<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, março 31, 2008

PCC, oposicao ou governo ? 

Depois investir na concorrencia com o judiciario, lancando os juizados especiais, agora o PCC investe no legislativo. Serao oposicao ou governo ?

PCC quer se infiltrar na política e financiar campanhas eleitorais

Escutas mostram bandidos discutindo como se aproximar dos partidos, por meio de doações a tesoureiros

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080331/not_imp148447,0.php

A cúpula do crime organizado quer ter representação política. Depois de entrar no tráfico internacional de drogas, o Primeiro Comando da Capital (PCC) quer se aproximar dos partidos políticos e financiar campanhas eleitorais. Seus líderes consideram que a "família" pode garantir muitos votos aos seus escolhidos e tem capacidade de mobilização em dez Estados. "Muitos partidos políticos não têm essa força", afirmou Daniel Vinícius Canônico, o Cego, porta-voz do líder máximo da organização, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Em um diálogo interceptado pela inteligência do governo estadual, Canônico e o segundo homem na hierarquia do PCC, Julio Cesar Guedes de Moraes, o Carambola, conversam com o advogado Sérgio Wesley da Cunha. Eles começam tratando da manifestação patrocinada pela facção em frente do Congresso Nacional, ocorrida em 28 de novembro. "Doutor, sabe qual a intenção dessa passeata?", pergunta Canônico. É o porta-voz de Marcola que responde: "Era pra mostrar para aqueles deputados federais que nós temos força política."

A organização criminosa fretou ônibus em dez Estados para levar manifestantes até Brasília. O objetivo declarado do movimento era fazer um protesto contra o descumprimento da Lei de Execuções Penais.

No meio da conversa, Wesley defende que o PCC deve ter representação política. "Eu sempre falei pro Marcos (Marcola), uma vez que eu conversei com ele longamente, só na grade, olho no olho: ?Marcos, a gente precisa ter uma representação política! O IRA (Exército Republicano Irlandês) que está bem pra cacete lá na Irlanda (do Norte), eles têm o Sinn Fein, que é um partido de representação política!"

Em seguida, Carambola e Canônico questionam o advogado sobre qual candidato a prefeito de São Paulo a facção deve apoiar. Wesley conta quem são os pré-candidatos de partidos como DEM, PSDB e PT.

Essa não é a primeira vez que o PCC tenta entrar na política. Em 2002, a facção quis lançar o advogado Anselmo Neves Maia candidato a deputado federal pelo PMN. Maia acabou preso. Em 2006, outro advogado suspeito, Paulo Bravos, teve sua candidatura recusada pelo PV. Naquele ano, a facção planejava eleger um deputado estadual e um federal em São Paulo. O plano fracassou.

sexta-feira, março 28, 2008

baixaria petista 

Então é assim que funcionam as intituições democráticas ? Como instrumento de coação ?

Principal assessora de Dilma montou dossiê contra FHC

da Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u386578.shtml

A secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, braço-direito da ministra Dilma Roussef, deu a ordem para a organização de um dossiê com todos os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de sua mulher, Ruth, e ministros da gestão tucana, revela reportagem de Leonardo Souza, Andreza Matais e Marta Salomon publicada na Folha.

O banco de dados montado a pedido de Erenice é paralelo ao Suprim, sistema oficial de controle de despesas com suprimentos de fundos do governo. A interlocutores Erenice se responsabiliza pela decisão de organizar a documentação.

Quando o trabalho começou a ser feito, corriam as negociações no Congresso para investigar gastos com cartões corporativos do presidente Lula. Por pressão de políticos governistas, as investigações recuariam ao período de governo tucano.

Com 13 páginas, o documento, que o governo nega tratar-se de um dossiê, registra com detalhes e fora da ordem cronológica diversos gastos, com ênfase nos feitos por Ruth Cardoso e naqueles envolvendo bebidas e itens como lixas de unha e veludo alemão.

quarta-feira, março 26, 2008

segura essa, Molusco ! 

Como era de se esperar, FHC, símbolo máximo da probidade, se antecipou e autorizou investigação de seus gastos. Molusco, símbolo máximo do bandalho, está amarelando. Certamente vai alegar segurança nacional, dereitos humanos e leite das criancinhas para impedir investigações sobre a bandalheira que cometeu.

FHC quebra o próprio sigilo e tucanos pressionam CPI a abrir gasto de Lula

PSDB vai comandar ofensiva para obrigar Planalto a divulgar despesas com cartão da Presidência da República

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080326/not_imp145962,0.php

Em carta lida no plenário do Senado pelo líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso liberou ontem a abertura de seus gastos privados durante o período em que ocupou o Palácio do Planalto. Na carta, Fernando Henrique afirma que nunca houve sigilo nos gastos do gabinete da Presidência durante seus dois mandatos. "Mesmo porque não há amparo legal para tal procedimento", ressalta. (...)

terça-feira, março 25, 2008

Lula e Aedes, uma dupla assassina 

Lula mandou o mosquito da denge matar mais cariocas que qualquer outro governo que o antecedeu.

Como nunca antes na história deste país, uma questão de saúde pública é tratada de forma eleitoreira com a maior naturalidade.

Como dito no post abaixo - Maluf é o máximo - eleitor retardado para continuar dando voto para este tipo de gente é o que não falta.


http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2008-03-23_2008-03-29.html#2008_03-25_04_14_30-10045644-27

Sob Lula, dengue matou mais do que no ciclo FHC

Sob Lula, dengue matou mais do que no ciclo FHC

Em oito anos de tucanato, mosquito causou 209 mortes

Em cinco anos de petismo, doença aniquilou 325 vidas

Em 2002, na epidemia de Serra, morreram 150 doentes

Em 2007, Temporão arrostou um recorde de 158 óbitos

Os dados são oficiais. Colecionou-os a pasta da Saúde. Encontram-se disponíveis no sítio que o ministério mantém na internet. Pressionando aqui, você chega a um quadro que contabiliza os mortos da dengue, ano a ano, por Estado e por região. As estatísticas demonstram que o governo Lula candidata-se à desmoralização se insistir no debate que transporta a crise da dengue da seara técnica para o campo político. (...)

(...) Os números demonstram, com frieza tumular, que, em vez de brincar de esconde-esconde, as autoridades das três esferas de governo –federal, municipal e estadual—deveriam estar discutindo o que fazer para vencer o mosquito. Um inseto que, em pleno século 21, em reaparições cíclicas, vem prevalecendo vergonhosamente sobre o Estado e sobre uma sociedade que, desinformada, dá de ombros para os cuidados mais comezinhos. (...)

Escrito por Josias de Souza às 03h14

domingo, março 23, 2008

Maluf é o máximo ! 

Um dos maiores simbolos da esculhambação institucional de todos os tempos, Maluf se reinventa. Agora, em embalagem ecológica.

Um dia considerado nefasto pela Martaxa, noutro dia, depois de relaxar e gozar, viria a dividir palanque com ela. Dezenas de questionamentos judiciais sem nunca ser condenado. Eterno candidado, não para ser eleito, mas para barganhar apoio. Afinal, em disputas acirradas, 10% de intensões de voto podem valer o engavetamento de um processo, sob o legalismo de um pedido de vistas.

Ao se eleger Deputado Federal por São Paulo no último pleito, usou a prerrogativa do foro privilegiado para transferir processos para o STF e, com isso, contar com a prescrição de vários deles. O palanque é apenas parte das artimanhas jurídicas.

Fato é que Maluf deixa claro que, até agora, vale muito a pena ser pilantra no Brasil.

E que venham as eleições 2008 ! Eleitor retardado é o que não falta !

Maluf recicla slogan e sai em defesa do transporte público

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080323/not_imp144442,0.php

Paulo Maluf, eterno candidato à Prefeitura de São Paulo, vem aí outra vez, desfraldando um novo bordão e um novo discurso. O slogan - contribuição de um taxista - é "com Maluf, não fica como está". O discurso foi ligeiramente adaptado: numa cidade de trânsito encalacrado que joga 600 veículos novos nas ruas a cada dia, o deputado e ex-prefeito vai esquecer a velha pregação pela construção de novas avenidas, viadutos e túneis . A idéia é inverter a proposta, ofertando investimentos maciços em transporte de massa.

Agora, Maluf desfia crença na luta contra a poluição e prega por mais qualidade de vida. "Na cidade a qualidade de vida piorou muito, o trânsito, a poluição e coisas que não dependem tanto do prefeito, como a segurança pública", observa.

Mas, apesar do envoltório humanista, a todo momento relembra a essência do discurso antigo - e assume o papel do engenheiro de obras viárias monumentais: "Você não anda um quilômetro em São Paulo sem ver uma obra minha." As soluções para os velhos problemas são simples, ao menos no discurso: "Outro dia um eleitor me disse que mora na Vila Mariana e trabalha no Tatuapé. "Como é que eu faço?", me perguntou. Eu disse: meu filho, vá morar perto do seu trabalho."

Na campanha, será o marqueteiro de si mesmo. "Sem campanha, estou entre 10% e 12%. Com campanha, vou subir. Alguém vai cair." E ressalta, ao velho estilo: "Eu vou resolver os problemas da cidade de São Paulo, ou não me chamo Paulo Maluf."

sábado, março 22, 2008

Políticos e empresários, uma simbiose narcótica 

Editorial politsBURGER

Empresários precisam de regras claras e de mão de obra qualificada. Políticos precisam de regras nebulosas e pessoas ignorantes.Aparentemente, um está contra o outro. Os objetivos são substitutos.

Mas, efetivamente, há complementariedade. Sem empresário financiando campanha não há político. Sem político facilitando a vida das empresas não tem empresário. Afinal, os políticos criam dificuldades para vender facilidades. E os empresários as compram e pagam bem.

Fica no ar a pergunta que não quer calar: porque os empresários financiam os políticos ? Não seria o momento de ter um apagão na doação das campanhas ? Seriam os políticos uma espécie de heroína empresarial ? Não estamos nos refererindo à Mulher Maravilha, mas à tão famigerada droga.

Há uma espécie de covardia dos honestos, onde não contribuir para campanhas eleitorais ou não subornar para ter um projeto de lei ou emenda aprovados tornou-se algo constrangedor.

De fato, o empresário está preocupado em resolver o seu problema naquele momento. Os outros e o depois não são problemas dele agora.

Exemplo paradigmático de que o ótimo individual leva ao brejo coletivo, esta simbiose narcótica em nada contribui para melhoria do ambiente empresarial, muito menos para a construção de uma sociedade melhor.

quarta-feira, março 19, 2008

a verdade sobre a crise nos EUA 

Editorial politsBURGER

O Centro de Análise Política e Econômica do politsBURGER tem acompanhado esta baderna em Wall Street com grande atenção e rigor.

Tem algumas coisas mais frívolas que merecem ser ressaltadas, como o fato do Bernanke, um cara respeitado na sua área, ter um abacaxi deste tamanho para descascar.

Também vale destacar o fato do Fed só ter meio tanque, mas ainda falta mais da metade do caminho. De fato, o BC dos gringos tinha 700 bi de dólares em reserva e já queimou 430 bi e até agora não fez nem cóssegas. Além disso, já reduziu a taxa de juros básica prá dedeu e também não fez nem cóssegas. Conclusão: a evidência empírica sugere que Wall Street não sente cóssegas. He,he,he !

De fato, resultado mesmo de todo este esforço, talvez só em 2009.

Mas isso tudo é ruido. No fundo no fundo, foi tudo de caso pensado. Foi tudo friamente calculado. Uma estratégia para amendrontar os eleitores. Um Bin Laden financeiro. A velha e boa arte de amarrar as mãos do sucessor.

Faz sentido. O Obama é negro e jovem, e a Hilária Clítores é mulher e corna. O Osama deveria ser governador para ganhar experiência, e a Hilária deveria estar entre o tanque e o fogao esperando, feliz, o maridão chegar bêbado da gandaia. Não tem pra ninguém, vai dar MacCain.

Mas se um deles (O ou H) leva, vão ficar pelo menos 3 dos 4 anos de mandato arrumando a baderna. Bushinho voltaria triunfante em 2014, talvez com o Bin Laden algemado.

No mais, fica no ar a pergunta que não quer calar : quem é o cabo eleitoral do MacCain ? Hilária ou Obama? Os caras estão se matando, enchendo um ao outro de defeito. Vai ser moleza pro MacCain achar erro no adversario. Eles mesmos já apontaram todos !

terça-feira, março 18, 2008

motivo: estava em promoção 

Essa foi sensacional ! A proximidade com tuiuius e jacarés do papo amarelo ativa a criatividade ! Os caras gastaram 80 mil reais em cadeiras massageadoras somente, e tão somente, porque estavam em promoção !

Imagina se eles ficam sabendo que a BOEING ou a AIRBUS fazem promoção de jatos de 300 lugares ?


Assembléia de MT gasta R$ 80 mil na compra de 26 poltronas com massagem

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u382945.shtml

A Assembléia Legislativa de Mato Grosso gastou quase R$ 80 mil para substituir o conjunto de 26 poltronas à disposição dos deputados no plenário. Cada uma custou R$ 3.058. O custo é, em parte, decorrente de uma tecnologia chamada de "indução magnética" que, instalada nos assentos, tem a capacidade de "ativar a circulação" dos parlamentares.

O mecanismo massageador funciona por meio de um controle eletrônico e se destina a aliviar o desconforto lombar daqueles que passam longos períodos do dia sentados. A compra do lote das poltronas, do modelo "Senador SF10000", foi fechada em 28 de fevereiro e custou exatos R$ 79.508.

De acordo com o secretário-geral da Assembléia, Edemar Adams, a troca não foi determinada por inadequação das poltronas antigas ou por um eventual dano que tenha sido causado à coluna dos deputados --o que houve foi um "remanejamento" do lote antigo para dois auditórios que costumam abrigar audiências públicas.

"De uma forma ou de outra, teríamos que comprar poltronas novas, pois os dois auditórios estavam com cadeiras de madeira, desconfortáveis para os visitantes. Decidimos, então, repassar para lá as antigas e comprar novas unidades para o plenário principal", disse Adams.

Segundo ele, a compra foi oportuna, pois a fábrica estava fazendo uma promoção.

quarta-feira, março 12, 2008

NY: sucessor não viu nada ! 

Esse é o sucessor que todo antecessor queria !

Primeiro governador cego dos EUA assume na 2ª feira em NY

David Paterson entrará no lugar de Eliot Spitzer, que renunciou nesta quarta (12).
Paterson, de 53 anos, ficou cego ainda criança.

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL347954-5602,00-PRIMEIRO+GOVERNADOR+CEGO+DOS+EUA+ASSUME+NA+FEIRA+EM+NY.html

O primeiro governador cego dos Estados Unidos vai assumir oficialmente o mandato a partir da próxima segunda-feira (17), em Nova York.

David Paterson entrará no lugar de Eliot Spitzer, que nesta quarta-feira (12) renunciou ao cargo após um escândalo sexual.

“Agora é hora de voltarmos ao trabalho, que é justamente o que as pessoas do estado esperam de nós”, afirmou Paterson, que se mostrou triste pelos últimos acontecimentos.

Atual vice-governador, Paterson, de 53 anos, ficou cego ainda criança. Segundo o jornal "The New York Times", ele desenvolveu uma infecção que tirou sua visão do olho esquerdo e deixou o olho direito com a vista bastante prejudicada. (...)

quinta-feira, março 06, 2008

o juíz do bispo católico 

Editorial politsBURGER

Com o aval do Molusco Acéfalo, as instituições juridícas brasileiras mais uma vez foram covardemente atacadas por mais uma ação de bastidores dos católicos, que culminou com a nomeação de um juíz do STF com possições perfeitamente sintonizadas com o Vaticano. Antes, houve interferência dos católicos junto à PGR.

Não se trata aqui de analisar as religiões nem seus podres bastidores, mas de chamar a atenção para o que de fato está por trás deste julgamento. Efetivamente, o STF se pronunciará não sobre a constitucionalidade do artigo 5 da lei de biossegurança, mas sobre o Estado brasileiro ser ou não laico. Ficará claro também a quem cabe interpretar a constituição brasileira: se os cardeais de Roma ou se os juízes do STF.

Nunca é demais lembrar que os católicos sempre optaram por estratégias amendrotadoras, como está bem documentado pela história. A Inquisição e o terrorismo religioso que a seguiu, o patrocínio do genocídio de índios nas américas e a confirmação de que negros não tinham alma - algo que foi muito útil para que a escravidão perdurasse por tanto tempo no Brasil - são alguns exemplos de atrocidades e ignorâncias. A condenação de Copérnico por sua tese anti-Ptolomáica e as posições contra o divórcio e o aborto são mais alguns exemplos do que efetivamente motiva os católicos: manter o status quo.

Para tal, é fundamental ter pessoas ignorantes e desesperadas, bem como limitar a ciência quanto a curas e esclarecimentos. As possibilidades abertas pelas pesquisas com células troncos eliminam várias mazelas que, na ausência de tal tecnologia, imporiam às pessoas a espera de um milagre.

Felizmente, há uma maioria no STF que é laica e zela pela prerrogativa de aquela Corte, e não o Vaticano, intrepretar a constituição brasileira. O pedidos de vistas do juíz do bispo católico apenas postergará tal consagração, mas não a impedirá.

Que a lei de biossegurança seja considerada constitucional !

terça-feira, março 04, 2008

nova ameaça aos bio-combustíveis 

Dito e feito. Tudo vem ocorrendo como o polits profetizou em 17/01/08, no post " Dilma, a anti-bio brasileiro", ao ressaltar as consequências da lentidão da expansão do programa de bio-combustíveis em escala global.

Europeus e americanos jamais deixarão de bandeja para o Brasil a próxima geração de combústiveis. E nem precisam de muito esforço, como bem ilustrou as negociações para exportação de carne entre Brasil e União Européia - ver post "Bife à Irlandesa ", de 01/02/08.

Estes vacilos vão custar caro.


Feira do automóvel de Genebra traz carro movido a hidrogênio

Novo modelo deve ter capacidade de aceleração de 0 a 96 km/h em apenas sete segundos

http://www.estadao.com.br/tecnologia/not_tec134458,0.htm

O 78º Genebra Car Show, realizado na cidade suíça, foi inaugurado nesta terça-feira, 4, para a imprensa e estará aberto ao público de 6 a 16 de março. O evento, um dos mais importantes da indústria automobilística da Europa, exibe o novo Lifecar, um veículo movido a hidrogênio, que produz muito pouco barulho e apenas vapor d’água de seu exaustor. Segundo a BBC, o automóvel, desenvolvido por um consórcio de empresas e universidades britânicas, usa células de combustível avançadas e um sistema de armazenamento de energia que dá ao carro autonomia de 400 km por tanque de hidrogênio. (...)

segunda-feira, março 03, 2008

o pós-mensalão 

Editorial politsBURGER

Pode parecer coincidência, mas depois que R. Jefferson denunciou o esquema do mensalão vários esquemas de desvios de verba e falcatruas de toda ordem começaram a entrar em funcionamento, provavelmente para subistituir o esquema denunciado.

Os milhões em saques em dinheiro com cartões corporativos, o imposto sindical, as verbas para ONGs fajudas, os bastidosres da televisão digital, a grana a receber para aprovar a fusão da Oi com BrT, a presença de sindicalistas nos fundos de pensão das estatais, e o roubo dos dados da Petrobrás - cujo desfecho foi mais patético do que qualquer roteirista de Mazzaropi poderia imaginar, e cuja venda vai render uma bolada.

Simultâneamente, as fontes de praxe continuam em ação, como mega obras - só hidroelétricas bilionárias serão duas -, publicidades de governo e a velha e boa criação de dificuldades para vender facilidades.

No mais, tudo normal.

caso petrobrás, uma conversa para boi dormir 

O Economist sintetizou bem o caso do roubo de laptops da Petrobrás : uma conversa para boi dormir. Além de jogarem dúvidas sobre a real existência da quantidade de petróleo e gás natural anunciada, também questionaram a capacidade de extrair estes restos de dinossaouro.

O patético desfecho dado pela polícia federal - prenderam alguns vigias - dá a dimensão da seriedade com a qual o caso vem sendo tratado, bem como subsidia cetismo de toda ordem sobre a veracidade do anúncio das reservas de gás e petróleo. Afinal, se de fato descobriram coisas tão valiosas, porque não guardaram as informações com a devida segurança? Hein? Hein?


Whodunnit?

A strange theft of oil and gas secrets

http://www.economist.com/world/la/displaystory.cfm?story_id=10731593

WHEN Petrobras, Brazil's state-controlled oil company, announced recently that it had found vast new oil and gas fields in the deep waters off the coast of Rio de Janeiro, pulses were quickened around the world. If all is as declared, these are the discoveries of the century.

But the excitement may have exceeded normal bounds. The federal police were called in earlier this month to investigate the mysterious theft of four laptops and two hard disks from a container. The equipment apparently contained the results of tests conducted for Petrobras close to the new gas field by Halliburton, an oil-services firm. The theft occurred in the week after January 18th, while the container was travelling by sea from the port of Santos to Macaé in Rio de Janeiro state.

Neither Halliburton nor Petrobras has said much about it. This may reflect their embarrassment. It seems odd that commercially-sensitive information should be transported in the same way as soya beans; odder that the thieves apparently knew exactly where to find what they wanted. President Luiz Inácio Lula da Silva has said that the incident bears the signs of industrial espionage.

If so, who might gain? Maybe investors looking to buy or to short Petrobras shares, or perhaps a rival oil company. At the moment it is not clear precisely what lies beneath the salt crust under the sea bed in the deep waters off Rio state. There may be as many as 70 billion-100 billion barrels of oil and much gas there. Or maybe not.

The cost of developing the fields is unknown and the technology to do so has not been proven. Anyone able to make winning bets on equities on the basis of a container-load of seismic data should probably be congratulated. But a company bidding for the right to explore near to the newly-discovered fields might find the data very useful.

Or, of course, the theft might just have been a fluke. Things frequently go missing from containers that pass through Santos. Brazil's biggest port is badly run, congested and corrupt. But if the thieves really did not know what they had stolen at the end of January, they certainly do now.

indiferenca aa transgressao 

Vigiar sem punir

Fernando Henrique Cardoso

http://www.estado.com.br/editorias/2008/03/02/opi-1.93.29.20080302.1.1.xml

Tomo emprestado, modificando-o, o título de Michel Foucault, assim como poderia ter intitulado este comentário Crime sem castigo, parodiando Dostoievski. Não que eu tenha a pretensão de analisar os fatos com a argúcia filosófica de um ou a dramaticidade estilística do outro. Quero apenas reiterar o óbvio: quanto mais apregoamos a vigência de leis, regras e sanções, na prática, mais as desmoralizamos.

Nesta semana os jornais noticiaram um episódio pouco comum: governo cede e oposição ganha a presidência da mais nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a dos cartões corporativos. Suspeita-se que houve acordo espúrio. Tudo isso com o pretexto de “preservar” os presidentes Lula e FHC. Eu não tenho a mínima idéia sobre acordo algum. O estranho é que nunca se viu governo patrocinar esse tipo de CPI, até porque todos os documentos pertinentes, deste e dos governos anteriores, estão nas mãos do próprio governo. Bastaria investigar, denunciar, punir e pronto. Além do mais, a instalação de qualquer CPI deve versar, como manda a Constituição, sobre “fato determinado”. Por que essa restrição constitucional? Para evitar justamente a “devassa”, ou seja, a possibilidade de manobra política que tenha como objetivo desmoralizar e não apurar. Ora, no caso em pauta se partiu do abuso no uso dos cartões corporativos no atual governo e da suspeita de mau uso de excessiva soma de dinheiro retirada pelos portadores desses cartões sem nenhum comprovante de despesas. Esses são os fatos concretos, “determinados”, que dão margem à abertura de uma CPI.

Por que, então, ampliar a investigação para alcançar o governo anterior? Haveria, ou há, uma hipótese: se no curso das investigações se viesse a esbarrar com algo errado ocorrido no passado. Não foi o caso, pelo menos até agora. Então por quê? Para politizar as investigações e usar duas táticas: dizer, ameaçadoramente, “olha que eu investigo você também” ou insinuar que os dois governos são “farinha do mesmo saco”. A tática de igualar tudo desmoraliza a política e impede que o eleitor faça uma escolha fundamentada: sendo todos iguais, dá no mesmo votar em qualquer um.

Este o maior risco desta CPI, ou seja, o de jogar todo mundo na vala comum e desmoralizar ainda mais a política, não o risco do cambalacho entre governo e oposição. Até porque o estrelismo parlamentar, os interesses do governo, a competição entre os veículos da mídia tornariam letra morta qualquer acordo uma vez iniciados os trabalhos. Fosse só essa a conseqüência dessa CPI, nos termos em que ela foi proposta, já seria ruim, mas haveria a justificá-la a luta pela maior transparência no uso do dinheiro público. Mesmo que o governo anterior sofresse um arranhão estaríamos revigorando a democracia e a decência. Mas, infelizmente, não é assim. Dificilmente ocorrerão punições, uma vez que nos casos do passado os eventuais delitos estarão prescritos. E, no caso atual, o governo se tem mostrado renitente em aceitar denúncias contra seus membros e retificar condutas, salvo quando obrigado por decisão judicial, geralmente morosa. A CPI poderá resultar em crime sem castigo, se houver comprovação de abusos sem correção ou em castigo sem crime, se nada for apurado e denúncias sem fundamento levarem o povo a pensar que “sempre foi assim”.

Sou pessimista quanto aos efeitos que mais essa onda de escândalos terá para melhorar o desempenho do governo. Ele já usou demais o cachimbo. Mesmo assim, prefiro que a revelação dos fatos prossiga, confiando na máxima “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” e esperançoso em ver a Justiça decidir com maior presteza e empenho. Meu desencanto decorre de episódios conhecidos. A ministra que usou dinheiro público em um free shop, por exemplo, apenas se equivocou, é “boa companheira”, dizem os governantes. Pode até ser, mas nada justifica que se passe a mão em sua cabeça. Nem em preservar o sigilo de gastos em nome da segurança do Estado. Há gastos sigilosos legítimos a serem preservados da luz pública imediata, embora devam ser justificados na instância apropriada. O mau uso de gastos com a segurança, se houver, constitui delito, como qualquer outro abuso do dinheiro público. Seria simplesmente pueril alegar sigilo para proteger gastos realizados, digamos, há mais de 12 meses. Sua publicidade não pode pôr em risco a segurança das pessoas.

Não me surpreendo mais com cinismo algum. Depois que o próprio presidente, assessorado por algum advogado de porta de cadeia, categorizou como “mero” crime eleitoral toda a lambança do mensalão, quem há de? O que me revolta é o clima de que “todos são iguais”. Tal generalização não pode ser aceita passivamente, sob pena de ficarmos sempre a esperar um salvador da pátria, puro e incorruptível (que geralmente se corrompe no poder), pois “os que estão aí” são todos iguais. Na política não há anjos ou demônios, mas há homens públicos de diferentes qualidades morais e estas contam. Podem não contar eleitoralmente, mas contam para a construção de um país mais decente. Somos falíveis, naturalmente, podemos errar. Mas acobertar o que é crime, chamando-o de engano, é incentivá-lo. Desrespeitar a Comissão de Ética do próprio governo chamando suas advertências de “bobagem” é nivelar por baixo, confundindo o justo com o delituoso.

Isso tudo leva à descrença na democracia. Vivemos um paradoxo: o de uma sociedade cada vez mais vigiada (pelos órgãos do Estado, pela mídia, pela internet, etc.) e cada vez menos capaz de distinguir condutas e de punir crimes. Pior, o de uma sociedade cada vez mais indiferente à transgressão, como conseqüência da impunidade. A anomia chegou a tal ponto que denúncias em tribunais estrangeiros sobre propinas dadas a personalidades da administração não provocam sequer a reação retórica do acusado, que nem se dá ao trabalho de dizer: vou processar o caluniador. Enquanto isso o presidente da República, permanentemente no palanque, se dá ao desplante de distorcer e enganar o povo, menosprezando tudo o que foi feito por seus antecessores, apresentando-se como o único político que “ajudou os pobres”, gabando-se da inauguração da casa cujos alicerces e paredes se construíram com sua oposição constante. Cinismo igual a República nunca viu.

Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, foi presidente da República

This page is powered by Blogger. Isn't yours?