terça-feira, março 29, 2005
molusco faz tudo pelo capital financeiro internacional
*IMF board congratulates Lula *
The board of the International Monetary Fund (IMF) yesterday congratulated Brazil for its “impressive economic achievements in the last two years,” following a thorough review of Luiz Inácio Lula da Silva’s fiscal and monetary programme. The IMF’s board said that the Brazilian macroeconomic policies have kept “solid” over the last 24 months, and that the country also achieved important “structural reforms,” or budget overhaul. These policies have aided Brazil to make a “significant economic transformation, with the result of a strong economic recovery, income and employment improvements, a decrease in the state debt burden, and an increase in international reserves.”
The board of the International Monetary Fund (IMF) yesterday congratulated Brazil for its “impressive economic achievements in the last two years,” following a thorough review of Luiz Inácio Lula da Silva’s fiscal and monetary programme. The IMF’s board said that the Brazilian macroeconomic policies have kept “solid” over the last 24 months, and that the country also achieved important “structural reforms,” or budget overhaul. These policies have aided Brazil to make a “significant economic transformation, with the result of a strong economic recovery, income and employment improvements, a decrease in the state debt burden, and an increase in international reserves.”
quinta-feira, março 24, 2005
fraude zero ou quem anda na linha e' otario
Prêmio à impunidade
Sinal vermelho para o Detran. Numa decisão que premia a impunidade e beneficia os mais de dois milhões de veículos do Estado do Rio — cerca de dois terços da frota — que circulam ilegalmente pelas ruas, sem terem feito a vistoria obrigatória porque não pagam por suas infrações, a Justiça do Rio decidiu anteontem suspender todas as multas aplicadas no estado desde 1998, quando foi criado o Código de Trânsito Brasileiro, até 2004, quando foi instituída a defesa prévia. A decisão — um incentivo para motoristas de carros, motos, ônibus e vans que desrespeitam limites de velocidade, avançam sinais, invadem acostamentos e faixas seletivas — anula seis milhões de infrações e tem que ser acatada imediatamente pelo Detran. Para tentar mudar a situação, o Detran vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a batalha será árdua: há jurisprudência do próprio STJ considerando que, pelo Código de Trânsito, o infrator precisa ser notificado antes de receber a multa. A quem pagou, restará entrar na Justiça para tentar ser ressarcido, num processo que pode levar anos. Caso descumpra a medida, o Detran pagará multa de R$ 5 mil por ocorrência, ou seja, cada vez que não reconhecer este direito do infrator. A medida causou perplexidade. Apesar de afirmar ser a favor da defesa prévia, que passou a ser adotada pelo Detran em julho de 2004, depois de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o presidente do órgão, Hugo Legal, lamenta, no entanto, o fato de que “maus cidadãos” sejam favorecidos pela medida. Ele calcula que cerca de 60% das pessoas multadas recorrem das infrações, mas apenas 20% conseguem ter seus recursos deferidos. (...)
http://oglobo.globo.com/jornal/rio/167392142.asp
Sinal vermelho para o Detran. Numa decisão que premia a impunidade e beneficia os mais de dois milhões de veículos do Estado do Rio — cerca de dois terços da frota — que circulam ilegalmente pelas ruas, sem terem feito a vistoria obrigatória porque não pagam por suas infrações, a Justiça do Rio decidiu anteontem suspender todas as multas aplicadas no estado desde 1998, quando foi criado o Código de Trânsito Brasileiro, até 2004, quando foi instituída a defesa prévia. A decisão — um incentivo para motoristas de carros, motos, ônibus e vans que desrespeitam limites de velocidade, avançam sinais, invadem acostamentos e faixas seletivas — anula seis milhões de infrações e tem que ser acatada imediatamente pelo Detran. Para tentar mudar a situação, o Detran vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a batalha será árdua: há jurisprudência do próprio STJ considerando que, pelo Código de Trânsito, o infrator precisa ser notificado antes de receber a multa. A quem pagou, restará entrar na Justiça para tentar ser ressarcido, num processo que pode levar anos. Caso descumpra a medida, o Detran pagará multa de R$ 5 mil por ocorrência, ou seja, cada vez que não reconhecer este direito do infrator. A medida causou perplexidade. Apesar de afirmar ser a favor da defesa prévia, que passou a ser adotada pelo Detran em julho de 2004, depois de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o presidente do órgão, Hugo Legal, lamenta, no entanto, o fato de que “maus cidadãos” sejam favorecidos pela medida. Ele calcula que cerca de 60% das pessoas multadas recorrem das infrações, mas apenas 20% conseguem ter seus recursos deferidos. (...)
http://oglobo.globo.com/jornal/rio/167392142.asp
quarta-feira, março 23, 2005
vem ai', molusco grelhado
O povo tem um ano e meio pra tomar vergonha na cara e nao votar no PERIGO VERMELHO.
CNI/Ibope: popularidade do governo Lula cai quatro pontos
http://oglobo.globo.com/online/pais/167365222.asp
A popularidade do governo Lula caiu quatro pontos em março, mas continua em patamar elevado. De acordo com a pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre os fatores que contribuíram para piorar a avaliação do governo estão o aumento da expectativa de desemprego e a desaprovação dos entrevistados em relação à atuação do governo sobre a taxa de juros e a elevação de impostos. Segundo a pesquisa, a aprovação ao governo Lula caiu de 62% em novembro do ano passado para 58% em março deste ano. Entre os entrevistados, 33% desaprovam o governo, contra 30% da pesquisa anterior. A diferença entre o percentual de aprovação e o de desaprovação caiu de 32% em novembro para 25% em março. O percentual dos que consideram que o governo está sendo ótimo ou bom caiu de 41% em novembro de 2004 para 39% em março deste ano. Para 17% dos entrevistados o governo está sendo ruim ou péssimo, contra 16% registrados na pesquisa anterior. Consideram o governo regular 41% dos entrevistados, mesmo percentual observado no levantamento de novembro. As variações negativas mais significativas nos saldos da avaliação do governo foram registradas na região Nordeste, nos municípios menores com até 20 mil eleitores, e na população mais velha, acima de 50 anos de idade. Acompanhando a queda na popularidade do governo, a avaliação sobre a imagem de Lula também piorou. A confiança no presidente, que vinha crescendo desde o segundo semestre de 2004, recuou para 60% em março deste ano. Em novembro do ano passado, 63% dos entrevistados disseram confiar no presidente. Entre os entrevistados, 34% não confiam em Lula, contra 33% da pesquisa anterior. A pesquisa mostra ainda que Lula continua na frente na corrida presidencial para a eleição de 2006. Nas três simulações feitas pelo Ibope, Lula vence em todas. Na primeira, o presidente tem 39%, seguido por José Serra, com 27%; Cesar Maia, com 8%; Anthony Garotinho, com 7%; e Heloisa Helena, com 3%. Na segunda, Lula tem 42%; Geraldo Alckmin, 12%; Cesar, 12%; Garotinho, 12%; e Heloisa, 3%. Na terceira, Lula tem 43%; Cesar, 13%; Garotinho, 12%; Aécio Neves, 7%; e Heloisa, 4%. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 a 14 de março. Foram feitas 2.002 entrevistas com eleitores de 143 municípios.
CNI/Ibope: popularidade do governo Lula cai quatro pontos
http://oglobo.globo.com/online/pais/167365222.asp
A popularidade do governo Lula caiu quatro pontos em março, mas continua em patamar elevado. De acordo com a pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre os fatores que contribuíram para piorar a avaliação do governo estão o aumento da expectativa de desemprego e a desaprovação dos entrevistados em relação à atuação do governo sobre a taxa de juros e a elevação de impostos. Segundo a pesquisa, a aprovação ao governo Lula caiu de 62% em novembro do ano passado para 58% em março deste ano. Entre os entrevistados, 33% desaprovam o governo, contra 30% da pesquisa anterior. A diferença entre o percentual de aprovação e o de desaprovação caiu de 32% em novembro para 25% em março. O percentual dos que consideram que o governo está sendo ótimo ou bom caiu de 41% em novembro de 2004 para 39% em março deste ano. Para 17% dos entrevistados o governo está sendo ruim ou péssimo, contra 16% registrados na pesquisa anterior. Consideram o governo regular 41% dos entrevistados, mesmo percentual observado no levantamento de novembro. As variações negativas mais significativas nos saldos da avaliação do governo foram registradas na região Nordeste, nos municípios menores com até 20 mil eleitores, e na população mais velha, acima de 50 anos de idade. Acompanhando a queda na popularidade do governo, a avaliação sobre a imagem de Lula também piorou. A confiança no presidente, que vinha crescendo desde o segundo semestre de 2004, recuou para 60% em março deste ano. Em novembro do ano passado, 63% dos entrevistados disseram confiar no presidente. Entre os entrevistados, 34% não confiam em Lula, contra 33% da pesquisa anterior. A pesquisa mostra ainda que Lula continua na frente na corrida presidencial para a eleição de 2006. Nas três simulações feitas pelo Ibope, Lula vence em todas. Na primeira, o presidente tem 39%, seguido por José Serra, com 27%; Cesar Maia, com 8%; Anthony Garotinho, com 7%; e Heloisa Helena, com 3%. Na segunda, Lula tem 42%; Geraldo Alckmin, 12%; Cesar, 12%; Garotinho, 12%; e Heloisa, 3%. Na terceira, Lula tem 43%; Cesar, 13%; Garotinho, 12%; Aécio Neves, 7%; e Heloisa, 4%. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 a 14 de março. Foram feitas 2.002 entrevistas com eleitores de 143 municípios.
sexta-feira, março 18, 2005
humilhando-se por bandido
Lula pedirá clemência por brasileiro condenado à morte na Indonésia
O Globo, 19/03/2005
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá pedir, nas próximas semanas, clemência ao presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, para que seja suspensa a execução do instrutor de vôo livre brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte pela Justiça indonésia. Ele foi preso naquele país com 13,4 quilos de cocaína em 2003. A sentença de morte foi confirmada anteontem e não há mais possibilidades de recursos judiciais. Ele só pode escapar da morte se o governo brasileiro pedir e o presidente Susilo autorizar a comutação da pena. — O governo brasileiro vai pedir clemência ao governo da Indonésia. Isso já está decidido — afirmou um auxiliar do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O governo brasileiro considera o crime imputado a Marco Archer grave, mas no pedido de clemência deverá argumentar que no Brasil não existe pena de morte. A idéia é que Archer seja punido, mas não executado. Archer foi condenado no dia 8 de agosto do ano passado, um ano depois de ter sido preso. A droga estava escondida em seu equipamento de asa-delta. Archer era instrutor no Rio de Janeiro. Pela legislação indonésia, os condenados à morte são fuzilados. O presidente Susilo é considerado conservador e mais rigoroso com o narcotráfico que seus antecessores.
O Globo, 19/03/2005
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá pedir, nas próximas semanas, clemência ao presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, para que seja suspensa a execução do instrutor de vôo livre brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte pela Justiça indonésia. Ele foi preso naquele país com 13,4 quilos de cocaína em 2003. A sentença de morte foi confirmada anteontem e não há mais possibilidades de recursos judiciais. Ele só pode escapar da morte se o governo brasileiro pedir e o presidente Susilo autorizar a comutação da pena. — O governo brasileiro vai pedir clemência ao governo da Indonésia. Isso já está decidido — afirmou um auxiliar do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O governo brasileiro considera o crime imputado a Marco Archer grave, mas no pedido de clemência deverá argumentar que no Brasil não existe pena de morte. A idéia é que Archer seja punido, mas não executado. Archer foi condenado no dia 8 de agosto do ano passado, um ano depois de ter sido preso. A droga estava escondida em seu equipamento de asa-delta. Archer era instrutor no Rio de Janeiro. Pela legislação indonésia, os condenados à morte são fuzilados. O presidente Susilo é considerado conservador e mais rigoroso com o narcotráfico que seus antecessores.
quarta-feira, março 16, 2005
BIZARRO !!!!!
*BRASIL ASSUME A LIDERANCA EM BIOMODELAGEM
*MOLUSCO, ALEM DE ACEFALO, E' CEGO .
Cadastro do Bolsa Família tem homens grávidos e amamentando
http://oglobo.globo.com/online/pais/167303382.asp
Um balanço do Ministério do Desenvolvimento Social constatou que pelo menos 286.799 beneficiados pelo Bolsa Família, o equivalente a 4,4% do total, têm renda maior do que o permitido para participar do programa, considerado o carro-chefe da área social do governo federal. Esse número de bolsas irregulares corresponde a 32% dos beneficiados pelo Bolsa Família que têm emprego formal e sobre os quais foi possível ter acesso a informações de renda, além do salário auto-declarado, informação com a qual o governo trabalhava até agora.
O cruzamento (!!!) dos dados do Cadastro Único do Ministério e da Relação de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, mostra que 68% dos beneficiários do Bolsa Família que têm emprego formal atendem aos critérios de renda de até R$ 100 per capita por família. Apesar disso, o levantamento divulgado nesta terça-feira mostra que há sérios problemas no cadastro, como gravidez e amamentação citados por beneficiários do sexo masculino.
No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, usado como referência pelo estudo, há 47 homens que estariam grávidos e 17 pessoas com idades entre dois e seis anos que estariam amamentando. No estado, 487.281 famílias recebem o programa, o equivalente a 1,67 milhão de beneficiários. O teste de consistência dos beneficiários também aponta problemas como falta de endereços e dos nomes das mães, 54 pessoas com mais de 110 anos de idade e crianças com menos de 1 ano que teriam completado a 4ª série. Os dados serão enviados às prefeituras na semana que vem para que elas atualizem a base cadastral.
Do 1,6 milhão de pobres do cadastro único com emprego formal, 1,2 milhão tinha, segundo o Rais, renda maior do que o registrado no cadastro, ainda que os valores estivessem dentro do teto do programa de transferência de renda do qual eram beneficiários.
A estratégia do governo, neste ano, é expandir o programa para todas as famílias com renda per capita de até R$ 50, além de chegar a uma meta de 70% da população pobre em todo Brasil.
*MOLUSCO, ALEM DE ACEFALO, E' CEGO .
Cadastro do Bolsa Família tem homens grávidos e amamentando
http://oglobo.globo.com/online/pais/167303382.asp
Um balanço do Ministério do Desenvolvimento Social constatou que pelo menos 286.799 beneficiados pelo Bolsa Família, o equivalente a 4,4% do total, têm renda maior do que o permitido para participar do programa, considerado o carro-chefe da área social do governo federal. Esse número de bolsas irregulares corresponde a 32% dos beneficiados pelo Bolsa Família que têm emprego formal e sobre os quais foi possível ter acesso a informações de renda, além do salário auto-declarado, informação com a qual o governo trabalhava até agora.
O cruzamento (!!!) dos dados do Cadastro Único do Ministério e da Relação de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, mostra que 68% dos beneficiários do Bolsa Família que têm emprego formal atendem aos critérios de renda de até R$ 100 per capita por família. Apesar disso, o levantamento divulgado nesta terça-feira mostra que há sérios problemas no cadastro, como gravidez e amamentação citados por beneficiários do sexo masculino.
No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, usado como referência pelo estudo, há 47 homens que estariam grávidos e 17 pessoas com idades entre dois e seis anos que estariam amamentando. No estado, 487.281 famílias recebem o programa, o equivalente a 1,67 milhão de beneficiários. O teste de consistência dos beneficiários também aponta problemas como falta de endereços e dos nomes das mães, 54 pessoas com mais de 110 anos de idade e crianças com menos de 1 ano que teriam completado a 4ª série. Os dados serão enviados às prefeituras na semana que vem para que elas atualizem a base cadastral.
Do 1,6 milhão de pobres do cadastro único com emprego formal, 1,2 milhão tinha, segundo o Rais, renda maior do que o registrado no cadastro, ainda que os valores estivessem dentro do teto do programa de transferência de renda do qual eram beneficiários.
A estratégia do governo, neste ano, é expandir o programa para todas as famílias com renda per capita de até R$ 50, além de chegar a uma meta de 70% da população pobre em todo Brasil.
segunda-feira, março 14, 2005
pra que gastar dinheiro com isso ?
Se somarmos as assembleias legislativas e as camaras de vereadores, esses gastos devem passar de 10 bilhoes por ano.
Despesas da Câmara aumentaram quase R$ 1 bilhão entre 2001 e 2004
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/167280706.asp
Levantamento feito com base em números do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostra que nos últimos anos houve um crescimento significativo nos gastos da Câmara dos Deputados. De 2001 para 2004, o orçamento total da Casa pulou de R$ 1,47 bilhão para R$ 2,25 bilhões, gasto praticamente igual ao executado no mesmo ano pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, encarregado de fazer a reforma agrária no país.
Para este ano, a previsão é de um orçamento total para a Câmara de R$ 2,4 bilhões. Preocupada com os gastos excessivos, a nova mesa diretora deverá realizar cortes para conter eventuais desperdícios.
Severino queria corte de R$ 200 milhões
Do total gasto no ano passado, 76% foram destinados à folha de pessoal e a encargos sociais; 21% foram gastos em despesas correntes; e 3% em investimentos. A mesa sinaliza para um corte robusto em despesas e investimento. O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), chegou a cobrar um corte de R$ 200 milhões para este ano, mas um estudo preliminar da diretoria-geral da Câmara indica que o corte deve ficar em R$ 100 milhões.
— É possível enxugar a máquina sem comprometer a qualidade do trabalho — disse Severino Cavalcanti, mantendo o discurso de cortes mesmo depois de não emplacar o aumento do salário dos deputados.
Os números do Siafi mostram que a Câmara tem feito gastos generosos em diárias no exterior, passagens aéreas e fotocópias, por exemplo. Só com gêneros alimentícios (basicamente café, água e biscoito) foram gastos R$ 741.800 no ano passado, valor suficiente para comprar cerca de 24 mil cestas básicas e para o atendimento das necessidades mínimas de duas mil famílias durante um ano.
Diárias no exterior somaram R$ 1,4 milhão em 2004
Com passagens aéreas para os 513 deputados e outros servidores em missão pelo país, o orçamento da Câmara contabilizou R$ 48,5 milhões. Para passagens ao exterior, foram R$ 752 mil. Somando os gastos em passagens dos últimos três anos seria possível comprar um Airbus igual ao Aerolula, adquirido pelo governo brasileiro por cerca de R$ 150 milhões.
Alguns gastos tiveram crescimento significativo. As despesas com publicidade subiram de R$ 5,9 milhões em 2003 para R$ 7,9 milhões no ano passado. Esse número foi superior ao valor pago em 2004 para programas importantes do governo federal, como o de prevenção de riscos e combate às emergências ambientais (R$ 7,84 milhões) e o de educação para alimentação saudável (R$ 7,93 milhões).
Os serviços de copa e cozinha também tiveram aumento. Enquanto em 2003 esse item custou R$ 2,98 milhões aos cofres públicos, no ano passado esse valor subiu para R$ 3,19 milhões, superando a marca paga pela União para o programa de atenção integral à saúde da mulher (R$ 3,03 milhões). Neste item estão incluídos gastos com copa e cozinha da residência oficial do presidente da Câmara e os salários dos garçons que servem cafezinho aos deputados.
Outros gastos chamam a atenção. Com diárias no exterior, a soma chegou a R$ 1,4 milhão no ano passado; com combustíveis, R$ 457 milhões; e com material para manutenção de bens imóveis, R$ 1,6 milhão. No item locação de mão-de-obra, os gastos também são grandes: R$ 14,3 milhões com limpeza e conservação.
Os serviços gráficos custaram R$ 2,45 milhões no ano passado. O gasto com energia foi de R$ 8,14 milhões e com água e esgoto R$ 2,11 milhões. Só com reprodução de documentos, foram pagos R$ 4,57 milhões.
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PMDB-PE), antecipa que deve ser cancelada a construção da biblioteca, orçada em R$ 35 milhões. Também não será feita a reforma dos 434 apartamentos funcionais, ao custo de R$ 60 milhões.
Concursos públicos serão suspensos
Inocêncio informa que a nova mesa deve cancelar a previsão de gasto de R$ 850 mil para a compra de carros novos. Ele também espera uma redução de 20% com despesas de material gráfico.
— Vamos ter que imprimir uma linha de austeridade. Este é o nosso maior desafio — observa o deputado pernambucano.
Também serão suspensos concursos públicos. Além disso, Inocêncio avisa que quer diminuir em 25% os contratos de locação de mão-de-obra. Ao todo são 2.413 funcionários terceirizados. Atualmente, 18 empresas prestam serviços à Câmara. Só para a Rádio Câmara, são 76 funcionários terceirizados. A TV Câmara emprega outros 131 prestadores de serviços.
— É a TV Globo, mas sem a audiência da Globo — criticou Inocêncio, citando os gastos.
Para o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, o orçamento tem pouca margem para cortes, porque dos R$ 2,4 bilhões de recursos previstos para este ano, R$ 1,8 bilhão está comprometido com salários. Sobram R$ 500 milhões de custeio e R$ 100 milhões de investimentos.
— Só no fim do ano poderemos fazer uma avaliação dos cortes. Será possível fazer uma redução de R$ 100 milhões. A marca de R$ 200 milhões é ambiciosa — pondera Sampaio.
Despesas da Câmara aumentaram quase R$ 1 bilhão entre 2001 e 2004
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/167280706.asp
Levantamento feito com base em números do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostra que nos últimos anos houve um crescimento significativo nos gastos da Câmara dos Deputados. De 2001 para 2004, o orçamento total da Casa pulou de R$ 1,47 bilhão para R$ 2,25 bilhões, gasto praticamente igual ao executado no mesmo ano pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, encarregado de fazer a reforma agrária no país.
Para este ano, a previsão é de um orçamento total para a Câmara de R$ 2,4 bilhões. Preocupada com os gastos excessivos, a nova mesa diretora deverá realizar cortes para conter eventuais desperdícios.
Severino queria corte de R$ 200 milhões
Do total gasto no ano passado, 76% foram destinados à folha de pessoal e a encargos sociais; 21% foram gastos em despesas correntes; e 3% em investimentos. A mesa sinaliza para um corte robusto em despesas e investimento. O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), chegou a cobrar um corte de R$ 200 milhões para este ano, mas um estudo preliminar da diretoria-geral da Câmara indica que o corte deve ficar em R$ 100 milhões.
— É possível enxugar a máquina sem comprometer a qualidade do trabalho — disse Severino Cavalcanti, mantendo o discurso de cortes mesmo depois de não emplacar o aumento do salário dos deputados.
Os números do Siafi mostram que a Câmara tem feito gastos generosos em diárias no exterior, passagens aéreas e fotocópias, por exemplo. Só com gêneros alimentícios (basicamente café, água e biscoito) foram gastos R$ 741.800 no ano passado, valor suficiente para comprar cerca de 24 mil cestas básicas e para o atendimento das necessidades mínimas de duas mil famílias durante um ano.
Diárias no exterior somaram R$ 1,4 milhão em 2004
Com passagens aéreas para os 513 deputados e outros servidores em missão pelo país, o orçamento da Câmara contabilizou R$ 48,5 milhões. Para passagens ao exterior, foram R$ 752 mil. Somando os gastos em passagens dos últimos três anos seria possível comprar um Airbus igual ao Aerolula, adquirido pelo governo brasileiro por cerca de R$ 150 milhões.
Alguns gastos tiveram crescimento significativo. As despesas com publicidade subiram de R$ 5,9 milhões em 2003 para R$ 7,9 milhões no ano passado. Esse número foi superior ao valor pago em 2004 para programas importantes do governo federal, como o de prevenção de riscos e combate às emergências ambientais (R$ 7,84 milhões) e o de educação para alimentação saudável (R$ 7,93 milhões).
Os serviços de copa e cozinha também tiveram aumento. Enquanto em 2003 esse item custou R$ 2,98 milhões aos cofres públicos, no ano passado esse valor subiu para R$ 3,19 milhões, superando a marca paga pela União para o programa de atenção integral à saúde da mulher (R$ 3,03 milhões). Neste item estão incluídos gastos com copa e cozinha da residência oficial do presidente da Câmara e os salários dos garçons que servem cafezinho aos deputados.
Outros gastos chamam a atenção. Com diárias no exterior, a soma chegou a R$ 1,4 milhão no ano passado; com combustíveis, R$ 457 milhões; e com material para manutenção de bens imóveis, R$ 1,6 milhão. No item locação de mão-de-obra, os gastos também são grandes: R$ 14,3 milhões com limpeza e conservação.
Os serviços gráficos custaram R$ 2,45 milhões no ano passado. O gasto com energia foi de R$ 8,14 milhões e com água e esgoto R$ 2,11 milhões. Só com reprodução de documentos, foram pagos R$ 4,57 milhões.
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PMDB-PE), antecipa que deve ser cancelada a construção da biblioteca, orçada em R$ 35 milhões. Também não será feita a reforma dos 434 apartamentos funcionais, ao custo de R$ 60 milhões.
Concursos públicos serão suspensos
Inocêncio informa que a nova mesa deve cancelar a previsão de gasto de R$ 850 mil para a compra de carros novos. Ele também espera uma redução de 20% com despesas de material gráfico.
— Vamos ter que imprimir uma linha de austeridade. Este é o nosso maior desafio — observa o deputado pernambucano.
Também serão suspensos concursos públicos. Além disso, Inocêncio avisa que quer diminuir em 25% os contratos de locação de mão-de-obra. Ao todo são 2.413 funcionários terceirizados. Atualmente, 18 empresas prestam serviços à Câmara. Só para a Rádio Câmara, são 76 funcionários terceirizados. A TV Câmara emprega outros 131 prestadores de serviços.
— É a TV Globo, mas sem a audiência da Globo — criticou Inocêncio, citando os gastos.
Para o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, o orçamento tem pouca margem para cortes, porque dos R$ 2,4 bilhões de recursos previstos para este ano, R$ 1,8 bilhão está comprometido com salários. Sobram R$ 500 milhões de custeio e R$ 100 milhões de investimentos.
— Só no fim do ano poderemos fazer uma avaliação dos cortes. Será possível fazer uma redução de R$ 100 milhões. A marca de R$ 200 milhões é ambiciosa — pondera Sampaio.
Despesas do gabinete de Lula sobem 186%
Tem dinheiro pra aviao e salmao, mas nao tem dinheiro pra hospitais, estradas e escolas. Estranho isso, nao ?
Gastos em alta na Presidência
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/167280137.asp
O exemplo vem de cima e reforça a postura do governo Lula em relação aos gastos públicos de custeio e pessoal. No gabinete da Presidência da República, no Palácio do Planalto, as despesas com a manutenção da máquina administrativa cresceram 186,7% entre 2002 e 2004. E as despesas com pessoal aumentaram 46,5% no período. Levantamento feito junto ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) por técnicos da liderança do PFL no Congresso mostra que, em 2002, último ano do governo Fernando Henrique, os gastos com o custeio da máquina foram de R$ 100 milhões e pularam para R$ 287,5 milhões no ano passado. As despesas com pessoal no período passaram de R$ 43 milhões para R$ 63 milhões.
— O governo aumenta sistematicamente a carga tributária por um único motivo: cobrir o aumento das despesas que o PT vem fazendo com o aparelhamento da máquina administrativa. A criação de cargos em comissão, por exemplo, serve para acomodar os aliados derrotados nos estados. Assim, todo ano será necessária uma nova medida provisória como a 232 para elevar os tributos — disse o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ).
De acordo com os dados do Siafi, os gastos do gabinete da Presidência com diárias, passagens e locomoção, por exemplo, cresceram 51,3% no governo Lula, passando de R$ 11,3 milhões em 2002 para R$ 17,1 milhões em 2004. Com material de consumo (escritório), o gasto pulou de R$ 6,8 milhões em 2002 para R$ 9,8 milhões em 2004, aumento de 45,1%. Entre as despesas de custeio do gabinete da Presidência, um item deverá ser objeto de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU): gastos com serviços de terceiros prestados por pessoas jurídicas que, segundo um estudo da assessoria técnica do PSDB junto ao Siafi, cresceram 257% entre 2002 e 2004, passando de R$ 72,2 milhões para R$ 258,3 milhões.
Na compra de equipamentos e material permanente, o gabinete gastou R$ 17, 8 milhões em 2004. Em 2002, essas despesas foram de R$ 2,4 milhões — crescimento de 613% em dois anos de gestão. Os gastos com obras e instalações passaram de R$ 71.700 em 2002 para R$ 1,205 milhão em 2004, aumento de 1.582%. No ano passado, o Palácio do Planalto passou por reformas e os gastos estão refletidos nas contas do Orçamento.
Nova estrutura aumentou os gastos em 137,8%
O levantamento feito pelos técnicos do PFL revela o impacto nas contas públicas da nova estrutura montada na Presidência da República no governo Lula, com a criação de secretarias que têm status de ministérios e a reestruturação de órgãos já existentes, como a Advocacia Geral da União (AGU). Para bancar a nova estrutura, as despesas com pessoal e custeio da máquina na Presidência passaram de R$ 1,082 bilhão em 2002 para R$ 2,573 bilhões em 2004, um crescimento de 137,8%.
A Casa Civil, que administra os gastos da Presidência da República, não quis comentar o aumento dos gastos de pessoal e custeio da máquina administrativa do gabinete do presidente Lula. A Assessoria de Imprensa alegou que só depois de checar as informações no Siafi se manifestaria sobre o assunto. O Siafi é o sistema oficial de informações do Orçamento. O acesso é restrito ao governo e ao Congresso. A justificativa comum do governo é que vários órgãos da administração direta, inclusive os novos, passaram a ser ligados à Presidência da República.
No atual governo, estão subordinados à Presidência da República: vice-presidência, Advocacia Geral da União (AGU), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Arquivo Nacional, Secretaria Especial de Direitos Humanos, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, Controladoria-Geral da União, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Procuradoria-Geral Federal (PGF), Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Empresa Brasileira de Comunicação (Radiobrás), Fundo Nacional Antidrogas (Funad), Fundo de Imprensa Nacional, Fundo para a Criança e Adolescente e algumas atividades do Ministério da Cultura, do Ministério da Assistência e Promoção Social, do Ministério das Cidades, entre outros. No governo passado, não existiam as secretarias da Pesca, da Igualdade Racial, das Mulheres e do Desenvolvimento e Assistência Social.
Em 2004, essa superestrutura consumiu R$ 2,6 bilhões, considerando as despesas com pessoal, o custeio da máquina administrativa e investimentos. Em 2002, com uma estrutura bem mais enxuta, os gastos foram de R$ 1,7 bilhão.
Gastos em alta na Presidência
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/167280137.asp
O exemplo vem de cima e reforça a postura do governo Lula em relação aos gastos públicos de custeio e pessoal. No gabinete da Presidência da República, no Palácio do Planalto, as despesas com a manutenção da máquina administrativa cresceram 186,7% entre 2002 e 2004. E as despesas com pessoal aumentaram 46,5% no período. Levantamento feito junto ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) por técnicos da liderança do PFL no Congresso mostra que, em 2002, último ano do governo Fernando Henrique, os gastos com o custeio da máquina foram de R$ 100 milhões e pularam para R$ 287,5 milhões no ano passado. As despesas com pessoal no período passaram de R$ 43 milhões para R$ 63 milhões.
— O governo aumenta sistematicamente a carga tributária por um único motivo: cobrir o aumento das despesas que o PT vem fazendo com o aparelhamento da máquina administrativa. A criação de cargos em comissão, por exemplo, serve para acomodar os aliados derrotados nos estados. Assim, todo ano será necessária uma nova medida provisória como a 232 para elevar os tributos — disse o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ).
De acordo com os dados do Siafi, os gastos do gabinete da Presidência com diárias, passagens e locomoção, por exemplo, cresceram 51,3% no governo Lula, passando de R$ 11,3 milhões em 2002 para R$ 17,1 milhões em 2004. Com material de consumo (escritório), o gasto pulou de R$ 6,8 milhões em 2002 para R$ 9,8 milhões em 2004, aumento de 45,1%. Entre as despesas de custeio do gabinete da Presidência, um item deverá ser objeto de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU): gastos com serviços de terceiros prestados por pessoas jurídicas que, segundo um estudo da assessoria técnica do PSDB junto ao Siafi, cresceram 257% entre 2002 e 2004, passando de R$ 72,2 milhões para R$ 258,3 milhões.
Na compra de equipamentos e material permanente, o gabinete gastou R$ 17, 8 milhões em 2004. Em 2002, essas despesas foram de R$ 2,4 milhões — crescimento de 613% em dois anos de gestão. Os gastos com obras e instalações passaram de R$ 71.700 em 2002 para R$ 1,205 milhão em 2004, aumento de 1.582%. No ano passado, o Palácio do Planalto passou por reformas e os gastos estão refletidos nas contas do Orçamento.
Nova estrutura aumentou os gastos em 137,8%
O levantamento feito pelos técnicos do PFL revela o impacto nas contas públicas da nova estrutura montada na Presidência da República no governo Lula, com a criação de secretarias que têm status de ministérios e a reestruturação de órgãos já existentes, como a Advocacia Geral da União (AGU). Para bancar a nova estrutura, as despesas com pessoal e custeio da máquina na Presidência passaram de R$ 1,082 bilhão em 2002 para R$ 2,573 bilhões em 2004, um crescimento de 137,8%.
A Casa Civil, que administra os gastos da Presidência da República, não quis comentar o aumento dos gastos de pessoal e custeio da máquina administrativa do gabinete do presidente Lula. A Assessoria de Imprensa alegou que só depois de checar as informações no Siafi se manifestaria sobre o assunto. O Siafi é o sistema oficial de informações do Orçamento. O acesso é restrito ao governo e ao Congresso. A justificativa comum do governo é que vários órgãos da administração direta, inclusive os novos, passaram a ser ligados à Presidência da República.
No atual governo, estão subordinados à Presidência da República: vice-presidência, Advocacia Geral da União (AGU), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Arquivo Nacional, Secretaria Especial de Direitos Humanos, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, Controladoria-Geral da União, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Procuradoria-Geral Federal (PGF), Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Empresa Brasileira de Comunicação (Radiobrás), Fundo Nacional Antidrogas (Funad), Fundo de Imprensa Nacional, Fundo para a Criança e Adolescente e algumas atividades do Ministério da Cultura, do Ministério da Assistência e Promoção Social, do Ministério das Cidades, entre outros. No governo passado, não existiam as secretarias da Pesca, da Igualdade Racial, das Mulheres e do Desenvolvimento e Assistência Social.
Em 2004, essa superestrutura consumiu R$ 2,6 bilhões, considerando as despesas com pessoal, o custeio da máquina administrativa e investimentos. Em 2002, com uma estrutura bem mais enxuta, os gastos foram de R$ 1,7 bilhão.
terça-feira, março 08, 2005
e assim disse a versao boliviana do PT oposicao
http://oglobo.globo.com/jornal/mundo/167203727.asp
lamentavelmente Carlos Mesa aliou-se aos inimigos tradicionais dos pobres e dos povos indígenas bolivianos: a oligarquia, as empresas multinacionais e, sobretudo, a embaixada dos EUA. Eu sou vítima do meu presidente, mas também do presidente Bush. Agora sim ficamos sabendo quem é Carlos Mesa, ele mesmo tirou a máscara. Mostrou ser o defensor da capitalização e do modelo neoliberal.
p.s. se, sem medo de ser feliz, o povo da Bolivia resolve colocar o PT deles no poder, termos, certamente, mais um caso de quebra estrutura, e inconsistencia intertemporal do discurso.
pp.ss no ritmo abaixo, nao da pra esperar grandes coisas.
Desde a independência, 190 golpes
http://oglobo.globo.com/jornal/mundo/167203728.asp
Desde sua independência, em 1825, a Bolívia foi agitada por 190 trocas de poder problemáticas, como golpes e renúncias. Nos últimos 30 anos foram dezenas de governos. O país teve três eleições entre 78 e 1980, com golpes e contra-golpes. O ditador Luis García Meza foi deposto em 1981 e três governos se sucederam em 14 meses. Paz Estenssoro assumiu o governo em 1985, dando início a um período de relativa estabilidade. Tudo para acabar na década de 1990. Em 1997, Hugo Banzer voltou ao poder. E renunciou em 2001 para tratar de um câncer. Em 2002, Gonzalo Sanchéz de Lozada foi eleito. Em outubro do ano seguinte, ele renunciou em meio a protestos populares. Assumiu o vice, Carlos Mesa.
lamentavelmente Carlos Mesa aliou-se aos inimigos tradicionais dos pobres e dos povos indígenas bolivianos: a oligarquia, as empresas multinacionais e, sobretudo, a embaixada dos EUA. Eu sou vítima do meu presidente, mas também do presidente Bush. Agora sim ficamos sabendo quem é Carlos Mesa, ele mesmo tirou a máscara. Mostrou ser o defensor da capitalização e do modelo neoliberal.
p.s. se, sem medo de ser feliz, o povo da Bolivia resolve colocar o PT deles no poder, termos, certamente, mais um caso de quebra estrutura, e inconsistencia intertemporal do discurso.
pp.ss no ritmo abaixo, nao da pra esperar grandes coisas.
Desde a independência, 190 golpes
http://oglobo.globo.com/jornal/mundo/167203728.asp
Desde sua independência, em 1825, a Bolívia foi agitada por 190 trocas de poder problemáticas, como golpes e renúncias. Nos últimos 30 anos foram dezenas de governos. O país teve três eleições entre 78 e 1980, com golpes e contra-golpes. O ditador Luis García Meza foi deposto em 1981 e três governos se sucederam em 14 meses. Paz Estenssoro assumiu o governo em 1985, dando início a um período de relativa estabilidade. Tudo para acabar na década de 1990. Em 1997, Hugo Banzer voltou ao poder. E renunciou em 2001 para tratar de um câncer. Em 2002, Gonzalo Sanchéz de Lozada foi eleito. Em outubro do ano seguinte, ele renunciou em meio a protestos populares. Assumiu o vice, Carlos Mesa.
segunda-feira, março 07, 2005
MOLUSCO ACEFALO DEVERIA SEGUIR O EXEMPLO DELE
Presidente da Bolívia prepara renúncia
Carlos Mesa estava no poder desde outubro de 2003 e entregará carta ao Congresso nesta segunda-feira.
http://oglobo.globo.com/online/mundo/167191405.asp
Carlos Mesa estava no poder desde outubro de 2003 e entregará carta ao Congresso nesta segunda-feira.
http://oglobo.globo.com/online/mundo/167191405.asp
SEVERINO FALA DEMAIS
Empolgado com a recepção em sua cidade natal, o presidente da Câmara lembrou favores a eleitores e momentos em que acobertou situações irregulares. Citou até a vez em que, por telefone, pediu a um policial que soltasse conterrâneo com carteira de motorista vencida. “Não vá me cutucar. Vou contar”, disse à filha, que tentava contê-lo.
p.s. juntando com o comportamento de Capitao Caverna do meretrissimo juizinho sem juizo, nao ha duvida de que estamos bem de instituicoes. Com uns caras destes soltos por aih, que precisa de tsunamis ? hein ? hein ?
p.s. juntando com o comportamento de Capitao Caverna do meretrissimo juizinho sem juizo, nao ha duvida de que estamos bem de instituicoes. Com uns caras destes soltos por aih, que precisa de tsunamis ? hein ? hein ?
quinta-feira, março 03, 2005
a questão central esta na forma tosca como ele percebe e traduz a realidade à sua volta
A conversa chegou à cozinha
Guilherme Fiuza
NO MÍNIMO, 02.03.2005 |
O Brasil está discutindo se o presidente Lula cometeu crime de acobertamento. Qualquer que seja o conceito forjado pelos Odoricos Paraguaçus do PSDB, esta polêmica está apontada para o lado errado. Muito mais importante do que saber se Lula pode ser processado pelo delito A, B ou C, é constatar que ali está um homem
despreparado para o cargo que ocupa. E que não é um caso de desonestidade, má orientação ideológica ou falta de experiência. É um caso de ignorância.
O Brasil esclarecido ficou com medo de ser preconceituoso, e se convenceu de que aquela discussão sobre a falta de diplomas de Lula era pouco democrática. Na adoração ao presidente de origem humilde, a população culta passou quase a lhe agradecer por seus erros de concordância. Ele mesmo, bem instruído por Duda Mendonça, começou a fazer piadas sobre o assunto, e todos se descontraíram. Não seria pela falta de um plural aqui e outro ali que o país desconfiaria de seu grande líder popular.
O erro foi acreditar, desde o início, que o problema era este. Intelectuais gritavam que a patrulha contra o mau português do presidente era desprezível e autoritária, sem notar que a questão central não estava no linguajar tosco de Lula, mas na forma tosca como ele percebia e traduzia a realidade à sua volta.
Em outras palavras, Lula demonstrou várias vezes não compreender, ou compreender muito mal, o que se passava em torno dele. Numa decisão pessoal, em completa falta de senso de medida de seu próprio poder, determinou a expulsão do correspondente do "New York Times" por causa da matéria sobre seus hábitos alcoólicos. Depois da tempestade em copo d´água, acabou tendo que rever o arroubo. Quando se aproximou de
um grupo de jornalistas para chamá-los de covardes (por não encamparem a proposta do Conselho Federal de Jornalismo), Lula não tropeçou no português. Revelou apenas sua avaliação pobre, primária, do assunto em questão e do peso que teria uma palavra daquelas proferida pelo presidente da República.
No presidencialismo brasileiro, altamente centralizado, o chefe do governo é uma espécie de cimento de todas as instituições. O que ele fala, o que ele pensa ou o que dizem que ele pensa tem impacto contundente e imediato em toda a sociedade. Daí o problema de um presidente que aprendeu a falar o que pensa, mas, aparentemente, não aprendeu direito a pensar sobre o que fala.
O que mais impressionou no discurso de Lula no Espírito Santo não foi a leviandade com que tratou assunto grave, nem as reticências e imprecisões da acusação, cheia de sujeitos e objetos ocultos, como se estivesse numa mesa de bar. O que mais impressionou foi justamente o fato de não ter sido um "discurso atravessado", como o próprio presidente tentou desconversar no dia seguinte. Foi um discurso retilíneo. Muito claro e pausado. Lula não estava no embalo de uma pregação inflamada, daquelas em que palavras mal postas podem ricochetear aqui e ali. Ele estava sereno, didático, e pediu a atenção geral para contar um caso. Passou então a narrar calmamente a tal "denúncia" de que um alto funcionário de seu governo encontrara
seu órgão falido pela corrupção no governo anterior, culminando com a revelação do próprio Lula de que mandara o sujeito calar a boca, para não ferir a credibilidade da tal instituição.
Ou seja, uma lambança completa, narrada com orgulho pelo presidente da República, a título de exemplo para a "venda de otimismo" ao país. Toda a polêmica que sobreveio sobre BNDES, privatização das elétricas, crime de responsabilidade, verborragia, discursos improvisados etc não contempla o fato central: um homem naquela posição, investido daquele cargo, só pode apresentar tal falta de discernimento se tiver os dois pés fincados num estado de considerável ignorância.
É desagradável, frustrante, mas o Brasil vai acabar tendo que reconhecer a coincidência. Seu presidente que veio mais de baixo é também, provavelmente, o mais fraco, o mais primário. Perto dele, Eurico Dutra e Itamar Franco são poços de genialidade e astúcia. Mas, como Deus é brasileiro, o país vive uma época em que disparates do presidente não fazem nem cócegas no dólar – o mercado, outrora
temperamental, hoje não está nem aí para essas trapalhadas políticas.
Além disso, Lula é e continuará sendo um símbolo forte, um grande brasileiro. Se o vento continuar a favor, isto pode até bastar para manter a nau aprumada. Mesmo que ele continue em seu idílio particular, sem dar entrevistas e querendo enquadrar a imprensa, pode manter-se como ícone democrático. Mito é mito. O único problema é que
mito não governa, não lidera, não faz planos, não toma decisões cruciais.
Em resumo, o posto de chefe de Estado no Brasil está vago, por falta de aptidão. O plano inicial era que Lula desfilaria por aí regando seu próprio folclore, e José Dirceu governaria junto com Waldomiro Diniz. Mas pegaram Waldomiro, Dirceu fragilizou-se e o país ficou de frente para a inconsistência do ex-operário. De qualquer forma, enquanto o problema forem só os seus erros de português e suas gafes, os brasileiros estarão no lucro.
Guilherme Fiuza
NO MÍNIMO, 02.03.2005 |
O Brasil está discutindo se o presidente Lula cometeu crime de acobertamento. Qualquer que seja o conceito forjado pelos Odoricos Paraguaçus do PSDB, esta polêmica está apontada para o lado errado. Muito mais importante do que saber se Lula pode ser processado pelo delito A, B ou C, é constatar que ali está um homem
despreparado para o cargo que ocupa. E que não é um caso de desonestidade, má orientação ideológica ou falta de experiência. É um caso de ignorância.
O Brasil esclarecido ficou com medo de ser preconceituoso, e se convenceu de que aquela discussão sobre a falta de diplomas de Lula era pouco democrática. Na adoração ao presidente de origem humilde, a população culta passou quase a lhe agradecer por seus erros de concordância. Ele mesmo, bem instruído por Duda Mendonça, começou a fazer piadas sobre o assunto, e todos se descontraíram. Não seria pela falta de um plural aqui e outro ali que o país desconfiaria de seu grande líder popular.
O erro foi acreditar, desde o início, que o problema era este. Intelectuais gritavam que a patrulha contra o mau português do presidente era desprezível e autoritária, sem notar que a questão central não estava no linguajar tosco de Lula, mas na forma tosca como ele percebia e traduzia a realidade à sua volta.
Em outras palavras, Lula demonstrou várias vezes não compreender, ou compreender muito mal, o que se passava em torno dele. Numa decisão pessoal, em completa falta de senso de medida de seu próprio poder, determinou a expulsão do correspondente do "New York Times" por causa da matéria sobre seus hábitos alcoólicos. Depois da tempestade em copo d´água, acabou tendo que rever o arroubo. Quando se aproximou de
um grupo de jornalistas para chamá-los de covardes (por não encamparem a proposta do Conselho Federal de Jornalismo), Lula não tropeçou no português. Revelou apenas sua avaliação pobre, primária, do assunto em questão e do peso que teria uma palavra daquelas proferida pelo presidente da República.
No presidencialismo brasileiro, altamente centralizado, o chefe do governo é uma espécie de cimento de todas as instituições. O que ele fala, o que ele pensa ou o que dizem que ele pensa tem impacto contundente e imediato em toda a sociedade. Daí o problema de um presidente que aprendeu a falar o que pensa, mas, aparentemente, não aprendeu direito a pensar sobre o que fala.
O que mais impressionou no discurso de Lula no Espírito Santo não foi a leviandade com que tratou assunto grave, nem as reticências e imprecisões da acusação, cheia de sujeitos e objetos ocultos, como se estivesse numa mesa de bar. O que mais impressionou foi justamente o fato de não ter sido um "discurso atravessado", como o próprio presidente tentou desconversar no dia seguinte. Foi um discurso retilíneo. Muito claro e pausado. Lula não estava no embalo de uma pregação inflamada, daquelas em que palavras mal postas podem ricochetear aqui e ali. Ele estava sereno, didático, e pediu a atenção geral para contar um caso. Passou então a narrar calmamente a tal "denúncia" de que um alto funcionário de seu governo encontrara
seu órgão falido pela corrupção no governo anterior, culminando com a revelação do próprio Lula de que mandara o sujeito calar a boca, para não ferir a credibilidade da tal instituição.
Ou seja, uma lambança completa, narrada com orgulho pelo presidente da República, a título de exemplo para a "venda de otimismo" ao país. Toda a polêmica que sobreveio sobre BNDES, privatização das elétricas, crime de responsabilidade, verborragia, discursos improvisados etc não contempla o fato central: um homem naquela posição, investido daquele cargo, só pode apresentar tal falta de discernimento se tiver os dois pés fincados num estado de considerável ignorância.
É desagradável, frustrante, mas o Brasil vai acabar tendo que reconhecer a coincidência. Seu presidente que veio mais de baixo é também, provavelmente, o mais fraco, o mais primário. Perto dele, Eurico Dutra e Itamar Franco são poços de genialidade e astúcia. Mas, como Deus é brasileiro, o país vive uma época em que disparates do presidente não fazem nem cócegas no dólar – o mercado, outrora
temperamental, hoje não está nem aí para essas trapalhadas políticas.
Além disso, Lula é e continuará sendo um símbolo forte, um grande brasileiro. Se o vento continuar a favor, isto pode até bastar para manter a nau aprumada. Mesmo que ele continue em seu idílio particular, sem dar entrevistas e querendo enquadrar a imprensa, pode manter-se como ícone democrático. Mito é mito. O único problema é que
mito não governa, não lidera, não faz planos, não toma decisões cruciais.
Em resumo, o posto de chefe de Estado no Brasil está vago, por falta de aptidão. O plano inicial era que Lula desfilaria por aí regando seu próprio folclore, e José Dirceu governaria junto com Waldomiro Diniz. Mas pegaram Waldomiro, Dirceu fragilizou-se e o país ficou de frente para a inconsistência do ex-operário. De qualquer forma, enquanto o problema forem só os seus erros de português e suas gafes, os brasileiros estarão no lucro.
quarta-feira, março 02, 2005
a Argentina virou um quindim para os investidores internacionais
Kirchner deu o maior calote da História
ELIO GASPARI
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/gaspari.asp
Grande Néstor Kirchner. Impôs à banca o maior calote de todo os tempos. Pagará entre 25 e 30 centavos por cada dólar devido aos que acreditaram na paridade do peso argentino com o dólar americano. Foi chamado de maluco, tratado como leproso, mas conseguiu reestruturar algo entre 70% e 80% da dívida. Um êxito, mesmo para os padrões exigidos por seus piores críticos. Uma conta de US$ 102 bilhões ficará por US$ 30 bilhões. “Economizamos bilhões de dólares do povo”, anunciou o presidente argentino.
A banca aceitou os 25% porque se deu conta de que era isso ou nada. Com seu estrabismo sartriano, Kirchner não tem medo de cara feia. Usaram-se contra ele recursos de terrorismo financeiro do Fundo Monetário Internacional, da academia bem pensante e das ekipekonômicas de todo o mundo. Kirchner prevaleceu porque a banca não trabalha para provar que está certa. O que ela quer é dinheiro.
Não foi Kirchner quem produziu a moratória de 2001, muito menos os oito anos de ilusão da paridade cambial. Essa irresponsabilidade derrubou um presidente, botou outro para correr e levou Carlos Menem para a porta da cadeia. Jogou metade do país na pobreza e corroeu 25% dos salários dos trabalhadores. Mesmo tendo crescido 11,7% em 2003 e 8% em 2004, a economia argentina ainda não voltou ao patamar em que estava em 1998. A dolarização, festejada pelos sábios da economia internacional, detonou cerca de 20% da economia do país. (Faça-se sempre a homenagem histórica a FFHH e a Pedro Malan. Em 1999, no meio da crise cambial eles foram pressionados pelo diretor do FMI, Michel Camdessus, e pelo seu condestável, Stanley Fischer, para dolarizar a economia brasileira. FFHH rebarbou a oferta. Num lance capaz de ensinar a Lula os bons modos do cargo, o príncipe da privataria não contou essa história à patuléia. Ela veio a público no livro “O castigo”, do jornalista americano Paul Blustein.)
Kirchner mostrou aos seus pares que a política econômica dos países subdesenvolvidos não está condenada seguir o bom pensar do FMI e da banca. O mercado financeiro não busca modalidades de perfeição acadêmica. Está a fim de dinheiro e, precisamente por isso, preferiu embolsar o humilhante caraminguá oferecido por Kirchner a micar no pedestal de seus supostos princípios.
É possível que o presidente argentino faça outra surpresa. A entrada de investimentos estimulada pelo fim da moratória forçará uma valorização do peso, o que comprometerá as exportações. Com juros decentes, recordes de exportações e a bolsa de Buenos Aires rendendo 13% em fevereiro, a Argentina virou um quindim para os investidores internacionais. Por via das dúvidas eles já sabem que Kirchner poderá impor controles de câmbio.
Qualquer comparação entre a política de Kirchner e a de Lula é despropositada, pois faltou à herança recebida pelo companheiro a ruína produzida por Carlos Menem. As situações não se comparam, mas Lula deixou o aliado a pé. Se os argentinos tivessem naufragado haveria mais risos do que lágrimas no Banco Central e no Ministério da Fazenda.
Numa infelicidade que o tempo poderá corrigir, Kirchner e alguns de seus colaboradores estão convencidos de que um pedaço da ekipekonômica brasileira fez o possível para envenenar a renegociação argentina.
ELIO GASPARI
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/gaspari.asp
Grande Néstor Kirchner. Impôs à banca o maior calote de todo os tempos. Pagará entre 25 e 30 centavos por cada dólar devido aos que acreditaram na paridade do peso argentino com o dólar americano. Foi chamado de maluco, tratado como leproso, mas conseguiu reestruturar algo entre 70% e 80% da dívida. Um êxito, mesmo para os padrões exigidos por seus piores críticos. Uma conta de US$ 102 bilhões ficará por US$ 30 bilhões. “Economizamos bilhões de dólares do povo”, anunciou o presidente argentino.
A banca aceitou os 25% porque se deu conta de que era isso ou nada. Com seu estrabismo sartriano, Kirchner não tem medo de cara feia. Usaram-se contra ele recursos de terrorismo financeiro do Fundo Monetário Internacional, da academia bem pensante e das ekipekonômicas de todo o mundo. Kirchner prevaleceu porque a banca não trabalha para provar que está certa. O que ela quer é dinheiro.
Não foi Kirchner quem produziu a moratória de 2001, muito menos os oito anos de ilusão da paridade cambial. Essa irresponsabilidade derrubou um presidente, botou outro para correr e levou Carlos Menem para a porta da cadeia. Jogou metade do país na pobreza e corroeu 25% dos salários dos trabalhadores. Mesmo tendo crescido 11,7% em 2003 e 8% em 2004, a economia argentina ainda não voltou ao patamar em que estava em 1998. A dolarização, festejada pelos sábios da economia internacional, detonou cerca de 20% da economia do país. (Faça-se sempre a homenagem histórica a FFHH e a Pedro Malan. Em 1999, no meio da crise cambial eles foram pressionados pelo diretor do FMI, Michel Camdessus, e pelo seu condestável, Stanley Fischer, para dolarizar a economia brasileira. FFHH rebarbou a oferta. Num lance capaz de ensinar a Lula os bons modos do cargo, o príncipe da privataria não contou essa história à patuléia. Ela veio a público no livro “O castigo”, do jornalista americano Paul Blustein.)
Kirchner mostrou aos seus pares que a política econômica dos países subdesenvolvidos não está condenada seguir o bom pensar do FMI e da banca. O mercado financeiro não busca modalidades de perfeição acadêmica. Está a fim de dinheiro e, precisamente por isso, preferiu embolsar o humilhante caraminguá oferecido por Kirchner a micar no pedestal de seus supostos princípios.
É possível que o presidente argentino faça outra surpresa. A entrada de investimentos estimulada pelo fim da moratória forçará uma valorização do peso, o que comprometerá as exportações. Com juros decentes, recordes de exportações e a bolsa de Buenos Aires rendendo 13% em fevereiro, a Argentina virou um quindim para os investidores internacionais. Por via das dúvidas eles já sabem que Kirchner poderá impor controles de câmbio.
Qualquer comparação entre a política de Kirchner e a de Lula é despropositada, pois faltou à herança recebida pelo companheiro a ruína produzida por Carlos Menem. As situações não se comparam, mas Lula deixou o aliado a pé. Se os argentinos tivessem naufragado haveria mais risos do que lágrimas no Banco Central e no Ministério da Fazenda.
Numa infelicidade que o tempo poderá corrigir, Kirchner e alguns de seus colaboradores estão convencidos de que um pedaço da ekipekonômica brasileira fez o possível para envenenar a renegociação argentina.
terça-feira, março 01, 2005
Perder ano bom
1 de março de 2005
Panorama Econômico
Miriam Leitão
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/miriam.asp
A crise produzida pela declaração desastrada do presidente da República é mais um esforço do governo na mesma direção: perder o que poderia ser o melhor ano do governo Lula. Na economia, os vários pontos positivos se somam a uma conjuntura internacional de crescimento. Aqui dentro, o fato de ser um ano sem eleição poderia ser aproveitado, se houvesse boa coordenação política, para a aprovação de projetos que melhorem o ambiente de negócios.
No mercado de trabalho, o problema mais grave, urgente e assustador, é a informalidade. Ela subtrai recursos dos cofres do Estado e, na maioria das vezes, aumenta a insegurança do trabalhador, além de criar uma bomba-relógio para a Previdência. É claro que o mais importante é começar a encontrar nova organização do trabalho que traga as empresas para o mercado formal em contratos de trabalho mais leves, mas com garantias para o trabalhador.
O governo perdeu dois anos ouvindo apenas os grandes sindicatos que representam os trabalhadores que já têm garantias e já estão no mercado formal. A outra metade, a metade pobre dos trabalhadores, ficou fora da mesa que concluiu que o mais importante era, claro, fortalecer ainda mais os sindicatos fortes.
A proposta que foi divulgada mostra, de novo, a presença de um elemento que está no DNA do atual governo: o gosto pelo estatismo. Agora, os sindicatos precisarão de autorização do governo para existir. A idéia original era boa: acabar com os sindicatos de papel que vivem do imposto sindical que dá lucros extraordinários a seus dirigentes. A realização é que falhou.
O país vai perder o ano discutindo como fortalecer os sindicatos que já são fortes e enriquecer as ricas centrais sindicais. Os trabalhadores informais continuarão na informalidade.
Na educação, há um interminável dever de casa a fazer, continuando o esforço do governo passado de pôr toda criança na escola. Agora era a hora de melhorar a qualidade da escola, ter um projeto para o ensino médio, aumentar a taxa de escolarização do pré-escolar, lutar contra a evasão dos adolescentes. Mas o governo, que em dois anos teve dois ministros da Educação, ainda não tem uma prioridade clara. E, neste momento, está dedicando todos os seus esforços por uma reforma universitária confusa e intervencionista.
A reforma propõe aumentar a fatia das universidades do bolo federal que vai para a Educação de 70% para 75% e pretende encurralar as fundações, as quais têm sido bem-sucedidas em captar recursos no setor privado que acabam melhorando os cursos como um todo, inclusive os gratuitos. O que o governo está propondo ao país é que haja mais dinheiro público e menos captação junto ao setor privado para as universidades federais.
Isso está longe de ser o único erro da reforma. Ao rebater as críticas sobre os conselhos sociais que, segundo diversos críticos, tirarão poderes do empreendedor para entregá-los a interesses corporativos e a militantes, o governo tem dito que eles não terão poder. Ora, se não terão poder, por que existem? Se não terão poder, por que o MEC levará em consideração a opinião desses conselhos para avaliar a instituição de ensino? A melhoria da qualidade de ensino nas instituições privadas se consegue com um sistema de avaliação objetivo, eficiente e transparente e com boa fiscalização por parte da autoridade competente, no caso, o Ministério da Educação. Transferir essa atribuição para uma mal definida “comunidade” só produz mais ruído no ensino superior. O pior é a sensação de que o debate sobre educação deixou de ser pedagógico para ser ideológico.
A reforma tributária não foi feita e o governo parece repetir o que houve de pior no governo anterior: aumentar os impostos e eleger uma vítima preferencial do Leão. A vítima agora é o prestador de serviço que, segundo falou no Rio na sexta-feira o ministro José Dirceu, “não paga imposto”. Deve achar que não são impostos Imposto de Renda, Contribuição Social sobre Lucro Líquido, Cofins, PIS, ISS, Contribuição Previdenciária, CPMF e as inesgotáveis taxas.
Há muito o que fazer, o que votar no Congresso, o que negociar com os partidos e os entes federados. Há muito o que melhorar a gestão em cada órgão público, na comunicação entre os órgãos e na escolha de prioridades. E esse poderia ser o ano de aumento da velocidade decisória. Na opinião do presidente Lula, no terceiro ano é que, de fato, o governo começa.
O risco de destemperos como o de quinta-feira no Espírito Santo é o de perder esse melhor ano. A estratégia do governo, quando está no córner, é culpar a oposição ou negar esclarecimentos à nação. Quando perdeu na mesa da Câmara dos Deputados, por absoluta incapacidade de articulação política dentro do partido e dentro da coalizão, culpou a oposição que não lhe deu os votos prometidos. Quando foi criticado por ter permitido o uso de avião da FAB e a estrutura oficial nas férias para os amigos dos filhos do presidente, em vez de dar a explicação que o país merecia, o governo determinou que ninguém falasse sobre o assunto porque uma hora a imprensa se cansaria. Agora quer usar um misto das duas estratégias: a acusação de que a oposição quer radicalizar e antecipar o debate sucessório e o silêncio sobre o ponto central do debate: o de que o presidente, espontaneamente, afirmou ao país que foi informado por um alto funcionário de que havia corrupção no governo anterior e mandou o tal funcionário “fechar a boca”.
Assim é que se perde um ano bom. Ano não só de crescer, mas de plantar o crescimento futuro. A melhor forma de perder o ano é escolher prioridades erradas, entrar em brigas políticas gratuitas e gastar as melhores energias para a disputa da nova eleição, que ocorrerá apenas daqui a 20 meses.
Panorama Econômico
Miriam Leitão
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/miriam.asp
A crise produzida pela declaração desastrada do presidente da República é mais um esforço do governo na mesma direção: perder o que poderia ser o melhor ano do governo Lula. Na economia, os vários pontos positivos se somam a uma conjuntura internacional de crescimento. Aqui dentro, o fato de ser um ano sem eleição poderia ser aproveitado, se houvesse boa coordenação política, para a aprovação de projetos que melhorem o ambiente de negócios.
No mercado de trabalho, o problema mais grave, urgente e assustador, é a informalidade. Ela subtrai recursos dos cofres do Estado e, na maioria das vezes, aumenta a insegurança do trabalhador, além de criar uma bomba-relógio para a Previdência. É claro que o mais importante é começar a encontrar nova organização do trabalho que traga as empresas para o mercado formal em contratos de trabalho mais leves, mas com garantias para o trabalhador.
O governo perdeu dois anos ouvindo apenas os grandes sindicatos que representam os trabalhadores que já têm garantias e já estão no mercado formal. A outra metade, a metade pobre dos trabalhadores, ficou fora da mesa que concluiu que o mais importante era, claro, fortalecer ainda mais os sindicatos fortes.
A proposta que foi divulgada mostra, de novo, a presença de um elemento que está no DNA do atual governo: o gosto pelo estatismo. Agora, os sindicatos precisarão de autorização do governo para existir. A idéia original era boa: acabar com os sindicatos de papel que vivem do imposto sindical que dá lucros extraordinários a seus dirigentes. A realização é que falhou.
O país vai perder o ano discutindo como fortalecer os sindicatos que já são fortes e enriquecer as ricas centrais sindicais. Os trabalhadores informais continuarão na informalidade.
Na educação, há um interminável dever de casa a fazer, continuando o esforço do governo passado de pôr toda criança na escola. Agora era a hora de melhorar a qualidade da escola, ter um projeto para o ensino médio, aumentar a taxa de escolarização do pré-escolar, lutar contra a evasão dos adolescentes. Mas o governo, que em dois anos teve dois ministros da Educação, ainda não tem uma prioridade clara. E, neste momento, está dedicando todos os seus esforços por uma reforma universitária confusa e intervencionista.
A reforma propõe aumentar a fatia das universidades do bolo federal que vai para a Educação de 70% para 75% e pretende encurralar as fundações, as quais têm sido bem-sucedidas em captar recursos no setor privado que acabam melhorando os cursos como um todo, inclusive os gratuitos. O que o governo está propondo ao país é que haja mais dinheiro público e menos captação junto ao setor privado para as universidades federais.
Isso está longe de ser o único erro da reforma. Ao rebater as críticas sobre os conselhos sociais que, segundo diversos críticos, tirarão poderes do empreendedor para entregá-los a interesses corporativos e a militantes, o governo tem dito que eles não terão poder. Ora, se não terão poder, por que existem? Se não terão poder, por que o MEC levará em consideração a opinião desses conselhos para avaliar a instituição de ensino? A melhoria da qualidade de ensino nas instituições privadas se consegue com um sistema de avaliação objetivo, eficiente e transparente e com boa fiscalização por parte da autoridade competente, no caso, o Ministério da Educação. Transferir essa atribuição para uma mal definida “comunidade” só produz mais ruído no ensino superior. O pior é a sensação de que o debate sobre educação deixou de ser pedagógico para ser ideológico.
A reforma tributária não foi feita e o governo parece repetir o que houve de pior no governo anterior: aumentar os impostos e eleger uma vítima preferencial do Leão. A vítima agora é o prestador de serviço que, segundo falou no Rio na sexta-feira o ministro José Dirceu, “não paga imposto”. Deve achar que não são impostos Imposto de Renda, Contribuição Social sobre Lucro Líquido, Cofins, PIS, ISS, Contribuição Previdenciária, CPMF e as inesgotáveis taxas.
Há muito o que fazer, o que votar no Congresso, o que negociar com os partidos e os entes federados. Há muito o que melhorar a gestão em cada órgão público, na comunicação entre os órgãos e na escolha de prioridades. E esse poderia ser o ano de aumento da velocidade decisória. Na opinião do presidente Lula, no terceiro ano é que, de fato, o governo começa.
O risco de destemperos como o de quinta-feira no Espírito Santo é o de perder esse melhor ano. A estratégia do governo, quando está no córner, é culpar a oposição ou negar esclarecimentos à nação. Quando perdeu na mesa da Câmara dos Deputados, por absoluta incapacidade de articulação política dentro do partido e dentro da coalizão, culpou a oposição que não lhe deu os votos prometidos. Quando foi criticado por ter permitido o uso de avião da FAB e a estrutura oficial nas férias para os amigos dos filhos do presidente, em vez de dar a explicação que o país merecia, o governo determinou que ninguém falasse sobre o assunto porque uma hora a imprensa se cansaria. Agora quer usar um misto das duas estratégias: a acusação de que a oposição quer radicalizar e antecipar o debate sucessório e o silêncio sobre o ponto central do debate: o de que o presidente, espontaneamente, afirmou ao país que foi informado por um alto funcionário de que havia corrupção no governo anterior e mandou o tal funcionário “fechar a boca”.
Assim é que se perde um ano bom. Ano não só de crescer, mas de plantar o crescimento futuro. A melhor forma de perder o ano é escolher prioridades erradas, entrar em brigas políticas gratuitas e gastar as melhores energias para a disputa da nova eleição, que ocorrerá apenas daqui a 20 meses.