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terça-feira, fevereiro 07, 2006

Molusco acefalo ofendeu a nós, ao povo brasileiro 

FH: 'Se Lula não sabia de nada é ingênuo e despreparado'
http://oglobo.globo.com/online/pais/mat/2006/02/07/191595519.asp

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, as declarações dadas à revista "IstoÉ", em que afirmou que "a ética do PT é roubar".

Fernando Henrique disse que o caixa dois tem origem privada, mas no caso do valerioduto houve um fluxo de dinheiro muito grande, com recursos de várias origens, inclusive do governo, mas que o desvio se justificaria por ser para uma causa coletiva.

- É a ética que justifica o procedimento. A ética é essa. Quem fez isso ofendeu a nós, ao povo brasileiro. Eu disse o rei está nu, todo mundo sabe disso. Eu acho estranho tanta sensibilidade porque eu disse o que todos sabem. Foi muito forte, como patriota me indigno, porque é demais. O que aconteceu não foi um fato isolado, a direção inteira de um partido caiu.

O ex-presidente ironizou o fato do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares ter assumido todas a culpa.

- Esse senhor Delúbio assumiu todas as culpas. Parece os processos de Moscou, nos anos 30, quando as pessoas acusadas de cometer crimes os confessavam, alegando que agiram em nome de uma revolução.

Fernando Henrique não quis afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia da corrupção.

- O esquema de corrupção é muito grande. Os fatos foram sendo descobertos dentro do partido, no mesmo esquema. O presidente tem que escolher: ou ele é muito ingênuo para não saber, e portanto não está preparado para ser presidente, ou ele sabia, o que é pior ainda. (...)

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

FHC atira primeiro 

A angústia crescente de Fernando Henrique tem motivo: pressa. Uma pressa objetiva, de quem não vê a hora de derrotar o PT. O discurso para resgatar o poder para os tucanos ele já traz na afiada ponta da língua. Trata-se de demolir o que restou do patrimônio ético do partido, que, no passado, fazia passeatas sob o lema “Fora FHC”. De sublinhar na campanha deste ano que Lula abandonou a classe média, vive solitário com opositores em seu próprio partido e aliado ao que há de pior na política nacional. “Uma estrela cadente”, no resumo do ex-presidente.

Com essa idéia fixa, Fernando Henrique cumpriu nos últimos dias uma agenda de candidato. Mal desembarcou de Madri, última escala européia do seu mais recente tour de palestras internacionais, já recebeu para almoço os tucanaços Tasso Jereissati e Aécio Neves. Baixou ali, em sua posição de fiel da balança do partido, as regras para a escolha do candidato a presidente. “Haverá consultas informais, temos tempo”, adianta. Na segunda-feira 30, disse na reinauguração do Instituto Social Democrata que “ladrão, nunca mais”. Na noite seguinte, envergando smoking na festa de 20 anos da BM&F, contou a amigos que o partido estava fazendo pesquisas para descobrir qual é, entre o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra, o homem mais adequado para apear Lula do poder. No dia seguinte, ganhou o título de sócio honorário do tradicional Clube dos Ingleses. Mais de dez repórteres o esperavam à saída, mas o carro de FHC passou batido. Ele parecia saber que seria alvejado com perguntas sobre sua preferência pessoal. O coração dele, todos sabem, bate por Serra, mas visto de perto Fernando Henrique está cada vez mais convencido da alternativa que aponta para o governador de São Paulo. “Ele está numa situação mais confortável para concorrer, enquanto Serra teria de enfrentar um buraco negro entre a saída da prefeitura e a eleição.” O certo é que o ex-presidente quer jogar o jogo e influir decisivamente, aos 74 anos, nos rumos do País. Que fique claro: com seus ternos modernos, saúde de ferro e ouvidos atentos às badaladas dos relógios, o político FHC está no auge da forma.

LULA É OMISSO COM A CORRUPÇÃO 

Na tarde da quinta-feira 2, o ex-presidente Fernando Henrique recebeu ISTOÉ em seu escritório no centro de São Paulo. A seguir, a entrevista:

ISTOÉ – Qual vai ser o grande tema da campanha para presidente?
Fernando Henrique – Eu nunca ouvi falar em tanta corrupção como neste governo. As massas de dinheiro envolvidas são muito altas. Assustadoras. Esse tema vai ser forte.

ISTOÉ – Os tucanos devem bater com muita força?
FHC – Temos de mostrar o que aconteceu. Com força. Não podemos aceitar o que o presidente Lula disse em Paris, que todos são corruptos e, portanto, que a corrupção é normal. Não, não. Primeiro, porque não são todos que praticam corrupção. Segundo, a corrupção neste governo é muito mais grave do que nos outros casos da história.

ISTOÉ – Por quê?
FHC – Porque os outros casos eram individuais, enquanto no governo Lula a corrupção se organizou e teve a chancela do partido do governo. É um fenômeno novo. No governo Lula, a corrupção tem organicidade, foi arquitetada. É sistêmica.

ISTOÉ – O sr. acredita que o presidente Lula não sabia de nada?
FHC – Se não sabe, é porque está comendo mosca. Aliás, deve ter ficado viciado em comer moscas. Eu acho que o deputado (Osmar) Serraglio (relator da CPI) coloca bem as coisas: Lula tem responsabilidade por omissão. Como não aconteceu nada com o presidente, acho que o Congresso foi omisso ao investigar a responsabilidade dele. Faltou a pergunta: quem é o beneficiário, a quem interessa tudo isso?

ISTOÉ – A quem?
FHC – Ao próprio presidente. O que o Duda Mendonça declarou no depoimento dele? Que recebeu aquele dinheiro ilegalmente, numa conta ilegal, e que com esse dinheiro fez diversas campanhas, inclusive a do próprio Lula. Então, Lula é beneficiário.

ISTOÉ – O impeachment deveria ter sido discutido?
FHC – Sim, mas agora não dá mais. Lula é o símbolo do imigrante operário pobre que chegou a presidente. É um símbolo declinante, uma estrela cadente. Mas o horizonte, agora, é o eleitoral.

ISTOÉ – Para ganhar do PSDB, o PT sempre agitou a bandeira da ética. Agora,
os papéis vão se inverter?
FHC – É curioso. O PT sempre procurou se envolver numa aura ética dizendo: “Eu sou puro, os outros não.” Isso se mostrou um perigo, porque levou ao seguinte raciocínio: como eu sou puro, como sou da ética, eu posso, em nome dessa ética que é a revolução, a transformação, sei lá o quê, eu posso cometer deslizes morais. Esses deslizes foram crescendo à medida que o partido começou a tomar mais posições no aparelho do Estado. É paradoxal, mas a ética do PT é roubar. No PT, o militante acredita que está expropriando a burguesia para manter os seus ideais. No fim, para o PT, os fins justificam os meios. Do contrário, como explicar uma pessoa como o Delúbio, que assumiu tudo?

ISTOÉ – O sr. faz idéia?
FHC – Na história, um caso como o do Delúbio só tem paralelo naqueles processos de Moscou, na década de 1930, sob (Josef) Stalin. Os grandes heróis da revolução, lá, assumiram coisas que não tinham feito. No PT, todos os que foram à CPI disseram: “Eu não fui, foi o Delúbio.” Delúbio ficou calado porque acredita estar agindo em nome dessa ética partidária que permite pegar dinheiro público em nome do partido e para o partido. Delúbio, assim, virou uma Geni feliz.


"É fantástico. O PT quer manter a sua pureza atolado no lamaçal da corrupção"

ISTOÉ – Mas os petistas continuam agitando a bandeira da ética.
FHC – Isso é fantástico do ponto de vista sociológico. É como se o PT quisesse manter a sua pureza atolado num lamaçal formado por seus aliados. Só que isso é uma loucura, porque quem entra nesse lamaçal está tão enlameado quanto quem está vivendo dele. O PT obteve lealdades em troca de dinheiro. Isso é grave. Uma coisa, e não estou defendendo isso, é o caixa 2 de campanhas eleitorais. Outra coisa, bem mais grave, é manter o apoio ao governo à custa de dinheiro público. O mensalão.

ISTOÉ – O PT alega que boa parte do dinheiro em questão servia para
pagar dívidas do partido.
FHC – Isso só agrava as coisas. Mostra que esse partido não é democrático, que não faz diferença entre a res publica (a coisa pública, em latim) e o interesse privado. Recentemente, o PT comprou 5,6 mil computadores. Como? Com dinheiro do Banco do Brasil, dando como garantia os próprios computadores, o que é uma aberração. Imagine se essa transferência indireta de dinheiro público para uma organização privada acontecesse no meu tempo de presidente... Iriam me crucificar.

ISTOÉ – Mas, ainda assim, Lula pode ganhar a reeleição.
FHC – Não acredito, mas pode. E, nesse caso, vai fazer um governo ainda pior do
que o atual, porque as condições políticas são piores. Houve uma mudança de sentimento da classe média em relação ao presidente. Ele percebeu e virou o
discurso para a massa de não-informados. Tudo bem, mas ele vai governar com quem? A reeleição seria muito ruim. Vai ficar tudo frouxo, sem sabermos para onde
a Nação está indo. Lula pode ganhar como pessoa, mas será guiado pelo mercado
e pelo pior da política. Se Lula for reeleito, o seu ato seguinte será o de pedir a anistia dos petistas cassados ao Congresso.

ISTOÉ – Quem é o melhor candidato tucano para dizer essas coisas
em campanha, Geraldo Alckmin ou José Serra?
FHC – Seja um, seja outro, terá de entrar nesses temas, com uma palavra muito forte. De crítica a isso tudo, e de confiança de que vai ser diferente. Qual deles será, ainda não sabemos. Vamos escolher quem tiver mais chances de derrotar Lula, mas a decisão de concorrer é pessoal. Para Alckmin está mais fácil, seu mandato está terminando. Serra teria de enfrentar um buraco negro entre abandonar a prefeitura e vencer as eleições. Será que ele vai querer correr esse risco?

Demagogia eleitoreira 

Meses decisivos

Fernando Henrique Cardoso
Sociólogo, foi presidente da República

A campanha eleitoral ainda não começou. Não mesmo? Ouvindo-se o presidente da República, tem-se a impressão de que sim. A cada dia um novo "espetáculo". Sem arrependimento pelo anúncio do fracassado espetáculo do crescimento econômico, agora trombeteia "o maior aumento do salário mínimo" desde 1985. Falso: em 1995, o aumento nominal foi de 42,9% e o real, de 21,8%, ao passo que o deste ano, dependendo ainda da inflação em 2006, poderá atingir, no máximo, 13%. Ainda assim, na média, ultrapassará por muito pouco o aumento real de salários dado no tempo do governo anterior. Será motivo para tanta comemoração, vinda de um governante que se propôs a dobrar o salário mínimo e que via com menoscabo o esforço de seu antecessor para, a despeito de toda sorte de crises, aumentar progressivamente o seu valor real?

Com uma diferença: o governo em 1995 estava começando, a mera estabilização da economia já proporcionava um poder de compra maior aos trabalhadores e havia tempo para se tomarem as medidas necessárias para equilibrar as contas da Previdência, uma vez que o salário mínimo afeta o piso das aposentadorias e pensões. Mesmo assim, foi um sufoco. Agora trata-se de governo em fim de mandato, em ano eleitoral, que, como se fazia no passado mais remoto, depois de arrochar o orçamento e os salários durante três anos, solta as rédeas apressadamente para ganhar discurso e dar dor de cabeça, de forma irresponsável, ao futuro governo, que terá de se haver com a explosão dos gastos correntes e com o estouro do déficit da Previdência. Que nome tem isso? Demagogia eleitoreira.

Tomei o caso do salário mínimo como exemplo. Há muitos outros mais. Ainda agora, graças às habilidades marqueteiras de Duda Mendonça, vem aí outra comemoração. Dessa vez cantarão vitória com o trabalho de gerações: a Petrobrás tornará o Brasil auto-suficiente em petróleo. A Petrobrás se beneficia de sua competência e, conjunturalmente, dos altos preços do petróleo. E todos os brasileiros estamos contentes com isso. Mas, infelizmente, o aumento da produção não foi acelerado na mesma proporção obtida pelo governo passado. "O boom de produção foi de 1997 a 2002", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, na Folha de S. Paulo de 30/1. Segundo esse especialista, a média diária de produção de petróleo passou de 869 mil barris em 1997 para 1,5 milhão em 2002, o que corresponde a um crescimento médio anual de 12% por vários anos seguidos, enquanto no governo Lula a média anual tem sido de 5% durante não mais de três anos, o que nos fez, desacelerando o passo, atingir a marca de 1,8 milhão de barris somente em 2005. Perdemos tempo e cantaremos loas à suposta eficiência de um governo desastrado, para dizer o menos. Já deveríamos ter obtido a auto-suficiência. As plataformas que expandiram a exploração do petróleo, construídas ainda no governo anterior, a P-43 e a P-48, estão dando conta do recado e, diga-se, tanto essas plataformas como as que agora estão em construção têm a mesma proporção de equipamentos produzidos no Brasil: 40%.

Na maioria das áreas tem sido assim. Na reforma agrária, sob a chuva habitual de protestos do MST quanto ao modo de contabilização do número de assentados (contra o qual no passado o PT era o primeiro a fazer coro para tirar dividendos políticos), o governo desatou a fazer assentamentos para ultrapassar, em 2005, a marca dos cem mil, depois de dois anos morosos. Na média continuam "perdendo" do governo anterior. Mas esse é o problema: a hora não é de fazer mais do mesmo, mas de melhorar o já feito e inovar.

Como crianças brincando de quem é maior, os arautos do petismo governista se distraem e distraem a opinião pública com a obsessão de mostrar o "eu sou o melhor" na comparação com o governo anterior. Além de não ser verdadeiro em muitos casos, ou de ser o resultado natural da aceleração de programas que continuam (caso do Bolsa-Família, com as distorções conhecidas), é pouco, muito pouco para quem criticava tudo no passado e se dizia capaz de refundar o Brasil.

Não nos iludamos, porém. Lula e o governo não estão interessados em estatísticas. Querem apenas, pela força da repetição de slogans, fazer uma manobra publicitária com fins eleitorais, dirigida principalmente para os milhões de brasileiros que não dispõem de informações adequadas.

Nunca se viu tal desfaçatez: começar uma campanha antes da hora, usando os meios e os recursos públicos. Parte da mídia, talvez de boa-fé, reproduz acriticamente as bazófias governamentais e não dá voz ao "outro lado". A verdade nua e crua é que o presidente está em campanha, em flagrante desrespeito à legalidade, embora ainda diga não saber se será candidato...

Enquanto isso, as oposições, respeitando o calendário eleitoral, divergem sobre detalhes e muitas vezes dão a impressão ou de que confiam no "já ganhou", perigo mortal, ou de que há tempo para dizer ao País com mais força, como eu disse há mais de ano, que "o rei está nu". Cuidado, ele não é desprovido de senso e sabe vestir-se. Não o minimizemos, para o bem do Brasil. Com Lula subirão ao pódio outra vez todos aqueles que ele jamais repudiou, dos Delúbios _e Valérios (pobres, sob seus nomes se escondem tantos outros) a toda a corte de amigos. Em nome da democracia, todos aplaudimos ver no exercício da Presidência um ex-trabalhador. Não sabíamos que se transformaria em representante da nova fração de classe formada pelos gestores pouco ortodoxos de dinheiro alheio, dos sindicatos e dos fundos de pensão.

Mas basta. Os desatinos foram muitos (salvo para os operadores dos mercados financeiros, ingurgitados de tantos juros). O País não tem por que pagar o preço de ter no poder por mais quatro longos anos alguém esquecido de sua classe de origem, descomprometido com tudo o que alardeou em sua trajetória e até mesmo crítico do partido de que foi fundador e pelo qual foi candidato presidencial quatro vezes.

domingo, fevereiro 05, 2006

O POVO E´ SEM VERGONHA 

Mesmo cientes do bandalho total e completo, ainda acham que o molusco acefalo, populista e sem criatividade eh uma alternativa viavel. tisq! tisq!

Pesquisa do Datafolha mostra Lula mais popular e mais forte na corrida presidencial
http://oglobo.globo.com/online/pais/plantao/2006/02/04/191578493.asp

Nova pesquisa do Datafolha mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuperou a popularidade que mantinha antes do escândalo do "mensalão" e que voltou a emparelhar a disputa nas eleições deste ano. No cenário em que o candidato do PSDB é o prefeito José Serra, Lula ficou com 33% das intenções de voto, quatro pontos a mais do que em sondagem realizada em dezembro. Neste caso, há um empate técnico com o tucano, que caiu de 36% para 34% dos votos.

Lula ainda perde na simulação de um eventual segundo turno, mas a diferença entre os dois candidatos também diminuiu - de 14 para 8 pontos. Serra ficou com 49%, contra 41% de Lula. Se o confronto for com o governador Geraldo Alckmin, único tucano a declarar até agora sua intenção de entrar na disputa, Lula vence com facilidade nos dois cenários. No primeiro turno, a diferença é de 16 pontos (36% a 20%) e no segundo, a 9 (48% a 39%). (...)

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