segunda-feira, abril 30, 2007
clima, pobreza e corrupção
Nos três casos, há dinheiro e tecnologia para combater nos próximos meses e eliminar nos próximos anos. Mas, também nos três casos, falta um pacto político e deixar claro quem vai pagar a conta.
Mundo tem dinheiro e tecnologia para frear aquecimento
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/30/ger-1.93.7.20070430.1.1.xml
Trechos do relatório que será apresentado nesta semana indicam que solução depende apenas de pacto político
"O mundo tem a tecnologia e o dinheiro necessários para frear as mudanças climáticas perigosas, mas precisa do compromisso político entre os governos para evitar uma catástrofe. Essa é uma das principais mensagens do próximo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), sobre estratégias para lidar com a crise ambiental e que começa a ser debatido hoje em Bangcoc, na Tailândia."
"O caminho mais factível é a sociedade moderna deixar a dependência dos combustíveis fósseis em prol de estratégias de eficiência energética, promoção da energia renovável e nuclear, além de aplicação de novos padrões na agricultura, construção civil e coleta de lixo."
"A estratégia deixa clara a importância do biocombustível e especula sobre a possibilidade de que economias ricas financiem o Brasil e outros países tropicais para evitar o desmatamento. A floresta em pé tira carbono do ar, enquanto o corte não apenas impede esse processo físico como promove a liberação do carbono estocado na mata para a atmosfera."
"Implementar a estratégia custaria menos de 3% do PIB mundial nas próximas duas décadas, ou seja, US$ 1,47 trilhões. Apesar de isso representar quase US$ 60 bilhões de dólares ao ano, é um custo inferior ao pago por danos previstos pelas mudanças climáticas, que chegaria a 20% do PIB"
"Um dos principais debates esperados para Bangcoc será sobre quem pagará a conta."
"o governo americano contestará os números do IPCC"
"Washington ainda defenderá que a conta não poderá ser paga apenas pelos países ricos. "
Mundo tem dinheiro e tecnologia para frear aquecimento
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/30/ger-1.93.7.20070430.1.1.xml
Trechos do relatório que será apresentado nesta semana indicam que solução depende apenas de pacto político
"O mundo tem a tecnologia e o dinheiro necessários para frear as mudanças climáticas perigosas, mas precisa do compromisso político entre os governos para evitar uma catástrofe. Essa é uma das principais mensagens do próximo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), sobre estratégias para lidar com a crise ambiental e que começa a ser debatido hoje em Bangcoc, na Tailândia."
"O caminho mais factível é a sociedade moderna deixar a dependência dos combustíveis fósseis em prol de estratégias de eficiência energética, promoção da energia renovável e nuclear, além de aplicação de novos padrões na agricultura, construção civil e coleta de lixo."
"A estratégia deixa clara a importância do biocombustível e especula sobre a possibilidade de que economias ricas financiem o Brasil e outros países tropicais para evitar o desmatamento. A floresta em pé tira carbono do ar, enquanto o corte não apenas impede esse processo físico como promove a liberação do carbono estocado na mata para a atmosfera."
"Implementar a estratégia custaria menos de 3% do PIB mundial nas próximas duas décadas, ou seja, US$ 1,47 trilhões. Apesar de isso representar quase US$ 60 bilhões de dólares ao ano, é um custo inferior ao pago por danos previstos pelas mudanças climáticas, que chegaria a 20% do PIB"
"Um dos principais debates esperados para Bangcoc será sobre quem pagará a conta."
"o governo americano contestará os números do IPCC"
"Washington ainda defenderá que a conta não poderá ser paga apenas pelos países ricos. "
domingo, abril 29, 2007
parte da retórica ideológica do PT e adjacências
'Não existiria nenhum abril vermelho sem recursos públicos’
Zander Navarro, sociólogo, professor e pesquisador
Estudioso de questões relacionadas a movimentos sociais e desenvolvimento rural, o sociólogo Zander Navarro está convencido de que não existe demanda por reforma agrária no Brasil, ao contrário do que tem dito o Movimento dos Sem-Terra (MST) - organização que ele descreve como antidemocrática e com “apego quase militar à manutenção de uma estrutura semi-secreta”. Na entrevista a seguir ele afirma que não existe controle sobre os recursos públicos repassados às entidades controladas pelo MST, que acabam destinados ao financiamento da militância: “Não existiria nenhum ‘abril vermelho’ sem recursos públicos.” (...)
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/29/pol-1.93.11.20070429.22.1.xml
" O MST tornou-se não democrático quando adotou, em 1986, uma estrutura centralizada e altamente hierarquizada. O apego quase militar na manutenção de uma estrutura semi-secreta, com rígido controle sobre os militantes e nenhum debate interno é a evidência de uma organização que despreza a democracia. "
"É um absurdo chamar de educação o que está sendo feito nos assentamentos rurais quando prevalece o tom monocórdio da cartilha única. Pedagogia sem desenvolver o pensamento crítico e sem apresentar diversas leituras sobre o mundo pode ser chamada de educação? "
" mantêm sob estrutura não formal o MST - que não é registrado, não tem estatuto, não tem processos públicos de escolha de sua direção e não presta contas de nada. Isso permite proteger suas lideranças em todo o País, ocorrendo alguma ilegalidade. Algo bizarro, porque o MST vive cobrando democracia e transparência no comportamento das demais organizações políticas do País."
"Como não há fiscalização, a criatividade, digamos assim, permite um uso bastante heterodoxo dos recursos."
Zander Navarro, sociólogo, professor e pesquisador
Estudioso de questões relacionadas a movimentos sociais e desenvolvimento rural, o sociólogo Zander Navarro está convencido de que não existe demanda por reforma agrária no Brasil, ao contrário do que tem dito o Movimento dos Sem-Terra (MST) - organização que ele descreve como antidemocrática e com “apego quase militar à manutenção de uma estrutura semi-secreta”. Na entrevista a seguir ele afirma que não existe controle sobre os recursos públicos repassados às entidades controladas pelo MST, que acabam destinados ao financiamento da militância: “Não existiria nenhum ‘abril vermelho’ sem recursos públicos.” (...)
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/29/pol-1.93.11.20070429.22.1.xml
" O MST tornou-se não democrático quando adotou, em 1986, uma estrutura centralizada e altamente hierarquizada. O apego quase militar na manutenção de uma estrutura semi-secreta, com rígido controle sobre os militantes e nenhum debate interno é a evidência de uma organização que despreza a democracia. "
"É um absurdo chamar de educação o que está sendo feito nos assentamentos rurais quando prevalece o tom monocórdio da cartilha única. Pedagogia sem desenvolver o pensamento crítico e sem apresentar diversas leituras sobre o mundo pode ser chamada de educação? "
" mantêm sob estrutura não formal o MST - que não é registrado, não tem estatuto, não tem processos públicos de escolha de sua direção e não presta contas de nada. Isso permite proteger suas lideranças em todo o País, ocorrendo alguma ilegalidade. Algo bizarro, porque o MST vive cobrando democracia e transparência no comportamento das demais organizações políticas do País."
"Como não há fiscalização, a criatividade, digamos assim, permite um uso bastante heterodoxo dos recursos."
É a nossa Cicciolina !
Eis o comentário de outra ilustre leitora deste blog sobre o post " como socializar o piri-pi-pi político".
Em aberto, a pergunta que vem da profundeza das gargantas: estaremos próximos de ter uma Cicciolina brasileira ?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cicciolina
Em aberto, a pergunta que vem da profundeza das gargantas: estaremos próximos de ter uma Cicciolina brasileira ?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cicciolina
sábado, abril 28, 2007
como socializar o piri-pi-pi político
O Partido Popular Socialista (PPS), antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), não poderia trazer melhor ícone para mostrar como socializar o piri-pi-pi político: Gretchen, ex-chacrete e atual atriz pornô, vai mostrar como mexer o popozão para ficar no poder!
Gretchen se filia ao PPS e quer ser prefeita no PE
http://www.uai.com.br/UAI/html/
em_noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=8735/
em_noticia_interna.shtml
Apresentada no seu site oficial como "pioneira do setor retro-rebolativo", a cantora Gretchen, "rainha do bumbum", agora é do PPS e quer ser prefeita da Ilha de Itamaracá, no litoral norte de Pernambuco. Ela foi apresentada como novo membro do partido nesta sexta-feira, na Câmara Municipal do município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes, durante reunião mensal da executiva da legenda, presidida no Estado pelo deputado federal Raul Jungmann.
Com um vestido preto colado, ela disse que sua carreira termina a partir do momento em que começar de fato sua campanha a prefeita. "Vou deixar de ser artista para me dedicar à política" garantiu. Há 10 anos morando em Itamaracá, ela afirmou que seus 30 anos de carreira artística lhe proporcionaram "um olhar mais profundo" porque viaja muito, vê as coisas, e acredita poder trabalhar pela população pobre da Ilha, revigorando o local como pólo turístico. A festa formal de filiação será em Itamaracá, na primeira quinzena de maio.
Jungmann disse que o PPS é light, aberto, fundamentado no mundo da cultura e do trabalho, daí ter acatado sem problemas o pedido de filiação da cantora que, ano passado, estrelou o filme pornô "La Conga Sex". "O PPS não discrimina desde que o cidadão respeite as leis e cumpra os estatutos do partido", afirmou ele ao adiantar que a candidatura de Gretchen - cujo nome de batismo é Maria Odete Brito de Miranda - dependerá da comissão provisória da legenda na Ilha de Itamaracá, que em princípio, aceita a pretensão da cantora. Itamaracá tem 14 mil eleitores.
Se ela terá sucesso ou não na empreitada vai depender dela, segundo Jungmann. "Ela tem apelo popular, mas popularidade não significa voto", avaliou. "Ela tem que ter compromisso, propostas, dignidade e decência". Gretchen, que completa 49 anos no dia 29 de maio e estourou na década de 80 com os sucessos "Freak le boom boom" e "Conga, conga, conga", aparenta estar disposta a se aprofundar neste novo mundo. Já pediu a Jungmann indicação de pessoas que possam orientá-la no estudo da política e da coisa pública.
Gretchen se filia ao PPS e quer ser prefeita no PE
http://www.uai.com.br/UAI/html/
em_noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=8735/
em_noticia_interna.shtml
Apresentada no seu site oficial como "pioneira do setor retro-rebolativo", a cantora Gretchen, "rainha do bumbum", agora é do PPS e quer ser prefeita da Ilha de Itamaracá, no litoral norte de Pernambuco. Ela foi apresentada como novo membro do partido nesta sexta-feira, na Câmara Municipal do município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes, durante reunião mensal da executiva da legenda, presidida no Estado pelo deputado federal Raul Jungmann.
Com um vestido preto colado, ela disse que sua carreira termina a partir do momento em que começar de fato sua campanha a prefeita. "Vou deixar de ser artista para me dedicar à política" garantiu. Há 10 anos morando em Itamaracá, ela afirmou que seus 30 anos de carreira artística lhe proporcionaram "um olhar mais profundo" porque viaja muito, vê as coisas, e acredita poder trabalhar pela população pobre da Ilha, revigorando o local como pólo turístico. A festa formal de filiação será em Itamaracá, na primeira quinzena de maio.
Jungmann disse que o PPS é light, aberto, fundamentado no mundo da cultura e do trabalho, daí ter acatado sem problemas o pedido de filiação da cantora que, ano passado, estrelou o filme pornô "La Conga Sex". "O PPS não discrimina desde que o cidadão respeite as leis e cumpra os estatutos do partido", afirmou ele ao adiantar que a candidatura de Gretchen - cujo nome de batismo é Maria Odete Brito de Miranda - dependerá da comissão provisória da legenda na Ilha de Itamaracá, que em princípio, aceita a pretensão da cantora. Itamaracá tem 14 mil eleitores.
Se ela terá sucesso ou não na empreitada vai depender dela, segundo Jungmann. "Ela tem apelo popular, mas popularidade não significa voto", avaliou. "Ela tem que ter compromisso, propostas, dignidade e decência". Gretchen, que completa 49 anos no dia 29 de maio e estourou na década de 80 com os sucessos "Freak le boom boom" e "Conga, conga, conga", aparenta estar disposta a se aprofundar neste novo mundo. Já pediu a Jungmann indicação de pessoas que possam orientá-la no estudo da política e da coisa pública.
sexta-feira, abril 27, 2007
Sacripantas
Veja o Exame de uma ilustre leitora deste blog sobre o post " um tapinha na mão invisível"
" Já não digo horror por que é uma palavra batida neste governo. Sacripantas, mil caranguejos nos pés, dolicocéfalos,cérebro e algodão de dinheiro para amortecer o tilitar das moedas. "
" Já não digo horror por que é uma palavra batida neste governo. Sacripantas, mil caranguejos nos pés, dolicocéfalos,cérebro e algodão de dinheiro para amortecer o tilitar das moedas. "
quinta-feira, abril 26, 2007
um tapinha na mão invisível
O vice e os bispos estão com a bola toda.
O vice do molusco fundou um novo partido com as bençãos e contribuições dos bispos evangélicos. Ganharam uma Secretaria Especial com status de Ministério, emplacaram o nome do titular e sua lista de pedidos.
Agora, conseguiram que a mão visível do Estado dê um tapinha na mão invisível do mercado - afinal um tapinha não dói. Coincidencia ou não, o setor abençoado pela medida é o textil, não porque é bonito por natureza, mas porque é lá que estão as empresas do vice e empresário, a favor da competição nos setores alheios, mas recém convertido ao protecionismo, às véspeas da visita do Papa !
Folha de S.Paulo - Dinheiro
São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007
Governo protege calçado e indústria têxtil
Tarifa de importação para os setores será elevada para 35%, a máxima permitida, contra os 20% cobrados atualmente
Medida ocorre após intenso lobby, que culpa real forte e concorrência "desleal" chinesa pela perda de mercado e demissões.
O vice do molusco fundou um novo partido com as bençãos e contribuições dos bispos evangélicos. Ganharam uma Secretaria Especial com status de Ministério, emplacaram o nome do titular e sua lista de pedidos.
Agora, conseguiram que a mão visível do Estado dê um tapinha na mão invisível do mercado - afinal um tapinha não dói. Coincidencia ou não, o setor abençoado pela medida é o textil, não porque é bonito por natureza, mas porque é lá que estão as empresas do vice e empresário, a favor da competição nos setores alheios, mas recém convertido ao protecionismo, às véspeas da visita do Papa !
Folha de S.Paulo - Dinheiro
São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007
Governo protege calçado e indústria têxtil
Tarifa de importação para os setores será elevada para 35%, a máxima permitida, contra os 20% cobrados atualmente
Medida ocorre após intenso lobby, que culpa real forte e concorrência "desleal" chinesa pela perda de mercado e demissões.
minoria 11 X 0 PT
O STF apitou que a bola deve rolar na CPI do apagão aéreo por 11 a zero, um placar que é uma verdadeira goleada.
É importante ter em mente que a instalação em si da CPI do apagão aéreo não quer dizer nada. Este lenga-lenga em torno de um direito líquido e certo foi só uma manobra para postergar o início dos trabalhos e tumultuar as discussões, além de contar com o tempo como calmante para arrefecer os ânimos.
O campeonado de disse-me-disse está apenas começando. A expectativa da torcida é que centenas de manobras catimbatórias ainda virão. Afinal, não faltam parlamentares com mão santa, estilo Maradona no inesquecível jogo Argentina x Inglaterra, na Copa do Mundo de Futebol de 1986.
Supremo ordena à Câmara que instale CPI do Apagão Aéreo já
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/26/pol-1.93.11.20070426.2.1.xml
Todos os 11 ministros concluíram que decisão de não criar a comissão desrespeitou direito da minoria parlamentar
É importante ter em mente que a instalação em si da CPI do apagão aéreo não quer dizer nada. Este lenga-lenga em torno de um direito líquido e certo foi só uma manobra para postergar o início dos trabalhos e tumultuar as discussões, além de contar com o tempo como calmante para arrefecer os ânimos.
O campeonado de disse-me-disse está apenas começando. A expectativa da torcida é que centenas de manobras catimbatórias ainda virão. Afinal, não faltam parlamentares com mão santa, estilo Maradona no inesquecível jogo Argentina x Inglaterra, na Copa do Mundo de Futebol de 1986.
Supremo ordena à Câmara que instale CPI do Apagão Aéreo já
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/26/pol-1.93.11.20070426.2.1.xml
Todos os 11 ministros concluíram que decisão de não criar a comissão desrespeitou direito da minoria parlamentar
segunda-feira, abril 23, 2007
Câmara Maverick, parlamentar Dodge Dart
Todo mundo conhece a fama de consumo elevado dos famosos Maverick e Dodge Dart, ambos a gasolina e com motor V8. O consumo na cidade é na faixa de 4 Km por litro, com o pé leve. Se for acelerar, deve dar uns 2 Km/l. Para fins de comparação, o Palio flex 1.0 faz 13 km/l na cidade.
Definitivamente, nossos parlamentares adotaram habitos de Dodge Dart; e a Câmara, de Maverick. O país, porém, é obrigado a adotar hábitos de Palio flex 1.0 !
Deputados declaram à Câmara que usaram 1 milhão de litros de gasolina
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/23/pol-1.93.11.20070423.1.1.xml
Para receber verba indenizatória, eles alegam ter gastado R$ 2,5 milhões só em combustíveis na atual legislatura
Nos dois primeiros meses da atual legislatura, os deputados compraram combustível, com dinheiro da Câmara, suficiente para dar 255 voltas ao redor da Terra. Para comprovar, apresentaram notas fiscais - no total de R$ 2,5 milhões, o que daria para comprar 1 milhão de litros de gasolina - e foram ressarcidos pela Casa. (...)
Definitivamente, nossos parlamentares adotaram habitos de Dodge Dart; e a Câmara, de Maverick. O país, porém, é obrigado a adotar hábitos de Palio flex 1.0 !
Deputados declaram à Câmara que usaram 1 milhão de litros de gasolina
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/23/pol-1.93.11.20070423.1.1.xml
Para receber verba indenizatória, eles alegam ter gastado R$ 2,5 milhões só em combustíveis na atual legislatura
Nos dois primeiros meses da atual legislatura, os deputados compraram combustível, com dinheiro da Câmara, suficiente para dar 255 voltas ao redor da Terra. Para comprovar, apresentaram notas fiscais - no total de R$ 2,5 milhões, o que daria para comprar 1 milhão de litros de gasolina - e foram ressarcidos pela Casa. (...)
domingo, abril 22, 2007
Perguntas ao uga-buga-unger
O politsBURGER tem algumas perguntas a fazer ao uga-buga-unger:
Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas. O Sr acha que é possível falar certo por boca torta?
Faltou botox ou o Sr aplicou tudo que tinha só de um lado da boca?
Porque o Sr esta largando o bom salário de professor na HU, e o prestigio associado; para ganhar esta ninharia como secretario especial, e o desprestígio associado?
O costume do cachimbo põe a boca torta?
Sua mãe é perereca e seu pai é sapo boi?
Como o Sr vai planejar o longo prazo, sendo que o tempo restante do governo do molusco é curto prazo?
O Sr vai tirar a OAB da Constituição?
A língua é o chicote da bunda?
O Sr vai pedir o impedimento do molusco, ou foi impedido de fazer isso?
O que o Sr entende por coerência ? E por vergonha na cara?
O Sr como filosofo sempre foi flá-flá. Como secretario especial vai ser men-mengo ou vai pedir desculpas e virar flu-flu ?
Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas. O Sr acha que é possível falar certo por boca torta?
Faltou botox ou o Sr aplicou tudo que tinha só de um lado da boca?
Porque o Sr esta largando o bom salário de professor na HU, e o prestigio associado; para ganhar esta ninharia como secretario especial, e o desprestígio associado?
O costume do cachimbo põe a boca torta?
Sua mãe é perereca e seu pai é sapo boi?
Como o Sr vai planejar o longo prazo, sendo que o tempo restante do governo do molusco é curto prazo?
O Sr vai tirar a OAB da Constituição?
A língua é o chicote da bunda?
O Sr vai pedir o impedimento do molusco, ou foi impedido de fazer isso?
O que o Sr entende por coerência ? E por vergonha na cara?
O Sr como filosofo sempre foi flá-flá. Como secretario especial vai ser men-mengo ou vai pedir desculpas e virar flu-flu ?
Niemeyer, o filme
Depois de A marcha dos Pinguins, Gaivotas e Os Camelos Albinos Tambem Choram ... Niemeyer, o filme !
Ele veio para completar a quadrilogiada da chatice. Um verdadeiro monólogo do umbigo. O comunista mais capitalista de todos os tempos só fala de si mesmo, com aquela impávida cara de persongem de A Noiva Cadaver. Não fala, porém, quando cobrou para fazer a Residência dos Rothschild, em Israel.
Ele veio para completar a quadrilogiada da chatice. Um verdadeiro monólogo do umbigo. O comunista mais capitalista de todos os tempos só fala de si mesmo, com aquela impávida cara de persongem de A Noiva Cadaver. Não fala, porém, quando cobrou para fazer a Residência dos Rothschild, em Israel.
vem aí, décit comercial !
Fora os impactos sobre emprego.
Importações dobram no governo Lula e vão superar US$ 100 bilhões
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/22/eco-1.93.4.20070422.1.1.xml
"as empresas estão adquirindo lá fora matérias-primas e componentes que antes eram compradas no mercado interno”
"Fabricantes de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, material de construção, confecções e calçados, entre outros, estão importando produtos acabados da China, que são revendidos com marca brasileira."
“Sai bem mais barato importar da China do que produzir no Brasil. A diferença chega a 40%, em média."
"Desde meados de 2006, a Suggar passou a importar da China ferros para passar roupa, sanduicheiras, coifas, exaustores, fornos, adegas climatizadas e máquinas de fazer gelo, entre outros produtos. Hoje, dos 40 itens que vende, apenas seis são de fabricação própria. O resultado foi um salto de 45% no faturamento. "
“Mantida a situação atual, corremos o risco de sermos questionados pela matriz americana se vale a pena manter uma fábrica no Brasil ou trazer tudo da China."
" A fábrica de Uberaba (MG) emprega hoje 630 pessoas, 150 a menos que no início de 2006. "
Importações dobram no governo Lula e vão superar US$ 100 bilhões
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/22/eco-1.93.4.20070422.1.1.xml
"as empresas estão adquirindo lá fora matérias-primas e componentes que antes eram compradas no mercado interno”
"Fabricantes de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, material de construção, confecções e calçados, entre outros, estão importando produtos acabados da China, que são revendidos com marca brasileira."
“Sai bem mais barato importar da China do que produzir no Brasil. A diferença chega a 40%, em média."
"Desde meados de 2006, a Suggar passou a importar da China ferros para passar roupa, sanduicheiras, coifas, exaustores, fornos, adegas climatizadas e máquinas de fazer gelo, entre outros produtos. Hoje, dos 40 itens que vende, apenas seis são de fabricação própria. O resultado foi um salto de 45% no faturamento. "
“Mantida a situação atual, corremos o risco de sermos questionados pela matriz americana se vale a pena manter uma fábrica no Brasil ou trazer tudo da China."
" A fábrica de Uberaba (MG) emprega hoje 630 pessoas, 150 a menos que no início de 2006. "
sábado, abril 21, 2007
uga-buga-unger
Vem aí homem primata, diretamente do capitalismo selvagem.
Rau !
Rau !
o mensalão do judiciário
PF: pegamos o "bingão da Justiça"
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/04/21/
Foi assim que o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, se referiu à operação para desmontar o suposto esquema
de venda de sentenças judiciais. Segundo a PF, donos de bingos e empresários davam mesadas de R$ 20 mil a R$ 30 mil a integrantes da Justiça e ainda pagavam cerca de R$ 150 mil por cada decisão favorável obtida
Justiça sob suspeita
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/04/21/ger-1.94.4.20070421.24.1.xml
Ação para combater a venda de sentenças judiciais vasculhou escritórios de 43 pessoas em São Paulo
A Polícia Federal apreendeu ontem pilhas de documentos, discos rígidos de computadores, um notebook e pelo menos cinco veículos como parte da Operação Têmis, que visa a combater suposta venda de sentenças judiciais e lavagem de dinheiro em São Paulo. Foram cumpridos mais de 80 mandados de busca e apreensão em casas e escritórios de 43 pessoas - entre desembargadores e juízes federais, empresários e advogados -, nas cidades de São Paulo, Rio e Campo Grande (MS). As investigações não têm relação direta com a Operação Hurricane, embora ambas investiguem casas de bingos. O superintendente da PF em São Paulo, Geraldo José de Araújo, batizou o esquema de “bingão da Justiça”.
Além dos mandados de busca, a PF pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a prisão preventiva dos investigados, mas o ministro Félix Fisher negou. Entre os citados no inquérito estão os desembargadores Alda Basto, Nery Júnior e Roberto Haddad, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), além dos juízes federais Maria Cristina Barongeno Cukierkorn, da 23ª, e Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara.
Segundo a PF, os citados formaram uma organização criminosa especializada na compra e na venda de liminares para beneficiar casas de bingo e empresas interessadas em obter créditos tributários. A investigação começou em agosto de 2006, após uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de que empresários ligados a bingos pagavam mensalidades que variavam de R$ 20 mil a R$ 30 mil para desembargadores, juízes e uma funcionária da Receita Federal, além de lobistas envolvidos no esquema. A suposta quadrilha contaria ainda com a participação de policiais civis. Pelo menos dez decisões judiciais que beneficiaram bingos estão sob suspeita.
Os trabalhos da PF foram interrompidos há cerca de um mês, quando um funcionário da Telefônica requisitado para fazer o grampo autorizado pela Justiça vazou informações sobre as escutas para um policial civil, que avisou alguns dos investigados. Quando a organização criminosa começou a queimar provas, o STJ foi comunicado. A Telefônica informou que está ajudando nas investigações e houve apreensão ontem de documentos que estavam em cima da mesa de um funcionário. O profissional, que não teve o nome divulgado, está afastado e a empresa abriu sindicância interna.
As apurações indicam que havia um grupo de lobistas que tratava com o Judiciário em nome de empresários e casas de bingo. Os policiais dariam proteção para as empresas, além de ajudar na busca por informações para os lobistas. Uma funcionária da Receita ficaria responsável pela facilitação dos créditos tributários.
Apesar de o inquérito ser sigiloso, a PF admitiu que donos de bingos chegaram a pagar R$ 150 mil a magistrados por uma liminar que garantia o funcionamento das casas. A PF agora vai analisar documentos apreendidos e poderá pedir novamente a prisão dos investigados.
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/04/21/
Foi assim que o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, se referiu à operação para desmontar o suposto esquema
de venda de sentenças judiciais. Segundo a PF, donos de bingos e empresários davam mesadas de R$ 20 mil a R$ 30 mil a integrantes da Justiça e ainda pagavam cerca de R$ 150 mil por cada decisão favorável obtida
Justiça sob suspeita
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/04/21/ger-1.94.4.20070421.24.1.xml
Ação para combater a venda de sentenças judiciais vasculhou escritórios de 43 pessoas em São Paulo
A Polícia Federal apreendeu ontem pilhas de documentos, discos rígidos de computadores, um notebook e pelo menos cinco veículos como parte da Operação Têmis, que visa a combater suposta venda de sentenças judiciais e lavagem de dinheiro em São Paulo. Foram cumpridos mais de 80 mandados de busca e apreensão em casas e escritórios de 43 pessoas - entre desembargadores e juízes federais, empresários e advogados -, nas cidades de São Paulo, Rio e Campo Grande (MS). As investigações não têm relação direta com a Operação Hurricane, embora ambas investiguem casas de bingos. O superintendente da PF em São Paulo, Geraldo José de Araújo, batizou o esquema de “bingão da Justiça”.
Além dos mandados de busca, a PF pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a prisão preventiva dos investigados, mas o ministro Félix Fisher negou. Entre os citados no inquérito estão os desembargadores Alda Basto, Nery Júnior e Roberto Haddad, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), além dos juízes federais Maria Cristina Barongeno Cukierkorn, da 23ª, e Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara.
Segundo a PF, os citados formaram uma organização criminosa especializada na compra e na venda de liminares para beneficiar casas de bingo e empresas interessadas em obter créditos tributários. A investigação começou em agosto de 2006, após uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de que empresários ligados a bingos pagavam mensalidades que variavam de R$ 20 mil a R$ 30 mil para desembargadores, juízes e uma funcionária da Receita Federal, além de lobistas envolvidos no esquema. A suposta quadrilha contaria ainda com a participação de policiais civis. Pelo menos dez decisões judiciais que beneficiaram bingos estão sob suspeita.
Os trabalhos da PF foram interrompidos há cerca de um mês, quando um funcionário da Telefônica requisitado para fazer o grampo autorizado pela Justiça vazou informações sobre as escutas para um policial civil, que avisou alguns dos investigados. Quando a organização criminosa começou a queimar provas, o STJ foi comunicado. A Telefônica informou que está ajudando nas investigações e houve apreensão ontem de documentos que estavam em cima da mesa de um funcionário. O profissional, que não teve o nome divulgado, está afastado e a empresa abriu sindicância interna.
As apurações indicam que havia um grupo de lobistas que tratava com o Judiciário em nome de empresários e casas de bingo. Os policiais dariam proteção para as empresas, além de ajudar na busca por informações para os lobistas. Uma funcionária da Receita ficaria responsável pela facilitação dos créditos tributários.
Apesar de o inquérito ser sigiloso, a PF admitiu que donos de bingos chegaram a pagar R$ 150 mil a magistrados por uma liminar que garantia o funcionamento das casas. A PF agora vai analisar documentos apreendidos e poderá pedir novamente a prisão dos investigados.
bastidores do acordo BR-EUA para biocombustiveis
o melhor da entrevista que Heloisa Helena deu para Adrianes Galisteu
sexta-feira, abril 20, 2007
A crônica impunidade que tem assolado o País
Teste para o Supremo
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/20/edi-1.93.5.20070420.1.1.xml
Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) confessou, há algum tempo, que a mais alta Corte de Justiça do País, cuja função precípua é a de dizer o Direito e dirimir conflitos de interpretação no âmbito constitucional, não está aparelhada para o exercício do processo penal nem para procedimentos de natureza investigatória. O problema é que o instituto do “foro privilegiado” obriga o Supremo a julgar feitos mesmo que em relação a estes não tenha a melhor aptidão de juízo.
Pela primeira vez, quarta-feira, o STF abriu ação penal contra acusados de envolvimento no famigerado mensalão - sistema de compra de apoio parlamentar ou de adesão partidária, apontado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, investigado por CPIs e denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernandes de Souza. Esse primeiro processo, envolvendo 11 acusados - entre os quais o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério, sua mulher Renilda Santiago e dirigentes do BMG -, havia sido aberto junto à Justiça Federal em Minas Gerais, onde tramitou até o final de 2006. Como José Genoino se elegeu deputado federal, cargo que lhe dá direito a julgamento no foro privilegiado do Supremo, seus réus companheiros, como que por osmose, adquirem o mesmo privilégio - o que já é um atentado à lógica.
Curiosa, aliás, foi a observação do deputado Genoino: “Foram os advogados que pediram que a ação, que estranhamente foi aberta na véspera da minha diplomação em dezembro, subisse para o STF.” Ora, o deputado aí confessou sua aposta no privilégio do juízo e criticou o Ministério Público (MP) por ter tentado uma estratégia que contornasse esse privilégio. Não seria mais “estranho” que o MP esperasse o acusado tornar-se deputado para escapar do julgamento comum aos cidadãos? De qualquer forma, o ministro do Supremo que é relator dos feitos atinentes ao mensalão, Joaquim Barbosa, ratificou e deu continuidade ao processo instaurado pela Justiça Federal em Minas Gerais. Os réus são acusados de crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira e de falsidade ideológica praticados na concessão de dois empréstimos, pelo BMG ao PT, nos valores de R$ 3 milhões e de R$ 2,4 milhões. Caracterizaram os delitos, segundo o Ministério Público, a situação econômico-financeira dos tomadores, incompatível com os valores, e as garantias apresentadas, que eram insuficientes.
O ministro Barbosa também assegurou que até o final de junho o plenário do STF deverá pronunciar-se sobre o acatamento ou não do processo principal do mensalão, aquele em que o procurador-geral da República denunciou 40 participantes de uma “sofisticada organização criminosa”. Salta aos olhos e aos sentimentos dos brasileiros a grande expectativa em torno dessa decisão do Supremo, visto que a absolvição em série no Conselho de Ética e no plenário - uma grande pizza ao gosto dos mensaleiros - reduziu a esperança de punibilidade à Justiça, pois nas democracias não se cogita de absolvição pelas urnas.
Durante meses a fio a sociedade brasileira assistiu, com estarrecimento, pelas comissões parlamentares de inquérito e conselhos de Ética do Legislativo Federal, ao desfile das mais cabeludas falcatruas, das bandalheiras praticadas em diversos níveis e esferas de Poder Público, comprovadas por testemunhos e por documentos comprometedores. Mas vieram as eleições, alguns trânsfugas - que haviam renunciado para escapar da cassação e suspensão dos direitos políticos - foram eleitos e voltaram, tranqüilamente, à cena do crime, ou seja, ao Parlamento. Como todo esse trabalho resultou praticamente em nada, no tocante à responsabilização e punição dos culpados, a última esperança que restou aos cidadãos prestantes foi a da atuação da Justiça.
O STF passará, perante a sociedade, por um grande teste. Se não se desincumbir a contento da importantíssima missão - seja por excesso de carga de trabalho de seus ministros, seja por desaparelhamento da Corte para essa função ou por que outros motivos possa invocar -, será considerado, pela opinião pública, uma instância de impunidade. Nessa hipótese teriam os legisladores brasileiros a responsabilidade de modificar inteiramente as regras atinentes ao “foro privilegiado”, senão de eliminá-lo de vez do ordenamento jurídico, em prol do urgente combate à crônica impunidade que, desgraçadamente, tem assolado o País.
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/20/edi-1.93.5.20070420.1.1.xml
Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) confessou, há algum tempo, que a mais alta Corte de Justiça do País, cuja função precípua é a de dizer o Direito e dirimir conflitos de interpretação no âmbito constitucional, não está aparelhada para o exercício do processo penal nem para procedimentos de natureza investigatória. O problema é que o instituto do “foro privilegiado” obriga o Supremo a julgar feitos mesmo que em relação a estes não tenha a melhor aptidão de juízo.
Pela primeira vez, quarta-feira, o STF abriu ação penal contra acusados de envolvimento no famigerado mensalão - sistema de compra de apoio parlamentar ou de adesão partidária, apontado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, investigado por CPIs e denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernandes de Souza. Esse primeiro processo, envolvendo 11 acusados - entre os quais o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério, sua mulher Renilda Santiago e dirigentes do BMG -, havia sido aberto junto à Justiça Federal em Minas Gerais, onde tramitou até o final de 2006. Como José Genoino se elegeu deputado federal, cargo que lhe dá direito a julgamento no foro privilegiado do Supremo, seus réus companheiros, como que por osmose, adquirem o mesmo privilégio - o que já é um atentado à lógica.
Curiosa, aliás, foi a observação do deputado Genoino: “Foram os advogados que pediram que a ação, que estranhamente foi aberta na véspera da minha diplomação em dezembro, subisse para o STF.” Ora, o deputado aí confessou sua aposta no privilégio do juízo e criticou o Ministério Público (MP) por ter tentado uma estratégia que contornasse esse privilégio. Não seria mais “estranho” que o MP esperasse o acusado tornar-se deputado para escapar do julgamento comum aos cidadãos? De qualquer forma, o ministro do Supremo que é relator dos feitos atinentes ao mensalão, Joaquim Barbosa, ratificou e deu continuidade ao processo instaurado pela Justiça Federal em Minas Gerais. Os réus são acusados de crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira e de falsidade ideológica praticados na concessão de dois empréstimos, pelo BMG ao PT, nos valores de R$ 3 milhões e de R$ 2,4 milhões. Caracterizaram os delitos, segundo o Ministério Público, a situação econômico-financeira dos tomadores, incompatível com os valores, e as garantias apresentadas, que eram insuficientes.
O ministro Barbosa também assegurou que até o final de junho o plenário do STF deverá pronunciar-se sobre o acatamento ou não do processo principal do mensalão, aquele em que o procurador-geral da República denunciou 40 participantes de uma “sofisticada organização criminosa”. Salta aos olhos e aos sentimentos dos brasileiros a grande expectativa em torno dessa decisão do Supremo, visto que a absolvição em série no Conselho de Ética e no plenário - uma grande pizza ao gosto dos mensaleiros - reduziu a esperança de punibilidade à Justiça, pois nas democracias não se cogita de absolvição pelas urnas.
Durante meses a fio a sociedade brasileira assistiu, com estarrecimento, pelas comissões parlamentares de inquérito e conselhos de Ética do Legislativo Federal, ao desfile das mais cabeludas falcatruas, das bandalheiras praticadas em diversos níveis e esferas de Poder Público, comprovadas por testemunhos e por documentos comprometedores. Mas vieram as eleições, alguns trânsfugas - que haviam renunciado para escapar da cassação e suspensão dos direitos políticos - foram eleitos e voltaram, tranqüilamente, à cena do crime, ou seja, ao Parlamento. Como todo esse trabalho resultou praticamente em nada, no tocante à responsabilização e punição dos culpados, a última esperança que restou aos cidadãos prestantes foi a da atuação da Justiça.
O STF passará, perante a sociedade, por um grande teste. Se não se desincumbir a contento da importantíssima missão - seja por excesso de carga de trabalho de seus ministros, seja por desaparelhamento da Corte para essa função ou por que outros motivos possa invocar -, será considerado, pela opinião pública, uma instância de impunidade. Nessa hipótese teriam os legisladores brasileiros a responsabilidade de modificar inteiramente as regras atinentes ao “foro privilegiado”, senão de eliminá-lo de vez do ordenamento jurídico, em prol do urgente combate à crônica impunidade que, desgraçadamente, tem assolado o País.
quinta-feira, abril 19, 2007
os investidores perderam as esperanças
A prioridade do molusco é o listão fisiológico.
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/19/edi-1.93.5.20070419.2.1.xml
(...) E os investimentos não vêm porque os investidores, segundo o bem informado The Wall Street Journal, perderam as esperanças de que Lula faça as reformas tributária, trabalhista e previdenciária que efetivamente destravariam o crescimento do País. Mas desde quando isso tira o sono dos políticos? E, se a eles pouco importa a qualidade do governo, é improvável que o presidente desate o nó que persiste desde o primeiro mandato. Até porque o presidente Lula vive dizendo que não tem pressa. Embalado pelo apoio da população, que parece satisfeita com o ritmo lento de crescimento da economia, não se dispõe a cobrar maior eficiência da equipe de governo. Nem se abala em patrocinar as indispensáveis reformas estruturais.
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/19/edi-1.93.5.20070419.2.1.xml
(...) E os investimentos não vêm porque os investidores, segundo o bem informado The Wall Street Journal, perderam as esperanças de que Lula faça as reformas tributária, trabalhista e previdenciária que efetivamente destravariam o crescimento do País. Mas desde quando isso tira o sono dos políticos? E, se a eles pouco importa a qualidade do governo, é improvável que o presidente desate o nó que persiste desde o primeiro mandato. Até porque o presidente Lula vive dizendo que não tem pressa. Embalado pelo apoio da população, que parece satisfeita com o ritmo lento de crescimento da economia, não se dispõe a cobrar maior eficiência da equipe de governo. Nem se abala em patrocinar as indispensáveis reformas estruturais.
quarta-feira, abril 18, 2007
a PMSP está privatizada
Como será esta estatística para as outras PM do Brasil ? E para as Polícias Civil ? Hein? Hein ?
Três vezes mais PMs no ‘bico’ do que nas ruas
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/04/18/ger-1.94.4.20070418.3.1.xml
Enquanto 5.250 fazem policiamento, 15.750 estão em serviços extras, como segurança de bingo e igreja, para complementar salário (o piso é de R$ 1.240). A PM não comenta o assunto e alega que as informações são confidenciais.
A segurança pública em São Paulo está privatizada. A cidade tem três vezes mais policiais militares no 'bico' do que no patrulhamento de rua. O efetivo da Capital, já descontados os 10% em férias, é de 21 mil PMs. Eles trabalham em quatro turnos, de 12 por 36 horas. Enquanto 5.250 estão no policiamento preventivo, outros 15.750 fazem serviço extra para complementar o piso salarial de R$ 1.240,00.
Segundo a Polícia Militar, a Capital tem 65 mil quarteirões. Isso significa que cada um dos 5.250 PMs tem de patrulhar, sozinho, 13 quarteirões em cada turno de 12 horas. Os policiais dispõem, em média, por dia, de 1,2 mil viaturas para percorrer uma área de 1.509 quilômetros quadrados.
Nos bairros da periferia, como Terceira Divisão, São Matheus e Cidade Tiradentes, no extremo Leste da cidade, algumas companhias da Polícia Militar dispõem apenas de três viaturas para o patrulhamento. Isso também ocorre em outras regiões, como no Parque Santo Antônio, Jardim das Imbuías e Valo Velho, na Zona Sul.
Enquanto isso, os outros 15.750 PMs fazem serviços extras nas horas de folga. Eles estão espalhados em todas as casas de bingo da Capital, igrejas evangélicas, postos de combustíveis, condomínios, supermercados e feiras livres. Outros trabalham no comércio dos bairros. Na Galeria Pagé e região da Rua 25 de Março, Centro, conhecidas pelas vendas de produtos pirateados e contrabandeados, centenas de PMs fazem bicos nas lojas, inclusive homens do Corpo de Bombeiros.
Em muitos bingos da Capital e na Grande São Paulo, policiais civis e guardas civis municipais também fazem bico. O número expressivo de policiais e GCMs no serviço extra comprova a 'privatização' da segurança pública no Estado de São Paulo, na qual patrões completam o salário pago pelo governo.
Segundo representantes de entidades de classe da Polícia Militar, os PMs são recrutados para fazer bico até mesmo por oficiais da corporação. Uma capitã, por exemplo, contrata os PMs para atuar numa grande igreja evangélica no Brás, Zona Leste.
As mesmas fontes disseram que coronéis também contratam PMs para fazer segurança na maioria dos bingos , supermercados, shopping centers e até condomínios de São Paulo. Alguns policiais preferem fazer escoltas vips. Outros gostam de atuar na escolta de entregas de cigarros e bebidas.
O PM ganha, em média, R$ 90,00 por oito horas de trabalho no bico. No fim do mês, o serviço extra rende mais do que o salário líquido pago pela corporação. Em alguns casos, os policiais militares recebem até R$ 120,00 por 12 horas diárias de trabalho. Esse valor é pago por uma das maiores igrejas evangélicas do País.
Procurada pelo JT, a Polícia Militar não explicou por que o número de PMs no bico e maior do que o efetivo da corporação no patrulhamento preventivo diário na Capital. A PM alegou, por meio de seu serviço de comunicação social, que não pode falar sobre o caso porque essas informações são 'estratégicas e confidenciais'.
Três vezes mais PMs no ‘bico’ do que nas ruas
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/04/18/ger-1.94.4.20070418.3.1.xml
Enquanto 5.250 fazem policiamento, 15.750 estão em serviços extras, como segurança de bingo e igreja, para complementar salário (o piso é de R$ 1.240). A PM não comenta o assunto e alega que as informações são confidenciais.
A segurança pública em São Paulo está privatizada. A cidade tem três vezes mais policiais militares no 'bico' do que no patrulhamento de rua. O efetivo da Capital, já descontados os 10% em férias, é de 21 mil PMs. Eles trabalham em quatro turnos, de 12 por 36 horas. Enquanto 5.250 estão no policiamento preventivo, outros 15.750 fazem serviço extra para complementar o piso salarial de R$ 1.240,00.
Segundo a Polícia Militar, a Capital tem 65 mil quarteirões. Isso significa que cada um dos 5.250 PMs tem de patrulhar, sozinho, 13 quarteirões em cada turno de 12 horas. Os policiais dispõem, em média, por dia, de 1,2 mil viaturas para percorrer uma área de 1.509 quilômetros quadrados.
Nos bairros da periferia, como Terceira Divisão, São Matheus e Cidade Tiradentes, no extremo Leste da cidade, algumas companhias da Polícia Militar dispõem apenas de três viaturas para o patrulhamento. Isso também ocorre em outras regiões, como no Parque Santo Antônio, Jardim das Imbuías e Valo Velho, na Zona Sul.
Enquanto isso, os outros 15.750 PMs fazem serviços extras nas horas de folga. Eles estão espalhados em todas as casas de bingo da Capital, igrejas evangélicas, postos de combustíveis, condomínios, supermercados e feiras livres. Outros trabalham no comércio dos bairros. Na Galeria Pagé e região da Rua 25 de Março, Centro, conhecidas pelas vendas de produtos pirateados e contrabandeados, centenas de PMs fazem bicos nas lojas, inclusive homens do Corpo de Bombeiros.
Em muitos bingos da Capital e na Grande São Paulo, policiais civis e guardas civis municipais também fazem bico. O número expressivo de policiais e GCMs no serviço extra comprova a 'privatização' da segurança pública no Estado de São Paulo, na qual patrões completam o salário pago pelo governo.
Segundo representantes de entidades de classe da Polícia Militar, os PMs são recrutados para fazer bico até mesmo por oficiais da corporação. Uma capitã, por exemplo, contrata os PMs para atuar numa grande igreja evangélica no Brás, Zona Leste.
As mesmas fontes disseram que coronéis também contratam PMs para fazer segurança na maioria dos bingos , supermercados, shopping centers e até condomínios de São Paulo. Alguns policiais preferem fazer escoltas vips. Outros gostam de atuar na escolta de entregas de cigarros e bebidas.
O PM ganha, em média, R$ 90,00 por oito horas de trabalho no bico. No fim do mês, o serviço extra rende mais do que o salário líquido pago pela corporação. Em alguns casos, os policiais militares recebem até R$ 120,00 por 12 horas diárias de trabalho. Esse valor é pago por uma das maiores igrejas evangélicas do País.
Procurada pelo JT, a Polícia Militar não explicou por que o número de PMs no bico e maior do que o efetivo da corporação no patrulhamento preventivo diário na Capital. A PM alegou, por meio de seu serviço de comunicação social, que não pode falar sobre o caso porque essas informações são 'estratégicas e confidenciais'.
terça-feira, abril 17, 2007
Corrupção institucionalizada
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/17/edi-1.93.5.20070417.2.1.xml
Os agentes responsáveis pela Operação Hurricane (Furacão) da Polícia Federal (PF) dão a entender que os indícios levam à previsão de envolvimento de um número muito maior de pessoas do que as 25 presas até agora. De fato, tanto os valores e bens já apreendidos quanto a categoria funcional dos servidores públicos já envolvidos apontam para uma impressionante metástase da corrupção, a ponto de poder-se considerá-la institucionalizada. Com efeito, entre os envolvidos estão nada menos do que dois desembargadores do Tribunal Regional Federal, um juiz do Trabalho, um procurador regional da República, três delegados da Polícia Federal, empresários e advogados - entre os quais o irmão de um ministro do Superior Tribunal de Justiça -, e as acusações dizem respeito ao esquema de jogo ilegal (por meio de máquinas caça-níqueis), corrupção, contrabando, tráfico de influência e receptação, entre outros crimes, tudo sustentado por uma vasta rede mafiosa infiltrada profundamente nos Poderes de Estado.
Impressionam também os valores, apreendidos pela PF, que estavam em poder dos presos - a saber, R$ 10 milhões em dinheiro, R$ 5 milhões em cheques, US$ 300 mil, jóias e relógios de luxo e mais 51 veículos avaliados em R$ 10 milhões, entre os quais uma Mercedes-Benz que vale R$ 550 mil. E impressionam, sobretudo, as duas toneladas de documentos e materiais apreendidos - entre os quais agendas e discos rígidos de computador - que exigiram, para transportá-las, duas viagens do avião da Polícia Federal do Rio de Janeiro a Brasília. A propósito, o grande trabalho da PF, agora, é o de destrinchar toda essa montanha documental, uma vez que as tomadas de depoimentos dos presos não têm surtido efeito, em razão da estratégia de seus advogados de os fazerem falar só em juízo.
Há que se reconhecer, antes de mais nada, o grande mérito do trabalho da Polícia Federal, que após um longo período de investigação - mantida sem vazamentos - obteve do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, autorização para realizar a grande operação. É verdade que investigações prolongadas, mantidas em rigoroso sigilo, que deram margem a grandes operações, já tinham sido feitas pela PF. Destas, uma das principais foi a Anaconda, concentrada em São Paulo, mas com conexões em vários Estados. É de se prever que, em termos de conexões interestaduais, a Hurricane também vá se estender - e o senador Romeu Tuma faz bem em insistir para que ela venha a São Paulo.
Justamente por reconhecermos a eficiência investigativa da Polícia Federal, sobejamente demonstrada em operações como essas, não dá para entender por que outras quadrilhas infiltradas nos Poderes de Estado até hoje permanecem sob uma espécie de blindagem que perpetua, escandalosamente, a sua impunidade. O que aconteceu até hoje com os envolvidos na CPI dos Correios - já começando pelo emblemático Waldomiro Diniz -, com os mensaleiros, com os vampiros, com os sanguessugas, com os 40 quadrilheiros denunciados pelo procurador-geral da República e todos aqueles envolvidos até o gorgomilo nas CPIs que mobilizaram a opinião pública brasileira, durante tanto tempo, exigiram tanta energia investigativa e manuseio, em trabalho exaustivo de servidores públicos, de montanhas e montanhas de documentos? Tudo isso, enfim, para quê?
Desgraçadamente, não se trata apenas do comprometimento de um ou outro magistrado, de um ou outro delegado de polícia, de um ou outro procurador, mas de uma rede organizada, que jamais poderia se manter não fosse a cumplicidade de enorme número de pessoas e a perversão profunda do espírito de corporação, que leva colegas de corruptos a fazerem, no mínimo, “vista grossa” ante evidências de falcatruas perpetradas em seu meio. Ou será que passa tão despercebido o favorecimento ilógico e exagerado de uma sentença judicial, de uma liminar em mandado de segurança, de um habeas corpus, ou o comprometimento ostensivo de advogados ou a omissão clamorosa de agentes policiais, em práticas ilegais, atividades ilícitas notoriamente exercidas, às vezes, à vista de todos?
Os agentes responsáveis pela Operação Hurricane (Furacão) da Polícia Federal (PF) dão a entender que os indícios levam à previsão de envolvimento de um número muito maior de pessoas do que as 25 presas até agora. De fato, tanto os valores e bens já apreendidos quanto a categoria funcional dos servidores públicos já envolvidos apontam para uma impressionante metástase da corrupção, a ponto de poder-se considerá-la institucionalizada. Com efeito, entre os envolvidos estão nada menos do que dois desembargadores do Tribunal Regional Federal, um juiz do Trabalho, um procurador regional da República, três delegados da Polícia Federal, empresários e advogados - entre os quais o irmão de um ministro do Superior Tribunal de Justiça -, e as acusações dizem respeito ao esquema de jogo ilegal (por meio de máquinas caça-níqueis), corrupção, contrabando, tráfico de influência e receptação, entre outros crimes, tudo sustentado por uma vasta rede mafiosa infiltrada profundamente nos Poderes de Estado.
Impressionam também os valores, apreendidos pela PF, que estavam em poder dos presos - a saber, R$ 10 milhões em dinheiro, R$ 5 milhões em cheques, US$ 300 mil, jóias e relógios de luxo e mais 51 veículos avaliados em R$ 10 milhões, entre os quais uma Mercedes-Benz que vale R$ 550 mil. E impressionam, sobretudo, as duas toneladas de documentos e materiais apreendidos - entre os quais agendas e discos rígidos de computador - que exigiram, para transportá-las, duas viagens do avião da Polícia Federal do Rio de Janeiro a Brasília. A propósito, o grande trabalho da PF, agora, é o de destrinchar toda essa montanha documental, uma vez que as tomadas de depoimentos dos presos não têm surtido efeito, em razão da estratégia de seus advogados de os fazerem falar só em juízo.
Há que se reconhecer, antes de mais nada, o grande mérito do trabalho da Polícia Federal, que após um longo período de investigação - mantida sem vazamentos - obteve do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, autorização para realizar a grande operação. É verdade que investigações prolongadas, mantidas em rigoroso sigilo, que deram margem a grandes operações, já tinham sido feitas pela PF. Destas, uma das principais foi a Anaconda, concentrada em São Paulo, mas com conexões em vários Estados. É de se prever que, em termos de conexões interestaduais, a Hurricane também vá se estender - e o senador Romeu Tuma faz bem em insistir para que ela venha a São Paulo.
Justamente por reconhecermos a eficiência investigativa da Polícia Federal, sobejamente demonstrada em operações como essas, não dá para entender por que outras quadrilhas infiltradas nos Poderes de Estado até hoje permanecem sob uma espécie de blindagem que perpetua, escandalosamente, a sua impunidade. O que aconteceu até hoje com os envolvidos na CPI dos Correios - já começando pelo emblemático Waldomiro Diniz -, com os mensaleiros, com os vampiros, com os sanguessugas, com os 40 quadrilheiros denunciados pelo procurador-geral da República e todos aqueles envolvidos até o gorgomilo nas CPIs que mobilizaram a opinião pública brasileira, durante tanto tempo, exigiram tanta energia investigativa e manuseio, em trabalho exaustivo de servidores públicos, de montanhas e montanhas de documentos? Tudo isso, enfim, para quê?
Desgraçadamente, não se trata apenas do comprometimento de um ou outro magistrado, de um ou outro delegado de polícia, de um ou outro procurador, mas de uma rede organizada, que jamais poderia se manter não fosse a cumplicidade de enorme número de pessoas e a perversão profunda do espírito de corporação, que leva colegas de corruptos a fazerem, no mínimo, “vista grossa” ante evidências de falcatruas perpetradas em seu meio. Ou será que passa tão despercebido o favorecimento ilógico e exagerado de uma sentença judicial, de uma liminar em mandado de segurança, de um habeas corpus, ou o comprometimento ostensivo de advogados ou a omissão clamorosa de agentes policiais, em práticas ilegais, atividades ilícitas notoriamente exercidas, às vezes, à vista de todos?
segunda-feira, abril 16, 2007
quem planta sem terra, colhe neoliberal
É isso mesmo. O José Rainha da Inglaterra nã manda nada. Quem fala mais alto é o Senhor Bufunfa. Na hora de pagar as contas, bancos e supermercados não aceitam ideologia. Aceitam dinheiro, cheque ou cartão. Isso tem feito os membros do MST aderirem às multinacionais neoliberais globalizantes comedoras de criancinhas, mas que pagam bem e dão assintência técnica.
Assentados desafiam MST e fazem parcerias com líderes do agronegócio
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/16/pol-1.93.11.20070416.7.1.xml
Beneficiários da reforma agrária descobrem prosperidade com plantações de cana, eucalipto, frutas e oleaginosas
Para demonstrar o seu desagrado com o agronegócio, militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) destruíram três áreas de plantio de cana na semana passada - duas delas no interior de São Paulo e outra em Pernambuco. Com o mesmo propósito também invadiram uma área de reflorestamento da Companhia Suzano de Papel e Celulose, em Itapetininga.
Para a liderança do MST, tanto os canaviais quanto as áreas de reflorestamento não fixam os trabalhadores no campo, promovem a concentração da terra, ocupam áreas que poderiam ser destinadas à produção de alimentos e agridem o meio ambiente. São, portanto, culturas que devem ser combatidas.
Mas os beneficiários da reforma agrária, muitos deles sob a bandeira vermelha do MST, nem sempre concordam - e desafiam as lideranças. Está aumentando o número de assentados que se associam a grandes empresas rurais para a produção de cana, eucalipto, frutas e também oleaginosas, estas para a produção de biodiesel.
No Pontal do Paranapanema, área emblemática da reforma agrária, no interior de São Paulo, o descompasso entre líderes e assentados é visível. Ali, os beneficiários da reforma não apenas plantam cana: estão se associando agora às empresas de reflorestamento. Segundo informações de um dos assentados na região, José Dionísio de Souza, quase 70% dos lotes ao seu redor, já têm áreas com eucalipto.
No Rio Grande do Norte, um conjunto de assentamentos conseguiu vencer o estado de abandono em que se encontrava depois de associar-se à Calimã - multinacional líder no comércio de mamão papaia ao redor do mundo. Os assentados plantavam com orientação e assistência técnica de um engenheiro agronômo pago pela multinacional, que também garantia a compra do produto. (...)
Assentados desafiam MST e fazem parcerias com líderes do agronegócio
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/16/pol-1.93.11.20070416.7.1.xml
Beneficiários da reforma agrária descobrem prosperidade com plantações de cana, eucalipto, frutas e oleaginosas
Para demonstrar o seu desagrado com o agronegócio, militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) destruíram três áreas de plantio de cana na semana passada - duas delas no interior de São Paulo e outra em Pernambuco. Com o mesmo propósito também invadiram uma área de reflorestamento da Companhia Suzano de Papel e Celulose, em Itapetininga.
Para a liderança do MST, tanto os canaviais quanto as áreas de reflorestamento não fixam os trabalhadores no campo, promovem a concentração da terra, ocupam áreas que poderiam ser destinadas à produção de alimentos e agridem o meio ambiente. São, portanto, culturas que devem ser combatidas.
Mas os beneficiários da reforma agrária, muitos deles sob a bandeira vermelha do MST, nem sempre concordam - e desafiam as lideranças. Está aumentando o número de assentados que se associam a grandes empresas rurais para a produção de cana, eucalipto, frutas e também oleaginosas, estas para a produção de biodiesel.
No Pontal do Paranapanema, área emblemática da reforma agrária, no interior de São Paulo, o descompasso entre líderes e assentados é visível. Ali, os beneficiários da reforma não apenas plantam cana: estão se associando agora às empresas de reflorestamento. Segundo informações de um dos assentados na região, José Dionísio de Souza, quase 70% dos lotes ao seu redor, já têm áreas com eucalipto.
No Rio Grande do Norte, um conjunto de assentamentos conseguiu vencer o estado de abandono em que se encontrava depois de associar-se à Calimã - multinacional líder no comércio de mamão papaia ao redor do mundo. Os assentados plantavam com orientação e assistência técnica de um engenheiro agronômo pago pela multinacional, que também garantia a compra do produto. (...)
domingo, abril 15, 2007
Molusco : compósito de Mazzaropi e Peter Sellers
A comédia da vida pública
O Estado de São Paulo 25 de março de 2007
http://www.danielpiza.com.br/interna.asp?texto=2171
A semana política foi cheia, o que em geral significa que nosso vazio se ampliou. Votações, discursos, encontros e projetos deram bastante material às páginas de política, embora devessem estar nas de humor. É vã a esperança de fazer os homens felizes por meio da política, escreveu Carlyle em seus diários. Mas que outro tema pode fazê-los rir assim, todos os dias, mais de uma vez ao dia, incluindo fins de semana? A comédia da vida pública brasileira, como as telenovelas, se arrasta até o previsível desfecho, mas, ao contrário delas, mostra o ridículo da humanidade com eloqüência única.
Veja, leitor, o circo parlamentar. Seus palhaços e malabaristas são profissionais 24 horas. Olha como o PMDB executa a coreografia governista com precisão. Admire-se com o crescimento do Partido Republicano (sic), fusão do Partido Liberal (sic, de novo) com o Prona (aquele de um dos maiores comediantes do país, Enéas, o Ronald Golias do horário eleitoral). Mas não espere por investigações sobre eventuais apoios financeiros a esses aliados, do tipo mensalão (segundo a ópera-bufa de Roberto Jefferson) ou sacolão (assim rebatizado por José Alencar; não o escritor José de Alencar, o vice-presidente), afinal o que todo mundo faz é o que ninguém vê.
E não é que Collor, ator que só admitia papel de herói, agora assume o de mártir? Revelou enorme talento para o “understatement”, para a frase que diz menos do que quer dizer, ao falar no púlpito do Congresso sobre sua destituição de 15 anos atrás; mostrou arrependimento pelo confisco nada liberal da poupança dos brasileiros, mas se disse inocentado pelo STF. E ganhou aplausos de Renan Calheiros, do tucano Arthur Virgílio, até do petista Aloizio Mercadante. “Merde pour toi!”, pareciam dizer, repetindo o desejo de boa sorte dos atores ao colega. A imprensa registrou a cena como se fosse realista. Sorte nossa é que outro grande ator, Pedro Simon, com “timing” de Walter Matthau, dias depois subiu ao mesmo palco para lembrar o distinto público uma por uma as provas testemunhais e documentais da Casa da Dinda, aquele grande cenário inspirado em O Rei da Vela.
Collor que se cuide, porque outros veteranos passaram por plásticas mais sutis. José Sarney, como Chico Anysio, sabe se multiplicar em vários personagens, sem deixar de ser o mesmo. Um de seus aliados, Edson Lobão (não o cantor, nem o aumentativo de “lobby”), voltou a defender a criação do Estado do Maranhão do Sul, lá nas paragens que a família do ex-presidente costumava dominar. Ao se manifestar sobre o assunto, o autor de Saraminda e aliado de Lula disse que em sua região é conhecido por ser contra o projeto, embora nacionalmente seja conhecido por ser a favor. Ou seja: em vez de dizer se é a favor ou contra, ele diz que é conhecido por ser ambos. E tudo no mesmo tom de voz, sem mover um fio do bigode. Isso, sim, é arte da representação.
Mas o protagonista, o farsesco maior, é, claro, quem tem mais falas. Lula, como um ex-aprendiz e ex-inimigo de Sarney e Collor – a quem recebeu no mesmo Palácio do Alvorada que disputaram como mocinho e bandido em 1989, enquanto o muro de Berlim caía –, elogiou os usineiros, agora “heróis do mundo”. Depois de monólogos brilhantes nas semanas anteriores – “Quem não gosta do Brasil que vá embora”, “A massa encefálica dentro do meu cérebro” e “A educação do Brasil é das piores do mundo” – e de referências ao ponto G (com gesto e tudo), o compósito de Mazzaropi e Peter Sellers também disse que não aceitaria mais erros na nomeação do Ministério. O tal Balbinotti, latifundiário da soja e suspeito de forjar empréstimos no Banco do Brasil, precisou deixar o elenco. Não ocorreu a Lula que teve pelo menos 100 dias para definir sua “nova” equipe, tempo de ensaio inédito em todas as latitudes políticas.
Divulgou-se também que Lula fez reunião para resolver o apagão aéreo. Na reunião estava a cúpula da Infraero, aquela mesma que disse no dia seguinte que não existe crise nos aeroportos, como se todas as horas de espera e abuso sofridas pelos cidadãos fossem ilusionismo. E que está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União por licitações suspeitas e por dar dinheiro para uma conferência sobre água (não sobre ar) do MST (não o movimento dos sem-água) – o que qualificou de “função social”. Em vez de montar uma força-tarefa para resolver o apagão, Lula prefere o jogo de cena. E, no mesmo Congresso que mandou barrar a CPI do setor, aplaude o aumento de seu próprio salário e de todos os políticos. Ri melhor quem ri com o dinheiro dos outros.
O Estado de São Paulo 25 de março de 2007
http://www.danielpiza.com.br/interna.asp?texto=2171
A semana política foi cheia, o que em geral significa que nosso vazio se ampliou. Votações, discursos, encontros e projetos deram bastante material às páginas de política, embora devessem estar nas de humor. É vã a esperança de fazer os homens felizes por meio da política, escreveu Carlyle em seus diários. Mas que outro tema pode fazê-los rir assim, todos os dias, mais de uma vez ao dia, incluindo fins de semana? A comédia da vida pública brasileira, como as telenovelas, se arrasta até o previsível desfecho, mas, ao contrário delas, mostra o ridículo da humanidade com eloqüência única.
Veja, leitor, o circo parlamentar. Seus palhaços e malabaristas são profissionais 24 horas. Olha como o PMDB executa a coreografia governista com precisão. Admire-se com o crescimento do Partido Republicano (sic), fusão do Partido Liberal (sic, de novo) com o Prona (aquele de um dos maiores comediantes do país, Enéas, o Ronald Golias do horário eleitoral). Mas não espere por investigações sobre eventuais apoios financeiros a esses aliados, do tipo mensalão (segundo a ópera-bufa de Roberto Jefferson) ou sacolão (assim rebatizado por José Alencar; não o escritor José de Alencar, o vice-presidente), afinal o que todo mundo faz é o que ninguém vê.
E não é que Collor, ator que só admitia papel de herói, agora assume o de mártir? Revelou enorme talento para o “understatement”, para a frase que diz menos do que quer dizer, ao falar no púlpito do Congresso sobre sua destituição de 15 anos atrás; mostrou arrependimento pelo confisco nada liberal da poupança dos brasileiros, mas se disse inocentado pelo STF. E ganhou aplausos de Renan Calheiros, do tucano Arthur Virgílio, até do petista Aloizio Mercadante. “Merde pour toi!”, pareciam dizer, repetindo o desejo de boa sorte dos atores ao colega. A imprensa registrou a cena como se fosse realista. Sorte nossa é que outro grande ator, Pedro Simon, com “timing” de Walter Matthau, dias depois subiu ao mesmo palco para lembrar o distinto público uma por uma as provas testemunhais e documentais da Casa da Dinda, aquele grande cenário inspirado em O Rei da Vela.
Collor que se cuide, porque outros veteranos passaram por plásticas mais sutis. José Sarney, como Chico Anysio, sabe se multiplicar em vários personagens, sem deixar de ser o mesmo. Um de seus aliados, Edson Lobão (não o cantor, nem o aumentativo de “lobby”), voltou a defender a criação do Estado do Maranhão do Sul, lá nas paragens que a família do ex-presidente costumava dominar. Ao se manifestar sobre o assunto, o autor de Saraminda e aliado de Lula disse que em sua região é conhecido por ser contra o projeto, embora nacionalmente seja conhecido por ser a favor. Ou seja: em vez de dizer se é a favor ou contra, ele diz que é conhecido por ser ambos. E tudo no mesmo tom de voz, sem mover um fio do bigode. Isso, sim, é arte da representação.
Mas o protagonista, o farsesco maior, é, claro, quem tem mais falas. Lula, como um ex-aprendiz e ex-inimigo de Sarney e Collor – a quem recebeu no mesmo Palácio do Alvorada que disputaram como mocinho e bandido em 1989, enquanto o muro de Berlim caía –, elogiou os usineiros, agora “heróis do mundo”. Depois de monólogos brilhantes nas semanas anteriores – “Quem não gosta do Brasil que vá embora”, “A massa encefálica dentro do meu cérebro” e “A educação do Brasil é das piores do mundo” – e de referências ao ponto G (com gesto e tudo), o compósito de Mazzaropi e Peter Sellers também disse que não aceitaria mais erros na nomeação do Ministério. O tal Balbinotti, latifundiário da soja e suspeito de forjar empréstimos no Banco do Brasil, precisou deixar o elenco. Não ocorreu a Lula que teve pelo menos 100 dias para definir sua “nova” equipe, tempo de ensaio inédito em todas as latitudes políticas.
Divulgou-se também que Lula fez reunião para resolver o apagão aéreo. Na reunião estava a cúpula da Infraero, aquela mesma que disse no dia seguinte que não existe crise nos aeroportos, como se todas as horas de espera e abuso sofridas pelos cidadãos fossem ilusionismo. E que está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União por licitações suspeitas e por dar dinheiro para uma conferência sobre água (não sobre ar) do MST (não o movimento dos sem-água) – o que qualificou de “função social”. Em vez de montar uma força-tarefa para resolver o apagão, Lula prefere o jogo de cena. E, no mesmo Congresso que mandou barrar a CPI do setor, aplaude o aumento de seu próprio salário e de todos os políticos. Ri melhor quem ri com o dinheiro dos outros.
a inufanável crise aerea
http://www.danielpiza.com.br/interna.asp?texto=2175
" Governos, como pessoas, se revelam nas crises. Já faz mais de seis meses que aconteceu o maior acidente da aviação brasileira. Logo em seguida, uma série de acusações convenientemente precipitadas mostrou que o problema era bem maior do que um transponder desligado por americanos num jato executivo. O sistema todo, não por falta de aviso, estava à beira de um colapso: controladores de vôo sobrecarregados e desqualificados; equipamentos pifados ou ultrapassados; aeroportos além do limite de sua capacidade; desorganização; verbas cortadas; suspeitas de corrupção nas obras, etc. Os cidadãos passaram a ser submetidos à maior cadeia de desrespeitos que já se viu no setor.
Mesmo com tantos atrasos, cancelamentos e abusos, o governo não definiu um comitê para tratar da crise. O ministro, Waldir Pires, ficou sozinho na turbulência. Lula soltou algumas bravatas (“Quero tudo resolvido em 48 horas”, disse há 4 meses) e nada fez. Agora, com a greve mais do que previsível dos controladores, cometeu outros três erros: prometeu anistia a eles, passando por cima das autoridades militares, que todo mundo sabe como encaram a quebra de hierarquia; anunciou a desmilitarização do setor, como se fosse fácil e rápido; depois recuou da anistia, passando a criticá-los como “irresponsáveis” e “traidores”. E ainda foi capaz de dizer, na quarta passada, que a crise estava resolvida... Enquanto isso, nenhum cidadão até agora recebeu a menor indenização pelos maus tratos e prejuízos sofridos. Afinal, é tudo “burguês”, não é mesmo? "
" Governos, como pessoas, se revelam nas crises. Já faz mais de seis meses que aconteceu o maior acidente da aviação brasileira. Logo em seguida, uma série de acusações convenientemente precipitadas mostrou que o problema era bem maior do que um transponder desligado por americanos num jato executivo. O sistema todo, não por falta de aviso, estava à beira de um colapso: controladores de vôo sobrecarregados e desqualificados; equipamentos pifados ou ultrapassados; aeroportos além do limite de sua capacidade; desorganização; verbas cortadas; suspeitas de corrupção nas obras, etc. Os cidadãos passaram a ser submetidos à maior cadeia de desrespeitos que já se viu no setor.
Mesmo com tantos atrasos, cancelamentos e abusos, o governo não definiu um comitê para tratar da crise. O ministro, Waldir Pires, ficou sozinho na turbulência. Lula soltou algumas bravatas (“Quero tudo resolvido em 48 horas”, disse há 4 meses) e nada fez. Agora, com a greve mais do que previsível dos controladores, cometeu outros três erros: prometeu anistia a eles, passando por cima das autoridades militares, que todo mundo sabe como encaram a quebra de hierarquia; anunciou a desmilitarização do setor, como se fosse fácil e rápido; depois recuou da anistia, passando a criticá-los como “irresponsáveis” e “traidores”. E ainda foi capaz de dizer, na quarta passada, que a crise estava resolvida... Enquanto isso, nenhum cidadão até agora recebeu a menor indenização pelos maus tratos e prejuízos sofridos. Afinal, é tudo “burguês”, não é mesmo? "
sexta-feira, abril 13, 2007
Eterna campanha
O governo Lula é uma interminável campanha eleitoral. O “pacote de bondades” com que o presidente da República presenteou os prefeitos que foram a Brasília pedir mais dinheiro do governo federal e o clima de comício eleitoral em que Lula anunciou as medidas não deixam dúvidas quanto a isso. O problema é que, em comício de campanha eleitoral, em geral se fazem promessas que dificilmente serão cumpridas, e por isso nem sempre impõem ônus para o País. No caso presente, ao contrário, não se trata mais de promessas, mas de decisões de governo, que implicam novas despesas para as quais ainda não estão definidas as correspondentes receitas. (...)
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/13/edi-1.93.5.20070413.3.1.xml
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/13/edi-1.93.5.20070413.3.1.xml
Intervensão Federal no Rio
Mais uma vez o Estadão dá sinais de lucidez.
O Rio não é o Haiti
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/13/edi-1.93.5.20070413.1.1.xml
(...) " À primeira baixa, ninguém se perguntará se a vítima era um traficante ou se a tropa agiu em legítima defesa. O Exército Nacional terá abatido um civil, num ato que inevitavelmente será percebido como uma agressão aos direitos fundamentais da população em plena vigência da ordem democrática. O Haiti não é aqui. O resultado será um escândalo cujos desdobramentos é melhor nem imaginar. Por mais que o presidente Lula fale em tomar “uma decisão de forma muito ordenada, muito cuidadosa, do que as Forças Armadas podem fazer”, os riscos desse fazer, na hora da verdade, são literalmente incalculáveis. Na projeção de ganhos e perdas, os primeiros serão duvidosos, para dizer o mínimo, mas estas serão certas. E não há ordenamento e cuidado capazes de contornar a questão de fundo. " (...)
O Rio não é o Haiti
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/13/edi-1.93.5.20070413.1.1.xml
(...) " À primeira baixa, ninguém se perguntará se a vítima era um traficante ou se a tropa agiu em legítima defesa. O Exército Nacional terá abatido um civil, num ato que inevitavelmente será percebido como uma agressão aos direitos fundamentais da população em plena vigência da ordem democrática. O Haiti não é aqui. O resultado será um escândalo cujos desdobramentos é melhor nem imaginar. Por mais que o presidente Lula fale em tomar “uma decisão de forma muito ordenada, muito cuidadosa, do que as Forças Armadas podem fazer”, os riscos desse fazer, na hora da verdade, são literalmente incalculáveis. Na projeção de ganhos e perdas, os primeiros serão duvidosos, para dizer o mínimo, mas estas serão certas. E não há ordenamento e cuidado capazes de contornar a questão de fundo. " (...)
Molusco 82, deputados 26, aposentados 3
É isso mesmo. As propostas de aumento de salário são de 82% de aumento para o do Presidente da República e Ministros de Estado; 26% para os Parlamentares da legislatura 2007-2010; e 3% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo.
De fato, o molusco acéfalo tem um bom faro para assuntos de aposentadoria. Ele esta negociando com o primeiro ministro Michel Deve Mas Não Temer equiparação dos salários do primeiro escalão do executivo com os do legislativo, após o aumento dos salários dos Parlamentares. Assim, a bagatela paga ao invertebrado na ativa dobra - e, por conseguinte, a renda dele enquanto presidente aposentado.
Vale lembrar que ela já tem a aposentadoria de reparação por danos morais contra os militares; e a de deputado federal constituinte.
De fato, o molusco acéfalo tem um bom faro para assuntos de aposentadoria. Ele esta negociando com o primeiro ministro Michel Deve Mas Não Temer equiparação dos salários do primeiro escalão do executivo com os do legislativo, após o aumento dos salários dos Parlamentares. Assim, a bagatela paga ao invertebrado na ativa dobra - e, por conseguinte, a renda dele enquanto presidente aposentado.
Vale lembrar que ela já tem a aposentadoria de reparação por danos morais contra os militares; e a de deputado federal constituinte.
quinta-feira, abril 05, 2007
Brasil não tem alternativa para crise aérea
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/05/cid-1.93.3.20070405.29.1.xml
Associação, que reúne 220 grandes empresas, enviará missão ao País
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) acusou ontem o governo de não ter um plano de contingência para a crise aérea no País. A poderosa entidade, que reúne mais de 220 empresas de todo o mundo, enviará na próxima semana uma missão ao Brasil para tentar estabelecer com as autoridades e companhias aéreas um plano para evitar que a segurança seja comprometida.
'Os problemas enfrentados no Brasil terão um impacto econômico para o País se continuarem a ocorrer', alertou Steven Lott, porta-voz da Iata, entidade que representa os interesses das principais companhias aéreas, que não esconde que está preocupada com os prejuízos que o apagão pode gerar para inúmeras empresas. 'Diante do aumento da demanda de passageiros no País nos últimos anos, o Brasil se viu sem controladores em número suficiente. Mas o que estamos preocupados é que os planos de contingência do governo ou não existem ou são ineficientes. Além disso, não há coordenação com as empresas aéreas no debate sobre uma solução', disse Lott.
'A nossa idéia para o plano de contingência que queremos negociar é de que a segurança e a eficiência do sistema precisam ser garantidas', afirmou. 'Não consideramos que voar no Brasil seja perigoso, mas o acidente com o avião da Gol demonstrou que há questões que precisam ser ajustadas de forma rápida', disse a entidade. A Iata ainda pede que o diálogo entre o governo e os controladores seja mantido para evitar novos problemas na Páscoa. Uma das prioridades, segundo a entidade, é garantir que os vôos internacionais possam continuar operando de forma normal. (...)
Associação, que reúne 220 grandes empresas, enviará missão ao País
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) acusou ontem o governo de não ter um plano de contingência para a crise aérea no País. A poderosa entidade, que reúne mais de 220 empresas de todo o mundo, enviará na próxima semana uma missão ao Brasil para tentar estabelecer com as autoridades e companhias aéreas um plano para evitar que a segurança seja comprometida.
'Os problemas enfrentados no Brasil terão um impacto econômico para o País se continuarem a ocorrer', alertou Steven Lott, porta-voz da Iata, entidade que representa os interesses das principais companhias aéreas, que não esconde que está preocupada com os prejuízos que o apagão pode gerar para inúmeras empresas. 'Diante do aumento da demanda de passageiros no País nos últimos anos, o Brasil se viu sem controladores em número suficiente. Mas o que estamos preocupados é que os planos de contingência do governo ou não existem ou são ineficientes. Além disso, não há coordenação com as empresas aéreas no debate sobre uma solução', disse Lott.
'A nossa idéia para o plano de contingência que queremos negociar é de que a segurança e a eficiência do sistema precisam ser garantidas', afirmou. 'Não consideramos que voar no Brasil seja perigoso, mas o acidente com o avião da Gol demonstrou que há questões que precisam ser ajustadas de forma rápida', disse a entidade. A Iata ainda pede que o diálogo entre o governo e os controladores seja mantido para evitar novos problemas na Páscoa. Uma das prioridades, segundo a entidade, é garantir que os vôos internacionais possam continuar operando de forma normal. (...)
No lado civil, a indisciplina tornou-se escandalosa
Este Editorial do Estadao está no mesmo tom do posto do polits " enquanto isso, no lado civil ..."
Desordem no governo
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/05/edi-1.93.5.20070405.1.1.xml
Desta vez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não teve escolha. Não podia manter no posto o secretário de Política Econômica, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, depois de sua entrevista contra a política de juros do Banco Central (BC) e de suas críticas à valorização cambial, publicadas ontem no Estado. As declarações foram feitas um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na primeira reunião com o novo Ministério, haver proibido polêmicas públicas entre os membros do governo. A desobediência foi indisfarçável e não havia como atenuar sua gravidade. O ministro apenas tentou, diante da imprensa, desvincular os dois fatos - as palavras do secretário e sua exoneração. Segundo Mantega, ele havia pedido afastamento na segunda-feira e falado ao jornal, na terça, “como se já estivesse fora”. A explicação não serve. Oficialmente, ele ainda ocupava o posto.
Além disso, na mesma conversa com os jornalistas, o secretário Júlio Sérgio Gomes de Almeida negou a intenção de abandonar o governo. “Meu boné pertence ao ministro Guido Mantega”, afirmou. “Se ele deixar, fico até o fim dos tempos. Não estou demissionário.” Foi uma declaração inequívoca. Ele deixou a seu chefe, o ministro da Fazenda, a atribuição de garantir a obediência à determinação do presidente da República.
A reportagem, no entanto, citou não só as opiniões do secretário de Política Econômica. Mencionou também avaliações de outra fonte - não identificada - envolvida nas discussões sobre juros e câmbio. O problema portanto, vai muito além do escorregão, intencional ou involuntário, do responsável por uma das funções mais importantes do governo federal. A exoneração de Júlio Sérgio Gomes de Almeida é apenas uma baixa num grupo envolvido num dos mais notórios conflitos internos do governo do presidente Lula.
O secretário de Política Econômica só caiu porque se expôs numa entrevista sem restrição, ao dar declarações sem pedir anonimato. Nada permite prever, neste momento, o fim da guerra entre o Ministério da Fazenda - entre outros - e o Banco Central chefiado por Henrique Meirelles. O próprio ministro Mantega tem falado publicamente sobre juros, dando palpites sobre a orientação do Comitê de Política Monetária (Copom).
Seu comportamento tem sido um evidente estímulo a seus comandados e também a outros ministros para se imiscuírem nas políticas de juros e de câmbio. O novo ministro da Previdência e ex-ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sempre se mostrou muito à vontade para falar sobre o assunto, assim como o novo ministro da Justiça, Tarso Genro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre tolerou as críticas ao Banco Central. Até a reunião ministerial de segunda-feira, nunca procurou conter os ministros nem o vice-presidente, José Alencar, um crítico persistente da política de juros.
Como o BC ainda é formalmente subordinado ao presidente da República, as decisões do Copom são de responsabilidade do Executivo. Talvez se possa falar de autonomia de fato, mas isso não altera formalmente a situação. O problema disciplinar deixaria de existir se o presidente Lula se dispusesse a apresentar ao Congresso, finalmente, um projeto de autonomia legal do Banco Central. Nesse caso, cada ministro poderia expor sua opinião livremente, sem comprometer a ordem administrativa. Hoje isso é impossível.
A indisciplina tornou-se escandalosa, neste episódio, porque o secretário de Política Econômica violou uma ordem formulada no dia anterior pelo presidente da República. Se a entrevista ocorresse dentro de dois meses, talvez não resultasse em demissão.
A boa articulação do governo jamais foi o forte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A desordem não se manifesta somente na troca de críticas entre ministros e altos funcionários. É visível, também, nos conflitos entre os Ministérios do Meio Ambiente, dos Transportes, de Ciência e Tecnologia, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
Toda indisciplina, neste governo, é apenas o resultado previsível de um estilo de gestão adotado pelo presidente da República. Ele terá de ir muito além de recomendações como a da reunião ministerial de segunda-feira, se quiser enquadrar seus subordinados e fazê-los trabalhar em equipe. A demissão de um secretário não basta para consolidar um novo estilo.
Desordem no governo
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/05/edi-1.93.5.20070405.1.1.xml
Desta vez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não teve escolha. Não podia manter no posto o secretário de Política Econômica, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, depois de sua entrevista contra a política de juros do Banco Central (BC) e de suas críticas à valorização cambial, publicadas ontem no Estado. As declarações foram feitas um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na primeira reunião com o novo Ministério, haver proibido polêmicas públicas entre os membros do governo. A desobediência foi indisfarçável e não havia como atenuar sua gravidade. O ministro apenas tentou, diante da imprensa, desvincular os dois fatos - as palavras do secretário e sua exoneração. Segundo Mantega, ele havia pedido afastamento na segunda-feira e falado ao jornal, na terça, “como se já estivesse fora”. A explicação não serve. Oficialmente, ele ainda ocupava o posto.
Além disso, na mesma conversa com os jornalistas, o secretário Júlio Sérgio Gomes de Almeida negou a intenção de abandonar o governo. “Meu boné pertence ao ministro Guido Mantega”, afirmou. “Se ele deixar, fico até o fim dos tempos. Não estou demissionário.” Foi uma declaração inequívoca. Ele deixou a seu chefe, o ministro da Fazenda, a atribuição de garantir a obediência à determinação do presidente da República.
A reportagem, no entanto, citou não só as opiniões do secretário de Política Econômica. Mencionou também avaliações de outra fonte - não identificada - envolvida nas discussões sobre juros e câmbio. O problema portanto, vai muito além do escorregão, intencional ou involuntário, do responsável por uma das funções mais importantes do governo federal. A exoneração de Júlio Sérgio Gomes de Almeida é apenas uma baixa num grupo envolvido num dos mais notórios conflitos internos do governo do presidente Lula.
O secretário de Política Econômica só caiu porque se expôs numa entrevista sem restrição, ao dar declarações sem pedir anonimato. Nada permite prever, neste momento, o fim da guerra entre o Ministério da Fazenda - entre outros - e o Banco Central chefiado por Henrique Meirelles. O próprio ministro Mantega tem falado publicamente sobre juros, dando palpites sobre a orientação do Comitê de Política Monetária (Copom).
Seu comportamento tem sido um evidente estímulo a seus comandados e também a outros ministros para se imiscuírem nas políticas de juros e de câmbio. O novo ministro da Previdência e ex-ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sempre se mostrou muito à vontade para falar sobre o assunto, assim como o novo ministro da Justiça, Tarso Genro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre tolerou as críticas ao Banco Central. Até a reunião ministerial de segunda-feira, nunca procurou conter os ministros nem o vice-presidente, José Alencar, um crítico persistente da política de juros.
Como o BC ainda é formalmente subordinado ao presidente da República, as decisões do Copom são de responsabilidade do Executivo. Talvez se possa falar de autonomia de fato, mas isso não altera formalmente a situação. O problema disciplinar deixaria de existir se o presidente Lula se dispusesse a apresentar ao Congresso, finalmente, um projeto de autonomia legal do Banco Central. Nesse caso, cada ministro poderia expor sua opinião livremente, sem comprometer a ordem administrativa. Hoje isso é impossível.
A indisciplina tornou-se escandalosa, neste episódio, porque o secretário de Política Econômica violou uma ordem formulada no dia anterior pelo presidente da República. Se a entrevista ocorresse dentro de dois meses, talvez não resultasse em demissão.
A boa articulação do governo jamais foi o forte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A desordem não se manifesta somente na troca de críticas entre ministros e altos funcionários. É visível, também, nos conflitos entre os Ministérios do Meio Ambiente, dos Transportes, de Ciência e Tecnologia, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
Toda indisciplina, neste governo, é apenas o resultado previsível de um estilo de gestão adotado pelo presidente da República. Ele terá de ir muito além de recomendações como a da reunião ministerial de segunda-feira, se quiser enquadrar seus subordinados e fazê-los trabalhar em equipe. A demissão de um secretário não basta para consolidar um novo estilo.
quarta-feira, abril 04, 2007
Enquanto isso, no lado civil ...
(...) a idiotice corre solta, com farto combustível ideológico. Não seria o caso de militarizar os ministérios civis juntamente com a não desmiliatirazação das áreas militares ?
Assessores e Mantega atacam política cambial do BC
“O grande problema nosso se chama câmbio, irmão siamês do maior juro do mundo”, disse Gomes de Almeida
'Modelo do BC não reflete a realidade'
Para economistas do governo, ações indicam que o Banco Central estava perseguindo inflação abaixo da meta
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/04/eco-1.93.4.20070404.41.1.xml
Novo ministro do Trabalho rejeita reforma da CLT
Lupi é contra a redução de direitos dos trabalhadores, posição "histórica" do PDT
Novo ministro do Trabalho aponta reforma tributária como a solução para gerar empregos
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/04/pol-1.93.11.20070404.10.1.xml
Assessores e Mantega atacam política cambial do BC
“O grande problema nosso se chama câmbio, irmão siamês do maior juro do mundo”, disse Gomes de Almeida
'Modelo do BC não reflete a realidade'
Para economistas do governo, ações indicam que o Banco Central estava perseguindo inflação abaixo da meta
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/04/eco-1.93.4.20070404.41.1.xml
Novo ministro do Trabalho rejeita reforma da CLT
Lupi é contra a redução de direitos dos trabalhadores, posição "histórica" do PDT
Novo ministro do Trabalho aponta reforma tributária como a solução para gerar empregos
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/04/pol-1.93.11.20070404.10.1.xml
Mil Vivas aos Brigadeiros-de-Ar !
Lula atende comandantes e enquadra controladores
Crise com cúpula militar é contornada
O presidente Lula recuou e endureceu com os controladores de vôo, após pressão dos comandantes militares. Ele atendeu ao pedido para o restabelecimento imediato da disciplina e da hierarquia. Foi abandonada a idéia de desmilitarização.
Pressionado por militares, Lula cancela acordo com controladores
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/04/pol-1.93.11.20070404.1.1.xml
Governo também recua de proposta de desmilitarizar já o controle aéreo, que só avança se mantida ‘normalidade’
Posse de militar no Estado-Maior da Aeronáutica vira ato de desagravo ao comandante Juniti Saito
Oposição se reúne com presidente interino do Supremo e pede agilidade no julgamento da CPI do Apagão Aéreo
O presidente Lula recuou do acordo feito pelo governo e endureceu com os controladores de vôo depois de ter sido pressionado pelos comandantes militares. Apesar de ter prometido abrir negociação salarial com os controladores e rever eventuais punições, o presidente não teve como resistir ao pedido dos chefes militares pelo restabelecimento imediata da disciplina e da hierarquia, após a paralisação de sexta. Ontem, o governo recuou também da proposta de desmilitarizar já o controle aéreo.
Sinal da união das Forças Armadas no episódio foi o fato de uma posse no Estado-Maior da Aeronáutica ter virado ato de desagravo ao brigadeiro Juniti Saito. Depois de defender “princípios basilares da hierarquia e disciplina”, o comandante da Aeronáutica recebeu um aplauso longo, que o deixou emocionado. Em seguida, foi efusivamente cumprimentado pelos militares presentes, sob o olhar impressionado do ministro Waldir Pires. (...)
Crise com cúpula militar é contornada
O presidente Lula recuou e endureceu com os controladores de vôo, após pressão dos comandantes militares. Ele atendeu ao pedido para o restabelecimento imediato da disciplina e da hierarquia. Foi abandonada a idéia de desmilitarização.
Pressionado por militares, Lula cancela acordo com controladores
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/04/pol-1.93.11.20070404.1.1.xml
Governo também recua de proposta de desmilitarizar já o controle aéreo, que só avança se mantida ‘normalidade’
Posse de militar no Estado-Maior da Aeronáutica vira ato de desagravo ao comandante Juniti Saito
Oposição se reúne com presidente interino do Supremo e pede agilidade no julgamento da CPI do Apagão Aéreo
O presidente Lula recuou do acordo feito pelo governo e endureceu com os controladores de vôo depois de ter sido pressionado pelos comandantes militares. Apesar de ter prometido abrir negociação salarial com os controladores e rever eventuais punições, o presidente não teve como resistir ao pedido dos chefes militares pelo restabelecimento imediata da disciplina e da hierarquia, após a paralisação de sexta. Ontem, o governo recuou também da proposta de desmilitarizar já o controle aéreo.
Sinal da união das Forças Armadas no episódio foi o fato de uma posse no Estado-Maior da Aeronáutica ter virado ato de desagravo ao brigadeiro Juniti Saito. Depois de defender “princípios basilares da hierarquia e disciplina”, o comandante da Aeronáutica recebeu um aplauso longo, que o deixou emocionado. Em seguida, foi efusivamente cumprimentado pelos militares presentes, sob o olhar impressionado do ministro Waldir Pires. (...)
terça-feira, abril 03, 2007
resumo do dia
Os Brigadeiros-de-Ar sairam vitoriosos e fortelecidos.
O Molusco foi solenemente enquadrado e ponto final.
O pobre coitado do ministro Paulo Bernardo teve de negar publicamente cada palavra que disse quando negociou com os praças amotinados.
Em suma, estamos em um governo militar, gerenciado por uma Junta, que mantém o imbecil petista no cargo por absoluta conveniencia.
O Molusco foi solenemente enquadrado e ponto final.
O pobre coitado do ministro Paulo Bernardo teve de negar publicamente cada palavra que disse quando negociou com os praças amotinados.
Em suma, estamos em um governo militar, gerenciado por uma Junta, que mantém o imbecil petista no cargo por absoluta conveniencia.
polits – especial apagão aéreo
Os correspondentes do politsBURGER não se furtaram ao dever cívico-midiático de serem testemunhas oculares da História nesse momento de regozijo aeroportuário. Foram para os aeroportos utilizando meios de transporte que não dependiam dos descontrolados controladores de vôo. Assim, de quebra, ainda apresentaram ao país maneiras de não ficarem totalmente dependentes do transporte aéreo.
Apuraram o que realmente pensa a população que transita pelos aeroportos – algo que vem sendo omitido pela mídia. Eis as principais opiniões:
Volta Médice !
Fi-la porque qui-la !
Quanta falta de autoridade !
Nem todo brigadeiro é docinho !
A Infraero informa: por questões de segurança, os passageiros devem ter sempre disponível um documento de identidade válido com foto.
Almeida, ou você ou o isopor! Os dois não cabem na doblô! Não sabemos se vai ter vôo amanhã, é melhor alugar este carro e ir dirigindo. Esquece o isopor, Almeida. Esquece os peixes, depois a gente pesca mais.
Apuraram o que realmente pensa a população que transita pelos aeroportos – algo que vem sendo omitido pela mídia. Eis as principais opiniões:
Volta Médice !
Fi-la porque qui-la !
Quanta falta de autoridade !
Nem todo brigadeiro é docinho !
A Infraero informa: por questões de segurança, os passageiros devem ter sempre disponível um documento de identidade válido com foto.
Almeida, ou você ou o isopor! Os dois não cabem na doblô! Não sabemos se vai ter vôo amanhã, é melhor alugar este carro e ir dirigindo. Esquece o isopor, Almeida. Esquece os peixes, depois a gente pesca mais.
Sim, temos uma crise militar.
" O que temos é uma crise de comando, política. "
" Houve, sim, uma contestação à autoridade da Aeronáutica, partida primeiro dos sargentos e depois do ministro Paulo Bernardo. "
"Há uma saída emergencial e outra de mais longo prazo. A emergencial: o presidente da República precisa imediatamente deixar de atuar sindicalmente e atuar como chefe de Estado. "
Estas são as palavras de Eliezer Rizzo de Oliveira, especialista em assuntos militares, em entrevista concedida ao Estadão.
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/03/pol-1.93.11.20070403.12.1.xml
" Houve, sim, uma contestação à autoridade da Aeronáutica, partida primeiro dos sargentos e depois do ministro Paulo Bernardo. "
"Há uma saída emergencial e outra de mais longo prazo. A emergencial: o presidente da República precisa imediatamente deixar de atuar sindicalmente e atuar como chefe de Estado. "
Estas são as palavras de Eliezer Rizzo de Oliveira, especialista em assuntos militares, em entrevista concedida ao Estadão.
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/03/pol-1.93.11.20070403.12.1.xml
crise aberta por motim
Molusco inútil está sendo enquadrado.
Brigadeiros mostram que nada têm a ver com docinho de festa de criança.
Lula reúne chefes militares para conter crise aberta por motim
Presidente disse que os controladores de tráfego aéreo paralisaram atividades de forma precipitada e ‘traiçoeira’
Ministério Público Militar pede inquérito para punir grevistas, que dizem ter negociado anistia com o Planalto
No Congresso, Arlindo Chinaglia informa que não vai instalar CPI agora e DEM promete obstruir as votações
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/03/pol-1.93.11.20070403.1.1.xml
O presidente Lula tentou ontem contornar a crise militar aberta na sexta-feira, com a paralisação dos controladores de tráfego aéreo. Uma das preocupações foi se reunir com os comandantes militares para conter a irritação deles com o fato de o Executivo ter negociado com os grevistas. Aos ministros, Lula disse que os controladores teriam paralisado atividades de forma “traiçoeira” - embora a crise no setor já dure seis meses. Também no escândalo do mensalão Lula se disse traído.
O Ministério Público Militar pediu a abertura de inquérito para punir os responsáveis pela maior rebelião militar no País desde 1963. Quem for enquadrado no crime de motim pode pegar até 8 anos de prisão - com pena aumentada em um terço no caso dos líderes. O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, vê “crime militar” no caso. Por conta disso, o ministro avalia que os usuários do transporte aéreo que foram prejudicados podem obter indenizações da União na Justiça.
A associação dos controladores alega que fez acordo com o governo Lula, que se comprometeu a não punir ninguém. A entidade quer que o Executivo encaminhe projeto ao Congresso sacramentando a anistia aos controladores.
O Clube da Aeronáutica deu um ultimato e ameaça ir à Justiça contra Lula, caso ele não revogue a desmilitarização do controle aéreo. O presidente estaria incorrendo em crime de responsabilidade por adotar a medida, considerada inconstitucional.
No Congresso, a oposição pressiona pela CPI do Apagão Aéreo, agora com apoio inclusive de parlamentares petistas. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse que vai esperar determinação do Supremo para instalá-la. Deputados do DEM prometem obstruir os trabalhos; PSDB e PPS pretendem seguir com as votações. Os oposicionistas armam um encontro no tribunal para pedir que os ministros apressem sua decisão.
Brigadeiros mostram que nada têm a ver com docinho de festa de criança.
Lula reúne chefes militares para conter crise aberta por motim
Presidente disse que os controladores de tráfego aéreo paralisaram atividades de forma precipitada e ‘traiçoeira’
Ministério Público Militar pede inquérito para punir grevistas, que dizem ter negociado anistia com o Planalto
No Congresso, Arlindo Chinaglia informa que não vai instalar CPI agora e DEM promete obstruir as votações
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/03/pol-1.93.11.20070403.1.1.xml
O presidente Lula tentou ontem contornar a crise militar aberta na sexta-feira, com a paralisação dos controladores de tráfego aéreo. Uma das preocupações foi se reunir com os comandantes militares para conter a irritação deles com o fato de o Executivo ter negociado com os grevistas. Aos ministros, Lula disse que os controladores teriam paralisado atividades de forma “traiçoeira” - embora a crise no setor já dure seis meses. Também no escândalo do mensalão Lula se disse traído.
O Ministério Público Militar pediu a abertura de inquérito para punir os responsáveis pela maior rebelião militar no País desde 1963. Quem for enquadrado no crime de motim pode pegar até 8 anos de prisão - com pena aumentada em um terço no caso dos líderes. O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, vê “crime militar” no caso. Por conta disso, o ministro avalia que os usuários do transporte aéreo que foram prejudicados podem obter indenizações da União na Justiça.
A associação dos controladores alega que fez acordo com o governo Lula, que se comprometeu a não punir ninguém. A entidade quer que o Executivo encaminhe projeto ao Congresso sacramentando a anistia aos controladores.
O Clube da Aeronáutica deu um ultimato e ameaça ir à Justiça contra Lula, caso ele não revogue a desmilitarização do controle aéreo. O presidente estaria incorrendo em crime de responsabilidade por adotar a medida, considerada inconstitucional.
No Congresso, a oposição pressiona pela CPI do Apagão Aéreo, agora com apoio inclusive de parlamentares petistas. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse que vai esperar determinação do Supremo para instalá-la. Deputados do DEM prometem obstruir os trabalhos; PSDB e PPS pretendem seguir com as votações. Os oposicionistas armam um encontro no tribunal para pedir que os ministros apressem sua decisão.
golpe a vista, pouco provável
Uma ilustre leitora deste blog comentou que o editorial do Estadão “ lembrou-me de Jango, onde uma rebelião dos sargentos apressou o golpe de 64. “ Gostaríamos que a História se repetisse, mas achamos pouco provável.
O politsBURGER entende a indignação dos Brigadeiros de Ar, que, ao serem desautorizadas pelo Molusco que queria colocar um comunista do PC do B como Ministro da Defesa, foram rebaixados a docinhos voadores de festa de criança. Uma lástima.
Um verdadeiro Comandante em Chefe teria mandado prender os praças no primeiro motim, aberto um processo penal na Justiça Militar e expulsado os condenados das Forças Armadas sem direito a pensão para as viúvas.
O politsBURGER entende a indignação dos Brigadeiros de Ar, que, ao serem desautorizadas pelo Molusco que queria colocar um comunista do PC do B como Ministro da Defesa, foram rebaixados a docinhos voadores de festa de criança. Uma lástima.
Um verdadeiro Comandante em Chefe teria mandado prender os praças no primeiro motim, aberto um processo penal na Justiça Militar e expulsado os condenados das Forças Armadas sem direito a pensão para as viúvas.
A rebelião dos sargentos
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/02/edi-1.93.5.20070402.1.1.xml
Aos primeiros sinais da crise militar que ficou conhecida como a do apagão aéreo, advertimos em editorial que o governo cometia um erro colossal, primeiro, ao desautorizar o comandante da Aeronáutica, publicamente repreendido por querer restaurar a disciplina devida pelos sargentos controladores de vôo e, depois, por tratar como se fosse uma questão sindical corriqueira um problema que consistia em grave ameaça à segurança nacional. Durante seis meses, o governo Lula assistiu, impassível, à montagem do motim que eclodiria na noite de sexta-feira. O ministro da Defesa, que sempre manifestou total inapetência para o exercício da função, foi desde o início surpreendido pelos fatos, jamais tendo uma idéia ou atitude que colaborasse para a solução da crise. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, chefiou oito reuniões com altos funcionários - e na última, na semana passada, exigiu que seus auxiliares fixassem “data e hora” para a solução do apagão aéreo. Também estava alheio ao que se passava.
Data e hora fixaram os sargentos controladores de vôo que, desde outubro do ano passado, controlam inteiramente a situação. Na sexta-feira, para impedir a transferência de Brasília para Santa Maria, no Rio Grande do Sul, do diretor de mobilização da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo e reforçar as reivindicações de desmilitarização do serviço, aumento salarial e reestruturação das condições de trabalho, os sargentos se amotinaram.
Em minutos, paralisaram todo o tráfego aéreo nacional. Romperam os laços da disciplina e da hierarquia militar e, para que disso não restassem dúvidas, proclamaram em manifesto que não mais confiavam em seus comandantes.
Rebeliões militares como essa são, no mínimo, reprimidas com a imediata prisão dos amotinados. Foi o que o comandante da Aeronáutica determinou que fosse feito, para ser, logo em seguida, desautorizado pelo presidente Lula que, a caminho de Washington, no Aerolula, determinou que não houvesse punições e que as exigências dos amotinados fossem atendidas.
Como o ministro da Defesa estava no Rio, os ministros do Planejamento e da Comunicação Social foram ao encontro dos rebelados - que haviam proibido a presença de oficiais militares no encontro -, aos quais apresentaram os termos da rendição do governo. Em troca, os sargentos nada prometeram. Por liberalidade, permitiram a lenta volta das operações da aviação civil, mas deixando claro que, se o governo não der seqüência prática às suas reivindicações, no ritmo que eles, sargentos, acharem conveniente, voltarão a paralisar o País.
A reiterada atitude do presidente da República, desautorizando os comandos militares, mostra que ele não compreendeu a natureza da crise e, muito menos, é capaz de perceber o mal que faz às instituições nacionais - em especial às Forças Armadas - ao desprezar os princípios basilares da hierarquia e da disciplina. Luiz Inácio Lula da Silva esqueceu-se de que, sendo presidente da República, é também comandante-chefe das Forças Armadas e, em última análise, foi a sua autoridade que os sargentos desafiaram. E que o episódio abre caminho para a perigosa politização dos meios militares - uma chaga de que a Nação imaginava ter-se livrado desde a redemocratização.
O Alto Comando da Aeronáutica reagiu à atitude do governo com patriótica serenidade. O primeiro impulso, de demissão coletiva de seus membros, foi afastado para evitar o imediato agravamento da crise. Mas os brigadeiros deixaram claro que não comandam amotinados com costas quentes. Cumprindo o que dizia a nota oficial da Aeronáutica, já no sábado os controladores de vôo não eram comandados por oficiais - a função, agora, é do Ministério da Defesa, que obviamente não está aparelhado para assumi-la.
Os acontecimentos dos últimos dias mostram um governo fraco, contaminado pelo vezo sindical e incapaz de reagir à chantagem feita por duas ou três dezenas de sargentos. Após a quartelada, o governo não terá condições políticas de impedir a instalação da CPI do Apagão Aéreo. O descalabro que começou com atrasos e cancelamentos de vôos, provocados pela greve branca dos controladores, revelou as deficiências estruturais do sistema de proteção ao tráfego aéreo e os escândalos da Infraero, agora é uma crise institucional de graves proporções. Tudo isso precisa ser minuciosamente investigado.
Aos primeiros sinais da crise militar que ficou conhecida como a do apagão aéreo, advertimos em editorial que o governo cometia um erro colossal, primeiro, ao desautorizar o comandante da Aeronáutica, publicamente repreendido por querer restaurar a disciplina devida pelos sargentos controladores de vôo e, depois, por tratar como se fosse uma questão sindical corriqueira um problema que consistia em grave ameaça à segurança nacional. Durante seis meses, o governo Lula assistiu, impassível, à montagem do motim que eclodiria na noite de sexta-feira. O ministro da Defesa, que sempre manifestou total inapetência para o exercício da função, foi desde o início surpreendido pelos fatos, jamais tendo uma idéia ou atitude que colaborasse para a solução da crise. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, chefiou oito reuniões com altos funcionários - e na última, na semana passada, exigiu que seus auxiliares fixassem “data e hora” para a solução do apagão aéreo. Também estava alheio ao que se passava.
Data e hora fixaram os sargentos controladores de vôo que, desde outubro do ano passado, controlam inteiramente a situação. Na sexta-feira, para impedir a transferência de Brasília para Santa Maria, no Rio Grande do Sul, do diretor de mobilização da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo e reforçar as reivindicações de desmilitarização do serviço, aumento salarial e reestruturação das condições de trabalho, os sargentos se amotinaram.
Em minutos, paralisaram todo o tráfego aéreo nacional. Romperam os laços da disciplina e da hierarquia militar e, para que disso não restassem dúvidas, proclamaram em manifesto que não mais confiavam em seus comandantes.
Rebeliões militares como essa são, no mínimo, reprimidas com a imediata prisão dos amotinados. Foi o que o comandante da Aeronáutica determinou que fosse feito, para ser, logo em seguida, desautorizado pelo presidente Lula que, a caminho de Washington, no Aerolula, determinou que não houvesse punições e que as exigências dos amotinados fossem atendidas.
Como o ministro da Defesa estava no Rio, os ministros do Planejamento e da Comunicação Social foram ao encontro dos rebelados - que haviam proibido a presença de oficiais militares no encontro -, aos quais apresentaram os termos da rendição do governo. Em troca, os sargentos nada prometeram. Por liberalidade, permitiram a lenta volta das operações da aviação civil, mas deixando claro que, se o governo não der seqüência prática às suas reivindicações, no ritmo que eles, sargentos, acharem conveniente, voltarão a paralisar o País.
A reiterada atitude do presidente da República, desautorizando os comandos militares, mostra que ele não compreendeu a natureza da crise e, muito menos, é capaz de perceber o mal que faz às instituições nacionais - em especial às Forças Armadas - ao desprezar os princípios basilares da hierarquia e da disciplina. Luiz Inácio Lula da Silva esqueceu-se de que, sendo presidente da República, é também comandante-chefe das Forças Armadas e, em última análise, foi a sua autoridade que os sargentos desafiaram. E que o episódio abre caminho para a perigosa politização dos meios militares - uma chaga de que a Nação imaginava ter-se livrado desde a redemocratização.
O Alto Comando da Aeronáutica reagiu à atitude do governo com patriótica serenidade. O primeiro impulso, de demissão coletiva de seus membros, foi afastado para evitar o imediato agravamento da crise. Mas os brigadeiros deixaram claro que não comandam amotinados com costas quentes. Cumprindo o que dizia a nota oficial da Aeronáutica, já no sábado os controladores de vôo não eram comandados por oficiais - a função, agora, é do Ministério da Defesa, que obviamente não está aparelhado para assumi-la.
Os acontecimentos dos últimos dias mostram um governo fraco, contaminado pelo vezo sindical e incapaz de reagir à chantagem feita por duas ou três dezenas de sargentos. Após a quartelada, o governo não terá condições políticas de impedir a instalação da CPI do Apagão Aéreo. O descalabro que começou com atrasos e cancelamentos de vôos, provocados pela greve branca dos controladores, revelou as deficiências estruturais do sistema de proteção ao tráfego aéreo e os escândalos da Infraero, agora é uma crise institucional de graves proporções. Tudo isso precisa ser minuciosamente investigado.