terça-feira, novembro 30, 2004
Lula e' meu pastor, por isso estou pastando !
Esta eu vi hoje em um adesivo no vidro de um carro.
De uma forma ou de outra, todo mundo esta' politsBURGANDO
Leia ! Divulgue ! politsBURGER-se voce tambem !
De uma forma ou de outra, todo mundo esta' politsBURGANDO
Leia ! Divulgue ! politsBURGER-se voce tambem !
comemorar o que, molusco cara palida ?
Se alguem cai 2,5 milhoes de quilometros e depois sobre 100 metros, nao poderiamos dizer que houve uma recuperacao espetacular. Similarmante, quando o PIB do 3º trimestre de 2004 cresce 6,1% em relacao ao PIB do 3º trimestre de 2003, alguem deveria ter a descencia de dizer que em 2003 registramos taxas recordes de decrescimo, comparaveis `as do ano do confisco feito pelo Collor.
PIB cresce 5,3% nos nove primeiros meses do ano
http://www.superavit.com.br/noticias.asp?id=31324
A economia brasileira cresceu 6,1% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos nove primeiros meses deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) acumula expansão de 5,3% sobre o mesmo período de 2003.
O resultado registrado no terceiro trimestre supera o do segundo trimestre, quando a economia registrou expansão de 5,7% na mesma base de comparação e obteve o melhor resultado desde o terceiro trimestre de 1996. Analistas esperavam entre 5,6% e 7%.
Na comparação com o segundo trimestre, a economia cresceu 1%. Ou seja, menos que a expansão de 1,5% do segundo trimestre em relação ao primeiro. O resultado reflete o bom momento da economia brasileira, com o desempenho favorável de indicadores como emprego, indústria e salários.(...)
Os indicadores de emprego e renda também têm mostrado sinais dúbios. Enquanto o desemprego cai com consistência, a renda alterna momentos de expansão e retração. Em outubro, ela caiu em razão da qualidade do emprego gerado no país. Com o aumento das vagas na construção civil, setor que historicamente é reconhecido pela baixa remuneração, a renda acabou por diminuir.(...)
O PIB é a soma das riquezas produzidas por um país. É formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB mostra o comportamento de uma economia. No ano passado, por exemplo, quando o Brasil atravessou uma recessão, o PIB encolheu 0,2%. (...)
PIB cresce 5,3% nos nove primeiros meses do ano
http://www.superavit.com.br/noticias.asp?id=31324
A economia brasileira cresceu 6,1% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos nove primeiros meses deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) acumula expansão de 5,3% sobre o mesmo período de 2003.
O resultado registrado no terceiro trimestre supera o do segundo trimestre, quando a economia registrou expansão de 5,7% na mesma base de comparação e obteve o melhor resultado desde o terceiro trimestre de 1996. Analistas esperavam entre 5,6% e 7%.
Na comparação com o segundo trimestre, a economia cresceu 1%. Ou seja, menos que a expansão de 1,5% do segundo trimestre em relação ao primeiro. O resultado reflete o bom momento da economia brasileira, com o desempenho favorável de indicadores como emprego, indústria e salários.(...)
Os indicadores de emprego e renda também têm mostrado sinais dúbios. Enquanto o desemprego cai com consistência, a renda alterna momentos de expansão e retração. Em outubro, ela caiu em razão da qualidade do emprego gerado no país. Com o aumento das vagas na construção civil, setor que historicamente é reconhecido pela baixa remuneração, a renda acabou por diminuir.(...)
O PIB é a soma das riquezas produzidas por um país. É formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB mostra o comportamento de uma economia. No ano passado, por exemplo, quando o Brasil atravessou uma recessão, o PIB encolheu 0,2%. (...)
segunda-feira, novembro 29, 2004
molusco so' deveria falar durante exame de ressonância magnética
Assim todo mundo saberia o que se passa naquela cabecinha de jerimum.
Ressonância magnética distingue verdade da mentira
http://oglobo.globo.com/online/plantao/147251445.asp
Exames cerebrais por imagem dão resultados muito diferentes entre pessoas que estão mentindo e as que estão falando a verdade, revelaram pesquisadores nesta segunda-feira.
O estudo, que usou ressonância magnética funcional, não apenas esclarece o que acontece no cérebro de quem mente, mas também fornece uma nova tecnologia para detectores de mentira, disseram os cientistas. (...)
Ressonância magnética distingue verdade da mentira
http://oglobo.globo.com/online/plantao/147251445.asp
Exames cerebrais por imagem dão resultados muito diferentes entre pessoas que estão mentindo e as que estão falando a verdade, revelaram pesquisadores nesta segunda-feira.
O estudo, que usou ressonância magnética funcional, não apenas esclarece o que acontece no cérebro de quem mente, mas também fornece uma nova tecnologia para detectores de mentira, disseram os cientistas. (...)
os nerds vao dominar o mundo
Nao tenha medo de ser esquisitao e obsessivo. O mundo sera' seu! Felizmente isto diminui a chace de invertebrados, moluscos em particular, chegarem ao poder em outras nacoes.
The anoraks will inherit the earth
By Sam Coates
The Times on line - November 29, 2004
THEY toil earnestly and without reward in bedrooms, potting sheds and garages across Britain, giving up all semblance of a social life in order to devote maximum time to obsessions that few understand.
From stamp collecting to software development, even the dullest of pursuits have long provided a vein of interest for an enthusiastic minority.
But now, after years of derision and disdain, Westminster is finally waking up to the fact that the nerds have been silently but determinedly taking over the world.
Whether it is bloggers influencing the US elections, campaigners pushing for the cancellation of Third World debt or bedroom-based programmers challenging Microsoft’s hegemony, there can be no doubting the power of the dedicated amateur.
In response, the political classes have suddenly begun lavishing this much-mocked subgroup with praise, in what some might view as a cynical attempt to harness their talent.
Tomorrow a new report by Demos, a Government- favoured think-tank, will claim that the future belongs to a new breed of super-nerd, whose dedication, knowledge and drive can outstrip professionals in almost any field. It makes the bold prediction that amateurs will shape the 21st century in the same way that professionals influenced the 20th. “This group could have a huge influence on the shape of society in the next two decades,” it says.
Many will play an increasingly essential function in a democracy, it says, and will challenge the might of big corporations, continue to pressure governments for social justice and revolutionise the worlds of entertainment and music. Others could help the NHS, despite their lack of medical qualifications.
The Government should put public and lottery money into encouraging amateur pursuits and then harnessing the abilities of enthusiasts, it says.
The authors are also calling on companies to give more time off to employees so they can dedicate themselves to their hobbies. Is also says the Government should organise hobby-based gap years for young people.
But the report’s authors have an uphill task to change widely-held perceptions. For too long, amateurs’ efforts have been sneered at by ministers and civil servants, with bloggers being labelled “stalkers” by one MP and their green-ink letters routinely rebuffed. Many still believe, as the late sci-fi author Douglas Adams put it, that: “A nerd is a person who uses the telephone to talk to other people about telephones.”
This belated rallying call for amateur enthusiasts contrasts starkly with their treatment in the private sector where “professional” nerds are treasured, promoted and made very rich. Bill Gates, founder of Microsoft, Steve Jobs and Steve Wozniak, the joint founders of Apple, are among the billionaires who wear their nerd credentials proudly on their sleeve. “We didn’t even obey a 24-hour clock, we’d come in and programme for a couple of days straight.
Sometimes I’d get excited talking about things, I’d forget to eat, but then you know, we’d just go back and programme some more. It was us and our friends — those were fun days,” reminisces Mr Gates about the early days of Microsoft.
The report, by Charles Leadbeater and Paul Miller, recognises that many who pursue a hobby or pastime do so to a professional standard.
It says the numbers of professional amateurs, or “Pro-Ams”, will rise over the next decade as people live longer or cut back on their work mid- career to improve their quality of life.
The report also profiles the typical super-nerd, who is likely to be male, well-educated and have an income of over £30,000 per year.
SUPER NERDS
“I still know the source code by heart, and that was er, er, a work of love, you know, we just kept tuning and tuning that thing. And that kind of craftsmanship paid off.” Bill Gates, founder of Microsoft
“I fell in love with these little descriptions of computers on their insides” Steve Wozniak, co-founder of Apple Computers
“It was remarkable, especially for a ten year old, that you could write a programme” Steve Jobs co-founder of Apple
The anoraks will inherit the earth
By Sam Coates
The Times on line - November 29, 2004
THEY toil earnestly and without reward in bedrooms, potting sheds and garages across Britain, giving up all semblance of a social life in order to devote maximum time to obsessions that few understand.
From stamp collecting to software development, even the dullest of pursuits have long provided a vein of interest for an enthusiastic minority.
But now, after years of derision and disdain, Westminster is finally waking up to the fact that the nerds have been silently but determinedly taking over the world.
Whether it is bloggers influencing the US elections, campaigners pushing for the cancellation of Third World debt or bedroom-based programmers challenging Microsoft’s hegemony, there can be no doubting the power of the dedicated amateur.
In response, the political classes have suddenly begun lavishing this much-mocked subgroup with praise, in what some might view as a cynical attempt to harness their talent.
Tomorrow a new report by Demos, a Government- favoured think-tank, will claim that the future belongs to a new breed of super-nerd, whose dedication, knowledge and drive can outstrip professionals in almost any field. It makes the bold prediction that amateurs will shape the 21st century in the same way that professionals influenced the 20th. “This group could have a huge influence on the shape of society in the next two decades,” it says.
Many will play an increasingly essential function in a democracy, it says, and will challenge the might of big corporations, continue to pressure governments for social justice and revolutionise the worlds of entertainment and music. Others could help the NHS, despite their lack of medical qualifications.
The Government should put public and lottery money into encouraging amateur pursuits and then harnessing the abilities of enthusiasts, it says.
The authors are also calling on companies to give more time off to employees so they can dedicate themselves to their hobbies. Is also says the Government should organise hobby-based gap years for young people.
But the report’s authors have an uphill task to change widely-held perceptions. For too long, amateurs’ efforts have been sneered at by ministers and civil servants, with bloggers being labelled “stalkers” by one MP and their green-ink letters routinely rebuffed. Many still believe, as the late sci-fi author Douglas Adams put it, that: “A nerd is a person who uses the telephone to talk to other people about telephones.”
This belated rallying call for amateur enthusiasts contrasts starkly with their treatment in the private sector where “professional” nerds are treasured, promoted and made very rich. Bill Gates, founder of Microsoft, Steve Jobs and Steve Wozniak, the joint founders of Apple, are among the billionaires who wear their nerd credentials proudly on their sleeve. “We didn’t even obey a 24-hour clock, we’d come in and programme for a couple of days straight.
Sometimes I’d get excited talking about things, I’d forget to eat, but then you know, we’d just go back and programme some more. It was us and our friends — those were fun days,” reminisces Mr Gates about the early days of Microsoft.
The report, by Charles Leadbeater and Paul Miller, recognises that many who pursue a hobby or pastime do so to a professional standard.
It says the numbers of professional amateurs, or “Pro-Ams”, will rise over the next decade as people live longer or cut back on their work mid- career to improve their quality of life.
The report also profiles the typical super-nerd, who is likely to be male, well-educated and have an income of over £30,000 per year.
SUPER NERDS
“I still know the source code by heart, and that was er, er, a work of love, you know, we just kept tuning and tuning that thing. And that kind of craftsmanship paid off.” Bill Gates, founder of Microsoft
“I fell in love with these little descriptions of computers on their insides” Steve Wozniak, co-founder of Apple Computers
“It was remarkable, especially for a ten year old, that you could write a programme” Steve Jobs co-founder of Apple
domingo, novembro 28, 2004
enquete
Esta foi enviada por uma atento observador do cotidiano.
O avião exclusivo do presidente Lula, que custou R$ 176 milhões do povo brasileiro, deve aterrissar em Brasília nos próximos dias. O que você acha disso?
a) Acho que o presidente Lula entendeu errado quando disseram que o governo dele precisa decolar.
b) Acho que o Governo do PT levou o desperdício do dinheiro público às últimas conseqüência.
c) Acho que Lula passará à história como o presidente abelha, aquele que, quando não voa, só sabe fazer cera.
O avião exclusivo do presidente Lula, que custou R$ 176 milhões do povo brasileiro, deve aterrissar em Brasília nos próximos dias. O que você acha disso?
a) Acho que o presidente Lula entendeu errado quando disseram que o governo dele precisa decolar.
b) Acho que o Governo do PT levou o desperdício do dinheiro público às últimas conseqüência.
c) Acho que Lula passará à história como o presidente abelha, aquele que, quando não voa, só sabe fazer cera.
mudaram o adjetivo, permaneceu o substantivo
Nova Sudam já está sob suspeita de irregularidades
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147240622.asp
As investigações sobre o desvio de R$ 1,7 bilhão da antiga Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) no início de 2002 derrubaram a candidatura presidencial de Roseana Sarney, abreviaram o mandato do então senador Jader Barbalho e levaram à extinção formal da autarquia. Mas o efeito moralizante durou pouco. Três anos depois das primeiras denúncias, nenhum processo sobre as fraudes foi concluído e, em meio à lentidão da Justiça, começam a aparecer indícios de irregularidades na Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), que substituiu a Sudam.
O foco da suspeita desta vez é o Certificado de Projeto Implantado (CEI) concedido pelo governo federal ao projeto Agropecuária Pingüim, empresa de Medicilândia, no Pará, beneficiada com R$ 4,7 milhões da Sudam. O certificado foi emitido em 17 de setembro por Antonio Balhmann, chefe da unidade dos fundos de investimento da ADA. A emissão foi feita antes de a Polícia Federal concluir o inquérito aberto contra a Pingüim na esteira das investigações sobre os desvios nos projetos financiados pela Sudam. A ADA também desconsiderou o débito de R$ 8,1 milhões da Pinguim com a Receita Federal.
O certificado é a confirmação oficial de que o projeto foi implantado conforme a proposta original do financiamento. A Receita Federal considerou a decisão um grave equívoco. Nos próximos dias, o Ministério Público Federal deverá abrir um procedimento para apurar a denúncia de que parte dos documentos apresentados pela empresa para requerer o certificado contém informações falsas. A resolução n 7077/91, que regulamenta os incentivos fiscais da antiga Sudam, proíbe a concessão do certificado para projetos em pendências com o fisco. (...)
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147240622.asp
As investigações sobre o desvio de R$ 1,7 bilhão da antiga Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) no início de 2002 derrubaram a candidatura presidencial de Roseana Sarney, abreviaram o mandato do então senador Jader Barbalho e levaram à extinção formal da autarquia. Mas o efeito moralizante durou pouco. Três anos depois das primeiras denúncias, nenhum processo sobre as fraudes foi concluído e, em meio à lentidão da Justiça, começam a aparecer indícios de irregularidades na Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), que substituiu a Sudam.
O foco da suspeita desta vez é o Certificado de Projeto Implantado (CEI) concedido pelo governo federal ao projeto Agropecuária Pingüim, empresa de Medicilândia, no Pará, beneficiada com R$ 4,7 milhões da Sudam. O certificado foi emitido em 17 de setembro por Antonio Balhmann, chefe da unidade dos fundos de investimento da ADA. A emissão foi feita antes de a Polícia Federal concluir o inquérito aberto contra a Pingüim na esteira das investigações sobre os desvios nos projetos financiados pela Sudam. A ADA também desconsiderou o débito de R$ 8,1 milhões da Pinguim com a Receita Federal.
O certificado é a confirmação oficial de que o projeto foi implantado conforme a proposta original do financiamento. A Receita Federal considerou a decisão um grave equívoco. Nos próximos dias, o Ministério Público Federal deverá abrir um procedimento para apurar a denúncia de que parte dos documentos apresentados pela empresa para requerer o certificado contém informações falsas. A resolução n 7077/91, que regulamenta os incentivos fiscais da antiga Sudam, proíbe a concessão do certificado para projetos em pendências com o fisco. (...)
Por que os amigos do presidente Lula estão indo embora do governo?
‘É um outro mundo. Foi um choque cultural’
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147240747.asp
Observador privilegiado da chegada do PT ao poder e dos dois primeiros anos do mandato de Lula, o jornalista Ricardo Kotscho deixou o "serpentário que tem vida própria" do Planalto na última sexta-feira. Com 40 anos de profissão, 56 de idade, viveu o choque dos que chegam a Brasília achando que vão mudar tudo e cumprir todas as promessas de campanha, mas que, em pouco tempo, descobrem que a tarefa de governar tem mais limites do que pensavam. Em entrevista, o agora ex-secretário de Imprensa da Presidência revela seu espanto com peculiaridades da vida palaciana como as fofocas e a mania de todos que chegam lá para pedir alguma coisa. Fala do que considera o momento de maior frustração do presidente Lula — quando ele não pôde dar ao salário-mínimo o aumento que queria. E lembra daquela que foi, para ele próprio, a maior saia-justa desses dois anos: a decisão do governo, revista logo depois, de expulsar do país o jornalista americano Larry Rhoter.
Amigo de Lula, Kotscho vai continuar colaborando com o governo à distância. Da relação nem sempre pacífica do governo do PT com a imprensa, guardará boas e más lembranças. Critica jornalistas que acham que sua função é "hostilizar o governo". Mas admite que, "infelizmente", também existem pessoas no governo que acham que têm que hostilizar a imprensa.
Por que os amigos do presidente Lula estão indo embora do governo?
KOTSCHO. Dos que têm saído, cada um tem motivações diferentes. O que têm em comum é que são pessoas que não têm vida político-partidária, projeto político, não são candidatos... Na verdade, de amigo mais próximo neste caso só eu e o Frei Betto. Vínhamos conversando sobre sair no fim do ano. No meu caso, por causa da família. E, no caso dele, porque tem uma vida própria, é escritor, faz palestras...
Não há aí uma dificuldade de adaptação, um desconforto com a vida no poder?
KOTSCHO: É um outro mundo. Para mim, foi um choque cultural. Primeiro, trabalhar no governo, segundo, numa outra cidade, e terceiro, longe da família. O pior, para mim, foi isso. Nos tempos de jornal, eu viajava e voltava para casa. Agora não, eu viajei para mais de 30 países, pelo Brasil inteiro, e voltava para ficar sozinho num quarto de hotel.
Como é esse choque cultural? Ele atingiu quase todo mundo do PT ao chegar ao poder?
KOTSCHO: Vou falar por mim. Completei 40 anos de jornalismo e sempre fui um cara meio sonhador, idealista. Criticava as coisas erradas do país, os governos, e achava que era uma forma de tentar consertar. Quando você chega ao governo, acha que vai ter condições de fazer isso. Não demora muito, em poucos dias, semanas, você vê os limites, que são de várias ordens. E engraçado, quase todo mundo que vem ao Palácio do Planalto vem pedir alguma coisa. De uma forma geral, no Brasil acha-se que o governo resolve tudo. E você descobre, sentado aqui, que não resolve. E nem é tão rápido quanto se gostaria. A demanda do país é tão grande, e as possibilidades tão limitadas, que às vezes parece que a conta não fecha...
O presidente também tem essa frustração?
KOTSCHO: É, a gente quer fazer as coisas andarem mais rapidamente. Foi traumático o primeiro ano. Uma das coisas que Lula sempre falou desde a primeira campanha era em aumentar o salário-mínimo. Ano passado ainda aumentou um pouco, este ano menos. É uma frustração muito grande dele, da equipe econômica, dos amigos, de não poder atender essas coisas vitais para um partido como o PT e para um homem como o Lula. Foi um dos piores momentos para ele.
Como é a vida dentro do Planalto? Não é o lugar do Brasil onde há mais intrigas por metro quadrado?
KOTSCHO: Há 15 dias, fui almoçar com Ana Tavares, minha antecessora aqui, e ela falou uma frase que é perfeita: "Olha, dentro do Palácio do Planalto tem um serpentário, que independe do governo e das pessoas que porventura passem por aí..." Depois que saiu, ela nunca mais entrou aqui. É um serpentário que tem vida própria. Eu li agora o livro do Elio Gaspari “A ditadura encurralada” e é impressionante: era outro momento do país e era uma intrigalhada danada. Até falei para o Gilberto Carvalho: "Perto daquilo, isso aqui parece um convento. Não que todas as freiras sejam virgens..." Mas é uma diferença brutal. O grupo palaciano hoje é gente que se conhece há muito tempo, ou da Igreja, ou do PT...
E gente que briga há muito tempo...
KOTSCHO: É verdade. As discussões vêm de lá de trás, desde a fundação do PT. Elas são permanentes, fazem parte e isso não quer dizer que as pessoas romperam, brigaram. Uma vez, durante uma reunião ministerial no salão leste — depois de várias matérias nos jornais dizendo que o Dirceu e o Palocci estavam brigados — eu avisei aos dois: vê se vocês fazem cara simpática para os fotógrafos. Aí um deu a mão para o outro... Não precisa tanto, brinquei. (...)
Como avalia a relação do governo do PT com a imprensa?
KOTSCHO: Não dá para generalizar. São diferentes áreas de governo, diferentes formas de relacionamento. Vou dar um exemplo: um articulista de um grande jornal, numa reunião, falou que uma das funções do jornalista é hostilizar o governo. Não concordo. Pode dizer que tem que controlar, fiscalizar, mostrar o que tem de errado, mas não hostilizar. Da mesma forma, infelizmente, existem também pessoas no governo que acham que têm que hostilizar a imprensa. Então a função minha, que não seja nem uma coisa nem outra. (...)
Qual sua maior decepção e sua maior alegria no governo?
KOTSCHO: Foram muitas alegrias pelo Brasil e pelo mundo. Sempre pela forma como Lula era recebido. Eu chorava às vezes, me emociona até hoje. O episódio mais difícil foi o do Larry Rhoter, que acabou sendo resolvido do jeito que eu queria. Eu achava que estava errado aquilo (a expulsão do jornalista). O ministro Thomaz Bastos estava viajando e, quando ele voltou, foi resolvido. Mas foi uma questão difícil.
No episódio falou mais alto a parte mais autoritária do governo.
KOTSCHO: Eu não uso essa expressão. Houve uma divergência, pontos de vista diferentes e eu fui voto vencido, mas no fim houve uma solução. De fato, foram os dias mais difíceis. Mas quero aproveitar e dizer que não pedi demissão naquele episódio. E o episódio não influenciou em nada, estava decidido desde o início do ano que eu sairia agora.
Você acha que a imprensa é independente em relação ao poder?
KOTSCHO: A grande imprensa é, já há muitos anos. Agora, quanto menor o jornal, a rádio e a cidade, a pressão é muito maior, claro. Há muitos políticos que usam jornais e rádios como instrumentos. Mas a grande imprensa não é dependente do governo. Se pegar os balanços, a participação da publicidade oficial nas grandes empresas, é coisa de 2%, 3%. (...)
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147240747.asp
Observador privilegiado da chegada do PT ao poder e dos dois primeiros anos do mandato de Lula, o jornalista Ricardo Kotscho deixou o "serpentário que tem vida própria" do Planalto na última sexta-feira. Com 40 anos de profissão, 56 de idade, viveu o choque dos que chegam a Brasília achando que vão mudar tudo e cumprir todas as promessas de campanha, mas que, em pouco tempo, descobrem que a tarefa de governar tem mais limites do que pensavam. Em entrevista, o agora ex-secretário de Imprensa da Presidência revela seu espanto com peculiaridades da vida palaciana como as fofocas e a mania de todos que chegam lá para pedir alguma coisa. Fala do que considera o momento de maior frustração do presidente Lula — quando ele não pôde dar ao salário-mínimo o aumento que queria. E lembra daquela que foi, para ele próprio, a maior saia-justa desses dois anos: a decisão do governo, revista logo depois, de expulsar do país o jornalista americano Larry Rhoter.
Amigo de Lula, Kotscho vai continuar colaborando com o governo à distância. Da relação nem sempre pacífica do governo do PT com a imprensa, guardará boas e más lembranças. Critica jornalistas que acham que sua função é "hostilizar o governo". Mas admite que, "infelizmente", também existem pessoas no governo que acham que têm que hostilizar a imprensa.
Por que os amigos do presidente Lula estão indo embora do governo?
KOTSCHO. Dos que têm saído, cada um tem motivações diferentes. O que têm em comum é que são pessoas que não têm vida político-partidária, projeto político, não são candidatos... Na verdade, de amigo mais próximo neste caso só eu e o Frei Betto. Vínhamos conversando sobre sair no fim do ano. No meu caso, por causa da família. E, no caso dele, porque tem uma vida própria, é escritor, faz palestras...
Não há aí uma dificuldade de adaptação, um desconforto com a vida no poder?
KOTSCHO: É um outro mundo. Para mim, foi um choque cultural. Primeiro, trabalhar no governo, segundo, numa outra cidade, e terceiro, longe da família. O pior, para mim, foi isso. Nos tempos de jornal, eu viajava e voltava para casa. Agora não, eu viajei para mais de 30 países, pelo Brasil inteiro, e voltava para ficar sozinho num quarto de hotel.
Como é esse choque cultural? Ele atingiu quase todo mundo do PT ao chegar ao poder?
KOTSCHO: Vou falar por mim. Completei 40 anos de jornalismo e sempre fui um cara meio sonhador, idealista. Criticava as coisas erradas do país, os governos, e achava que era uma forma de tentar consertar. Quando você chega ao governo, acha que vai ter condições de fazer isso. Não demora muito, em poucos dias, semanas, você vê os limites, que são de várias ordens. E engraçado, quase todo mundo que vem ao Palácio do Planalto vem pedir alguma coisa. De uma forma geral, no Brasil acha-se que o governo resolve tudo. E você descobre, sentado aqui, que não resolve. E nem é tão rápido quanto se gostaria. A demanda do país é tão grande, e as possibilidades tão limitadas, que às vezes parece que a conta não fecha...
O presidente também tem essa frustração?
KOTSCHO: É, a gente quer fazer as coisas andarem mais rapidamente. Foi traumático o primeiro ano. Uma das coisas que Lula sempre falou desde a primeira campanha era em aumentar o salário-mínimo. Ano passado ainda aumentou um pouco, este ano menos. É uma frustração muito grande dele, da equipe econômica, dos amigos, de não poder atender essas coisas vitais para um partido como o PT e para um homem como o Lula. Foi um dos piores momentos para ele.
Como é a vida dentro do Planalto? Não é o lugar do Brasil onde há mais intrigas por metro quadrado?
KOTSCHO: Há 15 dias, fui almoçar com Ana Tavares, minha antecessora aqui, e ela falou uma frase que é perfeita: "Olha, dentro do Palácio do Planalto tem um serpentário, que independe do governo e das pessoas que porventura passem por aí..." Depois que saiu, ela nunca mais entrou aqui. É um serpentário que tem vida própria. Eu li agora o livro do Elio Gaspari “A ditadura encurralada” e é impressionante: era outro momento do país e era uma intrigalhada danada. Até falei para o Gilberto Carvalho: "Perto daquilo, isso aqui parece um convento. Não que todas as freiras sejam virgens..." Mas é uma diferença brutal. O grupo palaciano hoje é gente que se conhece há muito tempo, ou da Igreja, ou do PT...
E gente que briga há muito tempo...
KOTSCHO: É verdade. As discussões vêm de lá de trás, desde a fundação do PT. Elas são permanentes, fazem parte e isso não quer dizer que as pessoas romperam, brigaram. Uma vez, durante uma reunião ministerial no salão leste — depois de várias matérias nos jornais dizendo que o Dirceu e o Palocci estavam brigados — eu avisei aos dois: vê se vocês fazem cara simpática para os fotógrafos. Aí um deu a mão para o outro... Não precisa tanto, brinquei. (...)
Como avalia a relação do governo do PT com a imprensa?
KOTSCHO: Não dá para generalizar. São diferentes áreas de governo, diferentes formas de relacionamento. Vou dar um exemplo: um articulista de um grande jornal, numa reunião, falou que uma das funções do jornalista é hostilizar o governo. Não concordo. Pode dizer que tem que controlar, fiscalizar, mostrar o que tem de errado, mas não hostilizar. Da mesma forma, infelizmente, existem também pessoas no governo que acham que têm que hostilizar a imprensa. Então a função minha, que não seja nem uma coisa nem outra. (...)
Qual sua maior decepção e sua maior alegria no governo?
KOTSCHO: Foram muitas alegrias pelo Brasil e pelo mundo. Sempre pela forma como Lula era recebido. Eu chorava às vezes, me emociona até hoje. O episódio mais difícil foi o do Larry Rhoter, que acabou sendo resolvido do jeito que eu queria. Eu achava que estava errado aquilo (a expulsão do jornalista). O ministro Thomaz Bastos estava viajando e, quando ele voltou, foi resolvido. Mas foi uma questão difícil.
No episódio falou mais alto a parte mais autoritária do governo.
KOTSCHO: Eu não uso essa expressão. Houve uma divergência, pontos de vista diferentes e eu fui voto vencido, mas no fim houve uma solução. De fato, foram os dias mais difíceis. Mas quero aproveitar e dizer que não pedi demissão naquele episódio. E o episódio não influenciou em nada, estava decidido desde o início do ano que eu sairia agora.
Você acha que a imprensa é independente em relação ao poder?
KOTSCHO: A grande imprensa é, já há muitos anos. Agora, quanto menor o jornal, a rádio e a cidade, a pressão é muito maior, claro. Há muitos políticos que usam jornais e rádios como instrumentos. Mas a grande imprensa não é dependente do governo. Se pegar os balanços, a participação da publicidade oficial nas grandes empresas, é coisa de 2%, 3%. (...)
China : mais um exemplo que sugere que a violencia esta' muito mais associada `a desigualdade que `a pobreza em si
Tensão oculta sob a aparente calma chinesa
http://oglobo.globo.com/jornal/Mundo/147240696.asp
No dia 27 de outubro em Langchenggang, uma pacata cidade na província de Henan, no centro da China, um motorista de táxi do grupo étnico muçulmano hui, chamado Lu, morador da vila de Nanren, teve a passagem na rua bloqueada por um rapaz chamado Liu da etnia han, a principal da China, morador de outra vila próxima, Nanweitan. Depois de uma discussão acalorada, Lu bateu em Liu, o que fez com que três chineses han tomassem as dores do rapaz e espancassem o muçulmano. Este, por sua vez, convocou outros 40 chineses hui e um verdadeiro quebra-quebra começou na vila.
Mais tarde, os conflitos se generalizaram envolvendo centenas de pessoas das duas pequenas vilas onde moravam os protagonistas da briga, transformando o incidente num conflito étnico de sérias proporções. Segundo o único jornal chinês que registrou o fato, o “China Daily”, sete pessoas morreram, 42 ficaram feridas e 18 foram presas. Mas a imprensa internacional afirmou que relatos dos moradores locais davam conta de 150 mortos, inclusive 18 policiais destacados para acabar com o tumulto. A lei marcial foi baixada na região e o incidente terminou por aí.
Pequim lança campanha por sociedade harmônica
Mas o incidente em Henan foi apenas um entre centenas de conflitos regionais que pipocam hoje pela China por motivos que vão de diferenças étnicas (ainda que a etnia han represente mais de 95% da população da China, o país abriga ainda 55 outras etnias) até típicas brigas de classe entre ricos e pobres.
São manifestações geralmente afastadas dos centros mais desenvolvidos do país, mas a escalada desses conflitos fez o governo de Pequim lançar uma espécie de “campanha para construção de uma sociedade mais harmônica”, que consiste em visitas de autoridades aos locais mais tensos, e inclui ainda facilitação de créditos para investimentos nesses lugares, nem que seja ordenando a empresas com pagamento de salários em atraso que ponham em dia suas obrigações.
Nicolas Becquelin, diretor da ONG Human Rights na China, afirmou ao jornal “The Christian Science Monitor” que os conflitos na China começam com pequenas brigas em sinais e evoluem para um quebra-quebra violento de milhares de pessoas. “A existência desses casos, em que a quantidade de pessoas envolvidas varia de 500 a dez mil, sugere uma certa raiva represada abaixo da superfície aparentemente calma da sociedade chinesa, bem como uma crescente conscientização de direitos na população”, afirmou Becquelin.
Ironicamente, a tecnologia moderna vem ajudando a criação dos tumultos, pois o uso maior do celular e o envio de mensagens pelo aparelho podem rapidamente mobilizar milhares. Foi o caso de uma mulher na província de Guangdong, no Sul da China, que, irritada com o aumento de um pedágio, convocou uma multidão para protestar. Em Sichuan, a construção de uma hidrelétrica e a inundação de parte de um vilarejo levou 90 mil moradores às ruas em protesto. E mesmo em estádios de futebol, teme-se que uma simples insatisfação com o desempenho de um time termine em quebra-quebra nas cercanias, o que obriga os governos a deslocar uma quantidade enorme de guardas para os estádios.
A resposta do governo chinês aos distúrbios é sempre a polícia e o uso da força, mas críticas começam a aparecer discretamente entre alguns especialistas sobre a necessidade de o governo de Pequim acelerar seu programa de desenvolvimento das áreas menos beneficiadas pelo crescimento econômico e ampliar seus canais de diálogo com a população, hoje bastante ineficientes.
Entre os problemas mais sérios estão os de fundo étnico. O governo central não esquece do gigantesco conflito, em 1997, na província de Xinjiang, onde está a maior comunidade muçulmana da China.
Tentativa de emancipação é sufocada com a força
Mais de mil pessoas se envolveram num quebra-quebra pedindo a independência da região e foram sufocadas pelos militares chineses. Um ataque terrorista com três bombas colocadas em ônibus matou cinco pessoas e feriu 60 na capital da região, Urumqi. Quase ao mesmo tempo, na cidade fronteiriça de Yining, também lar dos muçulmanos da etnia uigur, outros conflitos explodiram envolvendo mais mil pessoas que pediam mais autonomia.
A intervenção chinesa foi pesada, o número de mortos e feridos nas duas cidades até hoje não foi esclarecido, mas muitos foram presos e receberam a pena de morte por promoverem distúrbios.
De lá para cá, não são exatamente fáceis as relações entre as minorias étnicas e a maioria han em muitas regiões da China, como Xinjiang e o Tibete. O incidente em Henan é apenas um exemplo desse convívio tenso entre etnias.
As tentativas de emancipação e o coro dos descontentes são sufocados com a prisão dos dissidentes. Existem hoje, por exemplo, mais de cem presos políticos no Tibete, o que é admitido pelo próprio governo da região.
http://oglobo.globo.com/jornal/Mundo/147240696.asp
No dia 27 de outubro em Langchenggang, uma pacata cidade na província de Henan, no centro da China, um motorista de táxi do grupo étnico muçulmano hui, chamado Lu, morador da vila de Nanren, teve a passagem na rua bloqueada por um rapaz chamado Liu da etnia han, a principal da China, morador de outra vila próxima, Nanweitan. Depois de uma discussão acalorada, Lu bateu em Liu, o que fez com que três chineses han tomassem as dores do rapaz e espancassem o muçulmano. Este, por sua vez, convocou outros 40 chineses hui e um verdadeiro quebra-quebra começou na vila.
Mais tarde, os conflitos se generalizaram envolvendo centenas de pessoas das duas pequenas vilas onde moravam os protagonistas da briga, transformando o incidente num conflito étnico de sérias proporções. Segundo o único jornal chinês que registrou o fato, o “China Daily”, sete pessoas morreram, 42 ficaram feridas e 18 foram presas. Mas a imprensa internacional afirmou que relatos dos moradores locais davam conta de 150 mortos, inclusive 18 policiais destacados para acabar com o tumulto. A lei marcial foi baixada na região e o incidente terminou por aí.
Pequim lança campanha por sociedade harmônica
Mas o incidente em Henan foi apenas um entre centenas de conflitos regionais que pipocam hoje pela China por motivos que vão de diferenças étnicas (ainda que a etnia han represente mais de 95% da população da China, o país abriga ainda 55 outras etnias) até típicas brigas de classe entre ricos e pobres.
São manifestações geralmente afastadas dos centros mais desenvolvidos do país, mas a escalada desses conflitos fez o governo de Pequim lançar uma espécie de “campanha para construção de uma sociedade mais harmônica”, que consiste em visitas de autoridades aos locais mais tensos, e inclui ainda facilitação de créditos para investimentos nesses lugares, nem que seja ordenando a empresas com pagamento de salários em atraso que ponham em dia suas obrigações.
Nicolas Becquelin, diretor da ONG Human Rights na China, afirmou ao jornal “The Christian Science Monitor” que os conflitos na China começam com pequenas brigas em sinais e evoluem para um quebra-quebra violento de milhares de pessoas. “A existência desses casos, em que a quantidade de pessoas envolvidas varia de 500 a dez mil, sugere uma certa raiva represada abaixo da superfície aparentemente calma da sociedade chinesa, bem como uma crescente conscientização de direitos na população”, afirmou Becquelin.
Ironicamente, a tecnologia moderna vem ajudando a criação dos tumultos, pois o uso maior do celular e o envio de mensagens pelo aparelho podem rapidamente mobilizar milhares. Foi o caso de uma mulher na província de Guangdong, no Sul da China, que, irritada com o aumento de um pedágio, convocou uma multidão para protestar. Em Sichuan, a construção de uma hidrelétrica e a inundação de parte de um vilarejo levou 90 mil moradores às ruas em protesto. E mesmo em estádios de futebol, teme-se que uma simples insatisfação com o desempenho de um time termine em quebra-quebra nas cercanias, o que obriga os governos a deslocar uma quantidade enorme de guardas para os estádios.
A resposta do governo chinês aos distúrbios é sempre a polícia e o uso da força, mas críticas começam a aparecer discretamente entre alguns especialistas sobre a necessidade de o governo de Pequim acelerar seu programa de desenvolvimento das áreas menos beneficiadas pelo crescimento econômico e ampliar seus canais de diálogo com a população, hoje bastante ineficientes.
Entre os problemas mais sérios estão os de fundo étnico. O governo central não esquece do gigantesco conflito, em 1997, na província de Xinjiang, onde está a maior comunidade muçulmana da China.
Tentativa de emancipação é sufocada com a força
Mais de mil pessoas se envolveram num quebra-quebra pedindo a independência da região e foram sufocadas pelos militares chineses. Um ataque terrorista com três bombas colocadas em ônibus matou cinco pessoas e feriu 60 na capital da região, Urumqi. Quase ao mesmo tempo, na cidade fronteiriça de Yining, também lar dos muçulmanos da etnia uigur, outros conflitos explodiram envolvendo mais mil pessoas que pediam mais autonomia.
A intervenção chinesa foi pesada, o número de mortos e feridos nas duas cidades até hoje não foi esclarecido, mas muitos foram presos e receberam a pena de morte por promoverem distúrbios.
De lá para cá, não são exatamente fáceis as relações entre as minorias étnicas e a maioria han em muitas regiões da China, como Xinjiang e o Tibete. O incidente em Henan é apenas um exemplo desse convívio tenso entre etnias.
As tentativas de emancipação e o coro dos descontentes são sufocados com a prisão dos dissidentes. Existem hoje, por exemplo, mais de cem presos políticos no Tibete, o que é admitido pelo próprio governo da região.
brasileiro adora pagar imposto a toa
Se nao gostasse, ja' teria protestado ou parado de pagar. Apesar que a monumental sonegacao nao deixa de ser uma forma de protesto. Porem, tem sempre os engracadinhos de plantao dizem " o imposto nao e' alto, voce que ganha pouco".
Tributos levam mais de meio ano de trabalho
http://oglobo.globo.com/jornal/Economia/147240690.asp
A sociedade reclama da carga tributária, mas poucos contribuintes têm noção do peso desses tributos no seu bolso e no caixa das empresas. Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostra que num salário de R$ 3 mil, por exemplo, a soma dos tributos pagos pelo trabalhador corresponde a 172 dias por ano, ou seja, mais da metade do ano. E que a soma dos tributos pagos pelo trabalhador e pela empresa que o emprega chega a R$ 2.773, o equivalente a 91% do salário.
Nesses cálculos foram considerados os impostos sobre os rendimentos, sobre o consumo de produtos e serviços e sobre o patrimônio do trabalhador, mais a parcela de tributos que as empresas recolhem sobre a folha de pagamento.
Tributos diretos e indiretos consomem 47% do salário
Um trabalhador que recebe R$ 3 mil por mês, paga R$ 516 de Imposto de Renda e Contribuição ao INSS. E pelos cálculos do IBPT, gasta outros R$ 856 em tributos indiretos cobrados sobre os produtos que consome (compras do supermercado, vestuário, calçados etc.) e serviços (água, luz e telefone). A parcela de tributos sobre o patrimônio se refere ao IPTU e ao IPVA, que, no caso, representa um gasto de R$ 42.
No total, esse trabalhador gasta R$ 1.414 de seu salário com tributos diretos e indiretos, ou 47%. E a empresa paga mais R$ 1.319,00 (44%) sobre o seu salário de R$ 3 mil. (...)
O presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, explica que no cálculo da tributação sobre o consumo foram considerados outros impostos que pesam na formação do preço dos produtos e serviços, além daqueles cobrados na venda dos produtos.
Portanto, além do ICMS, do PIS, da Cofins, do IPI e do ISS ( no caso dos serviços), o cálculo levou em conta a CPMF, o IOF, taxas e contribuições cobradas por estados e municípios, o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição sobre o Lucro paga pelas empresas.
Para calcular o peso dos tributos sobre o patrimônio, os técnicos do IBPT consideraram o montante de recursos arrecadado pelos estados e municípios com o IPTU e o IPVA e dividiram esse valor pela massa salarial, fazendo as ponderações por faixa de renda.
O estudo do IBPT faz parte da campanha de esclarecimento sobre o peso dos tributos na renda dos trabalhadores que as Associações Comerciais do Rio, de São Paulo e de Minas Gerais desenvolvem para mobilizar a sociedade e pressionar o Congresso. Os empresários querem ver aprovada a segunda fase da reforma tributária, que prevê a unificação do ICMS, considerado passo importante rumo a um sistema tributário menos oneroso e mais avançado. (...)
Tributos levam mais de meio ano de trabalho
http://oglobo.globo.com/jornal/Economia/147240690.asp
A sociedade reclama da carga tributária, mas poucos contribuintes têm noção do peso desses tributos no seu bolso e no caixa das empresas. Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostra que num salário de R$ 3 mil, por exemplo, a soma dos tributos pagos pelo trabalhador corresponde a 172 dias por ano, ou seja, mais da metade do ano. E que a soma dos tributos pagos pelo trabalhador e pela empresa que o emprega chega a R$ 2.773, o equivalente a 91% do salário.
Nesses cálculos foram considerados os impostos sobre os rendimentos, sobre o consumo de produtos e serviços e sobre o patrimônio do trabalhador, mais a parcela de tributos que as empresas recolhem sobre a folha de pagamento.
Tributos diretos e indiretos consomem 47% do salário
Um trabalhador que recebe R$ 3 mil por mês, paga R$ 516 de Imposto de Renda e Contribuição ao INSS. E pelos cálculos do IBPT, gasta outros R$ 856 em tributos indiretos cobrados sobre os produtos que consome (compras do supermercado, vestuário, calçados etc.) e serviços (água, luz e telefone). A parcela de tributos sobre o patrimônio se refere ao IPTU e ao IPVA, que, no caso, representa um gasto de R$ 42.
No total, esse trabalhador gasta R$ 1.414 de seu salário com tributos diretos e indiretos, ou 47%. E a empresa paga mais R$ 1.319,00 (44%) sobre o seu salário de R$ 3 mil. (...)
O presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, explica que no cálculo da tributação sobre o consumo foram considerados outros impostos que pesam na formação do preço dos produtos e serviços, além daqueles cobrados na venda dos produtos.
Portanto, além do ICMS, do PIS, da Cofins, do IPI e do ISS ( no caso dos serviços), o cálculo levou em conta a CPMF, o IOF, taxas e contribuições cobradas por estados e municípios, o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição sobre o Lucro paga pelas empresas.
Para calcular o peso dos tributos sobre o patrimônio, os técnicos do IBPT consideraram o montante de recursos arrecadado pelos estados e municípios com o IPTU e o IPVA e dividiram esse valor pela massa salarial, fazendo as ponderações por faixa de renda.
O estudo do IBPT faz parte da campanha de esclarecimento sobre o peso dos tributos na renda dos trabalhadores que as Associações Comerciais do Rio, de São Paulo e de Minas Gerais desenvolvem para mobilizar a sociedade e pressionar o Congresso. Os empresários querem ver aprovada a segunda fase da reforma tributária, que prevê a unificação do ICMS, considerado passo importante rumo a um sistema tributário menos oneroso e mais avançado. (...)
retaliacao pura e simples
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147240604.asp
Vai começar sem muita festa a administração de José Serra (PSDB) em São Paulo. Não bastasse o cancelamento do tradicional evento em comemoração à virada do ano na Avenida Paulista, por falta de verbas para o evento, a equipe de transição do prefeito eleito já começa a prever sérias dificuldades para o primeiro ano do governo municipal. Internamente, os tucanos admitem que poderão governar a cidade em clima de “terra arrasada” por conta dos problemas deixados pela atual gestão de Marta Suplicy (PT).
Serra se prepara para enfrentar problemas principalmente nas áreas de lixo, buracos nas ruas, obras, vigilância, além da dívida de R$ 26,4 bilhões do município com a União.
— A prefeita Marta começou a desativar obras e serviços e o caos começa a se instalar na cidade. A varrição foi cortada, nas creches faltam recursos para o custeio, nos CEUs funcionários não recebem, serviços de guincho estão paralisados, o pessoal do transporte escolar não recebe, e aí por diante. Cada um que peça aos seus deuses para nos proteger — ironizou o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), um dos coordenadores da campanha tucana e braço direito de Serra na transição. (...)
Vai começar sem muita festa a administração de José Serra (PSDB) em São Paulo. Não bastasse o cancelamento do tradicional evento em comemoração à virada do ano na Avenida Paulista, por falta de verbas para o evento, a equipe de transição do prefeito eleito já começa a prever sérias dificuldades para o primeiro ano do governo municipal. Internamente, os tucanos admitem que poderão governar a cidade em clima de “terra arrasada” por conta dos problemas deixados pela atual gestão de Marta Suplicy (PT).
Serra se prepara para enfrentar problemas principalmente nas áreas de lixo, buracos nas ruas, obras, vigilância, além da dívida de R$ 26,4 bilhões do município com a União.
— A prefeita Marta começou a desativar obras e serviços e o caos começa a se instalar na cidade. A varrição foi cortada, nas creches faltam recursos para o custeio, nos CEUs funcionários não recebem, serviços de guincho estão paralisados, o pessoal do transporte escolar não recebe, e aí por diante. Cada um que peça aos seus deuses para nos proteger — ironizou o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), um dos coordenadores da campanha tucana e braço direito de Serra na transição. (...)
Estao pendentes as eternas pendencias :
reformas da previdencia, tributaria, trabalhista, politica e do judiciario. Curioso e' que todas elas foram encaminhadas por FHC no seu primeiro mandado, e solenemente boicotadas pelo PERIGO VERMELHO, entao oposicao. Apos chegar ao governo, o PERIGO confirmou o que todos suspeitavam : nao pensamos em maximizar o bem estar social, mas em aumentar as chances de chegarmamos ao poder. Vale lembrar que apos a tomada de Brasilia, os moluscos acefalos nao trabalham para melhorar as condicoes de vida da coletividade, mas para tentarem mater o status quo.
http://www.uai.com.br/emonline/estaminas/cadernos/economia/77404.html
O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que foi ministro das Comunicações no governo de Fernando Henrique Cardoso, tenta convencer investidores brasileiros a apostarem na poupança doméstica, optando por aplicações de longo prazo. Mas ele próprio admite que as condições ideais para isso só serão plenamente obtidas após as eleições presidenciais de 2006. Para atrair investimentos e crescer de forma mais vigorosa, o Brasil terá de enfrentar de vez desequilíbrios no caixa da União que alimentam juros altos, carga tributária e risco-país. Em suma: o País terá de fazer as tais reformas profundas nos sistemas tributário e da Previdência. Nesta entrevista , o também engenheiro lamenta pelos atuais “bons constrangimentos” trazidos pelo encontro do reaquecimento da economia com limitações de infra-estrutura e do parque industrial. A Quest Asset Management, criada por Mendonça de Barros em 2001, administra recursos a partir de sua leitura macroeconômica. Segundo o consultor, o efeito de tensões no Oriente Médio sobre cotações do petróleo e o juro americano podem reservar surpresas.
Vale a pena investir em aplicação de longo prazo com juros tão altos?
Luiz Carlos Mendonça de Barros – Ainda não. No mercado brasileiro, a demanda por papéis de mais longo prazo ainda requer certa maturação. Mas isso terá obrigatoriamente que mudar. Temos de resolver problemas estruturais no sistema tributário e na Previdência, porque as taxas de juros não podem ser mantidas nesse patamar no longo prazo. Os últimos movimentos de elevação na taxa básica praticados pelo Banco Central (BC) são só reações passageiras, motivadas pela conjuntura internacional, sobretudo as cotações do petróleo. Tanto é verdade que o mercado futuro aposta em taxas mais baixas no longo prazo. Por isso, esperamos correções mais adiante, com tendência de queda. Para termos juros ainda mais baixos, será preciso o País fazer mais do que já fez. O que a equipe econômica tem feito, como esforço para reduzir tarifas bancárias, são só coisas cosméticas. O próximo mandato presidencial precisará de estratégia melhor que as dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula para quebrar essa armadilha de juros altos sem estardalhaço.
Uma queda substancial dos juros está então atrelada ao calendário político?
LCMB – Não tem jeito. Todo o esforço do governo em arrecadar e economizar é parcialmente drenado pelo serviço de dívidas públicas, puxadas por altas taxas de juros. Com isso, a relação entre dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas do País, tende a piorar no próximo ano, mais da metade do atual mandato de Lula. Essa demanda terá de ser enfrentada então depois do atual governo. As medidas deverão ser tomadas em 1º de janeiro de 2007, no início do próximo mandato presidencial. Já no fim de 2006, os candidatos a presidente deverão debater esse problema. Com os juros reais praticados atualmente, o capital produtivo se sente desmotivado. Além disso, a expansão da economia esbarra ainda nas limitações da capacidade produtiva da indústria e da infra-estrutura . São constrangimentos bons que temos. O tempo para se desenvolver isso deve ser o menor possível.
A recente valorização do real prejudicará as exportações? Quanto vale de fato o real?
LCMB – Os exportadores já estão reclamando e avalio a faixa entre R$ 2,80 e R$ 2,85 como boa para exportar. Mas se cair muito aí fica complicado. O recuo da cotação não é só reflexo da entrada de dólares no País, mas sobretudo da fuga de investidores da moeda norte-americana, trocando aplicações nos Estados Unidos por outras em euros. A especulação internacional também está valorizando outras moedas, como o real. O câmbio real não se calcula na algibeira. Se está dando para exportar, tudo bem. O avanço recente das vendas externas foi a resposta dos exportadores do País ao aumento da demanda mundial, puxada pela China.
As parcerias público-privadas seriam solução?
LCMB – A proposta das PPPs vai passar pelo Congresso, mas não vai resolver tudo. O importante mesmo é reduzir juros e aumentar o crédito. De todo jeito, as coisas continuam andando, como mostrou o interesse dos chineses em investir em nossa infra-estrutura. Tudo de que precisamos é de vontade política para dar mais velocidade aos novos projetos. Para isso, tem de se solucionar, por exemplo, distorções como a elevada carga tributária sobre os investimentos, igual à do consumo.
A única saída para o País é, então, exportar mais?
LCMB –É por aí. O segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso já apontou nessa direção. Em dez anos, a participação das exportações saíram de 8% do PIB para algo em torno de 20%. Mas precisamos chegar a 30%. Concordo que a participação brasileira no comércio mundial, de 1%, é ridícula. Mas também revela que há grande espaço para crescer. A meta de exportar US$ 100 bilhões era a do governo FHC e será alcançada em 2005. Mas é preciso algo mais ambicioso, de US$ 125 bilhões para cima.
Quais são suas previsões para 2005?
LCMB – Os tais constrangimentos envolvendo a expansão da economia de que falei, exigindo investimentos na capacidade produtiva, podem gerar inflação de demanda. Por isso, o crescimento do PIB experimentado neste ano terá necessariamente que desacelerar no próximo. O crescimento mundial em 2005 será menor do que se acreditava, a começar pela locomotiva chinesa, que já tomou providências para isso.
http://www.uai.com.br/emonline/estaminas/cadernos/economia/77404.html
O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que foi ministro das Comunicações no governo de Fernando Henrique Cardoso, tenta convencer investidores brasileiros a apostarem na poupança doméstica, optando por aplicações de longo prazo. Mas ele próprio admite que as condições ideais para isso só serão plenamente obtidas após as eleições presidenciais de 2006. Para atrair investimentos e crescer de forma mais vigorosa, o Brasil terá de enfrentar de vez desequilíbrios no caixa da União que alimentam juros altos, carga tributária e risco-país. Em suma: o País terá de fazer as tais reformas profundas nos sistemas tributário e da Previdência. Nesta entrevista , o também engenheiro lamenta pelos atuais “bons constrangimentos” trazidos pelo encontro do reaquecimento da economia com limitações de infra-estrutura e do parque industrial. A Quest Asset Management, criada por Mendonça de Barros em 2001, administra recursos a partir de sua leitura macroeconômica. Segundo o consultor, o efeito de tensões no Oriente Médio sobre cotações do petróleo e o juro americano podem reservar surpresas.
Vale a pena investir em aplicação de longo prazo com juros tão altos?
Luiz Carlos Mendonça de Barros – Ainda não. No mercado brasileiro, a demanda por papéis de mais longo prazo ainda requer certa maturação. Mas isso terá obrigatoriamente que mudar. Temos de resolver problemas estruturais no sistema tributário e na Previdência, porque as taxas de juros não podem ser mantidas nesse patamar no longo prazo. Os últimos movimentos de elevação na taxa básica praticados pelo Banco Central (BC) são só reações passageiras, motivadas pela conjuntura internacional, sobretudo as cotações do petróleo. Tanto é verdade que o mercado futuro aposta em taxas mais baixas no longo prazo. Por isso, esperamos correções mais adiante, com tendência de queda. Para termos juros ainda mais baixos, será preciso o País fazer mais do que já fez. O que a equipe econômica tem feito, como esforço para reduzir tarifas bancárias, são só coisas cosméticas. O próximo mandato presidencial precisará de estratégia melhor que as dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula para quebrar essa armadilha de juros altos sem estardalhaço.
Uma queda substancial dos juros está então atrelada ao calendário político?
LCMB – Não tem jeito. Todo o esforço do governo em arrecadar e economizar é parcialmente drenado pelo serviço de dívidas públicas, puxadas por altas taxas de juros. Com isso, a relação entre dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas do País, tende a piorar no próximo ano, mais da metade do atual mandato de Lula. Essa demanda terá de ser enfrentada então depois do atual governo. As medidas deverão ser tomadas em 1º de janeiro de 2007, no início do próximo mandato presidencial. Já no fim de 2006, os candidatos a presidente deverão debater esse problema. Com os juros reais praticados atualmente, o capital produtivo se sente desmotivado. Além disso, a expansão da economia esbarra ainda nas limitações da capacidade produtiva da indústria e da infra-estrutura . São constrangimentos bons que temos. O tempo para se desenvolver isso deve ser o menor possível.
A recente valorização do real prejudicará as exportações? Quanto vale de fato o real?
LCMB – Os exportadores já estão reclamando e avalio a faixa entre R$ 2,80 e R$ 2,85 como boa para exportar. Mas se cair muito aí fica complicado. O recuo da cotação não é só reflexo da entrada de dólares no País, mas sobretudo da fuga de investidores da moeda norte-americana, trocando aplicações nos Estados Unidos por outras em euros. A especulação internacional também está valorizando outras moedas, como o real. O câmbio real não se calcula na algibeira. Se está dando para exportar, tudo bem. O avanço recente das vendas externas foi a resposta dos exportadores do País ao aumento da demanda mundial, puxada pela China.
As parcerias público-privadas seriam solução?
LCMB – A proposta das PPPs vai passar pelo Congresso, mas não vai resolver tudo. O importante mesmo é reduzir juros e aumentar o crédito. De todo jeito, as coisas continuam andando, como mostrou o interesse dos chineses em investir em nossa infra-estrutura. Tudo de que precisamos é de vontade política para dar mais velocidade aos novos projetos. Para isso, tem de se solucionar, por exemplo, distorções como a elevada carga tributária sobre os investimentos, igual à do consumo.
A única saída para o País é, então, exportar mais?
LCMB –É por aí. O segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso já apontou nessa direção. Em dez anos, a participação das exportações saíram de 8% do PIB para algo em torno de 20%. Mas precisamos chegar a 30%. Concordo que a participação brasileira no comércio mundial, de 1%, é ridícula. Mas também revela que há grande espaço para crescer. A meta de exportar US$ 100 bilhões era a do governo FHC e será alcançada em 2005. Mas é preciso algo mais ambicioso, de US$ 125 bilhões para cima.
Quais são suas previsões para 2005?
LCMB – Os tais constrangimentos envolvendo a expansão da economia de que falei, exigindo investimentos na capacidade produtiva, podem gerar inflação de demanda. Por isso, o crescimento do PIB experimentado neste ano terá necessariamente que desacelerar no próximo. O crescimento mundial em 2005 será menor do que se acreditava, a começar pela locomotiva chinesa, que já tomou providências para isso.
no pais dos esqueletos, o passado incerto continua a assombrar o futuro
Um esqueleto de R$ 50 bilhões
http://www.uai.com.br/emonline/estaminas/cadernos/politica/77465.html
Uma estatística assustadora está pronta para dar às caras aos prefeitos das capitais que vão tomar posse em janeiro próximo. Trata-se de um rombo potencial de quase R$ 50 bilhões acumulado ao longo dos últimos anos pelos regimes próprios de previdência dos municípios. O número – que tende a se transformar em um esqueleto ainda maior no futuro, se nada for feito rapidamente para reveter o atual quadro (...) –previdenciários.
Das 25 capitais pesquisadas pelo – Rio Branco (AC) ficou de fora por operar via Regime Geral da Previdência Social – apenas três, Teresina (PI), Palmas (TO) e Belo Horizonte (MG), têm sobra de caixa o suficiente para saldar todos os compromissos com seus associados no médio e longo prazos. “Da forma como estão estruturados hoje, muitos desses regimes são inviáveis no futuro”, admite o atuário Benedito Claudio Passos, coordenador executivo do núcleo. (...)
As piores situações estão em São Paulo, Florianópolis e Recife. Juntos, os regimes de previdência dessas três capitais acumulam rombo potencial de R$ 32 bilhões – quase três vezes a dívida que a União assumiu com 1,8 milhão de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As melhores situações se encontram em Belo Horizonte e Teresina. Nessas capitais, mesmo se todos os servidores se aposentassem hoje, ainda haveria sobra de recursos, depois de honrados todos os compromissos.
O problema maior dos regimes próprios de previdência das capitais, segundo Passos, não está na falta de recursos. Mas na gestão dos sistemas. “Agora, não há risco de os aposentados pelas prefeituras das capitais ficarem sem receber suas aposentadorias. Entretanto, mantida pelos próximos anos a estrutura atual de gestão, o patrimônio acumulado será insuficiente para bancar os futuros benefícios”, destaca Passos. Para mudar esse cenário, avisa o especialista, será necessário muita coragem dos prefeitos.
“Eles terão de aumentar a contribuição dos servidores ou as das prefeituras. Na melhor das hipóteses, a conta poderá ser rateada entre os dois lados”, diz o atuário. Essa receita, por sinal, já deveria estar sendo seguida pelos atuais prefeitos (alguns se reelegeram em outubro último). “Mas ninguém quis assumir o ônus de impor tal arrocho às vésperas das eleições”, destacou, lembrando que, na maioria das capitais, os servidores contribuem com 11% dos salários aos regimes próprios de previdência – em Recife, a alíquota é de 14%. Para as prefeituras, as contribuições sobre as folhas de pagamento variam de 11% a 22%. (...)
http://www.uai.com.br/emonline/estaminas/cadernos/politica/77465.html
Uma estatística assustadora está pronta para dar às caras aos prefeitos das capitais que vão tomar posse em janeiro próximo. Trata-se de um rombo potencial de quase R$ 50 bilhões acumulado ao longo dos últimos anos pelos regimes próprios de previdência dos municípios. O número – que tende a se transformar em um esqueleto ainda maior no futuro, se nada for feito rapidamente para reveter o atual quadro (...) –previdenciários.
Das 25 capitais pesquisadas pelo – Rio Branco (AC) ficou de fora por operar via Regime Geral da Previdência Social – apenas três, Teresina (PI), Palmas (TO) e Belo Horizonte (MG), têm sobra de caixa o suficiente para saldar todos os compromissos com seus associados no médio e longo prazos. “Da forma como estão estruturados hoje, muitos desses regimes são inviáveis no futuro”, admite o atuário Benedito Claudio Passos, coordenador executivo do núcleo. (...)
As piores situações estão em São Paulo, Florianópolis e Recife. Juntos, os regimes de previdência dessas três capitais acumulam rombo potencial de R$ 32 bilhões – quase três vezes a dívida que a União assumiu com 1,8 milhão de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As melhores situações se encontram em Belo Horizonte e Teresina. Nessas capitais, mesmo se todos os servidores se aposentassem hoje, ainda haveria sobra de recursos, depois de honrados todos os compromissos.
O problema maior dos regimes próprios de previdência das capitais, segundo Passos, não está na falta de recursos. Mas na gestão dos sistemas. “Agora, não há risco de os aposentados pelas prefeituras das capitais ficarem sem receber suas aposentadorias. Entretanto, mantida pelos próximos anos a estrutura atual de gestão, o patrimônio acumulado será insuficiente para bancar os futuros benefícios”, destaca Passos. Para mudar esse cenário, avisa o especialista, será necessário muita coragem dos prefeitos.
“Eles terão de aumentar a contribuição dos servidores ou as das prefeituras. Na melhor das hipóteses, a conta poderá ser rateada entre os dois lados”, diz o atuário. Essa receita, por sinal, já deveria estar sendo seguida pelos atuais prefeitos (alguns se reelegeram em outubro último). “Mas ninguém quis assumir o ônus de impor tal arrocho às vésperas das eleições”, destacou, lembrando que, na maioria das capitais, os servidores contribuem com 11% dos salários aos regimes próprios de previdência – em Recife, a alíquota é de 14%. Para as prefeituras, as contribuições sobre as folhas de pagamento variam de 11% a 22%. (...)
o parlamento e' uma festa
Congresso paga supersalários
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/politica/140409.html
O Congresso abriga atualmente um seleto grupo de funcionários que embolsa a cada mês salário superior a R$ 19.115,19 – o teto de remuneração fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o serviço público. São em torno de 120 servidores concursados de nível superior da Câmara e do Senado, que recebem valores que chegam até perto de R$ 30 mil. Estão nesse grupo servidores que exercem função comissionada e incorporaram vantagens e gratificações pessoais que vigoraram até 1998, como abono de permanência em serviço e adicional por tempo de serviço – anuênios, quinquênios e vantagens individuais. A maioria é de consultores legislativos, que ganha bem mais que os parlamentares, cujo salário é de R$ 12.720.
Além desses penduricalhos, o contracheque ainda vem engordado com pagamento de horas-extras, que chega a quase R$ 2 mil por mês, e mais R$ 410 creditados a título de auxílio-alimentação. No Senado, são exatos 68 funcionários que, segundo a diretoria-geral, estão recebendo acima do teto do funcionalismo. A direção da Câmara não informou o total dos seus servidores agraciados com salários acima de R$ 19.115. Alegou que o atendimento ao pedido da reportagem, encaminhado no dia 18, ainda dependia de deliberação da mesa diretora. Mas, de acordo com informações extra-oficiais obtidas pela reportagem, são aproximadamente 50 funcionários nessa situação. Neste mês, um outro grupo de servidores de nível superior do Congresso também ficou mais perto do teto atual de R$ 19.115,19. É que a categoria conseguiu reajuste de 15%, já recebido neste mês. O aumento vai custar R$ 300 milhões a mais por ano aos cofres públicos. Um analista do Senado que exerce função comissionada de nível 8, sem ter nenhuma vantagem pessoal, passou a ganhar R$ 15 mil brutos, sem incluir as horas-extras. (...)
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/politica/140409.html
O Congresso abriga atualmente um seleto grupo de funcionários que embolsa a cada mês salário superior a R$ 19.115,19 – o teto de remuneração fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o serviço público. São em torno de 120 servidores concursados de nível superior da Câmara e do Senado, que recebem valores que chegam até perto de R$ 30 mil. Estão nesse grupo servidores que exercem função comissionada e incorporaram vantagens e gratificações pessoais que vigoraram até 1998, como abono de permanência em serviço e adicional por tempo de serviço – anuênios, quinquênios e vantagens individuais. A maioria é de consultores legislativos, que ganha bem mais que os parlamentares, cujo salário é de R$ 12.720.
Além desses penduricalhos, o contracheque ainda vem engordado com pagamento de horas-extras, que chega a quase R$ 2 mil por mês, e mais R$ 410 creditados a título de auxílio-alimentação. No Senado, são exatos 68 funcionários que, segundo a diretoria-geral, estão recebendo acima do teto do funcionalismo. A direção da Câmara não informou o total dos seus servidores agraciados com salários acima de R$ 19.115. Alegou que o atendimento ao pedido da reportagem, encaminhado no dia 18, ainda dependia de deliberação da mesa diretora. Mas, de acordo com informações extra-oficiais obtidas pela reportagem, são aproximadamente 50 funcionários nessa situação. Neste mês, um outro grupo de servidores de nível superior do Congresso também ficou mais perto do teto atual de R$ 19.115,19. É que a categoria conseguiu reajuste de 15%, já recebido neste mês. O aumento vai custar R$ 300 milhões a mais por ano aos cofres públicos. Um analista do Senado que exerce função comissionada de nível 8, sem ter nenhuma vantagem pessoal, passou a ganhar R$ 15 mil brutos, sem incluir as horas-extras. (...)
sábado, novembro 27, 2004
mau exemplo do molusco da' os primeiros resultados
O metodo cuica-pandeiro-tamborim de abordar os problemas, porposto pela triade Reco-reco, Bolao e Azeitona, parece ter sido a principal tecnologia utilizada pelos alunos para responder as perguntas do ENEM. Vale lembrar que o molusco vem usando a versao Sargenteli do referido metodo, a qual postula a abordagem bongololo-xerecuteco- balacubaco para analisar situacoes complexas. Somando com os resultados do exame da OAB-SP, podemos concluir que terceiro grau no Brasil tem apenas dois pontos de estrangulamento: a entrada e a saida . Assim vamos longe.
Cai a nota média dos estudantes no Enem
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147235512.asp
A nota média dos estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano caiu em relação a 2003 tanto na prova objetiva quanto na redação. Na prova objetiva, a média nacional ficou abaixo de 50 pontos, numa escala de zero a cem. Os resultados serão divulgados nos próximos dias pelo Ministério da Educação (MEC).
— A massificação do ensino fundamental nos últimos anos, tendo por base as redes municipais, trouxe uma queda de qualidade. São esses alunos que agora estão chegando e concluindo o ensino médio. Vamos ter que dar um choque de qualidade na educação — disse Eliezer Pacheco, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC.
O Enem é um teste voluntário dirigido a alunos do 3 ano do ensino médio ou a quem já concluiu a educação básica. Fizeram a prova, em agosto, um milhão de candidatos das redes pública e particular. No ano passado, a nota média geral na prova objetiva foi 49,55, maior do que a deste ano. Na redação, a média ficou em 55,36, também acima da de 2004.
A nota média deste ano ainda não foi divulgada, mas os alunos que participaram do Enem já receberam boletins informando as notas de cada uma das competências. Os boletins têm um gráfico indicando que a nota nas duas provas ficou um pouco acima de 40 pontos. O desempenho dos estudantes este ano superou o de 2002, quando a média na prova objetiva foi apenas 34,13. Naquele ano, porém, a média na redação alcançou 54,31, maior que a deste ano.
Embora não seja obrigatório e permita a participação de quem concluiu o ensino médio, o Enem faz um retrato do nível de ensino. Na escala do Enem, nota entre 0 e 40 é considerada de insuficiente a regular; entre 40 e 70, de regular a bom; de 70 a 100, de bom a excelente.
A prova objetiva é formada por 63 questões, que avaliam cinco competências: desde conhecimentos de português até a capacidade de interpretar informações para resolver problemas do dia-a-dia ou defender pontos de vista A nota média nacional mais baixa foi registrada na competência 4, que busca ver se o candidato é capaz de selecionar e interpretar dados. A média nessa competência foi 43,89, contra 46,8 no ano passado.
Cai a nota média dos estudantes no Enem
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147235512.asp
A nota média dos estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano caiu em relação a 2003 tanto na prova objetiva quanto na redação. Na prova objetiva, a média nacional ficou abaixo de 50 pontos, numa escala de zero a cem. Os resultados serão divulgados nos próximos dias pelo Ministério da Educação (MEC).
— A massificação do ensino fundamental nos últimos anos, tendo por base as redes municipais, trouxe uma queda de qualidade. São esses alunos que agora estão chegando e concluindo o ensino médio. Vamos ter que dar um choque de qualidade na educação — disse Eliezer Pacheco, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC.
O Enem é um teste voluntário dirigido a alunos do 3 ano do ensino médio ou a quem já concluiu a educação básica. Fizeram a prova, em agosto, um milhão de candidatos das redes pública e particular. No ano passado, a nota média geral na prova objetiva foi 49,55, maior do que a deste ano. Na redação, a média ficou em 55,36, também acima da de 2004.
A nota média deste ano ainda não foi divulgada, mas os alunos que participaram do Enem já receberam boletins informando as notas de cada uma das competências. Os boletins têm um gráfico indicando que a nota nas duas provas ficou um pouco acima de 40 pontos. O desempenho dos estudantes este ano superou o de 2002, quando a média na prova objetiva foi apenas 34,13. Naquele ano, porém, a média na redação alcançou 54,31, maior que a deste ano.
Embora não seja obrigatório e permita a participação de quem concluiu o ensino médio, o Enem faz um retrato do nível de ensino. Na escala do Enem, nota entre 0 e 40 é considerada de insuficiente a regular; entre 40 e 70, de regular a bom; de 70 a 100, de bom a excelente.
A prova objetiva é formada por 63 questões, que avaliam cinco competências: desde conhecimentos de português até a capacidade de interpretar informações para resolver problemas do dia-a-dia ou defender pontos de vista A nota média nacional mais baixa foi registrada na competência 4, que busca ver se o candidato é capaz de selecionar e interpretar dados. A média nessa competência foi 43,89, contra 46,8 no ano passado.
proposta de investigacao
Rasgue o colchao do ministro Furlan e verifique se tem espuma ou dolares. Se tiver espuma, verifique o contrapiso, o guarda roupa, o forro dos ternos, o porta malas do carro. Em algum lugar eles estao. Depois aguarde o dolar ficar caro. Ministro Furlan vai dizer : " vendam dolares" . Depois que ficar barato, ele compra de novo e diz : " comprem dolares" . Numa conjuntura destas, quem vai investigar Sir Ney por uso de informacao privilegiada ?
Ministro Furlan recomenda compra de dólares, mas analistas sugerem cautela
27 de novembro de 2004 Versão on line
http://oglobo.globo.com/online/economia/147237624.asp
Furlan comenta defesa de Lula de moeda entre 2,90 e 3,10
Ministro Furlan recomenda compra de dólares, mas analistas sugerem cautela
27 de novembro de 2004 Versão on line
http://oglobo.globo.com/online/economia/147237624.asp
Furlan comenta defesa de Lula de moeda entre 2,90 e 3,10
sexta-feira, novembro 26, 2004
midia manipuladora e o efeito The Sun
Nao ha' duvida que a midia influencia as opinoes das massas. Mesmo no britanico Reino Unido, os suditos de vossa magestade sao induzidos a crer que a ilha virara' quintal do continente caso subscreva os acordos que se delineiam.
Exclusive! The British press is different
http://www.economist.com/theworldin/europe/displayStory.cfm?story_id=3352015&d=2005
Many countries will vote on Europe’s new constitution. To judge from the opinion polls, only in Britain does a No seem nigh certain. Could that have something to do with the peculiarities of the British press?
In most EU countries the mainstream newspapers tend to be pro-European or without strong views on the EU. In the Netherlands, for example (no longer quite the Europhile country it once was), leading papers such as VolksKrant and NRC Handelsblad will back the treaty. The Telegraaf, more populist and right-leaning, may be more critical. In France the hard left opposes the treaty on the ground that it enshrines “liberal” economic values, and the far right because it supposedly weakens national sovereignty. But the mainstream papers (Libération, Le Monde and Le Figaro) will support the constitution.
If Italy holds a popular vote, all the papers are likely to back the treaty, bar La Padania (run by the populist Northern League) and Liberazione (run by hardline communists). Germany’s right-leaning broadsheets, such as Süddeutsche Zeitung, and its left-leaning ones, such as Frankfurter Allgemeine Zeitung, would back the constitution. So would Bild, the only German tabloid.
In Poland there may be less of a media consensus in favour of a Yes. Traditionally, Polish newspapers do not urge their readers to vote a particular way, but the tone of their commentary on the treaty is likely to be unenthusiastic and sometimes negative. That more critical tone, however, will have little in common with the feisty, fantastical coverage of the treaty in the British press.
Of the 30m Britons who read a daily, about a quarter read papers which, though broadly pro-European, print much that criticises the EU. The remaining three-quarters read papers that are unremittingly hostile to France, Germany and “Brussels”. This camp includes broadsheets as well as tabloids: TheTimes and the Daily Telegraph virtually never print an opinion piece that presents the EU in a favourable light.
A flavour of the Sun’s likely style during the referendum campaign can be gleaned from its already published “Guide to the EU constitution’’: “Our army will have to follow EU orders”; “We will be ordered what to say at the UN: the new EU foreign minister will speak for Britain at the Security Council”; “We will lose control of our borders and have no say in who enters the country.” There is no truth in any of those statements: all armies will remain under national control; the EU foreign minister will not be able to speak for Britain unless every country (including Britain) first signs up to a common policy; and Britain has an opt-out from EU policies on borders.
British journalists get away with such factual inaccuracies because editors and proprietors encourage them, and because they face no sanction. Whatever the rights and wrongs of the constitutional treaty (The Economist has argued that it belongs in the dustbin), no fair-minded person can claim that the British press will cover the referendum in an even-handed way. Eurosceptics can justly argue that in other EU countries the media will lean towards the treaty. But the bias of the continental papers will lack the strident, visceral and mendacious style of the British press.
Exclusive! The British press is different
http://www.economist.com/theworldin/europe/displayStory.cfm?story_id=3352015&d=2005
Many countries will vote on Europe’s new constitution. To judge from the opinion polls, only in Britain does a No seem nigh certain. Could that have something to do with the peculiarities of the British press?
In most EU countries the mainstream newspapers tend to be pro-European or without strong views on the EU. In the Netherlands, for example (no longer quite the Europhile country it once was), leading papers such as VolksKrant and NRC Handelsblad will back the treaty. The Telegraaf, more populist and right-leaning, may be more critical. In France the hard left opposes the treaty on the ground that it enshrines “liberal” economic values, and the far right because it supposedly weakens national sovereignty. But the mainstream papers (Libération, Le Monde and Le Figaro) will support the constitution.
If Italy holds a popular vote, all the papers are likely to back the treaty, bar La Padania (run by the populist Northern League) and Liberazione (run by hardline communists). Germany’s right-leaning broadsheets, such as Süddeutsche Zeitung, and its left-leaning ones, such as Frankfurter Allgemeine Zeitung, would back the constitution. So would Bild, the only German tabloid.
In Poland there may be less of a media consensus in favour of a Yes. Traditionally, Polish newspapers do not urge their readers to vote a particular way, but the tone of their commentary on the treaty is likely to be unenthusiastic and sometimes negative. That more critical tone, however, will have little in common with the feisty, fantastical coverage of the treaty in the British press.
Of the 30m Britons who read a daily, about a quarter read papers which, though broadly pro-European, print much that criticises the EU. The remaining three-quarters read papers that are unremittingly hostile to France, Germany and “Brussels”. This camp includes broadsheets as well as tabloids: TheTimes and the Daily Telegraph virtually never print an opinion piece that presents the EU in a favourable light.
A flavour of the Sun’s likely style during the referendum campaign can be gleaned from its already published “Guide to the EU constitution’’: “Our army will have to follow EU orders”; “We will be ordered what to say at the UN: the new EU foreign minister will speak for Britain at the Security Council”; “We will lose control of our borders and have no say in who enters the country.” There is no truth in any of those statements: all armies will remain under national control; the EU foreign minister will not be able to speak for Britain unless every country (including Britain) first signs up to a common policy; and Britain has an opt-out from EU policies on borders.
British journalists get away with such factual inaccuracies because editors and proprietors encourage them, and because they face no sanction. Whatever the rights and wrongs of the constitutional treaty (The Economist has argued that it belongs in the dustbin), no fair-minded person can claim that the British press will cover the referendum in an even-handed way. Eurosceptics can justly argue that in other EU countries the media will lean towards the treaty. But the bias of the continental papers will lack the strident, visceral and mendacious style of the British press.
Federais de Duda são transferidos
http://oglobo.globo.com/jornal/rio/147214014.asp
O Sindicato dos Policiais Federais do Rio, em nota oficial divulgada ontem, informou que vai exigir explicação da cúpula da Polícia Federal para a transferência dos agentes Luiz Amado e Marcelo Guimarães para realizarem missões em Campos e Macaé. Os dois federais, lotados na Delegacia de Meio Ambiente da PF, estavam à frente da operação que fechou, em outubro, o Clube Privê Cinco Estrelas, em Jacarepaguá, onde funcionava uma rinha de galos, e assinaram o flagrante 132/2004, da prisão do publicitário Duda Mendonça e do vereador Jorge Babu (PT), entre outros. ONGs que defendem os animais também protestaram contra a medida. (...)
O Sindicato dos Policiais Federais do Rio, em nota oficial divulgada ontem, informou que vai exigir explicação da cúpula da Polícia Federal para a transferência dos agentes Luiz Amado e Marcelo Guimarães para realizarem missões em Campos e Macaé. Os dois federais, lotados na Delegacia de Meio Ambiente da PF, estavam à frente da operação que fechou, em outubro, o Clube Privê Cinco Estrelas, em Jacarepaguá, onde funcionava uma rinha de galos, e assinaram o flagrante 132/2004, da prisão do publicitário Duda Mendonça e do vereador Jorge Babu (PT), entre outros. ONGs que defendem os animais também protestaram contra a medida. (...)
Imperfeições no mercado de serviços educacionais e seus reflexos no mercado de trabalho
by politsBURGER
A assimetria de informações existe quando alguém sabe mais sobre um determinado assunto do que outrem. Temos três tipos de problemas associados `a ela : seleção adversa, risco moral, e o problema do agente-principal.
Seleção adversa ocorre quando há produtos de qualidade duvidosa juntamente com produtos de boa qualidade em um mercado qualquer. Como não há plena informação a respeito dos bens e serviços vendidos, os consumidores podem fazer uma escolha equivocada.
O exemplo clássico e’ o mercado de carros usados. Como o vendedor conhece melhor o bem que vende que o comprador, o demandante pode ser induzido a adquirir um automóvel que julga ser excelente mas que efetivamente e’ muito ruim. A solução para este tipo de problema e’ a instituição de mecanismos de sinalização, tais como selos de qualidade ou certificados de garantia, que minimizariam a assimetria de informação existente entre compradores e vendedores.
Risco moral e’ a mudança de comportamento após a assinatura de um contrato. Algo muito comum nos mercados de seguro e de trabalho.
Antes de adquirir uma proteção para o seu automóvel, o proprietário do veiculo se cerca de cuidados. Após adquirir o serviço junto `a seguradora, não se acanha de estacionar o veiculo e deixar a porta aberta. Comportamento semelhante tem alguém que faz um seguro saúde. Antes de adquirir o seguro, tem hábitos alimentares e físicos de um atleta que se prepara para uma olimpíada. Após contratar o seguro, passa a se comportar como um hipocondríaco. Por fim, durante estagio probatório, o funcionário se comporta como o mais eficaz e eficiente de todos os tempos. Após ser definitivamente contratado, passa a ser a reencarnação do Homer Simpson.
O problema do agente principal ocorre nas relações entre gerentes e acionistas. Os gerentes, por estarem a par do que ocorre no dia a dia das empresas, sabem mais que os acionistas, que, quando muito, só participam das assembléias. Assim, os gerentes podem tomar decisões que visem a maximizar seu bem estar pessoal, ao invés de administrarem o cotidiano de forma a aumentar a riqueza dos proprietários do negócio.
Em alguma medida, o mercado de educação no Brasil tem todos os problemas supra citados. Porem, as estatísticas sobre o setor só são suficientes fazer alguma inferência sobre a existência de seleção adversa no mercado de ensino superior privado.
Os dados do ultimo exame da OAB-SP mostram que 92% dos alunos foram reprovados. Eliminando teorias conspiratórias sobre a elaboração do exame, o resultado revela que a grande maioria dos portadores do titulo de Bacharel em Direito formados em São Paulo não apresentam a mínima condição técnica de exercer a profissão. Assim, muito provavelmente, fizeram uma escolha equivocada de instituição quando decidiram se treinar para serem advogados.
Vale observar que as instituições de ensino via de regra se omitem em dar ao estudante ao longo do curso a ma’ noticia de que ele não esta tecnicamente apto e precisa se aprimorar. Por serem privadas e terem nas mensalidades sua principal fonte de receita, o aluno e’ preterido pelo o cliente.
Estes 8% que foram aprovados no exame da Ordem poderão tentar prosperar na profissão de advogados. Os outros 92% ficam com um titulo que não tem valor de mercado correspondente ao seu valor de face, que seria a soma dos custos diretos e indiretos de fazer bacharelado em Direito. Assim temos, a cada ano, uma legião de pseudo-bachareis que, por não terem feito Direito direito conseguirão, no maximo, serem office boys de luxo.
E’ bom lembrar que uma das funções do Estado e’ produzir bens públicos. Em economia um bem publico e’ aquele que, simultaneamente, e’ não excludente e não rival. Ou seja, não e’ possível excluir alguém do seu consumo e o fato de alguém consumi-lo não exclui outrem de faze-lo. Fiscalização e’ o típico exemplo de bem publico.
Na medida em que o governo altera as regras sobre a avaliação do ensino superior, afrouxando-as, escondendo os efetivos problemas atrás de adjetivos vagos tais como ruim, bom e muito bom, ao invés de oferecer indicadores quantitativos que permitiriam uma efetiva comparação, a expectativa e’ que os problemas associados `a assimetria de informação no mercado de serviços educacionais a nível superior não só persistam mas se agravem . Afinal, o sinalizador oferecido pelo governo nada indica.
Em suma, salvo honrosas exceções, no Brasil a instituição de ensino que não e’ publica e’, de fato, uma privada.
A assimetria de informações existe quando alguém sabe mais sobre um determinado assunto do que outrem. Temos três tipos de problemas associados `a ela : seleção adversa, risco moral, e o problema do agente-principal.
Seleção adversa ocorre quando há produtos de qualidade duvidosa juntamente com produtos de boa qualidade em um mercado qualquer. Como não há plena informação a respeito dos bens e serviços vendidos, os consumidores podem fazer uma escolha equivocada.
O exemplo clássico e’ o mercado de carros usados. Como o vendedor conhece melhor o bem que vende que o comprador, o demandante pode ser induzido a adquirir um automóvel que julga ser excelente mas que efetivamente e’ muito ruim. A solução para este tipo de problema e’ a instituição de mecanismos de sinalização, tais como selos de qualidade ou certificados de garantia, que minimizariam a assimetria de informação existente entre compradores e vendedores.
Risco moral e’ a mudança de comportamento após a assinatura de um contrato. Algo muito comum nos mercados de seguro e de trabalho.
Antes de adquirir uma proteção para o seu automóvel, o proprietário do veiculo se cerca de cuidados. Após adquirir o serviço junto `a seguradora, não se acanha de estacionar o veiculo e deixar a porta aberta. Comportamento semelhante tem alguém que faz um seguro saúde. Antes de adquirir o seguro, tem hábitos alimentares e físicos de um atleta que se prepara para uma olimpíada. Após contratar o seguro, passa a se comportar como um hipocondríaco. Por fim, durante estagio probatório, o funcionário se comporta como o mais eficaz e eficiente de todos os tempos. Após ser definitivamente contratado, passa a ser a reencarnação do Homer Simpson.
O problema do agente principal ocorre nas relações entre gerentes e acionistas. Os gerentes, por estarem a par do que ocorre no dia a dia das empresas, sabem mais que os acionistas, que, quando muito, só participam das assembléias. Assim, os gerentes podem tomar decisões que visem a maximizar seu bem estar pessoal, ao invés de administrarem o cotidiano de forma a aumentar a riqueza dos proprietários do negócio.
Em alguma medida, o mercado de educação no Brasil tem todos os problemas supra citados. Porem, as estatísticas sobre o setor só são suficientes fazer alguma inferência sobre a existência de seleção adversa no mercado de ensino superior privado.
Os dados do ultimo exame da OAB-SP mostram que 92% dos alunos foram reprovados. Eliminando teorias conspiratórias sobre a elaboração do exame, o resultado revela que a grande maioria dos portadores do titulo de Bacharel em Direito formados em São Paulo não apresentam a mínima condição técnica de exercer a profissão. Assim, muito provavelmente, fizeram uma escolha equivocada de instituição quando decidiram se treinar para serem advogados.
Vale observar que as instituições de ensino via de regra se omitem em dar ao estudante ao longo do curso a ma’ noticia de que ele não esta tecnicamente apto e precisa se aprimorar. Por serem privadas e terem nas mensalidades sua principal fonte de receita, o aluno e’ preterido pelo o cliente.
Estes 8% que foram aprovados no exame da Ordem poderão tentar prosperar na profissão de advogados. Os outros 92% ficam com um titulo que não tem valor de mercado correspondente ao seu valor de face, que seria a soma dos custos diretos e indiretos de fazer bacharelado em Direito. Assim temos, a cada ano, uma legião de pseudo-bachareis que, por não terem feito Direito direito conseguirão, no maximo, serem office boys de luxo.
E’ bom lembrar que uma das funções do Estado e’ produzir bens públicos. Em economia um bem publico e’ aquele que, simultaneamente, e’ não excludente e não rival. Ou seja, não e’ possível excluir alguém do seu consumo e o fato de alguém consumi-lo não exclui outrem de faze-lo. Fiscalização e’ o típico exemplo de bem publico.
Na medida em que o governo altera as regras sobre a avaliação do ensino superior, afrouxando-as, escondendo os efetivos problemas atrás de adjetivos vagos tais como ruim, bom e muito bom, ao invés de oferecer indicadores quantitativos que permitiriam uma efetiva comparação, a expectativa e’ que os problemas associados `a assimetria de informação no mercado de serviços educacionais a nível superior não só persistam mas se agravem . Afinal, o sinalizador oferecido pelo governo nada indica.
Em suma, salvo honrosas exceções, no Brasil a instituição de ensino que não e’ publica e’, de fato, uma privada.
Exame da OAB em SP tem maior reprovação do país: 92%
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147214127.asp
O índice de reprovação no último exame da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo é o maior já registrado no país: cerca de 92% dos 19.660 candidatos inscritos. Apenas 1.686 bacharéis (8,57%) foram aprovados nas duas fases.
— Estou profundamente chocado com esse resultado, o pior da história do exame de Ordem, em São Paulo e no país — disse o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso.
Só 12,77% de inscritos foram aprovados em Santa Catarina
Até então, o menor índice de aprovação havia sido registrado no último exame, no primeiro semestre deste ano, em Santa Catarina, no qual foram aprovados apenas 12,77% dos bacharéis em direito inscritos. Em abril, em São Paulo, foram aprovados somente 13,21% dos candidatos.
O resultado foi divulgado ontem. Comparado ao exame realizado na mesma época do ano passado em São Paulo, quando 27,45% dos inscritos passaram na prova, o número de aprovados caiu mais de 50%. (...)
O índice de reprovação no último exame da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo é o maior já registrado no país: cerca de 92% dos 19.660 candidatos inscritos. Apenas 1.686 bacharéis (8,57%) foram aprovados nas duas fases.
— Estou profundamente chocado com esse resultado, o pior da história do exame de Ordem, em São Paulo e no país — disse o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso.
Só 12,77% de inscritos foram aprovados em Santa Catarina
Até então, o menor índice de aprovação havia sido registrado no último exame, no primeiro semestre deste ano, em Santa Catarina, no qual foram aprovados apenas 12,77% dos bacharéis em direito inscritos. Em abril, em São Paulo, foram aprovados somente 13,21% dos candidatos.
O resultado foi divulgado ontem. Comparado ao exame realizado na mesma época do ano passado em São Paulo, quando 27,45% dos inscritos passaram na prova, o número de aprovados caiu mais de 50%. (...)
com a palavra, FHC
‘Não se pode tentar redescobrir a pólvora’
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147214422.asp
O ex-presidente Fernando Henrique criticou ontem o governo Lula por não ter dado, segundo ele, continuidade ao trabalho feito em seu governo para resolver conflitos agrários e afirmou que há uma incapacidade de se resolver institucionalmente o problema. Disse também que falta criatividade na área social e que “a parte gerencial está muito difícil”.
— O Ministério do Desenvolvimento Agrário às vezes parece que dá força a um certo reivindicacionismo incessante por parte do MST e isso complica as chances de se consolidar o que foi feito no meu governo. E foi feita muita coisa — afirmou.
Fernando Henrique deu palestra ontem para cerca de cem empresários na sede da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo. O ex-presidente abordou questões políticas e econômicas, afirmando que o PSDB talvez seja hoje o único partido com muitas opções para a campanha presidencial de 2006. Ele citou os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG), o senador Tasso Jereissati (CE) e o prefeito eleito de São Paulo, José Serra. Fernando Henrique negou que possa sair candidato.
— Eu estou fora, já fui.
Os principais pontos abordados por Fernando Henrique em entrevista após a palestra:
MST E POLÍTICA AGRÁRIA: O acirramento no campo é um sintoma da incapacidade de se resolver de maneira institucional o problema agrário. O governo Lula deveria consolidar o que já foi feito nessa área. E foi feita muita coisa. Só no meu governo assentamos cerca de 500 mil famílias e desapropriamos 20 milhões de hectares de terra. É preciso chegar a um entendimento com o MST, mas o Ministério do Desenvolvimento Agrário parece às vezes que dá força a um reivindicacionismo incessante por parte dos sem-terra. Isso complica as chances de se consolidar o que foi feito.
DESENVOLVIMENTO: Não podemos ficar tentando redescobrir a pólvora. Isso vale para qualquer área do governo, para a saúde, para a educação, para as áreas sociais. É importante ter continuidade, não política mas administrativa. E investir pesado em educação e infra-estrutura. Além disso, o Brasil ainda não sabe se realmente quer entrar no grande jogo de competição global. Ainda temos medo, e há até razões para se ter medo, mas temos que resolver o que queremos. É preciso fazer acordos, mas acordos importantes, não qualquer acordo. Às vezes me dá impressão de que queremos voltar ao G77, ao terceiro-mundismo.
CRESCIMENTO: Para sair do subdesenvolvimento, não depende apenas de taxa de crescimento. Desenvolvimento é outra coisa, é educação, é saúde, é cidadania, são muitos fatores juntos. O Brasil cresceu 7%, 8% nos anos 70 e todos os dados sociais pioraram. Então, desenvolvimento não é PIB. O crescimento hoje depende menos do governo e mais da conjuntura de mercado, sobretudo internacional.
MERCADO EXTERNO: O Brasil ainda não tomou uma posição firme sobre o que quer ser no cenário internacional. Nós queremos mesmo entrar na Alca? Queremos mesmo o Mercosul? Queremos mesmo fazer um acordo com a Europa? Isso ainda não está claro. Não estava claro no meu governo e não está no governo Lula porque não está claro na sociedade.
O MELHOR E O PIOR DO GOVERNO LULA: O melhor é responsabilidade que o presidente Lula tem na condução da política econômica, o que dá tranqüilidade ao país. E também a capacidade que ele tem de se comunicar com o país. Mas eu esperava mais em termos de criatividade, sobretudo na área social, e também na parte gerencial, que está muito difícil.
A FORÇA DO PSDB PARA 2006: O PSDB tem bons nomes para a disputa em 2006. Temos os governadores Aécio e Geraldo Alckmin, o senador Tasso Jereissati, que tem tido uma atuação forte no Congresso, e o Serra que foi eleito agora prefeito. Não creio que ele se disponha, porque ele tem um compromisso com a cidade (de São Paulo). São nomes fortes do partido, o PSDB talvez seja o único partido que dispõe de tantas pessoas qualificadas para serem candidatas. Eu estou fora, eu já fui.
NINGUÉM É IMBATÍVEL: Não falei que o Lula é imbatível, falei que ninguém é imbatível. Eu já ganhei dele duas vezes e perdi pro Jânio (Quadros). Depende muito das condições. Que a vitória do Serra em São Paulo fortaleceu o PSDB não há dúvidas. Mas não foi só a vitória do Serra, foram inúmeras as vitórias do partido nas últimas eleições. Evidentemente que a vitória do Serra foi a mais impactante. Mas eu acho que houve um resultado equilibrado e acho isso bom. Você não tem hoje nenhum partido no Brasil que seja hegemônico ou mesmo dominante.
PMDB E GOVERNABILIDADE: O Executivo não pode governar sem ter maioria. Mas a questão central não é esta, é: ter maioria pra quê? Tem que ter propósitos claros, não só políticos, mas econômicos e sociais. O governo Lula tem trabalhado para obter maioria no Congresso mas não definiu para que ele quer essa maioria.
ARQUIVOS DA DITADURA: Ele (o presidente Lula) não é culpado (por não abrirem os arquivos do regime militar). O presidente da República pode abrir quando ele quiser, não está proibido. Eu assinei o decreto sem medir as conseqüências. Se ele achar que deve mudar e abrir os arquivos, ele muda na hora, ele pode mudar o decreto quando quiser.
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147214422.asp
O ex-presidente Fernando Henrique criticou ontem o governo Lula por não ter dado, segundo ele, continuidade ao trabalho feito em seu governo para resolver conflitos agrários e afirmou que há uma incapacidade de se resolver institucionalmente o problema. Disse também que falta criatividade na área social e que “a parte gerencial está muito difícil”.
— O Ministério do Desenvolvimento Agrário às vezes parece que dá força a um certo reivindicacionismo incessante por parte do MST e isso complica as chances de se consolidar o que foi feito no meu governo. E foi feita muita coisa — afirmou.
Fernando Henrique deu palestra ontem para cerca de cem empresários na sede da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo. O ex-presidente abordou questões políticas e econômicas, afirmando que o PSDB talvez seja hoje o único partido com muitas opções para a campanha presidencial de 2006. Ele citou os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG), o senador Tasso Jereissati (CE) e o prefeito eleito de São Paulo, José Serra. Fernando Henrique negou que possa sair candidato.
— Eu estou fora, já fui.
Os principais pontos abordados por Fernando Henrique em entrevista após a palestra:
MST E POLÍTICA AGRÁRIA: O acirramento no campo é um sintoma da incapacidade de se resolver de maneira institucional o problema agrário. O governo Lula deveria consolidar o que já foi feito nessa área. E foi feita muita coisa. Só no meu governo assentamos cerca de 500 mil famílias e desapropriamos 20 milhões de hectares de terra. É preciso chegar a um entendimento com o MST, mas o Ministério do Desenvolvimento Agrário parece às vezes que dá força a um reivindicacionismo incessante por parte dos sem-terra. Isso complica as chances de se consolidar o que foi feito.
DESENVOLVIMENTO: Não podemos ficar tentando redescobrir a pólvora. Isso vale para qualquer área do governo, para a saúde, para a educação, para as áreas sociais. É importante ter continuidade, não política mas administrativa. E investir pesado em educação e infra-estrutura. Além disso, o Brasil ainda não sabe se realmente quer entrar no grande jogo de competição global. Ainda temos medo, e há até razões para se ter medo, mas temos que resolver o que queremos. É preciso fazer acordos, mas acordos importantes, não qualquer acordo. Às vezes me dá impressão de que queremos voltar ao G77, ao terceiro-mundismo.
CRESCIMENTO: Para sair do subdesenvolvimento, não depende apenas de taxa de crescimento. Desenvolvimento é outra coisa, é educação, é saúde, é cidadania, são muitos fatores juntos. O Brasil cresceu 7%, 8% nos anos 70 e todos os dados sociais pioraram. Então, desenvolvimento não é PIB. O crescimento hoje depende menos do governo e mais da conjuntura de mercado, sobretudo internacional.
MERCADO EXTERNO: O Brasil ainda não tomou uma posição firme sobre o que quer ser no cenário internacional. Nós queremos mesmo entrar na Alca? Queremos mesmo o Mercosul? Queremos mesmo fazer um acordo com a Europa? Isso ainda não está claro. Não estava claro no meu governo e não está no governo Lula porque não está claro na sociedade.
O MELHOR E O PIOR DO GOVERNO LULA: O melhor é responsabilidade que o presidente Lula tem na condução da política econômica, o que dá tranqüilidade ao país. E também a capacidade que ele tem de se comunicar com o país. Mas eu esperava mais em termos de criatividade, sobretudo na área social, e também na parte gerencial, que está muito difícil.
A FORÇA DO PSDB PARA 2006: O PSDB tem bons nomes para a disputa em 2006. Temos os governadores Aécio e Geraldo Alckmin, o senador Tasso Jereissati, que tem tido uma atuação forte no Congresso, e o Serra que foi eleito agora prefeito. Não creio que ele se disponha, porque ele tem um compromisso com a cidade (de São Paulo). São nomes fortes do partido, o PSDB talvez seja o único partido que dispõe de tantas pessoas qualificadas para serem candidatas. Eu estou fora, eu já fui.
NINGUÉM É IMBATÍVEL: Não falei que o Lula é imbatível, falei que ninguém é imbatível. Eu já ganhei dele duas vezes e perdi pro Jânio (Quadros). Depende muito das condições. Que a vitória do Serra em São Paulo fortaleceu o PSDB não há dúvidas. Mas não foi só a vitória do Serra, foram inúmeras as vitórias do partido nas últimas eleições. Evidentemente que a vitória do Serra foi a mais impactante. Mas eu acho que houve um resultado equilibrado e acho isso bom. Você não tem hoje nenhum partido no Brasil que seja hegemônico ou mesmo dominante.
PMDB E GOVERNABILIDADE: O Executivo não pode governar sem ter maioria. Mas a questão central não é esta, é: ter maioria pra quê? Tem que ter propósitos claros, não só políticos, mas econômicos e sociais. O governo Lula tem trabalhado para obter maioria no Congresso mas não definiu para que ele quer essa maioria.
ARQUIVOS DA DITADURA: Ele (o presidente Lula) não é culpado (por não abrirem os arquivos do regime militar). O presidente da República pode abrir quando ele quiser, não está proibido. Eu assinei o decreto sem medir as conseqüências. Se ele achar que deve mudar e abrir os arquivos, ele muda na hora, ele pode mudar o decreto quando quiser.
quinta-feira, novembro 25, 2004
Eles ja' sabem que atrapalham. Agora precisam parar de atrapalhar
Ministros admitem vínculo do Judiciário com a governabilidade
http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2004/nov/25/93.htm
Dez horas após jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal, reconheceram nesta quinta-feira que o Judiciário tem compromissos com a governabilidade e que deve contribuir para o desenvolvimento do País.
"O Judiciário tem de dar a sua cota", afirmou Jobim. "Onde (o Judiciário) não funciona bem, como no caso de alguns dos nossos países, inclusive o Brasil, a perda em termos de PIB chega a 20% ao ano", alertou Vidigal durante encontro sobre reforma do Judiciário que reuniu, em Brasília, presidentes de tribunais da América do Sul.
Jobim e Vidigal defenderam a integração - incluindo a Justiça- entre os membros do Mercosul. O presidente do STF disse que, durante muito tempo, o Brasil esteve de costas para os outros países da América Latina. "Para onde queremos ir agora, nós todos da América do Sul?", indagou Vidigal. "Para o Mercosul, opção de integração regional autônoma, ou vamos ficar quietos esperando um colapso após o qual só restará a absorção através da Alca?", questionou.
Vidigal disse que hoje não se fala mais tanto sobre a crise da dívida, mas que ainda "dói" ter de vender títulos públicos para pagar juros. Segundo ele, as realidades da economia, da produção e do comércio passam todas pelo Judiciário. "Onde há segurança jurídica, os capitais aportam e demoram; a economia cresce; diminui o desemprego; aumenta a arrecadação; melhora a classe média; os direitos e vantagens da democracia chegam aos pobres, alcançam a todos. Onde o Judiciário funciona a contento, a economia cresce, em média, 3% ao mês", disse.
http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2004/nov/25/93.htm
Dez horas após jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal, reconheceram nesta quinta-feira que o Judiciário tem compromissos com a governabilidade e que deve contribuir para o desenvolvimento do País.
"O Judiciário tem de dar a sua cota", afirmou Jobim. "Onde (o Judiciário) não funciona bem, como no caso de alguns dos nossos países, inclusive o Brasil, a perda em termos de PIB chega a 20% ao ano", alertou Vidigal durante encontro sobre reforma do Judiciário que reuniu, em Brasília, presidentes de tribunais da América do Sul.
Jobim e Vidigal defenderam a integração - incluindo a Justiça- entre os membros do Mercosul. O presidente do STF disse que, durante muito tempo, o Brasil esteve de costas para os outros países da América Latina. "Para onde queremos ir agora, nós todos da América do Sul?", indagou Vidigal. "Para o Mercosul, opção de integração regional autônoma, ou vamos ficar quietos esperando um colapso após o qual só restará a absorção através da Alca?", questionou.
Vidigal disse que hoje não se fala mais tanto sobre a crise da dívida, mas que ainda "dói" ter de vender títulos públicos para pagar juros. Segundo ele, as realidades da economia, da produção e do comércio passam todas pelo Judiciário. "Onde há segurança jurídica, os capitais aportam e demoram; a economia cresce; diminui o desemprego; aumenta a arrecadação; melhora a classe média; os direitos e vantagens da democracia chegam aos pobres, alcançam a todos. Onde o Judiciário funciona a contento, a economia cresce, em média, 3% ao mês", disse.
noticias boas para os moluscos, mas ruins para os vertebrados
Petrobras reajusta gasolina em 4,2% e diesel em 8%
http://www.superavit.com.br/noticias.asp?id=31203
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira um novo aumento dos preços dos combustíveis nas refinarias. A gasolina terá um reajuste de 4,2% e o diesel, de 8%. A empresa não estimou qual será o aumento para o consumidor na bomba.
Ata do Copom indica novas altas de juros
http://www.superavit.com.br/noticias.asp?id=31201
O Banco Central avalia que a economia brasileira registrou "alguma" desaceleração nos últimos meses, mas avisa que esse crescimento menor ainda não foi suficiente para reverter as expectativas de inflação acima do centro da meta de 2005. Por isso, o BC já avisa que o processo de alta gradual da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) deve continuar e pode até mesmo se intensificar.
Lucro do Banco do Brasil chega a R$ 2,3 bi e supera Bradesco
http://www.superavit.com.br/noticias.asp?id=31202
O Banco do Brasil obteve lucro líquido de R$ 2,3 bilhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano, 29,2% superior ao resultado de igual período do ano passado. Entre os bancos brasileiros, o resultado só é inferior ao registrado pelo Itaú, que acumula ganho de R$ 2,745 bilhões nos nove primeiros meses deste ano.
http://www.superavit.com.br/noticias.asp?id=31203
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira um novo aumento dos preços dos combustíveis nas refinarias. A gasolina terá um reajuste de 4,2% e o diesel, de 8%. A empresa não estimou qual será o aumento para o consumidor na bomba.
Ata do Copom indica novas altas de juros
http://www.superavit.com.br/noticias.asp?id=31201
O Banco Central avalia que a economia brasileira registrou "alguma" desaceleração nos últimos meses, mas avisa que esse crescimento menor ainda não foi suficiente para reverter as expectativas de inflação acima do centro da meta de 2005. Por isso, o BC já avisa que o processo de alta gradual da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) deve continuar e pode até mesmo se intensificar.
Lucro do Banco do Brasil chega a R$ 2,3 bi e supera Bradesco
http://www.superavit.com.br/noticias.asp?id=31202
O Banco do Brasil obteve lucro líquido de R$ 2,3 bilhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano, 29,2% superior ao resultado de igual período do ano passado. Entre os bancos brasileiros, o resultado só é inferior ao registrado pelo Itaú, que acumula ganho de R$ 2,745 bilhões nos nove primeiros meses deste ano.
porque sera' que demora tanto ?
Sera' que tem a ver com o fato de ter um monte de parlamentares e juizes envolvidos ?
PEC do trabalho escravo completará 10 anos de tramitação no Congresso
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/politica/139972.html
Caso o projeto de emenda constitucional que prevê a expropriação de terras onde for comprovado trabalho escravo não seja votado até dezembro, a tramitação desta Proposta de Emenda à Constituição (PEC) completará 10 anos. A proposta foi encaminhada em 1995 pelo deputado Paulo Rocha (PT-PA) e até hoje tramita no Congresso. (...)
PEC do trabalho escravo completará 10 anos de tramitação no Congresso
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/politica/139972.html
Caso o projeto de emenda constitucional que prevê a expropriação de terras onde for comprovado trabalho escravo não seja votado até dezembro, a tramitação desta Proposta de Emenda à Constituição (PEC) completará 10 anos. A proposta foi encaminhada em 1995 pelo deputado Paulo Rocha (PT-PA) e até hoje tramita no Congresso. (...)
o molusco e a sua obsoleta mentalidade mercantil
Quanto vai custar os arranjos para viabilizar a reeleicao de Lula ? Ate' agora, a familia de Sir Ney ja' ganhou de brinde o esquecimento das invetigacoes sobre (i) a dinheirama encontrada no comite eleitoral da primogenita em 2002 e (ii) o uso de informacoes privilegiadas pelo patriarca em 2004 para evitar quesuas moedinhas fossem parar no ralo do mecena do Banco Santos.
Lula articula ida de Roseana Sarney para PMDB e Planejamento
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/politica/139976.html
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula para que a senadora Roseana Sarney (MA) deixe o PFL, ingresse no PMDB e se torne ministra do Planejamento. Lula quer aumentar o poder do PMDB no governo, que ficaria com três ministérios, e fortalecer a chance de o partido apoiar a sua reeleição em 2006.
Filha do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Roseana tem a simpatia do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), que deseja alguém que não gere atritos com ele. Esse risco dificultou, por exemplo, a possibilidade de Ciro Gomes (Integração Nacional) ir para o Planejamento.
A nomeação de Roseana seria também uma compensação a Sarney depois de ter sido sepultada a emenda constitucional que permitiria a sua reeleição para presidente do Senado. Em troca, Sarney apoiaria a eleição do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), para sucedê-lo na Casa. Os dois conversaram ontem e se entenderam, mas há detalhes que ainda precisam ser amarrados.
Na presidência do Senado, Renan faria um acerto com a bancada de senadores para ser o grande fiador político dos acordos (cargos e emendas) com o governo. Assim, a bancada dispensaria o desejo de ganhar um ministério de maior peso.
Mas a bancada na Câmara (76 deputados) ganharia uma pasta mais importante (mais verbas) do que a atual. O deputado federal Eunício Oliveira (PMDB-CE), nas Comunicações, seria deslocado para outro ministério. (...)
Lula articula ida de Roseana Sarney para PMDB e Planejamento
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/politica/139976.html
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula para que a senadora Roseana Sarney (MA) deixe o PFL, ingresse no PMDB e se torne ministra do Planejamento. Lula quer aumentar o poder do PMDB no governo, que ficaria com três ministérios, e fortalecer a chance de o partido apoiar a sua reeleição em 2006.
Filha do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Roseana tem a simpatia do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), que deseja alguém que não gere atritos com ele. Esse risco dificultou, por exemplo, a possibilidade de Ciro Gomes (Integração Nacional) ir para o Planejamento.
A nomeação de Roseana seria também uma compensação a Sarney depois de ter sido sepultada a emenda constitucional que permitiria a sua reeleição para presidente do Senado. Em troca, Sarney apoiaria a eleição do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), para sucedê-lo na Casa. Os dois conversaram ontem e se entenderam, mas há detalhes que ainda precisam ser amarrados.
Na presidência do Senado, Renan faria um acerto com a bancada de senadores para ser o grande fiador político dos acordos (cargos e emendas) com o governo. Assim, a bancada dispensaria o desejo de ganhar um ministério de maior peso.
Mas a bancada na Câmara (76 deputados) ganharia uma pasta mais importante (mais verbas) do que a atual. O deputado federal Eunício Oliveira (PMDB-CE), nas Comunicações, seria deslocado para outro ministério. (...)
prisão em massa de políticos, empresarios e magistrados (... )
(...)Italianos.
Ou voce achou que seria em algum pais da america latina que tem o portugues como idioma oficial ?
Campanha anticrime sacode o sul da Itália
http://oglobo.globo.com/jornal/Mundo/147193494.asp
A prisão em massa de proeminentes políticos, advogados e mafiosos acusados de fraudar o Estado abalou a região de Basilicata, no sul da Itália. O magistrado por trás do expurgo é metade britânico: Henry John Woodcock, nascido em Somerset. Cabelo comprido, motociclista, 37 anos, construiu a reputação de flagelo dos poderosos e corruptos.
Basilicata, quase na ponta da bota italiana, não tem a assombrosa história mafiosa da Sicília ou da vizinha Calábria. Mas as prisões esta semana são universalmente descritas pela imprensa italiana como um terremoto. São o resultado de uma investigação que durou três anos, documentada num relatório de 800 páginas.
O documento relata como políticos de todos os quadrantes — incluindo da Força Itália, do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e os ex-comunistas dos Democratas de Esquerda — entraram em conluio para assegurar que contratos de obras públicas fossem concedidos apenas a companhias ligadas à quadrilha. Os políticos foram recompensados com propina e tiveram votos garantidos nas eleições. (...)
Ou voce achou que seria em algum pais da america latina que tem o portugues como idioma oficial ?
Campanha anticrime sacode o sul da Itália
http://oglobo.globo.com/jornal/Mundo/147193494.asp
A prisão em massa de proeminentes políticos, advogados e mafiosos acusados de fraudar o Estado abalou a região de Basilicata, no sul da Itália. O magistrado por trás do expurgo é metade britânico: Henry John Woodcock, nascido em Somerset. Cabelo comprido, motociclista, 37 anos, construiu a reputação de flagelo dos poderosos e corruptos.
Basilicata, quase na ponta da bota italiana, não tem a assombrosa história mafiosa da Sicília ou da vizinha Calábria. Mas as prisões esta semana são universalmente descritas pela imprensa italiana como um terremoto. São o resultado de uma investigação que durou três anos, documentada num relatório de 800 páginas.
O documento relata como políticos de todos os quadrantes — incluindo da Força Itália, do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e os ex-comunistas dos Democratas de Esquerda — entraram em conluio para assegurar que contratos de obras públicas fossem concedidos apenas a companhias ligadas à quadrilha. Os políticos foram recompensados com propina e tiveram votos garantidos nas eleições. (...)
quarta-feira, novembro 24, 2004
moluscos cucaratias
http://oglobo.globo.com/jornal/Mundo/147174775.asp
“Este governo é um circo e o presidente Kirchner é o dono do circo”. Após expressar sua opinião sobre o atual governo da Argentina, o polêmico sociólogo Torcuato Di Tella, um dos poucos intelectuais convocado pelo presidente Néstor Kirchner para integrar seu Ministério, foi obrigado a renunciar ao cargo de secretário da Cultura.
“Este governo é um circo e o presidente Kirchner é o dono do circo”. Após expressar sua opinião sobre o atual governo da Argentina, o polêmico sociólogo Torcuato Di Tella, um dos poucos intelectuais convocado pelo presidente Néstor Kirchner para integrar seu Ministério, foi obrigado a renunciar ao cargo de secretário da Cultura.
quem dizia que o PROER e' doar dinheir pra banqueiro ? hein ? hein ?
BC pode ter de usar o Proer no Banco Santos
http://oglobo.globo.com/jornal/Economia/147177117.asp
O governo Lula pode ter de aplicar no Banco Santos um instrumento cujo uso na gestão Fernando Henrique Cardoso foi ferrenhamente condenado pelos petistas: o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). As pressões para uma solução que não seja a liquidação pura e simples do banco crescem apesar de não haver indícios de que o sistema financeiro esteja em risco por causa de um banco considerado de porte menor como o Santos, mas o número de empresas e pessoas jurídicas afetadas pela liquidação está se mostrando maior que o estimado inicialmente, aumentando o peso do problema sobre as autoridades. (...)
http://oglobo.globo.com/jornal/Economia/147177117.asp
O governo Lula pode ter de aplicar no Banco Santos um instrumento cujo uso na gestão Fernando Henrique Cardoso foi ferrenhamente condenado pelos petistas: o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). As pressões para uma solução que não seja a liquidação pura e simples do banco crescem apesar de não haver indícios de que o sistema financeiro esteja em risco por causa de um banco considerado de porte menor como o Santos, mas o número de empresas e pessoas jurídicas afetadas pela liquidação está se mostrando maior que o estimado inicialmente, aumentando o peso do problema sobre as autoridades. (...)
tomara que vire rotina
O Leão ruge na Alerj
http://oglobo.globo.com/jornal/rio/147177181.asp
A Receita Federal encontrou indícios de irregularidades nas declarações de renda de pelo menos 40 deputados e ex-deputados estaduais, investigados num inquérito aberto pelo órgão para apurar a variação patrimonial dos parlamentares da Assembléia Legislativa do Rio. A análise tem como base a série de reportagens “Bastidores do Poder”, que começou a ser publicada pelo GLOBO em junho deste ano, que revelou, entre outras coisas, que 27 deputados aumentaram em mais de 100% seu patrimônio, de 1996 a 2001. Os nomes dos parlamentares e os detalhes da investigação não foram revelados em respeito ao direito de sigilo fiscal garantido por lei a todos os contribuintes. (...)
http://oglobo.globo.com/jornal/rio/147177181.asp
A Receita Federal encontrou indícios de irregularidades nas declarações de renda de pelo menos 40 deputados e ex-deputados estaduais, investigados num inquérito aberto pelo órgão para apurar a variação patrimonial dos parlamentares da Assembléia Legislativa do Rio. A análise tem como base a série de reportagens “Bastidores do Poder”, que começou a ser publicada pelo GLOBO em junho deste ano, que revelou, entre outras coisas, que 27 deputados aumentaram em mais de 100% seu patrimônio, de 1996 a 2001. Os nomes dos parlamentares e os detalhes da investigação não foram revelados em respeito ao direito de sigilo fiscal garantido por lei a todos os contribuintes. (...)
Quem diria ! Avanco na economia, retrocesso no social.
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147177223.asp
(...)
Dona Ruth também considerou “um retrocesso imenso” a falta de exigência de matrícula das crianças na escola e de vacinação, por exemplo, para que as famílias recebam os recursos.
— Acho um retrocesso imenso porque aí isso se torna realmente um programa puramente assistencialista e não se trata disso. Minha posição, pelo menos, é clara. O que esse segmento mais pobre da população precisa é de oportunidade, de formação, de respeito às suas próprias capacidades e não simplesmente você dar um recurso que não muda em nada a vida dessas pessoas — criticou.
Dona Ruth voltou a criticar o programa Fome Zero, carro-chefe dos programas sociais do atual governo, por sua suposta falta de planejamento. Segundo ela, o problema não foi a demora no funcionamento do cadastro:
— O programa Fome Zero não era só o cadastro. Já houve grande dificuldade para colocar em ação e, na verdade, acho que houve falta de planejamento, de uma idéia clara sobre onde chegar. A idéia de juntar os cadastros existiu desde o primeiro momento, quando os programas foram feitos. Havia várias dificuldades técnicas que estavam sendo trabalhadas. Mas juntar os cadastros é uma coisa positiva, não sei se já havia condições para fazer isso.
A ex-primeira-dama disse que esperava mudanças no governo Lula, mas que não houve bons resultados.
— Houve pequenas mudanças e não houve realmente um progresso com novas idéias. Eu esperava, inclusive. Não é que um governo não possa mudar, ao contrário. Espero que mude, que traga novas idéias, sem perder os resultados que já foram alcançados. E isso é o que eu estou esperando — disse. (...)
(...)
Dona Ruth também considerou “um retrocesso imenso” a falta de exigência de matrícula das crianças na escola e de vacinação, por exemplo, para que as famílias recebam os recursos.
— Acho um retrocesso imenso porque aí isso se torna realmente um programa puramente assistencialista e não se trata disso. Minha posição, pelo menos, é clara. O que esse segmento mais pobre da população precisa é de oportunidade, de formação, de respeito às suas próprias capacidades e não simplesmente você dar um recurso que não muda em nada a vida dessas pessoas — criticou.
Dona Ruth voltou a criticar o programa Fome Zero, carro-chefe dos programas sociais do atual governo, por sua suposta falta de planejamento. Segundo ela, o problema não foi a demora no funcionamento do cadastro:
— O programa Fome Zero não era só o cadastro. Já houve grande dificuldade para colocar em ação e, na verdade, acho que houve falta de planejamento, de uma idéia clara sobre onde chegar. A idéia de juntar os cadastros existiu desde o primeiro momento, quando os programas foram feitos. Havia várias dificuldades técnicas que estavam sendo trabalhadas. Mas juntar os cadastros é uma coisa positiva, não sei se já havia condições para fazer isso.
A ex-primeira-dama disse que esperava mudanças no governo Lula, mas que não houve bons resultados.
— Houve pequenas mudanças e não houve realmente um progresso com novas idéias. Eu esperava, inclusive. Não é que um governo não possa mudar, ao contrário. Espero que mude, que traga novas idéias, sem perder os resultados que já foram alcançados. E isso é o que eu estou esperando — disse. (...)
e' preciso despetizar o governo
Sera' que Lula vai deixar de ser molusco ? Sera' que ele esta aprendendo alguma coisa ? Sera' que ele vai assumir que o programa de combate `a fome e' um zero `a esquerda ? O que os invertebrados nao fazem para continuar no poder ...
Não mexo na economia
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147177874.asp
Em reunião de mais de cinco horas com 17 ministros petistas que terminou na madrugada de ontem, na Granja do Torto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu de forma categórica às contestações do partido e até mesmo de ministros palacianos, como o chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, à política econômica conduzida pelo titular da Fazenda, Antonio Palocci. Lula foi enfático na defesa da política econômica e do ministro, dizendo que são duas coisas intocáveis. (...)
(...)Lula foi o último a falar. Fez uma exposição de 30 minutos e deixou claro que não mudará em nada a condução econômica, reforçando a posição de Palocci:
— Eu não mexo na política econômica. Não tem volta. O caminho está tomado e ponto final. Não adianta inventar. Os resultados são positivos e estamos colhendo os frutos, que devem aparecer em 2005. É importante que todo o governo e o partido tenham unidade de ação e discurso afinado. Quem pensa em contestar o rumo da economia não terá espaço comigo para discutir isso.
Ao defender a política econômica, Lula disse que o BNDES vai funcionar em pleno vapor com recursos volumosos para investimentos. Lembrou o crescimento de mais de 4% da economia este ano e a geração de empregos, que pode chegar a dois milhões de novas vagas em 2004, para contestar os companheiros de partido:
— A economia não está dando certo? Está. O crescimento econômico ultrapassou até a previsão dos mais otimistas. (...)
(...) Como o assunto sobre a política econômica acabou predominando no encontro do Torto, a reforma ministerial ficou em segundo plano. Os ministros presentes à reunião negaram que tenha se tratado da reforma ministerial na reunião, mas um petista que ocupa um importante cargo numa estatal contou que o presidente Lula está usando a expressão “despetizar o governo” quando fala das mudanças na equipe.
O presidente Lula disse que sua intenção com a reforma é “fazer o governo deslanchar, pois ele estaria gerencialmente travado em algumas áreas, garantir uma base sólida no Congresso e construir as pontes políticas para a campanha pela reeleição”.
— 2005 tem que ser o ano do governo, o ano das obras e realizações. Vocês têm que trabalhar com eficiência na gestão — disse Lula várias vezes, cobrando cumprimento de metas e resultados dos ministros.
Discretamente, Lula disse aos companheiros que precisará de cargos no primeiro escalão para agregar os partidos aliados. Está praticamente certo que o PMDB poderá ganhar mais um ministério, o das Cidades, com a possível saída de Olívio Dutra. E o PP poderá ficar com a Secretaria de Pesca, de onde também sairá outro petista, José Fritsch. (...)
(...) No passado, governos vacilaram
Ao citar o economista Celso Furtado, que morreu sábado, Lula disse que seu governo construiu alicerces para o crescimento:
— O povo sabe que o alicerce vem antes do telhado para que as estruturas não fraquejam e a casa caia. Refazer os alicerces não foi tarefa fácil, mas agora o lastro é firme.
Quando afirmou que o Estado não pode gastar mais, o presidente disse ainda:
— O Brasil não se tornou um país definitivamente desenvolvido porque, em momentos cruciais, em que o governo deveria tomar decisões muitas vezes duras, o governo vacilou porque possivelmente tivesse uma eleição próxima ou porque possivelmente isso não interessava a seus partidários do ponto de vista político.
Não mexo na economia
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/147177874.asp
Em reunião de mais de cinco horas com 17 ministros petistas que terminou na madrugada de ontem, na Granja do Torto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu de forma categórica às contestações do partido e até mesmo de ministros palacianos, como o chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, à política econômica conduzida pelo titular da Fazenda, Antonio Palocci. Lula foi enfático na defesa da política econômica e do ministro, dizendo que são duas coisas intocáveis. (...)
(...)Lula foi o último a falar. Fez uma exposição de 30 minutos e deixou claro que não mudará em nada a condução econômica, reforçando a posição de Palocci:
— Eu não mexo na política econômica. Não tem volta. O caminho está tomado e ponto final. Não adianta inventar. Os resultados são positivos e estamos colhendo os frutos, que devem aparecer em 2005. É importante que todo o governo e o partido tenham unidade de ação e discurso afinado. Quem pensa em contestar o rumo da economia não terá espaço comigo para discutir isso.
Ao defender a política econômica, Lula disse que o BNDES vai funcionar em pleno vapor com recursos volumosos para investimentos. Lembrou o crescimento de mais de 4% da economia este ano e a geração de empregos, que pode chegar a dois milhões de novas vagas em 2004, para contestar os companheiros de partido:
— A economia não está dando certo? Está. O crescimento econômico ultrapassou até a previsão dos mais otimistas. (...)
(...) Como o assunto sobre a política econômica acabou predominando no encontro do Torto, a reforma ministerial ficou em segundo plano. Os ministros presentes à reunião negaram que tenha se tratado da reforma ministerial na reunião, mas um petista que ocupa um importante cargo numa estatal contou que o presidente Lula está usando a expressão “despetizar o governo” quando fala das mudanças na equipe.
O presidente Lula disse que sua intenção com a reforma é “fazer o governo deslanchar, pois ele estaria gerencialmente travado em algumas áreas, garantir uma base sólida no Congresso e construir as pontes políticas para a campanha pela reeleição”.
— 2005 tem que ser o ano do governo, o ano das obras e realizações. Vocês têm que trabalhar com eficiência na gestão — disse Lula várias vezes, cobrando cumprimento de metas e resultados dos ministros.
Discretamente, Lula disse aos companheiros que precisará de cargos no primeiro escalão para agregar os partidos aliados. Está praticamente certo que o PMDB poderá ganhar mais um ministério, o das Cidades, com a possível saída de Olívio Dutra. E o PP poderá ficar com a Secretaria de Pesca, de onde também sairá outro petista, José Fritsch. (...)
(...) No passado, governos vacilaram
Ao citar o economista Celso Furtado, que morreu sábado, Lula disse que seu governo construiu alicerces para o crescimento:
— O povo sabe que o alicerce vem antes do telhado para que as estruturas não fraquejam e a casa caia. Refazer os alicerces não foi tarefa fácil, mas agora o lastro é firme.
Quando afirmou que o Estado não pode gastar mais, o presidente disse ainda:
— O Brasil não se tornou um país definitivamente desenvolvido porque, em momentos cruciais, em que o governo deveria tomar decisões muitas vezes duras, o governo vacilou porque possivelmente tivesse uma eleição próxima ou porque possivelmente isso não interessava a seus partidários do ponto de vista político.
terça-feira, novembro 23, 2004
observacoes sobre a China
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=304CIR002
Lá vem o seu China...
Que maravilha! A comitiva chinesa, tão exótica, tão bem vestida, tão cheia de dinheiro para investir! Nossos meios de comunicação ficaram nos paparicos, nos salamaleques, no registro da passagem da comitiva, e esqueceram alguns probleminhas. Primeiro, o problema comercial: de onde é que sai, mesmo, aquela gigantesca quantidade de produtos falsificados, de tênis a CDs? E aquela história da soja (que os chineses desistiram de comprar, quando já estava em seus portos, e por coincidência bem numa época em que os preços tinham subido), já foi esclarecida? Há as questões ético-comerciais, como o trabalho escravo e o trabalho infantil. E achar que a China é uma economia de mercado só pode ser piada.
...na ponta do pé
O encantamento com as grandes reservas cambiais da China e as promessas de investimento na infra-estrutura brasileira fez com que a gente se esquecesse de perguntar onde é que os chineses já investiram no Exterior. Ao que se saiba, a China é receptora de investimentos, e não investidora.
Lig-lig-lé
A China, como sabemos, é uma ditadura. Mas bloquear o acesso ao Cristo para que a comitiva chinesa pudesse vê-lo sem a incômoda proximidade de brasileiros não é o mesmo que transplantar sua ditadura para cá?
Lá vem o seu China...
Que maravilha! A comitiva chinesa, tão exótica, tão bem vestida, tão cheia de dinheiro para investir! Nossos meios de comunicação ficaram nos paparicos, nos salamaleques, no registro da passagem da comitiva, e esqueceram alguns probleminhas. Primeiro, o problema comercial: de onde é que sai, mesmo, aquela gigantesca quantidade de produtos falsificados, de tênis a CDs? E aquela história da soja (que os chineses desistiram de comprar, quando já estava em seus portos, e por coincidência bem numa época em que os preços tinham subido), já foi esclarecida? Há as questões ético-comerciais, como o trabalho escravo e o trabalho infantil. E achar que a China é uma economia de mercado só pode ser piada.
...na ponta do pé
O encantamento com as grandes reservas cambiais da China e as promessas de investimento na infra-estrutura brasileira fez com que a gente se esquecesse de perguntar onde é que os chineses já investiram no Exterior. Ao que se saiba, a China é receptora de investimentos, e não investidora.
Lig-lig-lé
A China, como sabemos, é uma ditadura. Mas bloquear o acesso ao Cristo para que a comitiva chinesa pudesse vê-lo sem a incômoda proximidade de brasileiros não é o mesmo que transplantar sua ditadura para cá?
A cultura é um abre-alas. A gente vem atrás fazendo negócios
BANCO SANTOS : A cultura como gazua
Alberto Dines
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=304CIR001
Todo mundo sabia que o Banco Santos ia quebrar, inclusive a mídia. Mas a mídia não podia avisar os correntistas do banco nem os aplicadores dos seus fundos sobre o perigo que corriam seus depósitos e aplicações. Se o fizesse, a mídia seria enquadrada como responsável pela corrida aos guichês.
Em 1995, quando o governo interveio no Banco Econômico, o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, junto com uma roliça tropa de acólitos, atravessou a trote a Praça dos Três Poderes para defender a instituição financeira – da qual, aliás, era acionista.
Naquela picaresca circunstância, a mídia reproduziu, sem qualquer titubeio ou discrição, em letra de forma, ao vivo e em cores, a advertência de ACM: "Quem vai quebrar é o Bamerindus e, depois, o Nacional!". Quebraram, e nesta ordem. ACM era o manda-chuva, pintava e bordava na República. Ninguém ousaria processá-lo.
Nove anos depois, o sucessor de ACM na presidência do Senado, José Sarney, amigo e compadre do controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, foi avisado de que o banco ia quebrar. Como é mais sabido do que o colega baiano, não botou a boca no trombone e, na moita, tirou o seu rico dinheirinho vinte e quatro horas antes da intervenção do Banco Central.
Com o seu garantido, o senador esqueceu a infração cometida (aproveitar-se de informação privilegiada), mas precaveu-se para não incorrer em outra: nenhum sinal poderia dar, sob pena de ser acusado de concorrer para uma quebradeira do sistema financeiro.
Sarney escreve em dois jornais, é dono de um conglomerado de mídia no Maranhão e tem as portas abertas em todos os grandes grupos jornalísticos nacionais. Esqueceu a comunicação e ficou incomunicável. Só abriu o bico para explicar, depois de flagrado, que, "como todo mundo, soubera da boataria" envolvendo o banco do amigo. "Todo mundo" significa o seu mundo, não o dos correntistas.
Esta não é a única confluência entre o fechamento do Banco Santos e a mídia. Há outras mais expressivas. A respeito do currículo do banqueiro Edemar Cid Ferreira, gastaram-se algumas toneladas de papel nos últimos dias. De repente, os pobres leitores de jornais e revistas descobriram que a imprensa sabia tudo sobre o nababo, suas manobras e, simultaneamente, descobriram que estas informações lhes foram sonegadas.
A mídia exibiu alguns "percalços" anteriores, mas enrustiu as mutretas. O crime organizado usa pé-de-cabra, gazua ou dinamite para arrombar cofres; o crime desorganizado é refinado: usa charme e chamego.
Um dos mais precisos perfis do banqueiro Ferreira foi publicado no domingo (21/11), em um cantinho perdido do caderno de Economia da Folha de S. Paulo (página B-4). Em 59 linhas desvendou-se o cruzamento entre os romances de amor Roseana Sarney-Jorge Murad e Edemar-Márcia Cid Ferreira e, devidamente aspeadas, duas extraordinárias revelações do banqueiro sobre si mesmo:
** "Sou a reencarnação do Chatô".
** "A cultura é um abre-alas. A gente vem atrás fazendo negócios".
Eis o auto-retrato e de corpo inteiro do mais ostensivo mecenas das artes e cultura brasileiras neste início do século. Comissário da Mostra do Redescobrimento, nosso homem em Pequim, competente em todos os sentidos. A grande exposição do Ibirapuera foi o ponto alto das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, e a proeza de transformar aquele pequeno banco em depositário de contas de gente e instituições tão importantes atesta seus talentos.
No rol destas aptidões não pode ser ignorada a capacidade de Edemar Cid Ferreira de acercar-se dos barões ou baronetes da mídia. Exemplo: na "Associação Brasil 500 anos Artes Visuais" (da qual era presidente tanto do Conselho de Administração como da Diretoria), havia um inédito Conselho de Imprensa, constituído pelas figuras de proa dos oito mais poderosos ou mais visíveis grupos de mídia do país.
Faz sentido: uma exposição deste porte e com esta qualidade, destinada a bater recordes de visitação, forçosamente teria que contar com o indispensável suporte midiático. A grande façanha, obra-prima de engenharia psicológica, foi superar as idiossincrasias, convencer os maiorais a participar de um mesmo comitê, sentarem-se à mesma mesa, compartilhar decisões e admitirem ser apresentados publicamente em ordem alfabética (a primazia coube ao representante da empresa de menor porte).
Encerradas as atividades da Associação que geriu a mostra, tudo faz crer que as vinculações não desapareceram. Aparentemente, persiste algum entendimento de Edemar Cid Ferreira com a imprensa, apesar dos sobressaltos. O sucessor do Chatô tinha uma noção muito clara da sua estratégia:
"A cultura é um abre-alas. A gente vem atrás fazendo negócios".
Alberto Dines
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=304CIR001
Todo mundo sabia que o Banco Santos ia quebrar, inclusive a mídia. Mas a mídia não podia avisar os correntistas do banco nem os aplicadores dos seus fundos sobre o perigo que corriam seus depósitos e aplicações. Se o fizesse, a mídia seria enquadrada como responsável pela corrida aos guichês.
Em 1995, quando o governo interveio no Banco Econômico, o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, junto com uma roliça tropa de acólitos, atravessou a trote a Praça dos Três Poderes para defender a instituição financeira – da qual, aliás, era acionista.
Naquela picaresca circunstância, a mídia reproduziu, sem qualquer titubeio ou discrição, em letra de forma, ao vivo e em cores, a advertência de ACM: "Quem vai quebrar é o Bamerindus e, depois, o Nacional!". Quebraram, e nesta ordem. ACM era o manda-chuva, pintava e bordava na República. Ninguém ousaria processá-lo.
Nove anos depois, o sucessor de ACM na presidência do Senado, José Sarney, amigo e compadre do controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, foi avisado de que o banco ia quebrar. Como é mais sabido do que o colega baiano, não botou a boca no trombone e, na moita, tirou o seu rico dinheirinho vinte e quatro horas antes da intervenção do Banco Central.
Com o seu garantido, o senador esqueceu a infração cometida (aproveitar-se de informação privilegiada), mas precaveu-se para não incorrer em outra: nenhum sinal poderia dar, sob pena de ser acusado de concorrer para uma quebradeira do sistema financeiro.
Sarney escreve em dois jornais, é dono de um conglomerado de mídia no Maranhão e tem as portas abertas em todos os grandes grupos jornalísticos nacionais. Esqueceu a comunicação e ficou incomunicável. Só abriu o bico para explicar, depois de flagrado, que, "como todo mundo, soubera da boataria" envolvendo o banco do amigo. "Todo mundo" significa o seu mundo, não o dos correntistas.
Esta não é a única confluência entre o fechamento do Banco Santos e a mídia. Há outras mais expressivas. A respeito do currículo do banqueiro Edemar Cid Ferreira, gastaram-se algumas toneladas de papel nos últimos dias. De repente, os pobres leitores de jornais e revistas descobriram que a imprensa sabia tudo sobre o nababo, suas manobras e, simultaneamente, descobriram que estas informações lhes foram sonegadas.
A mídia exibiu alguns "percalços" anteriores, mas enrustiu as mutretas. O crime organizado usa pé-de-cabra, gazua ou dinamite para arrombar cofres; o crime desorganizado é refinado: usa charme e chamego.
Um dos mais precisos perfis do banqueiro Ferreira foi publicado no domingo (21/11), em um cantinho perdido do caderno de Economia da Folha de S. Paulo (página B-4). Em 59 linhas desvendou-se o cruzamento entre os romances de amor Roseana Sarney-Jorge Murad e Edemar-Márcia Cid Ferreira e, devidamente aspeadas, duas extraordinárias revelações do banqueiro sobre si mesmo:
** "Sou a reencarnação do Chatô".
** "A cultura é um abre-alas. A gente vem atrás fazendo negócios".
Eis o auto-retrato e de corpo inteiro do mais ostensivo mecenas das artes e cultura brasileiras neste início do século. Comissário da Mostra do Redescobrimento, nosso homem em Pequim, competente em todos os sentidos. A grande exposição do Ibirapuera foi o ponto alto das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, e a proeza de transformar aquele pequeno banco em depositário de contas de gente e instituições tão importantes atesta seus talentos.
No rol destas aptidões não pode ser ignorada a capacidade de Edemar Cid Ferreira de acercar-se dos barões ou baronetes da mídia. Exemplo: na "Associação Brasil 500 anos Artes Visuais" (da qual era presidente tanto do Conselho de Administração como da Diretoria), havia um inédito Conselho de Imprensa, constituído pelas figuras de proa dos oito mais poderosos ou mais visíveis grupos de mídia do país.
Faz sentido: uma exposição deste porte e com esta qualidade, destinada a bater recordes de visitação, forçosamente teria que contar com o indispensável suporte midiático. A grande façanha, obra-prima de engenharia psicológica, foi superar as idiossincrasias, convencer os maiorais a participar de um mesmo comitê, sentarem-se à mesma mesa, compartilhar decisões e admitirem ser apresentados publicamente em ordem alfabética (a primazia coube ao representante da empresa de menor porte).
Encerradas as atividades da Associação que geriu a mostra, tudo faz crer que as vinculações não desapareceram. Aparentemente, persiste algum entendimento de Edemar Cid Ferreira com a imprensa, apesar dos sobressaltos. O sucessor do Chatô tinha uma noção muito clara da sua estratégia:
"A cultura é um abre-alas. A gente vem atrás fazendo negócios".
mau exemplo dos moluscos
Nao gosto do argumento do artigo, mas este trecho anti molusco merece registro.
Diogo Mainardi
Veja, 20/11/2004
(...) A reforma universitária é uma patetice. Cria novos problemas e não conserta os velhos. (...)
Uma das propostas da reforma universitária é a instituição de um ciclo básico de dois anos, em que os estudantes deverão aperfeiçoar sua capacidade de compreensão escrita e oral. Ou seja, os dois primeiros anos de universidade não serão dedicados à formação profissional, mas a ensinar a ler e a escrever. Difícil entender o que se pretende com isso. Se o próprio governo admite que os alunos chegam analfabetos ao ensino superior, o mais sensato seria tirar recursos da universidade pública e investir na melhoria da qualidade do ensino fundamental. Os lulistas acham que não. Acham que é melhor converter a universidade num curso supletivo, com a função de ensinar tudo o que deveria ter sido ensinado nas séries anteriores. Isso empurrará a verdadeira formação profissional para adiante, para o mestrado e a pós-graduação. E o diploma superior, que já não vale nada, valerá ainda menos.
A reforma universitária propõe também um regime de cotas e bolsas de estudo para favorecer os alunos carentes, provenientes da escola pública. As universidades particulares, de acordo com o projeto lulista, terão a garantia de isenções fiscais para conceder esses benefícios. A barganha tem um efeito duplamente perverso: piora a qualidade do ensino, privilegiando os estudantes menos preparados, e deteriora as contas do Estado. Bem melhor seria cobrar impostos das universidades particulares e, com o dinheiro arrecadado, pagar a mensalidade dos alunos carentes com bom desempenho escolar, independentemente de serem brancos ou pretos, vindos da escola pública ou privada. (...)
Diogo Mainardi
Veja, 20/11/2004
(...) A reforma universitária é uma patetice. Cria novos problemas e não conserta os velhos. (...)
Uma das propostas da reforma universitária é a instituição de um ciclo básico de dois anos, em que os estudantes deverão aperfeiçoar sua capacidade de compreensão escrita e oral. Ou seja, os dois primeiros anos de universidade não serão dedicados à formação profissional, mas a ensinar a ler e a escrever. Difícil entender o que se pretende com isso. Se o próprio governo admite que os alunos chegam analfabetos ao ensino superior, o mais sensato seria tirar recursos da universidade pública e investir na melhoria da qualidade do ensino fundamental. Os lulistas acham que não. Acham que é melhor converter a universidade num curso supletivo, com a função de ensinar tudo o que deveria ter sido ensinado nas séries anteriores. Isso empurrará a verdadeira formação profissional para adiante, para o mestrado e a pós-graduação. E o diploma superior, que já não vale nada, valerá ainda menos.
A reforma universitária propõe também um regime de cotas e bolsas de estudo para favorecer os alunos carentes, provenientes da escola pública. As universidades particulares, de acordo com o projeto lulista, terão a garantia de isenções fiscais para conceder esses benefícios. A barganha tem um efeito duplamente perverso: piora a qualidade do ensino, privilegiando os estudantes menos preparados, e deteriora as contas do Estado. Bem melhor seria cobrar impostos das universidades particulares e, com o dinheiro arrecadado, pagar a mensalidade dos alunos carentes com bom desempenho escolar, independentemente de serem brancos ou pretos, vindos da escola pública ou privada. (...)
bom exemplo de MG
Minas reduz déficit a zero
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/politica/139667.html
Governador Aécio Neves anuncia nesta terça-feira que o Estado conseguiu ajustar as contas públicas e que já não gasta mais do que arrecada. Emenda ao Orçamento elimina déficit de 2005
O governador Aécio Neves (PSDB) vai anunciar nesta terça-feira a redução a zero do déficit nas contas públicas de Minas Gerais. Ao mesmo tempo, enviará à Assembléia Legislativa uma emenda ao Orçamento 2005, com acréscimo de R$ 916 milhões na receita do Estado. O valor permitirá eliminar o déficit inicialmente previsto para o ano que vem, de R$ 611 milhões.
Zerar o déficit nas contas do Estado era uma das metas de Aécio ao assumir o governo, em janeiro de 2003. Na época, segundo a Secretaria da Fazenda, as despesas superavam as receitas, anualmente, em R$ 2,4 bilhões. Em fevereiro, o governador anunciou cortes de R$ 1 bilhão nas despesas públicas, com o objetivo de reduzir o déficit, ao fim do primeiro ano de administração, para R$ 1,4 bilhão.
Em maio deste ano, logo após anunciar novo corte de despesas, de R$ 100 milhões, o secretário de Planejamento e Gestão, Antônio Anastasia, refez a projeção para este ano e estimou em R$ 450 milhões a diferença entre receitas e despesas. Na época, ele disse, no entanto, que seria mantido o esforço para zerar o déficit até dezembro.
Segundo o governo de Minas, esta é a primeira vez que o Estado atinge o equilíbrio de suas contas públicas, nos últimos dez anos. Em pronunciamentos recentes, Aécio destacou que o desequilíbrio fiscal levou o Estado a reduzir investimentos em áreas essenciais, que agora poderão ser retomados. O governador elegeu como prioridades os setores de educação, saúde, segurança e transporte.
Para atingir o déficit zero, o governo implantou um novo sistema gerencial no Estado, denominado Choque de Gestão, por meio do qual promoveu cortes na estrutura administrativa e passou a controlar despesas com compras e serviços. O reflexo mais visível do novo modelo foi a redução do número de secretarias, de 21 para 15, anunciada no início do mandato. Além disso, foram extintas 43 superintendências e 16 diretorias. Esses cortes significaram uma redução de 3 mil cargos de confiança na estrutura administrativa do Estado.
O equilíbrio das contas é resultado, ainda, de medidas de incentivo ao crescimento da receita e combate à sonegação, adotadas pela Secretaria da Fazenda. De acordo com dados do governo, a arrecadação cresceu, entre 2003 e 2004, R$ 1,7 bilhão, um aumento de 17%, acima da média nacional, de 8,2%.
A elevação da receita e as medidas de economia permitiram ao Estado adequar-se aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), no que diz respeito à folha de pagamento. Em 2003, segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão, 72% da receite corrente líquida estavam comprometidos com as despesas de pessoal. Esse número é hoje de 59%, abaixo do limite de 60% estabelecido pela LRF. Outra medida foi a centralização da folha na secretaria, o que levou o Estado a cancelar 4,7 mil pagamentos indevidos. O teto do Executivo foi fixado em R$ 10,5 mil, valor do salário do governador.
Um exemplo do novo modelo gerencial do Estado são as medidas de redução do consumo de energia elétrica nas repartições públicas. No prédio da Loteria Mineira, o consumo caiu, em média, 5 mil kwh/mês, com medidas como manter apenas um elevador ligado, restrição ao uso de eletrodomésticos particulares, desligamento do ar condicionado em dias frios - com manutenção apenas da máquina de ventilação- e campanhas de conscientização dos servidores para a necessidade de se economizar energia. O governo também reviu contratos com fornecedores. Na Imprensa Oficial, isso permitiu a redução de 50% do valor da conta de luz.
http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/politica/139667.html
Governador Aécio Neves anuncia nesta terça-feira que o Estado conseguiu ajustar as contas públicas e que já não gasta mais do que arrecada. Emenda ao Orçamento elimina déficit de 2005
O governador Aécio Neves (PSDB) vai anunciar nesta terça-feira a redução a zero do déficit nas contas públicas de Minas Gerais. Ao mesmo tempo, enviará à Assembléia Legislativa uma emenda ao Orçamento 2005, com acréscimo de R$ 916 milhões na receita do Estado. O valor permitirá eliminar o déficit inicialmente previsto para o ano que vem, de R$ 611 milhões.
Zerar o déficit nas contas do Estado era uma das metas de Aécio ao assumir o governo, em janeiro de 2003. Na época, segundo a Secretaria da Fazenda, as despesas superavam as receitas, anualmente, em R$ 2,4 bilhões. Em fevereiro, o governador anunciou cortes de R$ 1 bilhão nas despesas públicas, com o objetivo de reduzir o déficit, ao fim do primeiro ano de administração, para R$ 1,4 bilhão.
Em maio deste ano, logo após anunciar novo corte de despesas, de R$ 100 milhões, o secretário de Planejamento e Gestão, Antônio Anastasia, refez a projeção para este ano e estimou em R$ 450 milhões a diferença entre receitas e despesas. Na época, ele disse, no entanto, que seria mantido o esforço para zerar o déficit até dezembro.
Segundo o governo de Minas, esta é a primeira vez que o Estado atinge o equilíbrio de suas contas públicas, nos últimos dez anos. Em pronunciamentos recentes, Aécio destacou que o desequilíbrio fiscal levou o Estado a reduzir investimentos em áreas essenciais, que agora poderão ser retomados. O governador elegeu como prioridades os setores de educação, saúde, segurança e transporte.
Para atingir o déficit zero, o governo implantou um novo sistema gerencial no Estado, denominado Choque de Gestão, por meio do qual promoveu cortes na estrutura administrativa e passou a controlar despesas com compras e serviços. O reflexo mais visível do novo modelo foi a redução do número de secretarias, de 21 para 15, anunciada no início do mandato. Além disso, foram extintas 43 superintendências e 16 diretorias. Esses cortes significaram uma redução de 3 mil cargos de confiança na estrutura administrativa do Estado.
O equilíbrio das contas é resultado, ainda, de medidas de incentivo ao crescimento da receita e combate à sonegação, adotadas pela Secretaria da Fazenda. De acordo com dados do governo, a arrecadação cresceu, entre 2003 e 2004, R$ 1,7 bilhão, um aumento de 17%, acima da média nacional, de 8,2%.
A elevação da receita e as medidas de economia permitiram ao Estado adequar-se aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), no que diz respeito à folha de pagamento. Em 2003, segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão, 72% da receite corrente líquida estavam comprometidos com as despesas de pessoal. Esse número é hoje de 59%, abaixo do limite de 60% estabelecido pela LRF. Outra medida foi a centralização da folha na secretaria, o que levou o Estado a cancelar 4,7 mil pagamentos indevidos. O teto do Executivo foi fixado em R$ 10,5 mil, valor do salário do governador.
Um exemplo do novo modelo gerencial do Estado são as medidas de redução do consumo de energia elétrica nas repartições públicas. No prédio da Loteria Mineira, o consumo caiu, em média, 5 mil kwh/mês, com medidas como manter apenas um elevador ligado, restrição ao uso de eletrodomésticos particulares, desligamento do ar condicionado em dias frios - com manutenção apenas da máquina de ventilação- e campanhas de conscientização dos servidores para a necessidade de se economizar energia. O governo também reviu contratos com fornecedores. Na Imprensa Oficial, isso permitiu a redução de 50% do valor da conta de luz.
segunda-feira, novembro 22, 2004
eu diria : tomara que se enforque na gravata
A gravata de Lula
Daniel Piza
O Estado de São Paulo, 21 de novembro de 2004
http://www.danielpiza.com.br/interna.asp?texto=1767
Não há um litro de sangue socialista em Lula. É uma das coisas que se confirmam no documentário de João Moreira Salles, Entreatos, com estréia na próxima sexta. A história de Lula é a de um operário que se tornou líder sindicalista e depois político; é também a de um homem que quer ascender socialmente, que chega à classe média e partilha seus valores burgueses, que não está interessado em revolução ou acredita em uma sociedade sem classes. Reflete, portanto, a história da industrialização tardia do Brasil, e da busca honrosa pelos direitos políticos e materiais dos trabalhadores dessa indústria. Lula se apropriou de jargões e conceitos que a intelectualidade de esquerda lhe transmitiu, mas sua percepção nunca o deixou travado na ideologia. É mais um cristão paternalista do que um agente anticapitalista.
Em boa parte do filme, feito durante as últimas semanas da campanha de 2002, ele está preocupado com o que não pode falar e com que gravata vai usar. Chega a dizer que jamais se acostumou com o macacão de metalúrgico, mas que no terceiro dia de terno e gravata já se sentia ótimo. Vemos, assim, a ambição e a vaidade de Lula como ninguém havia mostrado. E elas são positivas, não negativas. Muito do carisma de Lula, afinal, vem do fato de que não é um radical por natureza, mas alguém que quer melhorar de vida e não se conforma diante das dificuldades impostas a ele e sua categoria. (Quem acha que o capitalismo não precisa dessa pressão organizada desconhece, por exemplo, o quanto ela ajudou a democratizar o mercado nos EUA.) Um momento simbólico é quando conta que, procurado para o censo do IBGE certa vez, deu a informação de que ganhava mais de dez salários mínimos.
Lula, de resto, se mostra o macho brasileiro típico: gosta de cachaça, feijão e futebol, de impressionar a namorada com seu carro, de contar vantagem e piada, de tirar sarro e soltar palavrão; ri e chora fácil; escuta Roberto Carlos e Zeca Pagodinho; sonha com o conforto do Palácio; deixa de caminhar na praia por não ter companhia. É também o político brasileiro tradicional, que confunde conciliar e conchavar, que nada entende de administração, que fala o que as pessoas querem ouvir e não exatamente o que pensa. Deixa, por exemplo, escapar descrença nas estatísticas de crianças de rua e famintos. E diz temer, caso eleito, a força da máquina federal, da “agenda institucional” que poderia afastá-lo dos “alicerces do PT” como os sindicatos, os teólogos da libertação e os estudantes e impedi-lo de mudar o “modelo econômico”. A julgar por isso, deve continuar com o sono ruim. Ou alega falta de mobilidade?
O que o documentário também deixa claro, com sua tática de incorporar acidentes e bastidores, é o quanto a guinada do PT em meados de 2002 foi feita para ganhar a eleição, não por um debate “orgânico” – o qual os admiradores sempre ressaltaram como bel-característica do partido. Numa das cenas, Gushiken e Duda mostram a Lula uma lousa onde está escrito, entre outros itens, que a Carta ao Povo Brasileiro deve ser invocada para “neutralizar o discurso terrorista”, isto é, para vender a imagem paz & amor. Por ironia, comunicaram um Lula muito mais real. O lançamento desse documentário simultaneamente ao de Eduardo Coutinho, Peões, série cansativa de entrevistas com participantes das greves do ABC em 1979 e 80 que dariam origem ao PT, parece mandar um recado ao presidente, na linha “Não esqueça seu passado”. Mas o adequado seria: “Cuidado para não se enforcar na gravata.”
(...)
POR QUE NÃO ME UFANO
Pobre cultura brasileira, que vive de benesses das estatais ou de banqueiros que também usam dinheiro público para vender a imagem de mecenas. Pobre cultura brasileira, em que intelectuais vêem Carlos Lessa como tábua de salvação nacionalista, confundindo desenvolvimentismo com autarquismo. E pobre cultura brasileira, em que não existem reformas, apenas ajustes, como se viu agora mais uma vez com a do Judiciário
Daniel Piza
O Estado de São Paulo, 21 de novembro de 2004
http://www.danielpiza.com.br/interna.asp?texto=1767
Não há um litro de sangue socialista em Lula. É uma das coisas que se confirmam no documentário de João Moreira Salles, Entreatos, com estréia na próxima sexta. A história de Lula é a de um operário que se tornou líder sindicalista e depois político; é também a de um homem que quer ascender socialmente, que chega à classe média e partilha seus valores burgueses, que não está interessado em revolução ou acredita em uma sociedade sem classes. Reflete, portanto, a história da industrialização tardia do Brasil, e da busca honrosa pelos direitos políticos e materiais dos trabalhadores dessa indústria. Lula se apropriou de jargões e conceitos que a intelectualidade de esquerda lhe transmitiu, mas sua percepção nunca o deixou travado na ideologia. É mais um cristão paternalista do que um agente anticapitalista.
Em boa parte do filme, feito durante as últimas semanas da campanha de 2002, ele está preocupado com o que não pode falar e com que gravata vai usar. Chega a dizer que jamais se acostumou com o macacão de metalúrgico, mas que no terceiro dia de terno e gravata já se sentia ótimo. Vemos, assim, a ambição e a vaidade de Lula como ninguém havia mostrado. E elas são positivas, não negativas. Muito do carisma de Lula, afinal, vem do fato de que não é um radical por natureza, mas alguém que quer melhorar de vida e não se conforma diante das dificuldades impostas a ele e sua categoria. (Quem acha que o capitalismo não precisa dessa pressão organizada desconhece, por exemplo, o quanto ela ajudou a democratizar o mercado nos EUA.) Um momento simbólico é quando conta que, procurado para o censo do IBGE certa vez, deu a informação de que ganhava mais de dez salários mínimos.
Lula, de resto, se mostra o macho brasileiro típico: gosta de cachaça, feijão e futebol, de impressionar a namorada com seu carro, de contar vantagem e piada, de tirar sarro e soltar palavrão; ri e chora fácil; escuta Roberto Carlos e Zeca Pagodinho; sonha com o conforto do Palácio; deixa de caminhar na praia por não ter companhia. É também o político brasileiro tradicional, que confunde conciliar e conchavar, que nada entende de administração, que fala o que as pessoas querem ouvir e não exatamente o que pensa. Deixa, por exemplo, escapar descrença nas estatísticas de crianças de rua e famintos. E diz temer, caso eleito, a força da máquina federal, da “agenda institucional” que poderia afastá-lo dos “alicerces do PT” como os sindicatos, os teólogos da libertação e os estudantes e impedi-lo de mudar o “modelo econômico”. A julgar por isso, deve continuar com o sono ruim. Ou alega falta de mobilidade?
O que o documentário também deixa claro, com sua tática de incorporar acidentes e bastidores, é o quanto a guinada do PT em meados de 2002 foi feita para ganhar a eleição, não por um debate “orgânico” – o qual os admiradores sempre ressaltaram como bel-característica do partido. Numa das cenas, Gushiken e Duda mostram a Lula uma lousa onde está escrito, entre outros itens, que a Carta ao Povo Brasileiro deve ser invocada para “neutralizar o discurso terrorista”, isto é, para vender a imagem paz & amor. Por ironia, comunicaram um Lula muito mais real. O lançamento desse documentário simultaneamente ao de Eduardo Coutinho, Peões, série cansativa de entrevistas com participantes das greves do ABC em 1979 e 80 que dariam origem ao PT, parece mandar um recado ao presidente, na linha “Não esqueça seu passado”. Mas o adequado seria: “Cuidado para não se enforcar na gravata.”
(...)
POR QUE NÃO ME UFANO
Pobre cultura brasileira, que vive de benesses das estatais ou de banqueiros que também usam dinheiro público para vender a imagem de mecenas. Pobre cultura brasileira, em que intelectuais vêem Carlos Lessa como tábua de salvação nacionalista, confundindo desenvolvimentismo com autarquismo. E pobre cultura brasileira, em que não existem reformas, apenas ajustes, como se viu agora mais uma vez com a do Judiciário
tinha que ter o dedo do molusco
A internet e' uma das coisas mais eficientes e democraticas que tem no mundo hoje, basicamente porque nao tem a presenca do eterno gerador de peso morto - o Estado.
Uma biblioteca eletronica fenomenal, com um acervo sem paralelo; o meio de comunicacao mais rapido e mais barato do planeta ; e um dos mercados (no sentido strictu do termo) mais completos e eficientes do mundo, que reune todos os tipos de vendedores de bens e servicos.
Bom de mais para ser verdade. Ai' vem o dedao do molusco, com o apoio da emerita democratica e economia de mercado, ancorado em teorias conspiratorias.
Bons tempos aqueles da internet auto regulavel ...
ONU começa a definir futuro do controle da Internet
http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2004/nov/22/6.htm
Por iniciativa do Brasil, China e de outros países emergentes, a Organização das Nações Unidas (ONU) inicia nesta semana discussões para tentar definir o futuro do controle da Internet.
Quarenta personalidades escolhidas pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, se reunirão na sede das Nações Unidas, a partir de hoje, para elaborar um projeto para multilateralizar a gestão da nova tecnologia. O grupo foi criado depois da Cúpula da Informação da ONU, realizada há poucos meses, que não conseguiu chegar a um consenso sobre como deveria ficar o controle da Internet.
De um lado, Brasil, China e outros países emergentes defendiam o fim do monopólio americano sobre a tecnologia, sugerindo a criação de uma nova estrutura que pudesse reunir governos e entidades privadas. De outro lado, o governo americano argumentava que multilateralizar a Internet poderia torná-la menos eficaz e inibir seu atual ritmo de crescimento.
A Internet e controlada hoje pela ICANN, entidade com base nos Estados Unidos que tem a função de administrar a rede mundial de computadores. Apesar de se dizer autônoma, a ICANN é obra do Departamento de Comércio americano e sua relação com Washington é motivo de suspeitas entre os países emergentes, que também querem fazer parte dos debates sobre o sistema.
Os países em desenvolvimento argumentam que a entidade acaba tendo o poder de controlar quem pode ficar sem Internet do dia para noite. Isso teria ocorrido durante a guerra do Iraque, quando Bagdá misteriosamente perdeu a conexão com seus sites. A ICANN afirma que se tornará completamente independente do governo americano a partir de 2006, quando passará a ser administrada por empresas privadas, o que também não satisfaz o Brasil, um dos principais atores no debate.
Na avaliação de Brasília, um grupo multilateral deve ser criado para decidir de forma conjunta cada decisão técnica e política sobre a Internet. Outros países emergentes preferem que esse grupo seja criado dentro da própria ONU.
O papel do Brasil acaba se refletido na própria composição do grupo da ONU. Entre os 40 especialistas, dois são brasileiros: José Vicalho, do Comitê Gestor da Internet, e Carlos Afonso, diretor da Rede de Informática do Terceiro Setor, que estará participando na condição de representante da sociedade civil.
Apenas os Estados Unidos contam com um número maior de representantes no grupo. São três americanos, mas nenhum enviado pelo governo de Washington. "Os americanos querem deixar uma margem de manobra. Enviam representantes da sociedade civil, pois se o esforço não der resultado ou se a conclusão for negativa para seus interesses, simplesmente dizem que não participaram e, portanto, não precisam implementar as decisões", afirmou um observador em Genebra.
Apesar das resistências dos Estados Unidos em relação ao tema, o Brasil recebeu indicações na semana passada de que a Europa poderá apoiar as propostas do governo brasileiro. Segundo fontes em Bruxelas, esta cada vez mais claro que a Europa não ganha nada em deixar o controle da Internet exclusivamente nas mãos dos americanos.
A dúvida, porém, será como implementar um modelo de gestão que seja simultaneamente democrático e eficiente entre diferentes burocracias. Outra dúvida é como adotar um modelo que possibilite a participação de países como a China ou Irã, que atualmente não permitem que seus cidadãos tenham acesso a todas as informações contidas na Internet.
O grupo terá até julho de 2005 para chegar a uma conclusão e fazer propostas concretas à comunidade internacional. Temas como segurança e vírus também serão debatidos.
Uma biblioteca eletronica fenomenal, com um acervo sem paralelo; o meio de comunicacao mais rapido e mais barato do planeta ; e um dos mercados (no sentido strictu do termo) mais completos e eficientes do mundo, que reune todos os tipos de vendedores de bens e servicos.
Bom de mais para ser verdade. Ai' vem o dedao do molusco, com o apoio da emerita democratica e economia de mercado, ancorado em teorias conspiratorias.
Bons tempos aqueles da internet auto regulavel ...
ONU começa a definir futuro do controle da Internet
http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2004/nov/22/6.htm
Por iniciativa do Brasil, China e de outros países emergentes, a Organização das Nações Unidas (ONU) inicia nesta semana discussões para tentar definir o futuro do controle da Internet.
Quarenta personalidades escolhidas pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, se reunirão na sede das Nações Unidas, a partir de hoje, para elaborar um projeto para multilateralizar a gestão da nova tecnologia. O grupo foi criado depois da Cúpula da Informação da ONU, realizada há poucos meses, que não conseguiu chegar a um consenso sobre como deveria ficar o controle da Internet.
De um lado, Brasil, China e outros países emergentes defendiam o fim do monopólio americano sobre a tecnologia, sugerindo a criação de uma nova estrutura que pudesse reunir governos e entidades privadas. De outro lado, o governo americano argumentava que multilateralizar a Internet poderia torná-la menos eficaz e inibir seu atual ritmo de crescimento.
A Internet e controlada hoje pela ICANN, entidade com base nos Estados Unidos que tem a função de administrar a rede mundial de computadores. Apesar de se dizer autônoma, a ICANN é obra do Departamento de Comércio americano e sua relação com Washington é motivo de suspeitas entre os países emergentes, que também querem fazer parte dos debates sobre o sistema.
Os países em desenvolvimento argumentam que a entidade acaba tendo o poder de controlar quem pode ficar sem Internet do dia para noite. Isso teria ocorrido durante a guerra do Iraque, quando Bagdá misteriosamente perdeu a conexão com seus sites. A ICANN afirma que se tornará completamente independente do governo americano a partir de 2006, quando passará a ser administrada por empresas privadas, o que também não satisfaz o Brasil, um dos principais atores no debate.
Na avaliação de Brasília, um grupo multilateral deve ser criado para decidir de forma conjunta cada decisão técnica e política sobre a Internet. Outros países emergentes preferem que esse grupo seja criado dentro da própria ONU.
O papel do Brasil acaba se refletido na própria composição do grupo da ONU. Entre os 40 especialistas, dois são brasileiros: José Vicalho, do Comitê Gestor da Internet, e Carlos Afonso, diretor da Rede de Informática do Terceiro Setor, que estará participando na condição de representante da sociedade civil.
Apenas os Estados Unidos contam com um número maior de representantes no grupo. São três americanos, mas nenhum enviado pelo governo de Washington. "Os americanos querem deixar uma margem de manobra. Enviam representantes da sociedade civil, pois se o esforço não der resultado ou se a conclusão for negativa para seus interesses, simplesmente dizem que não participaram e, portanto, não precisam implementar as decisões", afirmou um observador em Genebra.
Apesar das resistências dos Estados Unidos em relação ao tema, o Brasil recebeu indicações na semana passada de que a Europa poderá apoiar as propostas do governo brasileiro. Segundo fontes em Bruxelas, esta cada vez mais claro que a Europa não ganha nada em deixar o controle da Internet exclusivamente nas mãos dos americanos.
A dúvida, porém, será como implementar um modelo de gestão que seja simultaneamente democrático e eficiente entre diferentes burocracias. Outra dúvida é como adotar um modelo que possibilite a participação de países como a China ou Irã, que atualmente não permitem que seus cidadãos tenham acesso a todas as informações contidas na Internet.
O grupo terá até julho de 2005 para chegar a uma conclusão e fazer propostas concretas à comunidade internacional. Temas como segurança e vírus também serão debatidos.
mais um exemplo de inconsistencia intertemporal do discurso
Um câmbio de esquerda
Veja, 21/11/2004
Gustavo Franco
economista da PUC-RJ e ex-presidente do Banco Central
No dia 18 de novembro de 2004 a taxa de câmbio média ficou em 2,76 reais por dólar (na compra). Em 31 de dezembro de 1998 era 1,21. Como a inflação acumulada entre essas duas datas, medida pelo IGPM, foi de 120%, teríamos que, em dinheiro de hoje, 1,21 real seria equivalente a 2,68 reais. Repetindo o exercício usando o IPA, o índice de preços por atacado, normalmente empregado em cálculos desse tipo, o número seria 3,17 reais. O que é isso? Voltamos ao ponto de partida?
Com efeito, de acordo com cálculos da Funcex, entidade mantida pelos exportadores brasileiros, há anos uma referência indiscutível nos assuntos de comércio exterior, a taxa de câmbio real (ou seja, ajustada pela inflação) está mais ou menos no mesmo nível em que estava no fim de 1998, quando se diziam (os economistas do PT diziam) horrores da política cambial. Curioso, não?
Na verdade, curioso mesmo é notar que para a mesma taxa de câmbio real o Brasil exportará algo como 88 bilhões de dólares em 2004, contra 50 bilhões em 1998, ao passo que, do lado das importações, os valores para 2004 e 1998 serão semelhantes, na faixa de 55 bilhões de dólares.
Para esse fenômeno da explosão das exportações existem pelo menos duas explicações: de um lado, o fato de que hoje somos um país melhor, mais produtivo e competitivo do que antes da onda de reformas dos anos 90, e por causa dela. De outro, as contas sobre câmbio logo acima estariam erradas, pois se usarmos o IPCA em vez do IGPM ou IPA chegaremos à conclusão de que o problema era o câmbio mesmo e essa conversa de produtividade é desculpa de país com defasagem cambial, como dizia o inesquecível professor Dornbush.
Deve haver pouca dúvida de que as premissas da primeira explicação estão corretas: o crescimento da produtividade até 1999 foi fenomenal, o que se explica pela reação das empresas brasileiras ao novo ambiente de competição criado pela combinação de abertura, privatização, estabilização e reformas que aproximou o Brasil do figurino de uma economia de mercado. Uma hora de trabalho na indústria em 1999 produzia 68% mais mercadorias que no início da década.
Para quem gosta dessas explicações "estruturais" para a nossa competitividade, o enigma a decifrar é por que a explosão das exportações começou apenas em meados de 2002, e não antes. Aliás, os que explicam tudo pelo câmbio também têm certa dificuldade com esse "timing", e também em explicar por que o crescimento médio anual das exportações em 1999 e 2000 (3,8%), seguindo-se à desvalorização, foi quase igual ao observado em 1996-1998 (3,5%), quando o câmbio estava, como se dizia, "defasado".
A relação entre câmbio e exportação nada tem de evidente, e as duas explicações acima possuem méritos: o aumento de produtividade certamente ajudou muito, mas também a notável redução dos salários medidos em dólar (hoje estão a 40% do que estavam em 1998) produzida pela desvalorização cambial. É inútil discutir sobre qual dessas influências é mais relevante; interessante é especular sobre o que é mais desejável, ou seja, se queremos basear nossa competitividade em trabalho barato ou em eficiência.
O caminho da eficiência pode parecer mais longo, mas tem sobre o outro a vantagem de produzir competitividade simultaneamente a aumento de salário, o contrário do que ocorre quando trabalhamos com câmbio subvalorizado (ou excessivamente depreciado). Podemos, portanto, buscar competitividade melhorando ou piorando a distribuição da renda, e a pergunta é se o governo vai retomar reformas pró-mercado que aumentem a competição e a produtividade ou se, alternativamente, vai buscar uma taxa de câmbio mais agressiva (desvalorizada), como querem alguns setores mais radicais do PT.
É curiosa a esquerda no Brasil: parece mais nacionalista do que propriamente esquerdista, pois em nome da redução da "dependência externa", real ou imaginária, aceita com tranqüilidade, ou mesmo propõe, arrochar salários por meio de desvalorização do câmbio para aumentar nossa competitividade. Felizmente a política do ministro Palocci vai na outra direção. Afinal, esse governo é de esquerda.
Veja, 21/11/2004
Gustavo Franco
economista da PUC-RJ e ex-presidente do Banco Central
No dia 18 de novembro de 2004 a taxa de câmbio média ficou em 2,76 reais por dólar (na compra). Em 31 de dezembro de 1998 era 1,21. Como a inflação acumulada entre essas duas datas, medida pelo IGPM, foi de 120%, teríamos que, em dinheiro de hoje, 1,21 real seria equivalente a 2,68 reais. Repetindo o exercício usando o IPA, o índice de preços por atacado, normalmente empregado em cálculos desse tipo, o número seria 3,17 reais. O que é isso? Voltamos ao ponto de partida?
Com efeito, de acordo com cálculos da Funcex, entidade mantida pelos exportadores brasileiros, há anos uma referência indiscutível nos assuntos de comércio exterior, a taxa de câmbio real (ou seja, ajustada pela inflação) está mais ou menos no mesmo nível em que estava no fim de 1998, quando se diziam (os economistas do PT diziam) horrores da política cambial. Curioso, não?
Na verdade, curioso mesmo é notar que para a mesma taxa de câmbio real o Brasil exportará algo como 88 bilhões de dólares em 2004, contra 50 bilhões em 1998, ao passo que, do lado das importações, os valores para 2004 e 1998 serão semelhantes, na faixa de 55 bilhões de dólares.
Para esse fenômeno da explosão das exportações existem pelo menos duas explicações: de um lado, o fato de que hoje somos um país melhor, mais produtivo e competitivo do que antes da onda de reformas dos anos 90, e por causa dela. De outro, as contas sobre câmbio logo acima estariam erradas, pois se usarmos o IPCA em vez do IGPM ou IPA chegaremos à conclusão de que o problema era o câmbio mesmo e essa conversa de produtividade é desculpa de país com defasagem cambial, como dizia o inesquecível professor Dornbush.
Deve haver pouca dúvida de que as premissas da primeira explicação estão corretas: o crescimento da produtividade até 1999 foi fenomenal, o que se explica pela reação das empresas brasileiras ao novo ambiente de competição criado pela combinação de abertura, privatização, estabilização e reformas que aproximou o Brasil do figurino de uma economia de mercado. Uma hora de trabalho na indústria em 1999 produzia 68% mais mercadorias que no início da década.
Para quem gosta dessas explicações "estruturais" para a nossa competitividade, o enigma a decifrar é por que a explosão das exportações começou apenas em meados de 2002, e não antes. Aliás, os que explicam tudo pelo câmbio também têm certa dificuldade com esse "timing", e também em explicar por que o crescimento médio anual das exportações em 1999 e 2000 (3,8%), seguindo-se à desvalorização, foi quase igual ao observado em 1996-1998 (3,5%), quando o câmbio estava, como se dizia, "defasado".
A relação entre câmbio e exportação nada tem de evidente, e as duas explicações acima possuem méritos: o aumento de produtividade certamente ajudou muito, mas também a notável redução dos salários medidos em dólar (hoje estão a 40% do que estavam em 1998) produzida pela desvalorização cambial. É inútil discutir sobre qual dessas influências é mais relevante; interessante é especular sobre o que é mais desejável, ou seja, se queremos basear nossa competitividade em trabalho barato ou em eficiência.
O caminho da eficiência pode parecer mais longo, mas tem sobre o outro a vantagem de produzir competitividade simultaneamente a aumento de salário, o contrário do que ocorre quando trabalhamos com câmbio subvalorizado (ou excessivamente depreciado). Podemos, portanto, buscar competitividade melhorando ou piorando a distribuição da renda, e a pergunta é se o governo vai retomar reformas pró-mercado que aumentem a competição e a produtividade ou se, alternativamente, vai buscar uma taxa de câmbio mais agressiva (desvalorizada), como querem alguns setores mais radicais do PT.
É curiosa a esquerda no Brasil: parece mais nacionalista do que propriamente esquerdista, pois em nome da redução da "dependência externa", real ou imaginária, aceita com tranqüilidade, ou mesmo propõe, arrochar salários por meio de desvalorização do câmbio para aumentar nossa competitividade. Felizmente a política do ministro Palocci vai na outra direção. Afinal, esse governo é de esquerda.
domingo, novembro 21, 2004
ele foi ao enterro do Roberto Marinho
O molusco sempre amaldiçoou a Rede Globo. Dizia que o Brasil só seria uma democracia quando a Globo deixasse de ser líder de audiência. Quando o patriarca dos Marinho morreu, lá estava o molusco, aos plim plims, se derretendo na beira do caixão. Agora que aquele que ele diz ser seu amigo e guru faleceu, ele não vai ao enterro e manda assessores de segunda linha.
Lula não vai ao enterro de Celso Furtado no Rio
http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2004/nov/21/20.htm
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai ao enterro do economista Celso Furtado, no Rio. O ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jaques Wagner, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, representarão o presidente, segundo informou a assessoria de imprensa da Presidência. O presidente Lula permanece este domingo na Granja do Torto, sem compromissos oficiais
Lula não vai ao enterro de Celso Furtado no Rio
http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2004/nov/21/20.htm
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai ao enterro do economista Celso Furtado, no Rio. O ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jaques Wagner, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, representarão o presidente, segundo informou a assessoria de imprensa da Presidência. O presidente Lula permanece este domingo na Granja do Torto, sem compromissos oficiais
as milagrosas pomadas da viuva
Eremildo, o idiota
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/gaspari.asp
Eremildo é um idiota e vê nexo em tudo o que o governo faz. Ele está encantado com a decisão dos çábios da Funcef (fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica) e da Centrus (do Banco Central). Eles investiram coisa de R$ 100 milhões de seus acionistas em papéis do Banco Santos. O idiota não sabe se eles chegaram a essa idéia usando seus próprios neurônios ou se alguém os aconselhou a fazer o investimento.
Eremildo confia nos fundecas porque sabe que todas as vezes que eles colocam o dinheiro dos trabalhadores nas cumbucas que o Planalto recomenda, o BNDES dá um jeito e reestrutura as dívidas das empresas quebradas. Foi isso que aconteceu com a Ferronorte, onde o banco da Viúva passou uma pomada de R$ 654 milhões nas feridas de um negócio ruinoso feito pela Funcef e pela Previ.
O idiota quer se transformar numa aplicação recomendada pelo Planalto. Pelas suas contas, a Viúva tomou um espeto de mais de R$ 500 milhões no Banco Santos.
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/gaspari.asp
Eremildo é um idiota e vê nexo em tudo o que o governo faz. Ele está encantado com a decisão dos çábios da Funcef (fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica) e da Centrus (do Banco Central). Eles investiram coisa de R$ 100 milhões de seus acionistas em papéis do Banco Santos. O idiota não sabe se eles chegaram a essa idéia usando seus próprios neurônios ou se alguém os aconselhou a fazer o investimento.
Eremildo confia nos fundecas porque sabe que todas as vezes que eles colocam o dinheiro dos trabalhadores nas cumbucas que o Planalto recomenda, o BNDES dá um jeito e reestrutura as dívidas das empresas quebradas. Foi isso que aconteceu com a Ferronorte, onde o banco da Viúva passou uma pomada de R$ 654 milhões nas feridas de um negócio ruinoso feito pela Funcef e pela Previ.
O idiota quer se transformar numa aplicação recomendada pelo Planalto. Pelas suas contas, a Viúva tomou um espeto de mais de R$ 500 milhões no Banco Santos.
a perda de arrecadação com a indústria de liminares é de R$ 2,5 bilhões por ano em todo o país
Evidentemente gravacoes telefonicas, textos manuscritos, fotos, filmagens e depoimentos de testemunhas constituem apenas indicios, mas jamais provas irrefutaveis de conivencia absoluta com o bandalho institucionalizado. Sera' necessaria a instauracao de um rigoroso inquerito para fazer exaustivas investigacoes e, apos conseguirem evidencias, impor punicoes exemplares doa a quem doer.
Como diria Noel : Rou! Rou! Rou !
http://oglobo.globo.com/jornal/rio/147141619.asp
Tráfico de influência no Judiciário
Investigações conduzidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) revelam que um grupo de advogados tinha conhecimento, antes do julgamento, de sentenças que favoreceram a máfia dos combustíveis. Conversas dos envolvidos no esquema, gravadas pela Polícia Federal em 2002, quando foi instalada uma força-tarefa no Espírito Santo, fazem parte do inquérito que apura tráfico de influência na Justiça Federal do Rio, envolvendo distribuidoras de combustíveis. No inquérito, são citados pelo menos cinco desembargadores e duas juízas federais que atuaram no Rio.
As decisões judiciais — entre 2000 e 2003 — livravam pequenas distribuidoras de recolher impostos correspondentes a quase metade do preço cobrado nas bombas pela gasolina. Em muitos casos, os juízes ignoraram decisões do Supremo Tribunal Federal. Numa das conversas entre dois advogados, um deles, provavelmente marido de uma juíza federal, demonstra que os interlocutores tinham não apenas certeza da decisão que seria tomada, como conheciam a ordem da votação na turma dos magistrados. Em outra, um dos advogados se refere a pagamento de propina.
As investigações estão sob segredo de Justiça por envolverem magistrados. Mas, em despacho publicado no Diário de Justiça sobre o caso, o ministro José Arnaldo da Fonseca, relator do inquérito, afirma que as investigações do Ministério Público federal, iniciadas em março, apontam “tráfico de influência na obtenção de provimentos judiciais envolvendo distribuidoras de combustíveis”.
A conclusão do inquérito — que deve resultar em processo criminal no STJ — vai funcionar como uma nova etapa da Operação Ouro Negro, da PF, que há duas semanas levou 42 envolvidos com a máfia para a cadeia. O sucesso da investigação é fundamental para interromper a ação das distribuidoras que conseguem grandes lucros ao vender combustíveis livres de tributos, graças aos seus contatos no Judiciário.
Segundo estimativa do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, a perda de arrecadação com a indústria de liminares é de R$ 2,5 bilhões por ano em todo o país. Quase metade do que o consumidor paga pelo combustível é imposto. De acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), 44% do valor cobrado nas bombas são referentes a tributos (PIS/Cofins, Contribuição sobre Intervenção de Domínio Econômico). (...)
(...) As distribuidoras, para obter decisões isentando-as de pagar ICMS, alegavam que venderiam combustível retirado de refinarias fora do estado. Com isso, conseguiam uma permissão especial da Justiça para não pagar o imposto sobre os produtos no ato da retirada pelo caminhão nas refinarias. Os investigadores estão convencidos de que o combustível era distribuído no próprio estado. Foi com base nessa investigação que a PF deflagrou a operação Ouro Negro, chefiada pelo delegado Cláudio Nogueira.
Para fugir dos impostos federais, as empresas alegavam que um artigo da Constituição proibia a incidência de qualquer tributo sobre combustível, além do imposto sobre importação e o ICMS. No caso da Cide, alegavam que a sua cobrança era inconstitucional por não ter sido criada por lei complementar, mas por emenda constitucional. As decisões foram tomadas apesar de jurisprudência contrária firmada nos tribunais superiores.
— A concessão das medidas liminares deveria ser precedida do depósito do ICMs incidente, como garantia, o que nunca foi feito — acrescentou Francesco Conte.
Além de servirem de prova, as escutas feitas pela PF revelam detalhes sobre os métodos do esquema: distribuições de processo dirigidas sem respeitar o sistema de sorteio dos juízes, pressões sobre magistrados e arranjos na composição das turmas para beneficiar as distribuidoras. (...)
(...) O esquema de produção de liminares atuava tanto na Justiça federal — para livrar as empresas do recolhimento de PIS/Cofins e Cide na origem (nas refinarias) — quanto na Justiça estadual, para isentá-las de ICMS. Por isso, os responsáveis pelas investigações devem começar também a analisar os processos julgados por magistrados estaduais.
A Procuradoria Geral do Estado do Rio fez um levantamento que mostra o número de liminares concedidas por magistrados federais e estaduais. Segundo o levantamento, um único escritório de advocacia, do advogado Arthur Hanning da Gama, onde trabalham três desembargadores aposentados do Tribunal de Justiça do Rio, obteve mais de 120 liminares.
Hanning da Gama garante que os três sócios ingressaram em seu escritório após o ajuizamento dos processos. Ele nega que os desembargadores aposentados tenham pressionado colegas para obtenção de liminares ou que, no tempo em que estiveram na ativa, tenham tomado decisões favorecendo distribuidoras. (...)
Como diria Noel : Rou! Rou! Rou !
http://oglobo.globo.com/jornal/rio/147141619.asp
Tráfico de influência no Judiciário
Investigações conduzidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) revelam que um grupo de advogados tinha conhecimento, antes do julgamento, de sentenças que favoreceram a máfia dos combustíveis. Conversas dos envolvidos no esquema, gravadas pela Polícia Federal em 2002, quando foi instalada uma força-tarefa no Espírito Santo, fazem parte do inquérito que apura tráfico de influência na Justiça Federal do Rio, envolvendo distribuidoras de combustíveis. No inquérito, são citados pelo menos cinco desembargadores e duas juízas federais que atuaram no Rio.
As decisões judiciais — entre 2000 e 2003 — livravam pequenas distribuidoras de recolher impostos correspondentes a quase metade do preço cobrado nas bombas pela gasolina. Em muitos casos, os juízes ignoraram decisões do Supremo Tribunal Federal. Numa das conversas entre dois advogados, um deles, provavelmente marido de uma juíza federal, demonstra que os interlocutores tinham não apenas certeza da decisão que seria tomada, como conheciam a ordem da votação na turma dos magistrados. Em outra, um dos advogados se refere a pagamento de propina.
As investigações estão sob segredo de Justiça por envolverem magistrados. Mas, em despacho publicado no Diário de Justiça sobre o caso, o ministro José Arnaldo da Fonseca, relator do inquérito, afirma que as investigações do Ministério Público federal, iniciadas em março, apontam “tráfico de influência na obtenção de provimentos judiciais envolvendo distribuidoras de combustíveis”.
A conclusão do inquérito — que deve resultar em processo criminal no STJ — vai funcionar como uma nova etapa da Operação Ouro Negro, da PF, que há duas semanas levou 42 envolvidos com a máfia para a cadeia. O sucesso da investigação é fundamental para interromper a ação das distribuidoras que conseguem grandes lucros ao vender combustíveis livres de tributos, graças aos seus contatos no Judiciário.
Segundo estimativa do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, a perda de arrecadação com a indústria de liminares é de R$ 2,5 bilhões por ano em todo o país. Quase metade do que o consumidor paga pelo combustível é imposto. De acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), 44% do valor cobrado nas bombas são referentes a tributos (PIS/Cofins, Contribuição sobre Intervenção de Domínio Econômico). (...)
(...) As distribuidoras, para obter decisões isentando-as de pagar ICMS, alegavam que venderiam combustível retirado de refinarias fora do estado. Com isso, conseguiam uma permissão especial da Justiça para não pagar o imposto sobre os produtos no ato da retirada pelo caminhão nas refinarias. Os investigadores estão convencidos de que o combustível era distribuído no próprio estado. Foi com base nessa investigação que a PF deflagrou a operação Ouro Negro, chefiada pelo delegado Cláudio Nogueira.
Para fugir dos impostos federais, as empresas alegavam que um artigo da Constituição proibia a incidência de qualquer tributo sobre combustível, além do imposto sobre importação e o ICMS. No caso da Cide, alegavam que a sua cobrança era inconstitucional por não ter sido criada por lei complementar, mas por emenda constitucional. As decisões foram tomadas apesar de jurisprudência contrária firmada nos tribunais superiores.
— A concessão das medidas liminares deveria ser precedida do depósito do ICMs incidente, como garantia, o que nunca foi feito — acrescentou Francesco Conte.
Além de servirem de prova, as escutas feitas pela PF revelam detalhes sobre os métodos do esquema: distribuições de processo dirigidas sem respeitar o sistema de sorteio dos juízes, pressões sobre magistrados e arranjos na composição das turmas para beneficiar as distribuidoras. (...)
(...) O esquema de produção de liminares atuava tanto na Justiça federal — para livrar as empresas do recolhimento de PIS/Cofins e Cide na origem (nas refinarias) — quanto na Justiça estadual, para isentá-las de ICMS. Por isso, os responsáveis pelas investigações devem começar também a analisar os processos julgados por magistrados estaduais.
A Procuradoria Geral do Estado do Rio fez um levantamento que mostra o número de liminares concedidas por magistrados federais e estaduais. Segundo o levantamento, um único escritório de advocacia, do advogado Arthur Hanning da Gama, onde trabalham três desembargadores aposentados do Tribunal de Justiça do Rio, obteve mais de 120 liminares.
Hanning da Gama garante que os três sócios ingressaram em seu escritório após o ajuizamento dos processos. Ele nega que os desembargadores aposentados tenham pressionado colegas para obtenção de liminares ou que, no tempo em que estiveram na ativa, tenham tomado decisões favorecendo distribuidoras. (...)