sexta-feira, dezembro 22, 2006
Razões do adiamento
Isso não é sensacional?
Inhac,inhac,inhac !
O governo adiou de novo o anúncio do pacote redentor - o conjunto de medidas para destravar a economia e fazê-la crescer 5% ao ano. Não foi por má vontade, mas por motivo de força maior: faltava o pacote (...) .
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/22/edi-1.93.5.20061222.3.1.xml
Inhac,inhac,inhac !
O governo adiou de novo o anúncio do pacote redentor - o conjunto de medidas para destravar a economia e fazê-la crescer 5% ao ano. Não foi por má vontade, mas por motivo de força maior: faltava o pacote (...) .
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/22/edi-1.93.5.20061222.3.1.xml
O jeito de Lula governar
O Estadão é ótimo! Eis mais um editorial totalmente excelente.
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/22/edi-1.93.5.20061222.1.1.xml
Pode-se apontar (ou somar) muitas explicações para o adiamento do “pacote” de fim de ano com o qual o governo Lula pretende “destravar” o crescimento econômico. “O presidente entendeu que ainda é necessário um detalhamento dos projetos”, disse o porta-voz presidencial André Singer. “Quero fazer as coisas pensadas. Está tudo pronto, mas vou anunciar em janeiro. Agora, o pessoal só pensa em Natal e ano-novo” - foi a vez de o próprio presidente explicar. Para outros foram as decisões de corrigir a Tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) em 4,5%, em vez dos 3% previstos, e de fixar um salário mínimo de R$ 380, em vez dos R$ 375 que constavam da proposta de Orçamento para 2007 - medidas estas que custarão R$ 1,1 bilhão acima do previsto, obrigando a área econômica a sair atrás desse dinheiro -, que levaram ao adiamento do “pacote”.
Talvez essas explicações sejam necessárias para os 71% de brasileiros que aprovaram o “jeito de Lula governar”, mas não para os 23% que não o aprovaram porque estão vendo que há quatro anos esse governo padece do mal do “adiamento crônico”, enfermidade político-administrativa nesse grau não acometida “nunca antes nesse país” - para usar expressão tão do gosto do presidente.
Desde 1º de janeiro de 2003 o “espetáculo do crescimento” é aguardado por uma platéia excepcionalmente paciente, dando até para desconfiar que ela bate palmas ante as cortinas fechadas, para apressar o início do espetáculo. Talvez seja essa a explicação para os elevadíssimos índices de aprovação desfrutados pelo presidente Lula, segundo os institutos de pesquisas de opinião.
Se a imagem retro pode parecer um tanto forçada, que se encontre então outra explicação para o estranho fenômeno: como é possível uma pesquisa de opinião detectar um grau de aprovação do “jeito de Lula governar” a ponto de considerá-lo o melhor presidente da República da História do Brasil?
A estranheza maior decorre do fato de essas pesquisas terem sido feitas durante o caos provocado pelo apagão aéreo e do estado de paralisia galopante do governo, decorrente da emperradíssima negociação do presidente com os partidos e lideranças políticas, tendo em vista a sua “reforma ministerial” e a construção de sua base de apoio parlamentar.
A bem da verdade esse governo teve - e tem - como únicos feitos reais a manutenção da política macroeconômica de seu antecessor e adversário e mais a política social assistencialista, de efeitos negativos a longo prazo, mas válida como socorro imediato. Quanto ao resto, na melhor das hipóteses tem sido absolutamente inócuo.
É um governo cuja substância mais notória tem sido o discurso, pois o “jeito de Lula governar” é fazendo discurso, como “nunca antes nesse país” se viu presidente fazer. Enfim, um governo de palavras (não confundir com de palavra).
Agora, se a intenção é “destravar” o crescimento, há que, preliminarmente, “destravar” o próprio governo, como temos repetido todos os dias. O “espetáculo do crescimento” tem sofrido de adiamento crônico, assim como a solução de problemas estruturais que emperram a produção e o desenvolvimento econômico. Disse o presidente: “Quero fazer as coisas pensadas.” Mas de quantos anos mais precisará para pensar - e concluir, e decidir, e fazer? Mais quatro serão suficientes?
Com o cenário internacional mais favorável em muitas décadas, com países emergentes aproveitando as oportunidades de crescimento como nunca, permanece o Brasil com crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) abaixo da média mundial e bem abaixo da continental, tendo atrás apenas o desventurado Haiti.
Se um “pacote econômico” tem condições de colocar o País, finalmente, na rota do desenvolvimento acelerado - e o ambicioso objetivo é alcançar 5% de crescimento do PIB -, por que cargas d’água só agora, depois de quatro anos, viria ele à baila? Onde estariam armazenadas as idéias luminosas nele contidas? Que cabeças pensantes antes inativas, de repente passaram a produzir brilhantes fórmulas de crescimento? De onde lhes teria caído a súbita inspiração?
Fiquem as respostas a tais indagações adiadas para o próximo ano. Afinal, “agora o pessoal só pensa em Natal e ano-novo”.
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/22/edi-1.93.5.20061222.1.1.xml
Pode-se apontar (ou somar) muitas explicações para o adiamento do “pacote” de fim de ano com o qual o governo Lula pretende “destravar” o crescimento econômico. “O presidente entendeu que ainda é necessário um detalhamento dos projetos”, disse o porta-voz presidencial André Singer. “Quero fazer as coisas pensadas. Está tudo pronto, mas vou anunciar em janeiro. Agora, o pessoal só pensa em Natal e ano-novo” - foi a vez de o próprio presidente explicar. Para outros foram as decisões de corrigir a Tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) em 4,5%, em vez dos 3% previstos, e de fixar um salário mínimo de R$ 380, em vez dos R$ 375 que constavam da proposta de Orçamento para 2007 - medidas estas que custarão R$ 1,1 bilhão acima do previsto, obrigando a área econômica a sair atrás desse dinheiro -, que levaram ao adiamento do “pacote”.
Talvez essas explicações sejam necessárias para os 71% de brasileiros que aprovaram o “jeito de Lula governar”, mas não para os 23% que não o aprovaram porque estão vendo que há quatro anos esse governo padece do mal do “adiamento crônico”, enfermidade político-administrativa nesse grau não acometida “nunca antes nesse país” - para usar expressão tão do gosto do presidente.
Desde 1º de janeiro de 2003 o “espetáculo do crescimento” é aguardado por uma platéia excepcionalmente paciente, dando até para desconfiar que ela bate palmas ante as cortinas fechadas, para apressar o início do espetáculo. Talvez seja essa a explicação para os elevadíssimos índices de aprovação desfrutados pelo presidente Lula, segundo os institutos de pesquisas de opinião.
Se a imagem retro pode parecer um tanto forçada, que se encontre então outra explicação para o estranho fenômeno: como é possível uma pesquisa de opinião detectar um grau de aprovação do “jeito de Lula governar” a ponto de considerá-lo o melhor presidente da República da História do Brasil?
A estranheza maior decorre do fato de essas pesquisas terem sido feitas durante o caos provocado pelo apagão aéreo e do estado de paralisia galopante do governo, decorrente da emperradíssima negociação do presidente com os partidos e lideranças políticas, tendo em vista a sua “reforma ministerial” e a construção de sua base de apoio parlamentar.
A bem da verdade esse governo teve - e tem - como únicos feitos reais a manutenção da política macroeconômica de seu antecessor e adversário e mais a política social assistencialista, de efeitos negativos a longo prazo, mas válida como socorro imediato. Quanto ao resto, na melhor das hipóteses tem sido absolutamente inócuo.
É um governo cuja substância mais notória tem sido o discurso, pois o “jeito de Lula governar” é fazendo discurso, como “nunca antes nesse país” se viu presidente fazer. Enfim, um governo de palavras (não confundir com de palavra).
Agora, se a intenção é “destravar” o crescimento, há que, preliminarmente, “destravar” o próprio governo, como temos repetido todos os dias. O “espetáculo do crescimento” tem sofrido de adiamento crônico, assim como a solução de problemas estruturais que emperram a produção e o desenvolvimento econômico. Disse o presidente: “Quero fazer as coisas pensadas.” Mas de quantos anos mais precisará para pensar - e concluir, e decidir, e fazer? Mais quatro serão suficientes?
Com o cenário internacional mais favorável em muitas décadas, com países emergentes aproveitando as oportunidades de crescimento como nunca, permanece o Brasil com crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) abaixo da média mundial e bem abaixo da continental, tendo atrás apenas o desventurado Haiti.
Se um “pacote econômico” tem condições de colocar o País, finalmente, na rota do desenvolvimento acelerado - e o ambicioso objetivo é alcançar 5% de crescimento do PIB -, por que cargas d’água só agora, depois de quatro anos, viria ele à baila? Onde estariam armazenadas as idéias luminosas nele contidas? Que cabeças pensantes antes inativas, de repente passaram a produzir brilhantes fórmulas de crescimento? De onde lhes teria caído a súbita inspiração?
Fiquem as respostas a tais indagações adiadas para o próximo ano. Afinal, “agora o pessoal só pensa em Natal e ano-novo”.
terça-feira, dezembro 19, 2006
polits homenagem
Esse cara me fez rir bastante, principalmente na minha infancia ...
Morre Joseph Barbera, lenda dos desenhos
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/19/ger-1.93.7.20061219.12.1.xml
Com William Hanna, ele criou personagens mundialmente famosos e foi vencedor de 7 Oscars
O desenhista Joseph Barbera, que ao lado de William Hanna criou alguns dos mais famosos desenhos animados americanos, como Jetsons, Manda-Chuva, Scooby-Doo, Flintstones, Tom e Jerry e Zé Colméia, morreu ontem aos 95 anos. A informação foi divulgada pelos estúdios Warner Brothers.
Morre Joseph Barbera, lenda dos desenhos
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/19/ger-1.93.7.20061219.12.1.xml
Com William Hanna, ele criou personagens mundialmente famosos e foi vencedor de 7 Oscars
O desenhista Joseph Barbera, que ao lado de William Hanna criou alguns dos mais famosos desenhos animados americanos, como Jetsons, Manda-Chuva, Scooby-Doo, Flintstones, Tom e Jerry e Zé Colméia, morreu ontem aos 95 anos. A informação foi divulgada pelos estúdios Warner Brothers.
Repulsa unânime
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/19/edi-1.93.5.20061219.2.1.xml
Tenha ou não resultado a iniciativa dos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Fernando Gabeira (PV-RJ), de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança contra a decisão conjunta das cúpulas da Câmara dos Deputados e do Senado, que quase dobrou a remuneração dos parlamentares federais - contestando a forma do aumento, que não passou pela votação de plenário -, vingue ou não o projeto de decreto legislativo a ser apresentado por outros deputados - com redação do deputado Walter Pinheiro (PT-BA) - visando a anular o reajuste de 90,7% dos ganhos dos congressistas, uma coisa é certa: esse aumento indecente conseguiu a proeza de obter uma unanimidade de repulsa nos mais diversos segmentos da sociedade brasileira, ensejando uma das mais uníssonas manifestações de condenação que já se viu neste país. (...)
Ainda bem que esta, que já se considera uma das piores legislaturas da história política do País, está prestes a encerrar-se. (...)
Tenha ou não resultado a iniciativa dos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Fernando Gabeira (PV-RJ), de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança contra a decisão conjunta das cúpulas da Câmara dos Deputados e do Senado, que quase dobrou a remuneração dos parlamentares federais - contestando a forma do aumento, que não passou pela votação de plenário -, vingue ou não o projeto de decreto legislativo a ser apresentado por outros deputados - com redação do deputado Walter Pinheiro (PT-BA) - visando a anular o reajuste de 90,7% dos ganhos dos congressistas, uma coisa é certa: esse aumento indecente conseguiu a proeza de obter uma unanimidade de repulsa nos mais diversos segmentos da sociedade brasileira, ensejando uma das mais uníssonas manifestações de condenação que já se viu neste país. (...)
Ainda bem que esta, que já se considera uma das piores legislaturas da história política do País, está prestes a encerrar-se. (...)
domingo, dezembro 17, 2006
DELÍRIO PARLAMENTAR
Parece que as instituições estão competindo no quesito alucinação! O parlamento se auto concede a si mesmo aumento de mais de 90%, comprometendo a política fiscal; e o judiciário se auto concede a si mesmos o direito de definir a taxa de juros, comprometendo a políca monetária.
Isso não é sensacional ?
Reajuste de 90,7% fará 1 em cada 4 parlamentares estourar teto
Aposentadoria do serviço público somada a salário ultrapassa limite de R$ 24.500 estabelecido pela Constituição
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/17/pol-1.93.11.20061217.26.1.xml
Isso não é sensacional ?
Reajuste de 90,7% fará 1 em cada 4 parlamentares estourar teto
Aposentadoria do serviço público somada a salário ultrapassa limite de R$ 24.500 estabelecido pela Constituição
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/17/pol-1.93.11.20061217.26.1.xml
DELIRIO JURIDICO
A recente decisão totalmente escalafobética do STF de permitir que os juízes de primeira instância decidam qual o valor da taxa de juros dos contratos cria problemas monstruosos.
Um, retira das autoridades monetárias o efetivo poder de tomar decisões sobre a taxa de juros. Isso acaba com o regime de metas de inflação e coloca em perspectiva a escalada inflacionária. Outro, abre espaço para risco moral - mudança de comportamento após a assinatura de um contrato. O fofucho assina contrato com o banco à taxa de juros x% e depois diz que é muito alta e não pode pagar. Por fim, cria problema de seleção adversa - escolha equivocada causada por assimetria de informações. A taxa de juros tende a subir em funçao dos spreads mais altos para compensar o risco jurídico, deixando na curva de demanda por empréstimos somente os piores clientes do sistema financeiro, como o governo.
Não se sabe ao certo se esta decisão foi tomadao por benevolência ou ignorância, mas sabe-se com certeza que os resultados deste delírio jurídico serão catástróficos.
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/17/edi-1.93.5.20061217.1.1.xml
O STF e a política monetária
Ao julgar um recurso impetrado pelos bancos com o objetivo de definir o alcance do Código de Defesa do Consumidor (CDC) sobre as atividades do sistema financeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os juízes de primeira instância têm competência para alterar a taxa de juros aplicada nos contratos de empréstimo e financiamento levados ao seu julgamento. A decisão é polêmica, pois, como existem cerca de 10 mil juízes atuando nas instâncias inferiores da Justiça Estadual e da Justiça Federal, eles poderão acabar afrontando o Conselho Monetário Nacional, a principal autoridade monetária do País, e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o órgão responsável pela definição da taxa básica de juros (Selic).
(...)
na medida em que o CDC permite aos juízes beneficiar os devedores em detrimento dos credores, ele “desequilibra” os contratos de empréstimo e financiamento, disseminando incerteza no sistema financeiro e levando os bancos a fechar determinadas linhas de crédito e a aumentar os spreads. A tese é endossada pelo Banco Central, que chegou a publicar uma “nota técnica” alertando o Poder Judiciário para os problemas econômicos gerados por sentenças que, ao favorecer o que os juízes julgam ser a parte mais fraca nos litígios entre bancos e correntistas, eximem os devedores da obrigação de cumprir parte de suas responsabilidades contratuais.
No julgamento do recurso da Consif, na última quinta-feira, o relator, ministro Eros Grau, levou essa advertência em conta, mas acabou sendo derrotado (...)
Um, retira das autoridades monetárias o efetivo poder de tomar decisões sobre a taxa de juros. Isso acaba com o regime de metas de inflação e coloca em perspectiva a escalada inflacionária. Outro, abre espaço para risco moral - mudança de comportamento após a assinatura de um contrato. O fofucho assina contrato com o banco à taxa de juros x% e depois diz que é muito alta e não pode pagar. Por fim, cria problema de seleção adversa - escolha equivocada causada por assimetria de informações. A taxa de juros tende a subir em funçao dos spreads mais altos para compensar o risco jurídico, deixando na curva de demanda por empréstimos somente os piores clientes do sistema financeiro, como o governo.
Não se sabe ao certo se esta decisão foi tomadao por benevolência ou ignorância, mas sabe-se com certeza que os resultados deste delírio jurídico serão catástróficos.
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/17/edi-1.93.5.20061217.1.1.xml
O STF e a política monetária
Ao julgar um recurso impetrado pelos bancos com o objetivo de definir o alcance do Código de Defesa do Consumidor (CDC) sobre as atividades do sistema financeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os juízes de primeira instância têm competência para alterar a taxa de juros aplicada nos contratos de empréstimo e financiamento levados ao seu julgamento. A decisão é polêmica, pois, como existem cerca de 10 mil juízes atuando nas instâncias inferiores da Justiça Estadual e da Justiça Federal, eles poderão acabar afrontando o Conselho Monetário Nacional, a principal autoridade monetária do País, e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o órgão responsável pela definição da taxa básica de juros (Selic).
(...)
na medida em que o CDC permite aos juízes beneficiar os devedores em detrimento dos credores, ele “desequilibra” os contratos de empréstimo e financiamento, disseminando incerteza no sistema financeiro e levando os bancos a fechar determinadas linhas de crédito e a aumentar os spreads. A tese é endossada pelo Banco Central, que chegou a publicar uma “nota técnica” alertando o Poder Judiciário para os problemas econômicos gerados por sentenças que, ao favorecer o que os juízes julgam ser a parte mais fraca nos litígios entre bancos e correntistas, eximem os devedores da obrigação de cumprir parte de suas responsabilidades contratuais.
No julgamento do recurso da Consif, na última quinta-feira, o relator, ministro Eros Grau, levou essa advertência em conta, mas acabou sendo derrotado (...)
sexta-feira, dezembro 15, 2006
competição na bioenergia
Enquanto protegemos os Ianomamis e damos bolsa-esmolão para os trabalhadores rurais ficarem à toa, a gringolandia mais uma vez cria barreiras para aqueles que são melhores que eles. Soh o Molusco esta levando o bicombustivel na brincadeira. O resto do mundo esta levando a sério.
EUA barram álcool brasileiro por mais 2 anos
Sobretaxa é prorrogada por medo de que o combustível barato inunde o país. O lobby contrário à importação do álcool brasileiro pelos Estados Unidos conquistou nova vitória esta semana. Por temer que seu mercado seja inundado pelo combustível barato e que isso iniba a construção de novas usinas, o Congresso norte-americano aprovou a prorrogação da sobretaxa de 54 centavos de dólar por galão (3,8 litros) de etanol importado por mais dois anos.
A manutenção da taxa é um golpe à competitividade brasileira. Com o preço do álcool anidro a R$ 0,85 o litro, o imposto americano representa 35,4% sobre o valor negociado na usina. A decisão não surpreendeu os usineiros. Para o presidente da Unica, Eduardo de Carvalho, a prorrogação da sobretaxa por mais dois anos era prevista. "O lobby é forte", reclama. Os americanos rejeitam o álcool, mas têm bastante interesse em participar da produção brasileira, através dos fundos de investimento.
Gazeta Mercantil, 15/12/2006, p. B12
EUA barram álcool brasileiro por mais 2 anos
Sobretaxa é prorrogada por medo de que o combustível barato inunde o país. O lobby contrário à importação do álcool brasileiro pelos Estados Unidos conquistou nova vitória esta semana. Por temer que seu mercado seja inundado pelo combustível barato e que isso iniba a construção de novas usinas, o Congresso norte-americano aprovou a prorrogação da sobretaxa de 54 centavos de dólar por galão (3,8 litros) de etanol importado por mais dois anos.
A manutenção da taxa é um golpe à competitividade brasileira. Com o preço do álcool anidro a R$ 0,85 o litro, o imposto americano representa 35,4% sobre o valor negociado na usina. A decisão não surpreendeu os usineiros. Para o presidente da Unica, Eduardo de Carvalho, a prorrogação da sobretaxa por mais dois anos era prevista. "O lobby é forte", reclama. Os americanos rejeitam o álcool, mas têm bastante interesse em participar da produção brasileira, através dos fundos de investimento.
Gazeta Mercantil, 15/12/2006, p. B12
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Preste-se atenção na dupla enormidade
Caos no ar e no chão
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/14/edi-1.93.5.20061214.3.1.xml
Outro dia o presidente Lula se queixou de que não teve tempo de descansar do duro trabalho de se reeleger, no que - isso ele naturalmente não disse - investiu a maior parte do primeiro mandato com a sua discurseira cotidiana. Agora, reclama da privação do repouso porque tem de preparar o Brasil para crescer 5% no ano que vem, por meios que confessa ignorar, mas que prometeu descobrir até o dia da segunda posse. Preste-se atenção na dupla enormidade: o presidente da República deplora que não pode usufruir de um interregno entre os dois governos, como se houvesse uma solução de continuidade entre eles, sendo o mesmo o chefe dos dois, e faz crer que o destravamento da economia pode ser obtido mediante uma fórmula como as que são aviadas nas farmácias de manipulação.
Tem mais, infelizmente. Em busca do elixir do desenvolvimento de longa vida, Lula trancou-se anteontem por cerca de 10 horas com os ministros da área econômica, de infra-estrutura e com dirigentes das instituições financeiras federais. Disso resultou - se é que o verbo se aplica - uma versão atualizada do Plano de Metas dos anos JK, que se traduziria na definição de meia centena de projetos prioritários de investimentos em energia, transportes e saneamento. Preste-se atenção, novamente: 44 dias depois de sua confirmação no cargo, o presidente que perseguiu obsessivamente o poder durante 13 anos faz hoje o que qualquer chefe de governo do mundo que leve a sério a condição de administrador do seu país teria feito em período equivalente ao que separou, no Brasil, a eleição em outubro de 2002 e a posse em 1º de janeiro de 2007.
Dizia o recém-falecido Milton Friedman que não existe almoço grátis na economia. Tampouco existe na vida de uma nação. Os erros e omissões dos governos cobram dos governados um preço às vezes exorbitante, formado pelos mais diversos fatores de custo. Olhe-se à volta e é o que se verá. Enquanto as economias emergentes devem crescer 7% este ano, o Brasil que se dê por feliz com menos da metade disso. O presidente fala de boca cheia em novos programas, mas 102 dos velhos, previstos no Orçamento da União para 2006, gastaram, na média, menos de 30% do previsto. Dos R$ 2,364 milhões autorizados para a manutenção da malha rodoviária federal, apenas R$ 820,7 milhões, ou 34,7%, saíram do papel. E, significativamente, mal chega a 40% do previsto o gasto efetivo com segurança de vôo e controle do espaço aéreo.
Não surpreendem, portanto, as conclusões da auditoria do TCU sobre o apagão aeronáutico. 'A crise não foi obra do acaso, mas de má gestão, da sucessão de equívocos, da indolência, da incapacidade de expandir o setor e do contingenciamento dos recursos', diagnosticou o relatório aprovado por unanimidade no tribunal. Mais uma vez é o caso de pedir que se preste atenção: essas palavras cortantes não descrevem um caso isolado, um raio em céu azul. Retratam a regra, não a exceção, da disfuncionalidade entranhada no Estado nacional. Segunda-feira, escrevendo no jornal Valor, o economista Gustavo Loyola foi ao nervo do problema: 'A presente crise do transporte aéreo doméstico é a manifestação setorial de uma crise muito maior e mais profunda que ameaça toda a infra-estrutura econômica do País.'
Em outras palavras, no chão o caos não é menor do que no ar. É pior ainda. A crise não ameaça só isso e nem se esgota no Poder Executivo. Impossível dourar a pílula: 4 anos de lulismo reverteram progressos semeados e adicionaram vícios novos aos já muitos existentes no desempenho das instituições governamentais. A crise, portanto, é de funcionamento dos Três Poderes, a começar da 'geléia geral', como aponta a colunista Rosângela Bittar, também do Valor, em que patinam o Planalto e a Esplanada. O Judiciário cuida de fazer o que entende ser justiça aos seus. O Legislativo, não bastasse a sua folha corrida, adiou, mas não desistiu da idéia de dar o que logo se chamou 'indulto de Natal' aos mensaleiros e sanguessugas acusados de quebra de decoro parlamentar, dificultando a retomada dos processos ainda pendentes na legislatura de 2007. E a Câmara ainda festeja a aprovação da Lei de Saneamento Básico - depois de 20 anos!
É como opera este Estado muito maior do que a economia do País e muito menor do que as demandas da aflita sociedade que o sustenta. Parafraseando o TCU, é um festival de má gestão, equívocos, indolência - e que só promete mais do mesmo.
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/14/edi-1.93.5.20061214.3.1.xml
Outro dia o presidente Lula se queixou de que não teve tempo de descansar do duro trabalho de se reeleger, no que - isso ele naturalmente não disse - investiu a maior parte do primeiro mandato com a sua discurseira cotidiana. Agora, reclama da privação do repouso porque tem de preparar o Brasil para crescer 5% no ano que vem, por meios que confessa ignorar, mas que prometeu descobrir até o dia da segunda posse. Preste-se atenção na dupla enormidade: o presidente da República deplora que não pode usufruir de um interregno entre os dois governos, como se houvesse uma solução de continuidade entre eles, sendo o mesmo o chefe dos dois, e faz crer que o destravamento da economia pode ser obtido mediante uma fórmula como as que são aviadas nas farmácias de manipulação.
Tem mais, infelizmente. Em busca do elixir do desenvolvimento de longa vida, Lula trancou-se anteontem por cerca de 10 horas com os ministros da área econômica, de infra-estrutura e com dirigentes das instituições financeiras federais. Disso resultou - se é que o verbo se aplica - uma versão atualizada do Plano de Metas dos anos JK, que se traduziria na definição de meia centena de projetos prioritários de investimentos em energia, transportes e saneamento. Preste-se atenção, novamente: 44 dias depois de sua confirmação no cargo, o presidente que perseguiu obsessivamente o poder durante 13 anos faz hoje o que qualquer chefe de governo do mundo que leve a sério a condição de administrador do seu país teria feito em período equivalente ao que separou, no Brasil, a eleição em outubro de 2002 e a posse em 1º de janeiro de 2007.
Dizia o recém-falecido Milton Friedman que não existe almoço grátis na economia. Tampouco existe na vida de uma nação. Os erros e omissões dos governos cobram dos governados um preço às vezes exorbitante, formado pelos mais diversos fatores de custo. Olhe-se à volta e é o que se verá. Enquanto as economias emergentes devem crescer 7% este ano, o Brasil que se dê por feliz com menos da metade disso. O presidente fala de boca cheia em novos programas, mas 102 dos velhos, previstos no Orçamento da União para 2006, gastaram, na média, menos de 30% do previsto. Dos R$ 2,364 milhões autorizados para a manutenção da malha rodoviária federal, apenas R$ 820,7 milhões, ou 34,7%, saíram do papel. E, significativamente, mal chega a 40% do previsto o gasto efetivo com segurança de vôo e controle do espaço aéreo.
Não surpreendem, portanto, as conclusões da auditoria do TCU sobre o apagão aeronáutico. 'A crise não foi obra do acaso, mas de má gestão, da sucessão de equívocos, da indolência, da incapacidade de expandir o setor e do contingenciamento dos recursos', diagnosticou o relatório aprovado por unanimidade no tribunal. Mais uma vez é o caso de pedir que se preste atenção: essas palavras cortantes não descrevem um caso isolado, um raio em céu azul. Retratam a regra, não a exceção, da disfuncionalidade entranhada no Estado nacional. Segunda-feira, escrevendo no jornal Valor, o economista Gustavo Loyola foi ao nervo do problema: 'A presente crise do transporte aéreo doméstico é a manifestação setorial de uma crise muito maior e mais profunda que ameaça toda a infra-estrutura econômica do País.'
Em outras palavras, no chão o caos não é menor do que no ar. É pior ainda. A crise não ameaça só isso e nem se esgota no Poder Executivo. Impossível dourar a pílula: 4 anos de lulismo reverteram progressos semeados e adicionaram vícios novos aos já muitos existentes no desempenho das instituições governamentais. A crise, portanto, é de funcionamento dos Três Poderes, a começar da 'geléia geral', como aponta a colunista Rosângela Bittar, também do Valor, em que patinam o Planalto e a Esplanada. O Judiciário cuida de fazer o que entende ser justiça aos seus. O Legislativo, não bastasse a sua folha corrida, adiou, mas não desistiu da idéia de dar o que logo se chamou 'indulto de Natal' aos mensaleiros e sanguessugas acusados de quebra de decoro parlamentar, dificultando a retomada dos processos ainda pendentes na legislatura de 2007. E a Câmara ainda festeja a aprovação da Lei de Saneamento Básico - depois de 20 anos!
É como opera este Estado muito maior do que a economia do País e muito menor do que as demandas da aflita sociedade que o sustenta. Parafraseando o TCU, é um festival de má gestão, equívocos, indolência - e que só promete mais do mesmo.
domingo, dezembro 10, 2006
bolsa-esmolão poderá ter 13º
O mais impressionante é que o pessoal ganha pra ficar a toa e considera que tem todos os direitos do trabalhador que, pasmem, recebe para trabalhar!
Tisc,tisc!
Senado aprova benefício natalino - ou "13º salário" - para Bolsa-Família
http://canais.ondarpc.com.br/noticias/brasil/conteudo.phtml?id=615433
O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira um projeto de lei de autoria do senador Efraim Morais (PFL-PB) que inclui no programa Bolsa-Família o chamado benefício natalino, uma parcela extra do Bolsa Família a ser paga todo ano, em dezembro, às famílias cadastradas, equivalente a um 13º salário.
A matéria vai agora para análise da Câmara. Efraim pediu que os deputados federais também aprovem o projeto ainda este ano, para que ele possa ser efetivado já em 2007.
Efraim - que foi presidente da CPI dos Bingos, chamada de CPI do Fim do Mundo, e não mediu esforços para atingir o governo Lula - dissera em setembro, ao apresentar a proposta, que a idéia surgiu quando ele percorria o interior da Paraíba e um senhor lhe perguntou por que famílias pobres, que sobrevivem do Bolsa Família, não tinham direito de receber o décimo-terceiro como outros trabalhadores. Efraim decidiu transformar a queixa do eleitor em projeto de lei.
- Os servidores públicos têm direito, os funcionários da iniciativa privada têm direito, os celetistas também têm direito ao décimo-terceiro, por que então os mais necessitados, os filhos da pobreza não podem ter? - afirmou o senador pefelista na ocasião.
Tisc,tisc!
Senado aprova benefício natalino - ou "13º salário" - para Bolsa-Família
http://canais.ondarpc.com.br/noticias/brasil/conteudo.phtml?id=615433
O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira um projeto de lei de autoria do senador Efraim Morais (PFL-PB) que inclui no programa Bolsa-Família o chamado benefício natalino, uma parcela extra do Bolsa Família a ser paga todo ano, em dezembro, às famílias cadastradas, equivalente a um 13º salário.
A matéria vai agora para análise da Câmara. Efraim pediu que os deputados federais também aprovem o projeto ainda este ano, para que ele possa ser efetivado já em 2007.
Efraim - que foi presidente da CPI dos Bingos, chamada de CPI do Fim do Mundo, e não mediu esforços para atingir o governo Lula - dissera em setembro, ao apresentar a proposta, que a idéia surgiu quando ele percorria o interior da Paraíba e um senhor lhe perguntou por que famílias pobres, que sobrevivem do Bolsa Família, não tinham direito de receber o décimo-terceiro como outros trabalhadores. Efraim decidiu transformar a queixa do eleitor em projeto de lei.
- Os servidores públicos têm direito, os funcionários da iniciativa privada têm direito, os celetistas também têm direito ao décimo-terceiro, por que então os mais necessitados, os filhos da pobreza não podem ter? - afirmou o senador pefelista na ocasião.
marketing e empreendedorismo
Recentemente vi duas towners - a versão compacta da vã filosofia - utilizadas para vender cachorro quente. Uma se chamava Billy´s Cão, o cachorro quente do Billy. A outra Hard Rock Dog - a loja de cachorro quente mais famosa do mundo. Além disso, vi uma fábrica de malhas chamada Lã Pião - a loja da Maria Bonita.
Isso não é sensacional ?
Isso não é sensacional ?
Bolsa-Família retira mão-de-obra
Cafeicultores do Espírito Santo não estão conseguindo mão-de-obra para a colheita por causa do Bolsa-Família. Afinal, quem vai querer trabalhar se ele pode receber pra ficar a toa.
Preocupações crescentes
Por Uchôa de Mendonça
A Gazeta - ES, 5/12/2006
Os produtores de café do Espírito Santo estão passando por um momento de dificuldades: a mão-de-obra para a colheita. Antes, abundante, oriunda de vários pontos, ela surgia nas ocasiões propícias, na busca daquele dinheiro certo. Hoje, com o advento do Bolsa-Família, a situação tomou um rumo surpreendente, e os produtores rurais estão enfrentando um problema que nunca imaginaram.
Com a pressão do Ministério do Trabalho e Emprego, para que o empregador assine a carteira de trabalho do chamado bóia-fria, a surpresa veio com a recusa do trabalhador em entregar seu documento, que, se assinado for, impedirá que ele receba o Bolsa-Família, que beneficia quem está desempregado. ..
O mesmo está acontecendo com o produtor de cana, que não está encontrando, no momento que mais precisa, aquela mão-de-obra sempre disponível, obrigando-o a ingressar no campo da mecanização, que, entretanto, não pode atender a todos os produtores, mormente os que possuem plantações nas áreas montanhosas.
A respeito do Bolsa-Família tivemos recentemente o pronunciamento do presidente da Comissão Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, dom Aldo Pagotto, que fez a seguinte observação: "É só uma ajuda pessoal e familiar. É verdade que 11 milhões de famílias recebem o Bolsa-Família no Nordeste e no Norte, mas isso levou a uma acomodação, a um empanzinamento. Não se busca mais, parece que não há visão do crescimento, desenvolvimento e inserção".
Na visão de dom Aldo a política de gestão do "professor" Lula tem desencadeado o que chamou de "favelização rural", devido a essa ausência de crédito e assistência técnica. "O povo vai desistindo de plantar", defendendo ele que o presidente ouça mais o povo.
A reforma agrária brasileira é uma tragédia, está promovendo a favelização do meio rural, onde as famílias, sob o comando do MST, se amontoam à beira das estradas como um espécie de propaganda contra o desenvolvimento nacional. Onde tem uma fazenda organizada, um campo experimental, principalmente de grupo estrangeiro, promovem invasões, com o objetivo de destruir tudo que encontram pela frente.
Estamos caminhando para uma agitação social sem precedentes na história nacional. Não existe dinheiro, não há mecanismo de salvação para essa gente despreparada, que precisa ser sustentada eternamente, de cesta básica, porque não produz nada, gasta tudo que recebe com bebidas e até mesmo festas, com grande irresponsabilidade, para satisfação de uma liderança que se mobiliza exatamente pela destruição dos sentimentos de desenvolvimento nacional.
A CNBB, por meio de suas mais expressivas lideranças, como dom Aldo Pagotto, Geraldo Magella e outros, que criticam a política social de Lula, lastimam esse processo de negociação de cargos públicos em troca de apoio político.
Não vai demorar muito para ocorrer uma grande tragédia nacional, no campo das insatisfações sociais, pela irresponsabilidade governamental.
Preocupações crescentes
Por Uchôa de Mendonça
A Gazeta - ES, 5/12/2006
Os produtores de café do Espírito Santo estão passando por um momento de dificuldades: a mão-de-obra para a colheita. Antes, abundante, oriunda de vários pontos, ela surgia nas ocasiões propícias, na busca daquele dinheiro certo. Hoje, com o advento do Bolsa-Família, a situação tomou um rumo surpreendente, e os produtores rurais estão enfrentando um problema que nunca imaginaram.
Com a pressão do Ministério do Trabalho e Emprego, para que o empregador assine a carteira de trabalho do chamado bóia-fria, a surpresa veio com a recusa do trabalhador em entregar seu documento, que, se assinado for, impedirá que ele receba o Bolsa-Família, que beneficia quem está desempregado. ..
O mesmo está acontecendo com o produtor de cana, que não está encontrando, no momento que mais precisa, aquela mão-de-obra sempre disponível, obrigando-o a ingressar no campo da mecanização, que, entretanto, não pode atender a todos os produtores, mormente os que possuem plantações nas áreas montanhosas.
A respeito do Bolsa-Família tivemos recentemente o pronunciamento do presidente da Comissão Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, dom Aldo Pagotto, que fez a seguinte observação: "É só uma ajuda pessoal e familiar. É verdade que 11 milhões de famílias recebem o Bolsa-Família no Nordeste e no Norte, mas isso levou a uma acomodação, a um empanzinamento. Não se busca mais, parece que não há visão do crescimento, desenvolvimento e inserção".
Na visão de dom Aldo a política de gestão do "professor" Lula tem desencadeado o que chamou de "favelização rural", devido a essa ausência de crédito e assistência técnica. "O povo vai desistindo de plantar", defendendo ele que o presidente ouça mais o povo.
A reforma agrária brasileira é uma tragédia, está promovendo a favelização do meio rural, onde as famílias, sob o comando do MST, se amontoam à beira das estradas como um espécie de propaganda contra o desenvolvimento nacional. Onde tem uma fazenda organizada, um campo experimental, principalmente de grupo estrangeiro, promovem invasões, com o objetivo de destruir tudo que encontram pela frente.
Estamos caminhando para uma agitação social sem precedentes na história nacional. Não existe dinheiro, não há mecanismo de salvação para essa gente despreparada, que precisa ser sustentada eternamente, de cesta básica, porque não produz nada, gasta tudo que recebe com bebidas e até mesmo festas, com grande irresponsabilidade, para satisfação de uma liderança que se mobiliza exatamente pela destruição dos sentimentos de desenvolvimento nacional.
A CNBB, por meio de suas mais expressivas lideranças, como dom Aldo Pagotto, Geraldo Magella e outros, que criticam a política social de Lula, lastimam esse processo de negociação de cargos públicos em troca de apoio político.
Não vai demorar muito para ocorrer uma grande tragédia nacional, no campo das insatisfações sociais, pela irresponsabilidade governamental.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
tiraram o 'B' do Bric
'O Bric é só um exercício intelectual'
Esquivo a acordos comerciais e à competição que eles introduzem, avesso a reformas, e com um ensino público fundamental 'pavoroso', o Brasil seguirá sendo um país de crescimento lento e de inserção na economia mundial limitada ao fornecimento de commodities e de fontes renováveis de energia.
Ao contrário de China e Índia. A primeira desempenha o papel que a Inglaterra teve no século 19, de conter a inflação mundial, com produto barato. A segunda vai alimentar a nova economia de inteligência e conhecimento. Assim, não faz sentido agrupar os três, mais a Rússia, na sigla Bric.
Numa palestra no 6.º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, na Escola de Guerra Naval, no mês passado no Rio, o diplomata Paulo Roberto de Almeida, professor de Economia Política Internacional no Centro Universitário de Brasília (Ceub), tirou o 'B' do Bric, a sigla que reuniria os quatro grandes países emergentes. (...)
O Estado de S. Paulo, 4/12/2006
Esquivo a acordos comerciais e à competição que eles introduzem, avesso a reformas, e com um ensino público fundamental 'pavoroso', o Brasil seguirá sendo um país de crescimento lento e de inserção na economia mundial limitada ao fornecimento de commodities e de fontes renováveis de energia.
Ao contrário de China e Índia. A primeira desempenha o papel que a Inglaterra teve no século 19, de conter a inflação mundial, com produto barato. A segunda vai alimentar a nova economia de inteligência e conhecimento. Assim, não faz sentido agrupar os três, mais a Rússia, na sigla Bric.
Numa palestra no 6.º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, na Escola de Guerra Naval, no mês passado no Rio, o diplomata Paulo Roberto de Almeida, professor de Economia Política Internacional no Centro Universitário de Brasília (Ceub), tirou o 'B' do Bric, a sigla que reuniria os quatro grandes países emergentes. (...)
O Estado de S. Paulo, 4/12/2006
segunda-feira, dezembro 04, 2006
apagao 2007
isso nao eh sensacional? Quando incluimos o apagao energetico, ha certeza de que omundo vai acabar em 2007.
Sucateamento do transporte gera perda de R$ 46 bi ao ano, cinco vezes o Bolsa Família. Um país à beira do apagão logístico. Segundo entidades empresariais e especialistas, o sistema de transportes brasileiro está na iminência de um colapso. Para evitá-lo, a Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base (Abdib) defende, por exemplo, investimentos de R$ 13 bilhões anuais - entre recursos públicos e privados - durante cinco anos para recuperar a malha rodoviária.
"A pior situação é das rodovias", diz o presidente do Conselho de Infra-Estrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José de Freitas Mascarenhas. Números da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelam que 75% das estradas estão em estado péssimo, ruim ou regular. Nas ferrovias e portos também imperam o sucateamento e a saturação para escoar a produção. Por ano, o País perde R$ 46 bilhões devido à precariedade do sistema de transportes, mais de cinco vezes o orçamento do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do governo. "O apagão logístico só não é total porque o Brasil cresceu pouco", bate o presidente da Seção de Cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti.
Páginas A-8 e A-9(Gazeta Mercantil/1ª Página - Pág. 1)
Sucateamento do transporte gera perda de R$ 46 bi ao ano, cinco vezes o Bolsa Família. Um país à beira do apagão logístico. Segundo entidades empresariais e especialistas, o sistema de transportes brasileiro está na iminência de um colapso. Para evitá-lo, a Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base (Abdib) defende, por exemplo, investimentos de R$ 13 bilhões anuais - entre recursos públicos e privados - durante cinco anos para recuperar a malha rodoviária.
"A pior situação é das rodovias", diz o presidente do Conselho de Infra-Estrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José de Freitas Mascarenhas. Números da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelam que 75% das estradas estão em estado péssimo, ruim ou regular. Nas ferrovias e portos também imperam o sucateamento e a saturação para escoar a produção. Por ano, o País perde R$ 46 bilhões devido à precariedade do sistema de transportes, mais de cinco vezes o orçamento do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do governo. "O apagão logístico só não é total porque o Brasil cresceu pouco", bate o presidente da Seção de Cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti.
Páginas A-8 e A-9(Gazeta Mercantil/1ª Página - Pág. 1)
sábado, dezembro 02, 2006
a esqualidez que era de prever
A doença infantil da diplomacia
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/02/edi-1.93.5.20061202.1.1.xml
Existe, visível a olho nu, uma linha de continuidade entre o padrão de comportamento do presidente Lula no plano interno e a sua compreensão do papel que lhe cabe desempenhar como chefe de Estado na arena internacional. Mas essa coerência não chega a ser propriamente uma virtude, a menos que se considere virtuosa a sua crença de que governar - e fazer política externa - é discursar. Com isso não se pretende subestimar o poder da palavra como argamassa para a construção do entendimento, a formação de maiorias políticas e a pavimentação do caminho para decisões de interesse nacional. Tampouco se trata de desdenhar da força simbólica das situações concebidas para favorecer o enunciado de propósitos, a mobilização pelo verbo. Na era da diplomacia pessoal, seria pueril criticar as viagens ao exterior dos dirigentes nacionais.
O problema é que a falta de lastro dos eventos a que Lula comparece, combinada com a falta de substância de suas manifestações, nos plenários ou em encontros tête-à-tête, confina a desejada aparição de um líder brasileiro no radar da mídia estrangeira ao que o jargão jornalístico anglo-americano denomina, depreciativamente, photo-op, uma encenação para as lentes sempre volúveis da mídia e que por isso mesmo se esgota em menos tempo do que leva dizer “oportunidade para fotos”. Atente-se para o evento - a rigor, o não-evento - a que o presidente Lula acaba de comparecer em Abuja, na Nigéria, apesar da dolorida torção que o obrigou a se deslocar em cadeira de rodas. Para a sua recuperação, quanto mais não fosse, melhor teria sido que ficasse em repouso no Alvorada, pensando em como destravar a economia sem desandar as finanças públicas.
Em primeiro lugar, porque a pomposamente intitulada Cúpula África-América do Sul foi a esqualidez que era de prever. Reuniu representantes de 66 países, dos quais, no entanto, apenas 25 chefes de Estado. Da América do Sul, guardaram-se de ir, entre outros, os presidentes da Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela. Dos cinco que foram, dois, o do Paraguai e o da Guiana, viajaram de carona no Airbus do brasileiro. Em segundo lugar, e principalmente, porque, na esfera das relações internacionais, perde pontos, nos quesitos atenção e respeito político, o governante - e por extensão o seu país - cuja figura é associada a irrelevâncias, do tipo do ralo café da manhã de Lula com o ditador líbio Muamar Kadafi. O pensamento positivo, de que o presidente é adepto convicto, não tem o poder de mudar esse resultado.
“Quem faz política sabe que só o fato de reunirmos aqui (na Nigéria) figuras importantes demonstra que o século 21 será muito melhor”, afirmou Lula. Como se diz em linguagem coloquial, só porque ele quer. O reunismo - ou “a mania dos grandes encontros”, nas palavras do presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), embaixador José Botafogo Gonçalves, na lúcida entrevista publicada ontem neste jornal - é uma espécie de doença infantil da diplomacia. Ocupa os dignitários que, por vaidade ou desfastio, se abalam a participar das conferências de cúpula, porém é um paupérrimo substituto para uma política externa robusta, ainda mais quando lhe falta uma estratégia capaz de se manter em pé porque sintonizada com as realidades do globo. O anverso da moeda é o voluntarismo. No regime militar, o terceiro-mundismo do Itamaraty, movido por uma visão ufanista das coisas, levou o governo Médici a abrir 10 embaixadas na África. “Aí faltou fôlego, não houve continuidade”, lembra Botafogo. “Foi uma energia desperdiçada.”
Mas o pior é que o presidente Lula, mesmo sem nenhum fôlego nem para chegar aos 5% de crescimento econômico, promete continuidade: pretende criar um “bolsa-família” para os países pobres, isentando 50 deles de tarifas de importação, 34 dos quais africanos. Trata-se de um gesto humanitário. No entanto, diante de uma questão que vem revoltando o mundo civilizado - a catástrofe na região sudanesa de Darfur, cenário de crimes continuados contra a humanidade -, o Brasil se mostra menos humanitário, abstendo-se na ONU de exigir do governo muçulmano de Cartum o elementar: a cessação dos massacres e a punição das autoridades acumpliciadas com os atos de selvageria da milícia Janjaweed que transformaram 2,5 milhões de pessoas em refugiados no seu próprio país. A abstenção foi festejada pelos delegados do Sudão como “reflexo da política do governo Lula em relação à África”. Vale por um epitáfio.
http://www.estado.com.br/editorias/2006/12/02/edi-1.93.5.20061202.1.1.xml
Existe, visível a olho nu, uma linha de continuidade entre o padrão de comportamento do presidente Lula no plano interno e a sua compreensão do papel que lhe cabe desempenhar como chefe de Estado na arena internacional. Mas essa coerência não chega a ser propriamente uma virtude, a menos que se considere virtuosa a sua crença de que governar - e fazer política externa - é discursar. Com isso não se pretende subestimar o poder da palavra como argamassa para a construção do entendimento, a formação de maiorias políticas e a pavimentação do caminho para decisões de interesse nacional. Tampouco se trata de desdenhar da força simbólica das situações concebidas para favorecer o enunciado de propósitos, a mobilização pelo verbo. Na era da diplomacia pessoal, seria pueril criticar as viagens ao exterior dos dirigentes nacionais.
O problema é que a falta de lastro dos eventos a que Lula comparece, combinada com a falta de substância de suas manifestações, nos plenários ou em encontros tête-à-tête, confina a desejada aparição de um líder brasileiro no radar da mídia estrangeira ao que o jargão jornalístico anglo-americano denomina, depreciativamente, photo-op, uma encenação para as lentes sempre volúveis da mídia e que por isso mesmo se esgota em menos tempo do que leva dizer “oportunidade para fotos”. Atente-se para o evento - a rigor, o não-evento - a que o presidente Lula acaba de comparecer em Abuja, na Nigéria, apesar da dolorida torção que o obrigou a se deslocar em cadeira de rodas. Para a sua recuperação, quanto mais não fosse, melhor teria sido que ficasse em repouso no Alvorada, pensando em como destravar a economia sem desandar as finanças públicas.
Em primeiro lugar, porque a pomposamente intitulada Cúpula África-América do Sul foi a esqualidez que era de prever. Reuniu representantes de 66 países, dos quais, no entanto, apenas 25 chefes de Estado. Da América do Sul, guardaram-se de ir, entre outros, os presidentes da Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela. Dos cinco que foram, dois, o do Paraguai e o da Guiana, viajaram de carona no Airbus do brasileiro. Em segundo lugar, e principalmente, porque, na esfera das relações internacionais, perde pontos, nos quesitos atenção e respeito político, o governante - e por extensão o seu país - cuja figura é associada a irrelevâncias, do tipo do ralo café da manhã de Lula com o ditador líbio Muamar Kadafi. O pensamento positivo, de que o presidente é adepto convicto, não tem o poder de mudar esse resultado.
“Quem faz política sabe que só o fato de reunirmos aqui (na Nigéria) figuras importantes demonstra que o século 21 será muito melhor”, afirmou Lula. Como se diz em linguagem coloquial, só porque ele quer. O reunismo - ou “a mania dos grandes encontros”, nas palavras do presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), embaixador José Botafogo Gonçalves, na lúcida entrevista publicada ontem neste jornal - é uma espécie de doença infantil da diplomacia. Ocupa os dignitários que, por vaidade ou desfastio, se abalam a participar das conferências de cúpula, porém é um paupérrimo substituto para uma política externa robusta, ainda mais quando lhe falta uma estratégia capaz de se manter em pé porque sintonizada com as realidades do globo. O anverso da moeda é o voluntarismo. No regime militar, o terceiro-mundismo do Itamaraty, movido por uma visão ufanista das coisas, levou o governo Médici a abrir 10 embaixadas na África. “Aí faltou fôlego, não houve continuidade”, lembra Botafogo. “Foi uma energia desperdiçada.”
Mas o pior é que o presidente Lula, mesmo sem nenhum fôlego nem para chegar aos 5% de crescimento econômico, promete continuidade: pretende criar um “bolsa-família” para os países pobres, isentando 50 deles de tarifas de importação, 34 dos quais africanos. Trata-se de um gesto humanitário. No entanto, diante de uma questão que vem revoltando o mundo civilizado - a catástrofe na região sudanesa de Darfur, cenário de crimes continuados contra a humanidade -, o Brasil se mostra menos humanitário, abstendo-se na ONU de exigir do governo muçulmano de Cartum o elementar: a cessação dos massacres e a punição das autoridades acumpliciadas com os atos de selvageria da milícia Janjaweed que transformaram 2,5 milhões de pessoas em refugiados no seu próprio país. A abstenção foi festejada pelos delegados do Sudão como “reflexo da política do governo Lula em relação à África”. Vale por um epitáfio.