, apresentar uma avaliação menos otimista, especialmente depois de ser surpreendido pela decisão? A versão final da Lei 11.763 tem as assinaturas do presidente Lula e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. O responsável pela defesa ambiental não foi chamado para assinar nem para opinar. Esse absurdo não é uma "distração" nesse governo. É quase uma norma.

A origem dessa lei é a Medida Provisória (MP) 422, editada por proposta do ministro do Desenvolvimento Agrário. A MP, com apenas dois artigos, aumentou para 15 módulos fiscais (até 1.500 hectares), na Amazônia Legal, a extensão-limite de cada área passível de venda sem licitação a seus ocupantes. O limite anterior correspondia a 500 hectares. O objetivo, segundo a justificativa apresentada pelo ministro, era ampliar a regularização fundiária na região, tornando as áreas mais compatíveis "com a realidade" amazônica.

A MP foi qualificada por ambientalistas, políticos da região e outros conhecedores da Amazônia como um incentivo a mais à ação de grileiros, embora a iniciativa fosse oficialmente apresentada como destinada a combater a grilagem de terras públicas e a conter o desmatamento.

Como o Código Florestal determina uma área de conservação de 80%, no mínimo, em propriedades situadas em florestas da Amazônia Legal, a regularização teria um alcance limitado, segundo o ministro Cassel, se os limites antigos fossem mantidos. A área utilizável não passaria, nos casos-limite, de 100 hectares. Com a mudança, poderá chegar a 300 hectares.

Esse argumento pode ter sentido, mas nem por isso a venda sem licitação deixaria de ser, como afirmaram os críticos, um estímulo à grilagem e a fraudes. Além do mais, o controle do desmatamento se torna muito mais complicado sem uma regulação precisa de como os ocupantes poderão usar as terras compradas da União.

Na Câmara, o relator da MP, deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), acrescentou ao texto um inciso: a venda ficaria "condicionada à observância das limitações do Zoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal ou dos Estados que a integram". Esse dispositivo foi mantido no texto final do projeto de conversão aprovado pelo Congresso, mas foi vetado pelo presidente Lula por ser contrário, segundo ele, ao interesse público.

Segundo a justificativa do veto, a exigência do zoneamento limitaria a regularização fundiária a apenas 7,5% do território da Amazônia Legal. Nove Estados compõem a região e somente Acre e Rondônia concluíram o zoneamento. A exigência acrescentada ao texto da MP retardaria a legalização da posse das terras, de acordo com o argumento oficial.

Posseiros ocupam 420 mil quilômetros quadrados do território da Amazônia, segundo o Incra. Isso corresponde a 8,4% do total. Será possível enquadrar no zoneamento a exploração dessas terras, depois de regularizada sua posse? Os governos estaduais tentarão apressar os estudos de zoneamento, se o problema da legalização fundiária tiver sido resolvido ou estiver próximo de uma solução?

Segundo o ministro do Meio Ambiente, a exploração das terras ficará sujeita pelo menos à preservação de 80% das áreas, quando localizadas em florestas. É uma notável manifestação de otimismo, especialmente quando se leva em conta a escassez de pessoal para fiscalização e de recursos materiais à sua disposição.

O zoneamento daria ao governo um instrumento a mais para o controle do uso daquelas terras, porque envolveria a regulamentação da atividade agropecuária. Ao vetar aquele dispositivo, o presidente Lula tomou uma decisão de alto risco. Em vez de resolver, poderá multiplicar os problemas ligados à ocupação descontrolada e predatória da Amazônia.

quarta-feira, agosto 06, 2008

a tragédia do ENADE 

Sob a batuda do Molusco pescador, o ministério da Educação constata, através do método de avaliação que o próprio Molusco criou, que o ensino superior no Brasil só está piorando.

Este é apenas um dos resultados por autorizar a criação de cursos sem as mínimas condiçoes. Os outros são as dívidas impagáveis com a CEF via PROUNI e FIES, e os péssimos profissionais que estão sendo diplomados - como bem mostram as altíssimas taxas de reprovação nos exames relativamente simples da OAB e do CFM.

Tudo isso porque venceu o lobby das instituições de ensino picaretas, que articularam para que os critério de titulação e avaliação fossem afrouxados. Deu no que deu !


quarta-feira, 6 de agosto de 2008, 16:40 Online

MEC vai fazer vistoria em 508 cursos com baixa nota no Enade

Os cursos que obtiveram conceito preliminar de três ou mais são dispensados da visita da comissão de avaliação

http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid218734,0.htm

O resultado do Exame Nacional do Desempenho do Estudante (Enade), divulgado pelo MEC, mostra que 508 cursos não conseguiram ir além de notas 1 e 2 no Conceito Preliminar do Curso (CPC), o novo instrumento utilizado pelo ministério para avaliar as instituições.

O CPC une os resultados da prova do Enade com outros dados levantados pelo MEC no Censo do Ensino Superior e no questionário sócio-econômico que os próprios estudantes preenchem ao fazer a prova. É, segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, um avanço pedido pelas instituições e pelos próprios estudantes, que consideravam a avaliação do ensino superior muito baseada nos resultados obtidos pelos alunos.

Quando se desconsidera o novo conceito criado pelo MEC e se analisa apenas o conceito Enade - a nota da prova simples, calculada em cima da média obtida pelos alunos - o resultado fica ainda pior que as 508 escolas que passarão por supervisão. São 722 com Enade 1 e 2, ou 33,9% dos 2.128 cursos avaliados e que tiveram conceitos válidos publicados. Mais do que isso, o resultado é muito pior do que há três anos, quando essa mesma área foi avaliada pela primeira vez.

Na época, com 1.427 cursos com conceitos válidos, os cursos com Enade 1 e 2 eram apenas 10,4% do total. Em três anos, o número de cursos que participam de todas as fases do Enade cresceu 50%, o que já parece muito. Mas a proporção de cursos ruins triplicou.

Essa é a segunda vez que a área de ciências agrárias e da saúde é avaliada. O sistema de avaliação criado pelo MEC prevê uma avaliação a cada três anos. Enfermagem, por exemplo, tinha apenas 196 cursos avaliados em 2004. Agora, são 540, a maior área do Enade este ano. Desses, 104 são ruins.

Lorotas de um Molusco pescador 

Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2008 Versão Impressa

Oportunidade perdida

João Lara Mesquita

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080806/not_imp218284,0.php

Dia 29 último, o presidente Lula assinou nova medida provisória, transformando a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca em Ministério.

Para anunciar, soltou a verve. E perdeu uma boa chance de ficar calado. Seu discurso atropelou o bom senso. Como assinalou este jornal, no editorial Outro Ministério dispensável (31/7, A3), "falando como pescador - como se o hobby o tivesse transformado num especialista em piscicultura", Lula lançou o Mais Pesca e Aqüicultura, plano de desenvolvimento sustentável 2008/2011. O projeto visa a dobrar a produção de pescado e gerar mais de 1 milhão de empregos, por meio da construção de novos terminais marítimos; abrir linhas de crédito para implantação de projetos de criação de peixes, mariscos e crustáceos, e para que pescadores possam adquirir novos barcos. Lula disse algumas pérolas que merecem comentários. Por exemplo, "chega de estupidez: aquela imensidão do Lago de Itaipu, agora que nós começamos a criar pacu, mesmo assim nos proibiram de colocar lá a tilápia".

Proferiu nova impropriedade quando afirmou ser "uma vergonha um país com um litoral extenso como o Brasil, e com 190 milhões de habitantes, só produzir 1 milhão de toneladas de pescado por ano, enquanto o Peru, que é bem menor e possui uma população de 27 milhões de habitantes, pesca nove vezes mais, ou seja, 9 milhões de toneladas/ano".

Para finalizar, arrematou: "Da mesma forma que a gente faz a reforma agrária na terra, é fazer uma reforma aquária, na água."

Presidente, esqueça a reforma, por favor. Nossos mares não suportariam mais esta brutalidade.

Em recente viagem de trabalho ao longo da costa brasileira, quando produzi a série de documentários Mar Sem Fim, para a TV Cultura (90 episódios e dois anos no ar), entrevistei mais de 40 especialistas entre as universidades dos 17 Estados costeiros. Quando eu os questionava sobre os problemas da nossa costa e do nosso mar, muitos causados pelo poder público, uma crítica quase unânime foi: "O governo federal e os governos estaduais não nos procuram, não nos ouvem..."

Ouça o que eles têm a dizer, presidente, e saberá que foi impedido de colocar tilápias no Lago de Itaipu porque a introdução de organismos exóticos, como essa agressiva espécie africana, é a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta.

Também aprendi que o maior problema para a vida marinha é a poluição causada pelo esgoto não tratado. No mundo inteiro é assim. Diariamente são despejados 2 milhões de toneladas de esgoto nos oceanos. Aqui, no Brasil, "60% da população não tem acesso à rede coletora de esgotos, e apenas 20% do esgoto gerado no país recebe algum tipo de tratamento" (Atlas de Saneamento do IBGE). A coleta de lixo é menos ruim, embora a pesquisa indique que "63,3% dos municípios depositam seus rejeitos em lixões a céu aberto, sem tratamento algum". Lembre-se, presidente, das copiosas chuvas deste país tropical.

Elas também caem nos municípios costeiros, onde a densidade média é de 87 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto a média nacional é de 17 habitantes.

Aonde o senhor supõe que o sopão mortal vai parar?

No mar, é claro. Nem por isso seu governo investe em saneamento básico. Em 2004 o montante foi menor que o valor do Aerolula. Este custou para os cofres públicos US$ 46,7 milhões, mas para saneamento básico, no mesmo ano, o senhor destinou apenas R$ 53,6 milhões. Assim não dá. Nem os bagres resistem.

Outra coisa que aprendi é que nossos mares são pobres em biomassa pesqueira, porque cerca de 60% a 70% de nossa costa fica na zona tropical, de águas quentes, pobres em nutrientes. E peixes também têm de se alimentar.

O Peru é uma potência mundial na pesca porque em sua costa ocorre um fenômeno físico chamado "ressurgência", de proporções gigantescas, um dos maiores no mundo. Ele se caracteriza pelo afloramento de águas profundas, geralmente ricas em nutrientes. O resultado é a alta produtividade pesqueira. Nada tem que ver com o "tamanho do país", ou a "quantidade de seus habitantes".

O senhor ainda disse que "milhares de toneladas de peixes são desperdiçados porque muitos só se interessam pelo camarão". É verdade. O dado preciso, de acordo com a FAO, é que anualmente 20 milhões de toneladas de peixes são devolvidos ao mar, mortos.

Eles são o que os especialistas chamam de "fauna acompanhante". Peixes que são puxados fora da água, pelas redes de arrasto, muitas delas de camarão, como o senhor falou. Esta modalidade é tão danosa ao ambiente marinho que já há países defendendo na ONU uma moratória. Mas, no Brasil, a pesca de arrasto é praticada até próximo da zona de arrebentação, colada às praias, o que é proibido. E o Ibama, a quem compete fiscalizar, não tem sequer um barco para atuar. Porque o senhor não libera recursos para que o órgão possa cumprir sua função. Caso tenha esquecido, deixe-me lembrá-lo: em 2006 o total das despesas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) equivaleu a 0,13% do Orçamento da União para o mesmo período. Como fiscalizar nossa biodiversidade, continental e marítima, num país desta proporção, com uma marreca dessas?

Pelo mesmo motivo as Unidades de Conservação da zona costeira, onde começa grande parte da cadeia de vida marinha, estão ao deus-dará. Não receberam recursos para indenizar os antigos proprietários, para o plano de manejo, para as equipes e suas necessidades básicas. De acordo com a ONG Conservation International, "em 2000 o MMA gastava cerca de 42 reais por hectare de área protegida. Hoje gastam-se 39 reais por hectare, uma redução de 7%".

"Reforma aquária"? Que tal, antes, fazer a lição de casa?

João Lara Mesquita, jornalista, é autor do livro O Basil Visto
do Mar Sem Fim, publicado pelas editoras Albatroz, Loqui e Terceiro Nome

terça-feira, agosto 05, 2008

MITO acusa Pequim e não apoia Dilma 

O MITO (Movimento Islâmico do Turquestão Oriental)acusou Pequim de 'reprimir, isolar e caluniar' o povo uigur, mas nenhum dos seus membros declarou apoio a Dilma presidente 2010.

Banaca mesmo é uma notícia destas sair na seção de Esportes !


Terça-feira, 05 de agosto de 2008, 04:31 Online

Grupo separatista nega autoria de atentado na China

Movimento acusa governo chinês de 'reprimir, isolar e caluniar' o povo uigur

http://www.estadao.com.br/esportes/pequim2008/not_esp217717,0.shtm

O Movimento Islâmico do Turquestão Oriental (Etim, na sigla em inglês) negou a autoria do ataque cometido na segunda-feira, 4, contra um posto policial em Xinjiang e acusou Pequim de "reprimir, isolar e caluniar" o povo uigur. O governo chinês acredita que o grupo está por trás do suposto atentado terrorista.

"Não acho que se trate de um complô terrorista", afirmou Dilxadi Rexiti, porta-voz no exílio do Centro de Informação do Turquestão Oriental, citado nesta terça-feira, 5, pelo jornal South China Morning Post.

"Trata-se de uma luta armada, e é a resposta à persistente repressão do governo chinês na região", declarou Rexiti. Neste sentido, assegurou que acusar pelo ataque o Etim "não tem fundamento".

Rexiti lamentou o atentado cometido em Kashgar, no qual dois homens lançaram um caminhão contra um grupo de policiais e posteriormente os atacaram com artefatos explosivos caseiros e facas, matando 16 agentes e deixando outros 16 feridos, segundo informou a agência oficial Xinhua.

"Lamentamos o ocorrido, e estamos muito preocupados, pois vemos que a repressão das autoridades chinesas obrigou os uigures, amantes da paz, a adotar o caminho da luta armada contra as autoridades", afirmou.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Dilma sem apoio externo 

Os uigures - mulçumanos, de etinia indo-européia e língua turcomana - dominam a reigão chinesa de Xinjiang - rica em gás e petróleo - e acusam os chineses de os colonizarem culturalmente. Tentam se fazer ouvir via atentados às vesperas dos jogos olímpicos e querem a independência da região para criar uma nova república centro asiática, na fronteira com o Tadjiquistão.

Segundo relatos de transeuntes que passavam pela antiga rota da seda, até o fechamento desta matéria, dentre os povos citados aqui citados - uigures, tadjiques, chineses, turcomanos e indo-europeus - nenhum apoia Dilma para presidente.


Atentado contra delegacia na China mata 16 policiais

Ataque acontece 4 dias antes do início dos Jogos; governo diz que grupos separatistas são uma ameaça

http://www.estadao.com.br/esportes/pequim2008/not_esp216905,0.shtm

o poder infinito do MST 

De fato, algo que não existe juridicamente é quem tomas as decisões. Uma organização clandestina infiltrada numa autarquia passa a influenciar mais que Ministérios; e a FUNAI, ao demarcar terras como bem entende via portarias criadas com base em estudos antorpológicos, passa a ter mais poder que o parlamento, e mais autoridade que a constituição.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080804/not_imp216977,0.php

(...) O problema da "institucionalização" do Pronera é que ele abre caminho para a justaposição de competências e de gastos da União com ensino superior. A responsabilidade pelo setor é do Ministério da Educação, que já destina a maior parte de seu orçamento para as universidades federais. Se o Pronera for "institucionalizado", seriam mais recursos para a educação superior pública, só que sob responsabilidade do Incra, um órgão do segundo escalão que nada tem a ver com a área de ensino.

E o MST, uma entidade sem personalidade jurídica - e, portanto, irresponsável -, passaria a dispor de uma estrutura de ensino superior, custeada pelo contribuinte.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080804/not_imp217040,0.php

(...) há hoje uma tendência antropológica e política de fazer outra leitura, claramente inconstitucional, como se uma portaria e um estudo antropológico valessem mais do que a Constituição. Assim, passam à identificação de um processo de demarcação conjugado no passado, para o qual qualquer "prova" passa a valer, apagando toda a História brasileira. (...)

domingo, agosto 03, 2008

fazer sucessor não tem preço 

O negócio do Molusco e marionete de marketeiro é fazer o sucessor para tentar voltar em 2014 e tentar ficar mais 8 anos fazendo maracutaia. Para isso, não há preço. Se tiver que corromper o congresso via mensalão e correlatos, comprar o funcionalismo público com aumento salarial, subornar os pobres via bolsa esmolão, estatizar faculdades privadas via PROUNI, aparelhar o Estado com 300 mil militantes em cargos de confiança, coagir as forças armadas através do ministério da justiça, fechar a petrobrás, destruir a polícia e a receita federal, minar o judiciário com a nomeação de ministros para os tribunais superiores e via quinto constitucional, transformar escritório de advocacia em refúgio de bandido, atentar contra o sistema financeiro via BNDES, criar uma estrutura miliciana através de ongs, sindicatos e instituições pilantrópicas, apoiar as FARC, e coagir a mídia através da TV Lula e do uso da rede nacional de rádio e televisão, que se faça. O relevante é o resultado.

02/08/2008 - 16h35

Lula afirma que vai fazer sucessor para "dar seqüência a tudo que nós fizemos"

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u428969.shtml

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que vai fazer seu sucessor na Palácio do Planalto e confirmou a intenção de participar das campanhas dos candidatos do PT nas eleições municipais de São Paulo.

"Da mesma forma que quero eleger os companheiros no ABC [Grande São Paulo], eu vou fazer a minha sucessão nesse país (...) para dar seqüência a tudo que nós fizemos", disse o presidente, durante a cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).

"Eu vou fazer meu próximo sucessor. Eu vou fazer a minha sucessão nesse país", disse ele sem mencionar nomes. Em outras ocasiões, no entanto, o presidente já manifestou apreço pelo nome da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. (...)

crime organizado no Estado desorganizado 

03/08/2008 - 10h27

Protógenes critica falta de independência da polícia

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u429075.shtml

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha e foi responsável pela prisão de pessoas que movimentaram R$ 1,854 bilhão em operações financeiras suspeitas realizadas por pessoas físicas e jurídicas, disse acreditar que as organizações criminosas têm estrutura para entrar no aparelho estatal. (...)

Molusco vai fechar a Petrobras (2) 

Editorial politsBURGER

É simplesmente patético a quantidade de idioticies quem vem ocorrendo sob a cortina da popularidade recorde.

Depois de exonerar o competente secretário de Receita, agora entra em cena a maracutaia contra os acionistas da Petrobrás - que financiaram as descobertas da camada pré sal - e a favor dos apadrinhados políticos.

As recentes declarações a favor de Dilma do 71 como candidata, juntamente com os vários movimentos para arrecadar fundos para o sucessor do Molusco - como os benefícios às ONGs, organizações pilantrópicas e sindicatos; e as extorções aos chiques e famosos e às empresas privadas - os que colaboram ganham a perspectiva de monopólio, como nas telecomunicações - mostram que a quadrilha a quo não brinca em serviço.

E também não precisam ter medo de punição, pois o invertebrado chefe da quadrilha nomea os ministros dos tribunais superiores e é, em última instância, o chefe de polícia federal.

Molusco vai fechar a Petrobras (1) 

Domingo, 03 de Agosto de 2008 Versão Impressa

É o esbulho da Petrobrás?

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080803/not_imp216625,0.php

Uma Comissão interministerial formada pelos ministros Dilma Rousseff, Edison Lobão, Guido Mantega, Paulo Bernardo e Miguel Jorge, para definir o novo marco regulatório para exploração de petróleo na camada pré-sal, teve uma primeira reunião na segunda-feira passada. E ganha força a idéia de se criar uma empresa estatal para administrar os contratos na nova área. A Petrobrás estaria, assim, prestes a ser alijada da exploração dos mais promissores campos de petróleo descobertos até agora no País.

O afastamento da Petrobrás do pré-sal, além dos prejuízos que causaria à economia brasileira, que depende da exploração eficiente das novas jazidas, no menor prazo possível, seria um autêntico esbulho à empresa e aos seus acionistas privados - cerca de 700 mil pessoas, incluídos os trabalhadores que adquiriram ações da Petrobrás no início da década, por intermédio dos fundos mútuos formados com recursos dos empregados com depósitos no FGTS.

A Petrobrás, principalmente depois do fim do monopólio, tornou-se uma empresa voltada prioritariamente para a busca da auto-suficiência do País em petróleo, no que, de vez em quando, é atrapalhada pelas exigências do acionista controlador - o governo -, que dela se utiliza para acomodar apaniguados e alavancar projetos que nada têm a ver com a finalidade da companhia.

Desde 1974, a Petrobrás tem concentrado seus esforços na pesquisa e exploração de petróleo na plataforma continental. Desenvolveu tecnologias próprias e, há anos, seus corpos técnicos são internacionalmente reconhecidos pela capacidade de explorar petróleo em águas profundas. Prova disso é que a abertura do mercado e o fim do monopólio da Petrobrás, em agosto de 1997, pouco modificaram a posição dominante da estatal no mercado brasileiro. Dezenas de investidores estrangeiros e locais, entre eles as principais multinacionais do setor, participaram das rodadas da Agência Nacional do Petróleo, mas, em muitos casos, preferiram entrar no País em parceria com a Petrobrás - reconhecendo que é a empresa que detém o melhor know-how sobre prospecção e exploração de petróleo em grandes profundidades.

Em 2007, a Petrobrás foi classificada como a 7ª maior empresa de petróleo do mundo com ações negociadas em bolsas de valores de vários países, segundo a publicação Petroleum Intelligence Weekly (PIW), que divulga anualmente o ranking das 50 maiores e mais importantes empresas do setor.

Sem a expertise e o conhecimento acumulado por décadas pela Petrobrás, as descobertas na camada pré-sal não teriam ocorrido. O governo Lula, no entanto, permite que o ministro Lobão lance a idéia de que está disposto a pôr de lado toda a experiência e competências adquiridas pela Petrobrás e criar uma nova empresa que, partindo do zero, se encarregaria com exclusividade da exploração do petróleo encontrado na camada pré-sal.

Trata-se de uma idéia estapafúrdia - e muito mal explicada. A nova empresa não poderia ter poderes de regulação, pois para isto já existe a Agência Nacional do Petróleo. Se o que motiva o governo é o controle exclusivo da exploração do pré-sal - isto é, sem a participação significativa de empresas estrangeiras -, a criação de uma nova empresa não seria a solução. Bastaria a União reservar para a Petrobrás a pesquisa e a exploração dos lotes mais promissores - já identificados - e modificar as alíquotas de participações e royalties do petróleo já encontrado por joint ventures. Ficaria, assim, com a parte do leão - mas não faria nada diferente do que têm feito outros países produtores de petróleo diante de grandes descobertas. Além disso, a nova empresa teria de ser constituída por pessoal qualificado, subtraído dos quadros da Petrobrás. Seria um processo de autofagia, altamente prejudicial para a maior empresa brasileira e seus acionistas.

A criação da nova empresa só teria sentido se o objetivo do governo é excluir a Petrobrás da exploração das jazidas do pré-sal, descobertas graças aos investimentos feitos pelos acionistas da empresa, para que todo o rendimento das novas jazidas vá para os cofres da União.

Mas a Petrobrás não pertence ao governo. Ela é de seus acionistas - inclusive os contribuintes - e seus direitos precisam ser respeitados.

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